God Help the Girl (2014)


God help the girl, she needs all the help she can get.
Uma emocionante história sobre o poder da música. God Help the Girl chamou a minha atenção assim que eu vi o trailer pela primeira vez – achei de um bom gosto impressionante, e eu sabia que precisava assistir. Com uma fotografia belíssima, nós temos lindos figurinos e músicas tocantes e envolventes, que são a marca do filme. É tudo tão gostoso de acompanhar. E doloroso ao mesmo tempo. Não me dera conta, até assisti-lo, do qual melancólica era a proposta! O filme conta a triste história de Eve, uma garota com problemas depressivos que foge do hospital e acaba conhecendo James, e o fato de ela escrever músicas para colocar seus sentimentos em palavras, e de ele adorar música e querer gravar um disco, os une em uma bonita história. Bonita, repleta de lindos e emocionantes momentos, mas sim, profundamente melancólica. Esse é o tom do filme, e eu percebi quando ele chegou ao final, que nós teríamos um final que não era feliz, mas nem por isso era triste. Um tom poético acompanha toda a trajetória de God Help the Girl, até uma finalização sublime.
O filme começa nos apresentando Eve, em uma comovente interpretação de Emily Browning, cantando músicas lentas, de letras deprimentes, em um tom de voz de partir o coração. É triste, e é assim que ela conhece James, interpretado por Olly Alexander. Depois ela acaba retornando para a sua internação, da qual ainda não estava pronta para sair – desse modo nós acompanhamos Eve durante todo o filme, com olhares vagos e perdidos, escondendo uma profunda dor que sai e se torna visível nas letras de suas músicas, chorando quando sozinha, tomando vários remédios… buscando algo, um motivo pelo qual viver. De uma maneira controversa, eu sou apaixonado pela personagem, mais por sua complexidade do que por qualquer outra coisa – seus sentimentos são confusos, até mesmo para ela, e ela vaga do sorriso e da brincadeira a completamente perdida ou desesperadamente precisando de proteção.
Assim ela acaba buscando James em seu trabalho quando foge novamente do hospital. E acaba morando na mesma casa que ele. E conhece Cassie (Hannah Murray) porque James está ensinando ela a tocar violão, embora ela queira escrever músicas. Assim surge a fofíssima If You Could Speak. AH, AQUELES ASSOVIOS E PASSINHOS! A amizade que surge entre eles é tocante e maravilhosa… e eles começam a montar uma banda em uma infinidade de cenas repletas de ternura e de bons sentimentos. Como aquele passeio de caiaque, e aquela sequência na qual eles estão tão empenhados em encontrar um baixista e um baterista para a banda, afinal Eve é convencida de que eles vão precisar deles para fazer música pop. Adoro Cassie garantindo que, mesmo assim, a banda é eles, e eles correndo pelas ruas com aqueles folhetos, distribuindo, sendo perseguidos por candidatos interessados em entrar na banda… é leve, descontraído, e em vista de todo o sofrimento e dor que Eve sente, mesmo quando a esconde, é belíssimo. São nesses momentos simples e rápidos que se encontra a beleza da vida!
E a discussão sobre o nome da banda? Ou o estilo da banda?
Também adorei I’ll Have to Dance with Cassie.
Representando a confusão de sentimentos de Eve, ela conhece Anton (Pierre Boulanger) e se envolve com ele, apesar de ele ser um arrogante babaca que não lhe dá valor, e nem entrega sua fita como ela pediu. Ele é o contraponto de toda a fofura, doçura e dedicação de James. As cenas de James são absolutamente encantadoras, eu juro que eu queria abraçá-lo e guardá-lo pra mim! Quando ele canta Pretty Eve in the Tub ou quando ela está mal e vai se deitar com ele. E toda a química bela entre eles está expressa, por exemplo, em The Psychiatrist Is In, que é uma das melhores cenas do filme! Eles funcionaram tão bem juntos, e as interpretações de guardar no coração! E a dor nos olhos de James quando ele conhece Anton e se afasta, mas ainda assim cuida dela quando ela usa drogas (na bela e diferente sequência de Musician, Please Take Heed) e a leva de volta ao hospital. Ela não querendo que ele saia do lado dela. E então ela diz que decidiu voltar para a Faculdade, que ela está partindo para Londres.
O último show de God Help the Girl, a fita tocando no rádio…
Não foi o final que eu esperava, mas eu entendi completamente… foi uma mensagem bonita e uma trajetória memorável. Antes de Eve acordar de volta no hospital, levada por James, e de nós descobrirmos o que aconteceu com ela, nós temos aquela bonita música dos três fazendo poses juntos, dolorosamente mostrando uma amizade verdadeira. Eu confesso que fiquei muito triste de ver Eve partindo para Londres, mas ao mesmo tempo eu fico muito contente de saber que ela está seguindo em frente, que embora ela ainda não esteja bem, agora ela tem forças suficientes para querer fazer alguma coisa, querer tocar sua vida… e é inegável que James e Cassie são o maior motivo disso tudo. Foram eles, agora abandonados mas amigos (a cena da Cassie levando ele na bicicleta foi linda), que deram todo o suporte a Eve quando ela mais precisava, e isso é uma amizade verdadeira. Foi um verão. Mas nada precisa ser longo demais para ser intenso. E certamente foi intenso, foi bonito.
Filme tocante, poético. Um belo e diferente musical.

Para reviews de outros filmes, clique aqui.


Comentários