The People v. O.J. Simpson: American Crime Story 1x08 – A Jury in Jail
“He was my friend for 20 years, I can barely look at
him anymore”
Foi mais um daqueles episódios angustiantes de American Crime Story. Na verdade, é
terrível acompanhar isso tudo e todos esses jogos enquanto nós sabemos que tudo
aconteceu de verdade. Porque tem coisa muito absurda. Me dói muito saber que,
se algumas pessoas não tivessem sido fracas, nós teríamos tido um resultado
final para todo o julgamento de OJ Simpson. Esse episódio foi muito
interessante por apresentar uma nova perspectiva do caso, e ele serve muito bem
a cargo de curiosidade, também, para entendermos como algumas coisas acontecem.
Coisas que eu não fazia ideia que eram assim. Por exemplo, aquele júri está
confinado naquele hotel (indo do hotel para o tribunal e do tribunal de volta
para o hotel) HÁ MESES, e é um tratamento vergonhoso e perturbador. Trata-se de
um doentio reality show,
perfeitamente desenhado para uma constante perturbação psicológica… quer dizer,
quem é que aguenta a pressão de estar ali HÁ TANTO TEMPO, vivendo em um
confinamento presidiário, com tão poucos direitos ou distrações. Eu,
certamente, seria aquela mulher que NÃO AGUENTA MAIS.
Porque eu fiquei sem ar só de assistir o episódio.
Que agonia!
Assim, era no mínimo respeitoso que eles
resolvessem isso tudo de uma vez. O caso demorou meses e meses, nos quais pelo
menos o OJ estava preso, mas não acho que seja o suficiente. Toda a esperança
de inocentá-lo me enoja, e aquela cena dele rindo e se divertindo na prisão,
jogando pôquer com os amigos foi o ápice do absurdo. Fiquei verdadeiramente
enojado e revoltado em ver aquilo acontecendo! A única coisa no meio daquilo
tudo que me deixou um pouco (e foi só um pouco) mais tranquilo foi o Robert
Kardashian FINALMENTE questionando de verdade a inocência de OJ Simpson. Nem
ele, ali próximo dele, consegue acreditar na inocência de OJ, então por que
alguém mais deveria acreditar? Foi interessante acompanhar suas reações ao
longo do episódio, ao conversar com OJ, ou ao ouvir aquele terrível ensaio dele
para o depoimento (OJ estava todo cheio de si, malandro, sentindo-se superior,
um tremendo babaca). E ele estava cada vez mais incomodado com aquilo tudo e
cada vez mais certo de que o OJ não era mesmo inocente como a sua equipe baixa
estava tentando provar.
O que me deixa triste é que ele poderia ter mudado
a história ao agir diferente.
Mas foi fraco e covarde.
E o problema era que o julgamento se prolonga por
meses e meses, e ele perde força. Nos dá agonia e nos enoja, mas parece que as
pessoas vão se tornando mais fracas para decidir se se importam com isso ou
não. E as provas irrefutáveis do DNA, por exemplo, não são suficientes na
época, quando o estudo ainda era raro e não tinha se consagrado como
atualmente. “Nobody understands god damn
DNA, Marcia!” Como promotoria, eu estaria me descabelando, porque é difícil
não perder as esperanças, embora eu goste da determinação de Marcia que a faz
sempre continuar. Também se o perito não fosse tão fraco e não tivesse tantas
incertezas ou feito coisas da maneira errada. A defesa não tem nada a favor de
OJ, mas eles atacam a promotoria na esperança de desestabilizá-los, de fazer
com que eles percam a credibilidade. E eles conseguem fazer isso. Olhamos para
o júri com um receio tremendo, sem saber exatamente o que eles estão pensando,
como eles estão reagindo a isso tudo e em quem estão acreditanto.
Mas a maneira como são tratados me leva a crer que
eles nem estão aí mais…
Só querem ir pra casa!
Foi uma vista instigante através do ponto de vista
dos jurados e em como eles convivem, ora em harmonia, ora cheios de brigas.
Confesso que em raras ocasiões eu me diverti com eles, com todos os casos ali e
as brigas na escolha dos programas de TV, por exemplo, mas é uma vida sofrida,
inumana. Surge amizade, surge irritabilidade, provocações. E foi isso que tanto
a promotoria quanto a defesa usou para ir liberando espaço nos jurados e
trazendo à tona os suplentes. A tentativa de manipular os 12 votos, tirando-os
de acordo com suas preferências e o que eles acreditavam que influía nos votos
finais. Foi uma verdadeira “brincadeira” com eles, os tirando loucamente, até
que a 1290 fosse levada como jurada. Espero que ela realmente faça um barulho e
uma diferença nesse caso todo. Foi um caso todo que ganhou repercussão na
mídia, mas o episódio não focou nisso, já que tantos episódios foram sobre
isso: o episódio focou no próprio júri, especialmente agora que estamos tão
pertos de vê-los em ação.
E eu estou nervoso.
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