Último capítulo de “Carinha de Anjo” (16 de Março de 2001)


“Minha filha, você é a felicidade de todos nós”
O capítulo para a redenção de Cassandra e a Primeira Comunhão de Dulce Maria. Eu gostei bastante de como a novela foi finalizada, com toda a inocência infantil em algumas cenas adoráveis de Dulce Maria, que sempre tem as mais divertidas falas, que demonstram sua imensa pureza e bondade, ao mesmo tempo em que também fecha o ciclo de toda a trama de Cassandra, que vem atormentando Tia Peruca há muito tempo e sendo uma constante dor de cabeça na vida do Tio Noel e de todo mundo. Além do mais, como o casamento de Cecília e Luciano aconteceu há muito tempo, nós temos a festa do último capítulo celebrada em um momento muito especial na vida de uma criança: a Primeira Comunhão. E é bastante bonito, porque o México parece ser um país bastante religioso, o que é evidente com a temática da novela e a maneira como as coisas foram apresentadas, e então nós temos essa belíssima celebração, e essa entrega das próprias garotas, felizes com o evento.
Cassandra é grande parte do capítulo – filha de Noel (o marido da Tia Peruca), ela é uma garota com problemas psicológicos, que nunca conseguiu superar a morte da mãe e que não aceita que o pai esteja casado e feliz; no início do Capítulo 175, Cassandra e Saturno seqüestraram Dulce Maria e fogem com ela em um helicóptero (e mais ou menos como quando ela foi seqüestrada com a Irmã Fabiana por aquele ladrão, ela solta umas coisas fofíssimas e inocentes como “O que é isso? Eu não posso ir à praia, porque eu não trouxe o meu maiô! Por que que a gente não volta lá pra minha casa pra eu poder pegar um rapidinho?”), o que acaba com Saturno caindo do helicóptero (“Santa Cacilda!”) e consequentemente morrendo, enquanto Noel e Luciano se desesperam, e as pessoas na escola (as crianças, as meninas grandes, a Cecília, o Gabriel, a Reverenda) oram por Dulce Maria, e são aquelas bonitas e comoventes conversas com Deus.
Assim como eles adoram colocar seus “vilões” em clínicas psiquiátricas…
Cassandra acaba internada.
Enquanto nós digerimos a informação de Cassandra internada, nós somos apresentados à proposta da Primeira Comunhão de Dulce Maria, a acontecer no dia seguinte, e a confissão naquele dia. E é uma das coisas mais fofas possíveis, com Dulce Maria toda envolvida com seus pecados e sua confissão. “O que me dá medo é a confissão. Vai ver o meu tio Gabriel não me dá a insolação. […] Insolação, a permissão pra comungar”. E ao falar sobre seus pecados e sua necessidade de conseguir a insolação para conseguir comungar, ela mostra um caderninho: “Olha só, eu tive até que escrever pra não esquecer nenhum deles”. Tinha como não amar? “Eu então, vou levar mais tempo, porque eu sou uma pecadora. Ai meu Deus do céu!” A confissão de Dulce Maria é um dos momentos mais ternos e mais inocentes possíveis, com todos seus pecados de garotinha de 6 anos. “Eu fiz uma lista de todos os meus pecados, estão anotados para eu não esquecer nenhum. […] Espera, espera, tio padre, não me distrai. Onde é que eu parei?” e ela confessa pecados gravíssimos, como: “Outro dia eu fiquei pra dormir no colégio, e com uma máscara, assustei toda as minhas colegas”.
Não dá vontade de abraçar e não soltar nunca mais?
“É melhor eu rezar dez, assim a insolação é maior”
O tratamento de Cassandra é acompanhado e tudo acontece depressa demais (“A Cassandra tá no hospital, pra apertar o parafuso dela que tá meio frouxo”) – diferente da Regina, em Cúmplices de um Resgate, que vai internada e termina o último capítulo fugindo, a Cassandra rejeita prontamente seu pai e qualquer tipo de tratamento. “Você não me ama, papai. Você nunca me amou. E nunca mais volte a me procurar!” E é a Angélica quem dá instruções a Dulce Maria que leve à clínica uma foto da mamãe de Cassandra, que o médico dela conheceu, para que pudesse ajudar no tratamento… as primeiras lágrimas da garota, o vídeo emocionante de sua mãe, e Dulce Maria dedica sua Primeira Comunhão à Cassandra, para que ela se cure e volte a ser boa. O bom coração de Dulce Maria é admirável, e o poder de suas orações também, afinal ela reza com todo seu coração, é mais verdadeira que todos. E assim Cassandra chora com o médico, diz que quer ter o pai de volta, quer melhorar, recuperar sua família…
E aparece, redimida, na festa de Primeira Comunhão, em uma bonita cena.
Na verdade, toda a sequência da Primeira Comunhão foi muito bonita e me deixou todo arrepiado, com A Barca cantada lindamente, e aquelas bonitas cenas, como Dulce Maria conversando com sua mãezinha, ajudando a Joaninha a ver a sua; a alegria contagiante das garotas; as orações sinceras de todos os presentes. A prova da redenção do avô de Dulce Maria, cujo coração ela conseguiu amolecer com suas características de Pollyanna: “Minha filha Angélica, sei que está aqui bem perto da minha netinha adorada, uma fadinha que veio dar sentido à minha vida”. Assim a novela termina, com um exemplo de toda sua ternura e sua emoção, mostrando tanto a inocência e pureza da infância, como também esses bons sentimentos e essas mensagens bonitas. Faz bem assistir a esse tipo de novela. Terminamos Carinha de Anjo com um sorriso no rosto e uma saudade crescendo. E em um abraço entre Dulce Maria, Cecília e Luciano, Cecília agradece a Angélica pelo presente que ela lhe deu, chamando Dulce Maria de “Minha Carinha de Anjo”.
Não é uma lágrima. Juro.
Ah, mentira. É sim!


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Comentários

  1. A maior pureza esse último capítulo, espero que o SBTnaao estrague com essa nova versão

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