Teen Beach 2 (2015)


“You can do whatever you want. Change the movie. Make it your story”
Se você acompanha o blog há algum tempo, talvez você saiba que eu tenho uma paixão por Teen Beach Movie. Vários anos atrás, em 2006, a Disney lançou High School Musical, e fez com que eu apaixonasse, e aquele se tornasse um clássico da adolescência digno do Cantinho de Luz. Depois veio Camp Rock e bem mais recentemente, Teen Beach Movie, que eu demorei a ver. Podia ser só o musical para as crianças/adolescentes que assistem Disney Channel atualmente, mas eu gostei do filme muito mais do que isso – era mais do que isso. Eu gostei de Teen Beach Movie porque, por baixo de toda a simplicidade e bobice das piadas infantis que é tudo o que as pessoas às vezes enxergam, nós tínhamos um musical todo fofo e interessante, construído em cima de referências a zilhões de outros musicais, como uma maneira de homenagem, como West Side Story, Hairspray, Billy Elliot, Grease e até um pouquinho de De Volta Para o Futuro.
Mas sobre o primeiro filme, você pode ler minha review clicando aqui.
Agora eles conseguem repetir a receita de maneira surpreendente – eu me apaixonei pela complexidade e fofura do segundo filme talvez ainda mais do que o primeiro, mas não independente dele, afinal é uma bonita construção. E essa é uma das características que mais me alegram em ambos os filmes: como a história parece ser construída por pedaços, gradual mas consistentemente crescendo, amadurecendo. O primeiro filme começa todo pastelão, mas ele vai se construindo e crescendo e no fim é uma ótima experiência (embora a seja desde o início). Da mesma maneira temos esse amadurecimento em Teen Beach 2, que começa retomando todo o estilo do primeiro Teen Beach Movie em sua introdução – Best Summer Ever é uma retomada do estilo, do Wet Side Story, de tudo, mas você não sabe o quanto Teen Beach 2 crescerá até o fim! E é tanto surpreendente quanto recompensador assistir até o fim e se embasbacar com a finalização!
Best Summer Ever retoma Wet Side Story em sua finalização – colocando surfistas dançando na praia com jaquetas de motoqueiros, ainda retoma o estilo 1962 e os títulos das principais músicas do primeiro filme na letra da nova música. E a princípio é mais ou menos o que você esperava… nós temos o fim do verão e o retorno à escola (o oposto de High School Musical), e então o relacionamento de Mack e Brady começa a passar por suas intensas provações, afinal eles querem coisas diferentes, e agem de maneiras diferentes. Foi bom vê-los tirados da praia (ia falar tirados de sua realidade, mas digamos que nós vimos isso em Teen Beach Movie) e a Mack estava absolutamente encantadora, mas ao mesmo tempo… sei lá, eu entendi ambos os lados. Eu estava triste por Brady com a namorada toda preocupada e envolvida nos estudos, o deixando de lado; eu estava triste por Mack querer pensar em seu futuro e não ser compreendida nem correspondida.
Como os dois podiam estar sendo tão pertinentes?
É assim que ele tem uma música realmente de partir o coração. Os dois enfrentam bem depressa todo tipo de problema possível – depois de três meses muito bonitos juntos, de verão, o primeiro dia de aula mostra que nem tudo pode continuar sendo como estava sendo até então. “Is it too much for you to take one thing seriously?” “What? I take us seriously”. E eles precisam enfrentar um término abrupto. A música dele foi de partir o coração… mas foi super bonita! Além de que a cena ficou super bem feita, com ele tocando, depois ele cantando e gravando uma música… fora que a letra era de arrepiar! “As long as I have me myself and I / I’m doing fine”. Senti verdadeiramente por ele, e fiquei tão dividido em todo esse caso que nem sei explicar, porque eu sei perfeitamente ser o Brady e ser a Mack, ora um e ora outro. O que me deixa feliz, afinal não teve aquela tomada de lado, como quando ficamos com raiva da Mitchie em Camp Rock 2 pela maneira como ela está agindo!
Mas os problemas no relacionamento de Mack e Brady são apenas o início – eu gosto de ver, dentro de Wet Side Story, como a Lela está mudada, não aceita mais tudo como acontecia anteriormente. Todo Teen Beach Movie teve efeito sobre ela, afinal. E eu adoro como o filme fala sobre o empoderamento feminino, afinal ela não quer simplesmente continuar aceitando que ela precisa ficar parada esperando enquanto o Tanner e os outros garotos resolvem todos os problemas. E eu ri demais como ela resolve largar tudo. Quando ela está cantando Falling for Ya e cai nos braços de Tanner, solta sua fala do “I’m Lela”, mas não resiste… “I’m sorry, I can’t do this, put me down”. E então, querendo ser como Mack, ela resolve partir. “Mack wasn’t like any other girl I’ve ever met. She inspired me”. E a reação do Tanner quando a Lela entra no mar foi HILÁRIA! O gritinho, a voz grave, o começo de Falling for Ya. Hilário!
