Doctor Who: Season Four (2008) – Part 2


“There’s always something worth living for, Martha”
Por um dos dois motivos, ambos igualmente prováveis, o roteiro se preocupou em trazer Martha Jones de volta na quarta temporada por alguns episódios, primeiro no meio da temporada, e depois na esperada finalização. Pode ter sido uma tentativa de redimir novamente a personagem que não foi tão aclamada na terceira temporada, ou então era para fazer todo um caminho para o Doctor de David Tennant se despedir revisitando todas suas companions. Por um ou por outro motivo, foi bom ter o nome de Freema Agyeman de volta à abertura, porque esse tipo de coisa me empolga verdadeiramente. Engraçado como a abertura de Doctor Who tem uma significância gigantesca para nós, é como o baque terrível de ver apenas o nome de Peter Capaldi em Heaven Sent, depois a felicidade tão profunda e genuína de ver “Jenna Coleman” de volta em Hell Bent. Assim, Martha Jones está de volta, como uma companion bem diferente daquela que conhecemos na terceira temporada, formada e trabalhando para a UNIT, alguém que o Doctor transformou em um soldado. Sua presença é imensamente diferente da de Donna Noble.
“Doctor? It’s Martha! And I’m bringing you back to Earth!”
Bem, Martha Jones está de volta, inicialmente, para The Sontaran Stratagem, e é muito bacana vê-la abraçando o Doctor, feliz por reencontrá-lo mas certa de que realmente não quer mais viajar com ele, porque essa não é mais sua vida. E a interação dela e de Donna é HILÁRIA desde o começo! As duas fazendo comentários do Doctor e falando mal dele! " I’d rather you fighting”. Assim, a UNIT, presente em várias temporadas da série clássica de Doctor Who, é trazida de volta com força total, e o Doctor continua, de certa forma, um membro da organização, já que nunca pediu demissão formalmente. “Yeah, long time ago. Back in the 70’s. Or was it the 80’s? But it was all a bit more homespun back then”. Engraçado que o Peter Capaldi, por exemplo, assumirá com uma atitude completamente diferente sua posição na UNIT. David Tennant não gosta das continências nem nada disso. Já a Donna Noble, CLARO, chega a exigir uma continência, o que só prova o quanto ela é fantástica! Donna, EXCELENTE, evidentemente, é um máximo investigando as misteriosas 52 mortes através dos arquivos dos funcionários e fazendo mais avanço rapidamente que TODO mundo.
“I can see why he likes you. You are good”
O que me incomodou um pouco é que, inicialmente, eu gostei muito menos de Martha Jones nesse episódio do que eu gostei dela durante toda a temporada passada! Ela dá avisos sombrios a Donna sobre o Doctor, como “He’s like fire. Stand too close to him and people get burned” e, por vezes, parece guardar um terrível rancor dele, o que me machuca um pouco. Mas por causa desse aviso dela, nós temos um momento HILÁRIO entre Donna e o Doctor. Um entre tantos! Ela pede para ir embora. E é possível ver o choque nele quando ele responde. “If that’s what you want. Only. It’s a bit soon. I had so many places I wanted to take you”. Foi doloroso, foi lindo, foi emocionante. E ele diz, de forma tão emotiva ainda: “Thank you. Thank you, Donna Noble. It’s been brilliant! You’ve… you’ve saved my life in so many ways”. E então se torna DIVERTIDÍSSIMO, porque a Donna só quer passar em casa para ver a família, não deixar de viajar com ele. Ele se expôs e foi uma FOFURA sem a necessidade de tudo isso, mas foi ÓTIMO! Quando ele se dá conta disso… “You’re… you’re just popping home for a visit, that’s what you mean” e ela responde com um lindíssimo “You dumbo”.
Aqui, nesse episódio em duas partes, os Sontarianos são apresentados, e eles são tão risíveis que quase chegam a ser fofos. “He’s like a potato. A baked potato. A talking baked potato”. O mais fofo é o Wilfred (que é SEMPRE um fofo!) pedindo pro Doctor cuidar da Donna e ele dizendo que ela é quem cuida dele. OWN! E foi um profundo desespero acabar o episódio com o Sontar Ha enquanto Wilf está preso dentro de um carro com ATMOS, prestes a morrer! Poison Sky, a segunda parte, é bom para finalizar, mas não tão excepcional. Traz bastante de um clone mala de Martha Jones (não entendi a do roteiro, sério!), enquanto Donna Noble continua sendo engraçada, poderosa e emotiva. Uma companion COMPLETA. As cenas dela falando com a família são LINDAS. As com o Doctor também são lindas e às vezes engraças ao MESMO tempo. Tipo ela batendo nele no fim do episódio e o “Have I ever told you how much I hate you?”, mas, nesse episódio, O MELHOR DE TUDO certamente foi o gás tóxico tomando conta do mundo, o Doctor usando uma máscara de gás como proteção e fazendo uma referência a ele mesmo:
“Are you my mommy?”
GRITEI!
Ross, da UNIT, era bem bonitinho. Podia ser companion!
Uma das coisas mais interessantes e divertidas que a temporada apresentou foi a proposta de uma nova filha para o Doctor, em The Doctor’s Daughter, uma premissa básica repleta de possibilidades que não chegou a ser reaproveitada até o fim da temporada – talvez ela pudesse ter voltado para Journey’s End, mas não aconteceu. “She’s… well. She’s my daughter”. Achei uma pena que ela não fosse trazida novamente mais tarde, uma vez que Jenny é visivelmente uma personagem muito boa e cheia de potencial! Me diverti demais com ela, com a maneira como ela falava e pensava como um soldado, ri com os comentários da Donna sobre ela ser filha do Doctor, e o episódio traz novamente menção à dor da Time War, quando o Doctor diz que ela não é uma Time Lady, porque precisa de muito mais do que isso para ser uma, com toda a dor e responsabilidade que eles carregam. Mas eu queria explorar a Jenny e entender melhor suas extensões e limitações como personagem. Gostei de ver que o Doctor passou a gostar dela e a se importar com ela, a abraçou e cuidou dela, e a teve nos braços enquanto ela morria.
Foram cenas muito tristes. Enquanto Martha Jones estava do lado de fora com os Hath, sendo amiga de Peck e vendo-o morrer, Donna e o Doctor estavam com os humanos do lado de dentro da Guerra, enquanto todo o roteiro se desenrolava em uma história bem escrita sobre a terrível Guerra dos Sete Dias que atravessa GERAÇÕES como as de Jenny, que nascem instantaneamente como soldados. E, para finalizar o episódio, Jenny morre para salvar o pai, e é lindo. Uma outra grande culpa para ele carregar. Mas foi bonito porque ela viu um Mundo Novo antes de morrer, tudo o que ela queria ver. E o Doctor, aos prantos de forma comovente, a segura nos braços na esperança de que ela ainda vá se regenerar, afinal ela tem um pouco dele, inclusive os dois corações. Mas não consegue ver isso acontecer. O que não quer dizer que não aconteça. Eu não estava conseguindo conceber a possibilidade de ela NÃO se regenerar. Por isso não foi surpresa vê-la acordando, mas foi ótimo. Depois disso tudo, Martha Jones se despede e arranca de Donna uma frase de profundo mau augúrio: “How can I ever go back to normal life after seeing all this? I’m gonna travel with that man forever”. Como companion, Donna não devia dizer essas coisas!
Chegamos a tremer de medo pelo o que pode ser dela ao dizer isso.
“It’s not impossible. Just a bit unlikely”.

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