Vale o Piloto? – The Real O’Neals 1x01e02 – Pilot / The Real Papaya
“We’re the O’Neals, dammit. And we’re a perfect mess”
QUE SÉRIE MAIS SIMPÁTICA! Tem toda uma controvérsia
em cima dela, o que levou a ABC a atrasar um pouco o início de sua exibição, e
eu achei que talvez nem conseguíssemos ver – mas aí está, finalmente! E com uma
crítica muito positiva (e uma estréia de boa audiência), acho que a série tem
chances. É uma sitcom sobre uma
família supostamente perfeita, cuja encenação se desfaz um certo dia e eles
precisam se encarar como eles realmente são. Então não é apenas sobre um garoto
que diz que é gay para a família, mas muita coisa, como os pais se divorciando,
a filha que rouba e o filho que tem um distúrbio alimentar. E esses são os
verdadeiros O’Neals com todas as suas
qualidades e todos os seus defeitos. Com uma estréia bastante interessante e
que flui muito bem, The Real O’Neals
conseguiu me conquistar logo de cara… eu estava sorrindo que nem um bobo,
estava rindo bastante de momentos realmente muito bons que a série apresentou.
Ótimas atuações e um roteiro muito bom, as piadas funcionam e nos divertem. Uma
sitcom que eu certamente continuarei
assistindo!
Estou já bastante apaixonado.
Você lembra do trailer divulgado no ano passado,
você sabe mais ou menos o que acontece durante o Piloto, mas eu vou explicar:
os O’Neals são, supostamente, uma família perfeita. E Kenny O’Neal, de 16 anos,
está prestes a transar com sua namorada por pressão dela, mas ele sabe que ele
não tem a mínima vontade de fazer isso com ela. É nesse momento que ele vai
para o banheiro com a caixa de 48 camisinhas para jogar no vaso e tem uma
rápida conversa com o modelo de colônia gostoso que aparece em seu espelho. “What are you doing in my mirror, shirtless cologne model?” E como tudo, depressa, vira
um verdadeiro escândalo e todo mundo fica sabendo que Kenny e Mimi supostamente
fizeram sexo antes do casamento, Eileen O’Neal (a mãe), tenta encobrir tudo com
um super bingo que ela organiza para a igreja. Mas Kenny não pode simplesmente
continuar segurando aquilo para si mesmo, ele precisa contar. E é seu pai quem
não deixa que o evento seja algo só entre eles, convocando uma reunião (que
todo mundo no bingo escuta).
“I don’t wanna have sex with Mimi.
Or any other girl. Vaginas scare me”
Pronto. O mais legal é que Kenny nem é o primeiro
a revelar o seu segredo, a contar para todo mundo que ele é gay. Antes disso o
pai e a mãe acabam contando que eles estão fazendo terapia de casal e se
separando. Jimmy O’Neal revela que tem anorexia e não vem comendo há dias.
Shannon O’Neal revela que ela rouba do dinheiro que pede das pessoas para
caridade. Então é o de menos Kenny O’Neal revelando que ele é gay. E posso
dizer? É gostoso demais ouvi-lo dizer “I’m
gay. I’m gay, mom”, porque esse é um momento importantíssimo na vida de
qualquer gay – ele começa uma NOVA VIDA agora e ele pode ser verdadeiramente
feliz, sendo quem ele é e tudo o mais. E a série começa muito bem, com piadas
como “Now you care about stealing”
quando Shannon reclama que a blusa não é dela, ou o ótimo momento deles todos
fugindo com a canoa, com Eileen e Kenny falando palavrões censurados, com
Shannon sem conseguir ajudar porque não alcança, mas correndo com os braços
erguidos de todo modo… e falas calculadamente pensadas como “But don’t worry, everybody still gets a
fruit cake. Oh! Sorry, Kenny”.
Ri muito mesmo!
E
é assim que Kenny O’Neal apresenta a sua família: “So here we are: just your typical all-American Catholic, divorcing,
disgracing, law-breaking, gay family. And I guess you can say we were all
finally out as who we really were”. No segundo episódio, com
participação de Jimmy Kimmel, Eileen está tentando fingir que nada aconteceu e
descobrimos que Mimi não estava no meio de todas aquelas pessoas que ouviram
Kenny contar para a família que ele era gay. O que significa que ele ainda
precisa terminar com ela ao contar a verdade. Não que Eileen queira deixá-lo fazer isso. “Well, my mom doesn’t think I’m gay and she
wants me to try Mimi’s papaya”. Claro que nós tivemos outros
momentos extremamente engraçados entre esses três, como o suco que a mãe
“derrubou” na Mimi, ou a maneira como ela falava dela (“Por que você não pode passar o resto da vida com uma biscate que eu não
suporto?”), ou ainda a Mimi pisando naquela salada de presunto no pé da
escada e caindo pela primeira vez no episódio.
Nada melhor que a Eileen atropelando ela no final!
Todas as cenas funcionam muito bem em um segundo
episódio tão bom ou ainda um pouco melhor do que o primeiro! A série tem
espírito, tem carisma, tem um bom roteiro e atores ótimos. Já me afeiçoei bem
depressa. Temos referências como “Hey!
Maybe we even end up being best friends like Will and Grace” ou ainda a
maneira como Pat O’Neal, o pai, disse “Plans?
We are going where we don’t need plans!” que foi exatamente no mesmo tom que o Doc
Brown diz “Roads? Where we’re going we don’t need roads”
em De Volta Para o Futuro. Ainda
tivemos momentos como “Oh, and you made
me go as Justin Bieber to the Halloween Party, when you got to go as Selena
Gomez” e a Mimi inconformada porque não percebeu antes que Kenny era gay – “I’m such an idiot”. E os finais dos
episódios com os três irmãos conversando, ambos EXCELENTES. O primeiro sobre as
músicas da Katy Perry: “So you’re gay,
right?” “Yeah” “And you listen to Katy Perry because
you like her music, right, not because she’s hot” “Yeah” “That’s interesting”.
O segundo sobre as camisas x blusas.
Mas ainda há algo de sério e de bonito na série
que é a última coisa que me conquistou. Eu gostei dela pela maneira como
algumas coisas foram apresentadas, eu gostei da maneira rápida mas forte como
Kenny enfrentou a mãe com dor verdadeira, dizendo que ele é gay e ela vai ter
que se acostumar com isso mais cedo ou mais tarde. E eu também gostei como,
depois do bombástico projeto na Feira de Ciências de Shannon (“Therefore my hypothesis is: There is no God”),
Eileen pôde dizer que aceitava os filhos como eles eram, de certa maneira,
usando a alegoria do Projeto de Shannon para falar sobre Kenny. E todos sabiam
que era pra ele. “Maybe being normal
isn’t the most important thing”. Mas é claro que ela não podia terminar o
episódio sem soltar uma “You’re grounded
‘till you believe in God” para sua filha que está começando a questionar a
sua fé. Mas acho que o crescimento de Eileen e Kenny abraçando sua sexualidade
serão cenas realmente muito bonitas a serem desenvolvidas.
Estou empolgado!
Comentários
Postar um comentário