Quando Lela e Tanner chegam ao nosso mundo, nós temos um salto importante, e a história avança, como eu falava anteriormente – isso é o que eu gosto, de não termos sempre um “mais do mesmo”, de termos uma evolução. Sem contar que todo aquele início foi uma das coisas mais HILÁRIAS possíveis! Eles encantados com o nosso mundo, o “Those people are made out of rubber”, e o maravilhoso “We come to your world in peace” com a mãozinha! E também o reencontro dos dois com Brady e Mack, com toda aquela coisa de correr pela praia aos gritinhos e sorrisos, foi um reencontro tão bonito e fofo. Engraçado e pastelão, mas isso é o que o Tanner representa mesmo: os anos 1960. Enquanto Lela é a personificação de um amadurecimento, de uma vontade de ser mais e revolucionar. E a cena dos dois encantados com o chuveiro? Eu amo essa simplicidade, essa inocência que torna os dois tão encantadores – e a Lela tão feliz por estar aqui em nosso mundo, vestindo as roupas de Mack mas ainda parecendo anos 1960.
Lembra de como, no filme, Brady e Mack foram se transformando?
Bem, as coisas avançam e eu gostei das equivalências, demais. Dentro do filme, os cabelos dos dois nunca se molhava quando eles surfavam – e continua sem molhar quando eles entram embaixo do chuveiro. Enquanto as roupas anos 1960 continuam mantendo Lela como Lela, a personagem do filme. Mas ao mesmo tempo as coisas no filme começam a sair de controle, já que os outros personagens não fazem idéia de o que podem fazer sem Tanner e Lela – e é assim que nós ganhamos a hilária nova versão de Falling for Ya, que acaba de maneira perfeita. E um a um eles vão todos desaparecendo. Até que as coisas comecem a mudar aqui no nosso mundo também, quando Lela coloca uma roupa de Mack e fica “normal” (e fica muito bonita!) e o Tanner sorri e não tem mais o brilho… e o desespero dele com a sensação do cabelo molhado, que foi uma das melhores e mais engraçadas coisas do filme INTEIRO.
Rapidamente antes de entrar nisso tudo… precisamos comentar o que foi Lela e Tanner na ESCOLA \o/ As instruções de que eles não podiam cantar foram hilárias, porque eles ficaram com umas carinhas tristes e rostos abaixados tentando negociar… e o Tanner andando pelo corredor foi fantástico, com aquela música! “People dig me”. E a Lela completamente apaixonada por cálculo depois de um discurso sobre o poder das integrais – “Oh, you really got it, huh?” E para falar sobre Twist Your Frown Upside Down, eu devo dizer que eu gostei muito de como completamente surreal aquilo pareceu, e como o último refrão contou com uma coreografia e tanto! Ficou ótimo. E tanto Lela quanto Tanner vão parecendo mais humanos com o passar do filme. Ela preocupada com ela mesma: “Lela. I’m here to discover who I am and find fulfillment”. Ele preocupado com ela, ao invés de estar sempre só pensando nele, e a cena na qual ele conversa com Brady sobre preocupação foi muito linda.
“You have a boy who loves you. And you want more than that, right?”
Ter um namorado não é tudo, como parecia no filme em 1962…
Mas Brady e Mack ficam muito mais envoltos em resolver o “problema” de ter os personagens presos aqui em nosso mundo, do que em resolver os problemas entre eles. Eles explicam para Tanner e Lela que eles são personagens inventados, de um filme, de maneira brutal e interessante. “But… I don’t want to live in a movie world”. O Silver Screen foi a versão desse filme de Can’t Stop Singing. Foi uma cena cheia de cenários e cheia de referências, apresentando o fantástico mundo dos filmes no qual às vezes nós achamos que preferiríamos viver, mas não chega realmente a ser verdade. E mais uma coreografia fantástica quando eles chegam àquela parte do tapete vermelho… mas nada disso é suficiente para Lela. “Sorry, but no. I don’t wanna be that girl anymore. And don’t want anybody to write my lines for me. I wanna stay here”. É assim que o colar acaba trazendo o resto dos personagens para cá também, e Lela e Tanner se dão conta de todo o problema e que precisam voltar para casa, mesmo que tristes e chorando… mas eles precisam salvar o filme já que todos seus amigos estão desaparecendo.
O final é turbulento, angustiante, PERFEITO.
Primeiramente Brady e Mack precisam resolver os seus problemas como um casal, e precisam entender que se amam e que eles merecem estar juntos, e precisam entender como fazer o relacionamento funcionar fora do verão. Adorei como, com todo o climão entre Brady e Mack no baile, Tanner e Lela resolvem voltar para ajudar e conversar com o Brady: “You came back for us? You risked everything”. Foi uma cena muito bonita! “Some things are worth the risk”. E Gotta Be Me foi ÓTIMA! Que música foi aquela, com todo aquele clima de baile, aquela coisa meninos versus meninas, toda a coreografia e a batalha enquanto Mack e Brady se reconciliam. Foi tudo tão grande e tão bonito! Acabando com Brady caindo nos braços de Mack. “I guess I literally fell for you, huh?” Esse filme está cheio de auto-referências, e isso me agrada. Mas então, logo depois, eles percebem que as coisas não estão tão boas ainda quando Butchy também desaparece…
