Hoje é dia de “Mamonas, o Musical”!
“Roda-roda
vira, solta a roda e vem”
Eu era tão criança ainda quando aquele terrível
acidente levou o grupo Mamonas Assassinas,
mas ao mesmo tempo parece que eu me lembro com tanta clareza! Até porque eles
sempre foram lembrados com muito carinho pelo povo brasileiro. Há 20 anos, nós tínhamos
uma banda que fazia toda a diferença no cenário musical do país, com muita
irreverência, besteira nas letras, roupas coloridas e muita zueira. Eles eram
mestres nisso, e marcaram toda uma geração que cresceu escutando e cantando as
músicas tão divertidas que eles cantavam. Depois de não darem tão certo quando
tentaram ser “sérios”, eles se tornaram aquilo pelo o que seriam conhecidos: piadas talentosíssimas. Eles abusaram do
bom humor, e assim, os Mamonas Assassinas
ficaram e ficarão para sempre marcados em nossos corações. Quem é que nunca saiu
por aí cantando uma música deles, tipo Robocop
Gay? Ou que nunca dançou Vira-Vira?
Se você nunca dançou Vira-Vira, eu não
sei em que mundo você vive, isso é divertido DEMAIS! Ou os clássicos Brasília Amarela e Sabão Crá-Crá, que eu achava tão espertinha quando eu era criança…
Saudades define esse grupo!
Por isso mesmo, nós estamos ganhando um musical
que conta a trajetória desses cinco garotos (Dinho, Sérgio, Samuel, Julio e
Bento), e eu estou indo para o teatro, agora, com o coração dividido. Preparado
tanto para a diversão, para cantar, para aplaudir, mas também para chorar aos
soluços… eles são um máximo, divertidíssimos. E o musical deve retratar isso. E
toda vez que eles começarem uma clássica música divertida deles a plateia vai à
loucura, posso prever isso. Mas a história deles também tem um final
absurdamente triste que vai nos partir o coração. Eu sei, até porque anos atrás
o Por Toda Minha Vida fez um programa
sobre eles, e eu não consigo assistir (passou novamente recentemente) sem ficar
com algo grande entalado no pescoço, e daí quando eu começo a falar alguma
coisa eu caio em lágrimas e tudo o mais… acredito que o musical saberá
representar bem isso, por mais doloroso que seja. Então eu estou tentando me preparar
para algo intenso, com toda a alegria, vida e diversão deles, mas também toda a
dor de sua perda.
Vou contar mais tarde em que estado eu vou deixar
aquele teatro.
Em cartaz no Teatro Raul Cortez, em São Paulo, o
musical biográfico tem texto de Walter Daguerre, direção de José Possi Neto e
direção musical de Miguel Briamonte, e todas as músicas de seu único álbum
estão confirmadas, além de outras composições de artistas que foram suas
influências, como Legião Urbana. É,
as lágrimas devem chegar antes do fim do musical. O elenco é encabeçado por Ruy
Brissac (Dinho – que apresenta uma semelhança quase assustadora com o Dinho de
verdade!), Arthur Ienzura (Sérgio), Élcio Bonazzi (Samuel), Yudi Tamashiro
(Bento) e Adriano Tunes (Julio). Estou muito confiante no talento desses
rapazes e na força dessa história e dessas músicas para ser um espetáculo
brilhante que vá, realmente, divertir e emocionar, e nos fazer deixar o teatro
com uma mistura de emoção e empolgação e tristeza, em um gostoso e controverso
sentimento de nostalgia que experimentamos nessas situações. Agora me bateu uma
saudadezinha das vezes que fui ao teatro ver o musical do Cazuza e de como eu saía perfeitamente comovido de cada sessão
belíssima!
“Me passaram
a mão na bunda e ainda não comi ninguém”
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