WICKED Brasil – Texto 1 de 3
É só dançar
/ Entre na onda / Não se esconda mais
Um dos meus musicais favoritos de todos os tempos
[finalmente] trazido aos palcos brasileiros com toda a maestria de uma equipe
competente. Wicked é um espetáculo
grandioso, repleto de belos cenários e figurinos, e uma história envolvente que
nos marcará eternamente. A produção brasileira, atualmente em cartaz no Teatro
Renault, em São Paulo, é uma experiência sublime e maravilhosa, que nos leva a
esse mundo encantado de Oz, através de Elphaba e Glinda. O musical é bem
produzido em todos os sentidos, da produção técnica ao preparo incrível de todo
o elenco, carismático e talentoso, que nos encanta encarnando nossos adorados
personagens com tanta precisão. EMOÇÃO define o que sentimos sentados no teatro
vendo Wicked. É tudo muito grandioso,
e é divertidíssimo, ao mesmo tempo em que é perfeitamente emocionante. Assim, é
natural que nós demos muitas risadas, mas também derrubemos lágrimas frente à
belíssima produção e à história comovente. Eu desabei em lágrimas fortes quando
o musical chegou ao fim e o elenco se despediu e eu tive que encarar a
realidade de ter que ir embora.
Aquilo era lindo demais para deixar para trás!
Wicked
narra a história das Bruxas de Oz, mais especificamente Elphaba (a Bruxa Má do
Oeste) e Galinda (que mais tarde se tornará Glinda, a Bruxa Boa), e como elas
foram importantes para a construção daquele lugar como o conhecemos. O musical
começa nos apresentando uma celebração em toda Oz por causa da morte da Bruxa
Má do Oeste – e Glinda, que confessa tê-la conhecido na faculdade e ter sido
sua amiga, nos leva de volta à vida de Elphaba. É fascinante acompanhar todos
esses “bastidores” a O Mágico de Oz,
ver como aquelas jovens na Universidade se tornaram as personagens que
conhecemos mais tarde; entender como surgiram o Espantalho, o Homem de Lata e o
Leão Covarde, futuros companheiros de Dorothy em sua jornada; entender o real
motivo que levou a Bruxa Má do Oeste a aprisionar Dorothy daquela maneira e que
o derretimento com o balde de água era, na verdade, toda uma armação antes que
Elphaba pudesse fugir de Oz com o seu amado transformado em Espantalho.
Pelo menos na versão do musical.
A história tem todo um teor político fortíssimo, como
é percebido no livro de Gregory Maguire que serve como base para o musical –
ele constantemente dizia que não é possível separar a sua “vida pessoal da
política”. O musical traz a política de forma mais sutil em seu enredo, mas é
igualmente excelente. Acontece que o Mágico de Oz (detentor de nenhum poder
real, como se sabe), com medo de perder sua posição de poder, cria novas leis e
aprisiona Animais para que eles nunca aprendam a falar; mais tarde, frente ao
imenso poder de Elphaba, ele tenta recrutá-la para o seu lado (na cena da
transformação dos macacos alados), mas ela não concorda com as atrocidades
cometidas por ele, e foge, voando, para o Oeste – enquanto Madame Morrible
anuncia para toda Oz que Elphaba fugiu, e que sua pele verde é uma representação
de sua alma retorcida, e que ninguém deve acreditar em nada do que ela diz,
essa Bruxa Má. Então ela se torna má
sem de fato ter feito qualquer coisa além de questionar as autoridades.
Diferente de Glinda, que se submete a tudo isso imposto pelo Mágico por seu
desejo e vaidade.
“Você sabe
quem resistiria. Quem resistiu”
Como dito na introdução do texto, a produção é
excelente, e nós temos cenários grandes e lindíssimos de nos fazer perder o
fôlego! O momento, por exemplo, em que o baile está acontecendo em É Só Dançar (Dancing Through Life) e as
luzes do palco se acendem, é quase possível escutar a admiração da plateia. Há
várias construções, pontes, todos cenários detalhados e muito bonitos. Bem como
os maravilhosos figurinos usados por todo o elenco, que conferem o movimento e
a agilidade ao musical. As coreografias do elenco também são de tirar o fôlego.
Eu adoro, por exemplo, Ódio (What is this
feeling?) e, como eu já mencionei, É
Só Dançar (Dancing Through Life), que é a apresentação do Fiyero e é uma
cena longuíssima e lindíssima, com toda a performance, toda a troca de
cenários, toda a participação de todo mundo. É maravilhoso. E como não
mencionar aquele momento ÉPICO de tirar o fôlego que é Desafiar a Gravidade (Defying Gravity), quando Elphaba sobe, voando
sobre o palco, em um dos momentos mais lindos, mais emocionantes e mais
marcantes de todo Wicked. Que
sensação PERFEITA é aquela, de estar na primeira fila, e olhar para cima e ver
a lindíssima Elphaba de Myra Ruiz voando sobre Oz, dizendo que ninguém nunca
vai conseguir pegá-la… BRAVÍSSIMO!
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