E um a um todos desaparecem. Menos Lela e Tanner.
Uma das minhas coisas favoritas nessa sequência que veio antes do grande final é a maneira como a amizade foi valorizada, como foi bonito ver todo mundo junto, se ajudando e estando lá, um pelo outro. Afinal Mack entendeu que o Brady tem sim um futuro pelo qual esperar, e os dois juntos ajudaram na prancha para Lela e Tanner voltarem para dentro do filme – os quatro juntos em volta da prancha foi lindo DEMAIS, aqueles olhos, aqueles sorrisos! E a reprise de Meant to Be meio que acabou comigo, fiquei todo arrepiado. E então mesmo com todo aquele nervosismo, aquela coisa de nada funcionar quando deveria funcionar, as coisas funcionam, e Tanner e Lela conseguem ir embora, não sem antes eles terem uma bonita despedida na qual Mack diz para Lela as coisas que mudarão tudo e moldarão o fim do filme: “You can do whatever you want. Change the movie. Make it your story”. Então você se abraça e vai…
São FANTÁSTICOS 10 minutos finais de Teen Beach 2, e muito surpreendente!
Adorei a maneira como eles finalizaram a história diferente de qualquer coisa que nós esperávamos. “Brady, if this doesn’t work, and Lela and Tanner vanish, and the whole movie never even existed, then doesn’t that mean that we never even met?” E como segurar os sentimentos quando ele sai da água correndo e passa reto por ela sem dar atenção, e ela encolhida dentro da blusa vira a cabeça para olhá-lo, mas sem reconhecê-lo. E ELES NÃO SE CONHECEM MAIS. Tive sentimentos muito controversos, eu estava completamente dividido. Estava bonito, eu estava emocionado, mas também estava profundamente triste, porque eles não podiam não se lembrar um do outro… sei lá. Mas daí aquilo foi crescendo em mim e eu fui entendendo, e eu acredito que Teen Beach atingiu, até então, o ápice de sua maturidade em questão de história! Foi contada de maneira brilhante e surpreendentemente. E foi tão emocionante.
Nós temos um verdadeiro recomeço…
Uma festa na praia, o SAVE THE BEACH organizado por Mack, o filme apresentado que não é mais Wet Side Story, agora é LELA – QUEEN OF THE BEACH (haha, peguei a referência ao título de Priscilla – Queen of the desert!), mas ainda é um “1962 beach movie party”. Eu ainda estava engasgado, mas estava achando tudo lindo, andando com cautela em relação a meus sentimentos… eles não se conhecem, ele não entende as roupas, e os papéis se invertem astronomicamente! “So we all agree that’s the awesomest movie ever made” “I’m not sure awesomest is a real word”. Aquilo foi tornando o relacionamento dos dois ainda mais bonito e ainda mais especial. E nós sabemos que eles vão ser felizes. Agora que awesomest é dela e a proposta do smoothie de manga é para ele. E o sentimento está ali, que eles ainda não entendem. E Lela – Queen of the Beach começa a ser apresentado lindamente, em uma releitura magnífica daquele filme!
“It’s a different story ‘cause I changed the end. I make my own destiny”
É realmente sobre um reboot e um recomeço, mas não acho que seja possível que nós não nos apaixonemos tudo de volta – tem como não ADORAR esse final? A exibição misturada à festa na praia em nosso mundo é emocionante, a coreografia está linda! E a música, o That’s How We Do é a minha FAVORITA em todo o filme… o que foi aquele refrão? Tão envolvente e maravilhoso, e mais uma vez tão 1960, mas ao mesmo tempo revolucionário e retrata tão bem toda a vibe desse segundo filme, a mensagem e o poder de Lela como protagonista! Adorei a energia de todo esse elenco. Adorei a aproximação de Brady e Mack acontecendo, eles começando a se apaixonar, a se encantar um pelo outro tudo novamente… a dança dos dois foi ótima. O “I’m Mack” “I’m Brady” do final foi PERFEITO. Foi tudo tão bonito, tão emocionante e tão grande, tão diferente do que eu estava esperando, mas simplesmente fantástico.
QUERO MAIS!
CADÊ TEEN BEACH 3?

Para a review de Teen Beach Movie, clique aqui.


Comentários

  1. entao o Brady e a Mack não se conhecem pq a Lela mudou o filme?

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    1. Sim... com a mudança do filme, ele já não era mais o favorito do avô de Brady, e consequentemente o Brady nunca tinha nem ouvido falar dele... mas era um filme super moderno para a época, com uma protagonista mulher forte, então acabou sendo o favorito de Mack. Como eles se conheciam por causa do filme, eventualmente isso volta a acontecer: eles se conhecem por causa do filme, mas em outra ocasião, agora a Mack sendo a fã número um...

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  2. Então a tia da Mack ainda não apareceu? Sendo assim ainda corre o risco da história do primeiro filme acontecer toda novamente (com os protagonistas invertidos na animação) e ter um looping com isso?

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  3. Não faz sentido eles não se conhecerem

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