30º Festival de Teatro de Cascavel – Musical HAIR


Deixe o sol entrar!
Eu estou verdadeiramente feliz por Cascavel ter recebido essa incrível produção! Para fechar o 30º Festival de Teatro de Cascavel, um grupo de atores da região apresentaram uma lindíssima versão de Hair, o Musical. Bem, se você lê o Parada Temporal você deve saber que eu sou APAIXONADÍSSIMO por esse musical! Vi em 2012 a versão em São Paulo e você pode ver nas postagens antigas que inclusive recebi comentários de Hugo Bonemer e Fernando Rocha! HAIR é uma experiência magnífica que fica grudada em você para o restante da vida. Eu sou apaixonado por musicais, simplesmente os adoro, mas a sensação de deixar o teatro depois de ver Hair é inovadora – tudo o que a história e as músicas te fazem sentir ajudam a moldar você como você será daquele dia em diante, por mais forte que essa responsabilidade possa parecer. Mas é real. Vi em São Paulo Hair 3 vezes. Não podia deixar passar Hair em uma cidade tão próxima! E lá estava eu. E saí do teatro extremamente satisfeito, feliz, sentindo novamente toda a emoção de viver novamente essa história. Espero que esse elenco talentoso possa interpretar o musical mais vezes…
Se quiserem vier a Foz do Iguaçu, estaremos aqui assistindo!
O musical é lindo, como sempre. Na verdade, a cidade apresentou uma versão levemente alterada do musical, que tirou músicas mais “chocantes”, talvez, como Hashish, logo no começo da produção, e a cena de nudez do fim do primeiro ato, por exemplo, foi excluída, mas a música se manteve, evidentemente. Depois da queima das convocações para a guerra, da qual Claude não consegue tomar parte, ele canta Pra Onde Eu Vou?, e a cena de nudez (lindíssima nos originais!) foi substituída por uma veracidade na intensidade com que eles cantaram, e numa união belíssima em um abraço grupal repleto de emoção. Ficou lindo. Outras cenas de que senti falta foram Initials (que não é tão importante, mas é uma diversão tão boa que faz falta!) e o Going Down do Berger. Além de Easy to be Hard. O segundo ato é que foi BASTANTE cortado, com músicas como Electric Blues, Black Boys e White Boys cortadas. Mas o que mais me chocou e é o que eu de fato lamento, é a falta de Bom Dia Estrela.
Não consegui conceber Hair sem ela!
Enfim.
Uma convicção (oi, Margaret!) com a qual eu deixei o teatro é uma afirmativa das outras vezes que vi o musical: Jeanie é um destaque nato. Além de toda a inteligência, graça e carisma inegáveis da personagem, Virgínia Telles estava INCRÍVEL no papel. Ela aceitou Jeanie de uma maneira tão brilhante que não dava para não adorar. Perfeita. Ela falava como a Jeanie, ela andava como a Jeanie, ela ria como a Jeanie. ELA ERA A JEANIE. E um amor de pessoa que teve que tirar fotos com metade da plateia no fim do espetáculo! Adoro seus momentos todos, como o “Eu mandei um telegrama para os pais, e disse a eles que eu estava grávida. Eles me disseram: problema é seu, continue grávida”, ou o “Levei uma bolsada aqui mesmo nesse teatro hoje” e “Eu cismei de ter esse filho aqui na Terra”. Mas nós ADORAMOS como ela diz “Claude” ou insiste que “O Claude me ama!” E ela dando conselhos a Crissy… enfim, todos os momentos, de falas a simples passagens, de Jeanie são memoráveis. E guardamos para sempre no coração. E Jeanie é um máximo, de verdade. Como personagem, além de representar toda a chapadez da tribo, e nos divertir, ela entende coisas antes de todo mundo, especialmente o Claude. Sobre como ele está apaixonado pela Sheila e pelo Berger. O motivo de ele limpar o quarto… enfim.
PARABÉNS, VIRGÍNIA TELLES, VOCÊ ESTAVA INCRÍVEL!

O elenco estava cheio de nomes que merecem muito ser elogiados. Claude Bukowski é um personagem que nós adoramos. Ele é uma pessoa confusa, tímida e extremamente sonhadora. Romântico. Claude recebe a convocação para a guerra e não sabe direito o que fazer. Ele tem toda a pressão da família e da sociedade, e não tem a força necessária para enfrentar o sistema e abraçar definitivamente a causa hippie como gostaria de fazer. E Fabio Fernandes interpretou brilhantemente um fofíssimo Claude, entrando como soldado de forma chocante no fim da peça. Por outro lado, Berger tem que ser sensual. E isso não está no seu corpo, necessariamente, mas na sua expressão, em sua interpretação. Lair Junior fez uma ótima apresentação como o personagem controverso que nos diverte e que adoramos, mas que temos raiva em alguns momentos. Também saí do teatro encantado com a interpretação de Carlos Henrique Cortina Motta de Woof, extremamente fofo no incrível Woof, que é um personagem que adora tudo, especialmente o Mick Jagger. Mas ele é basicamente apaixonado por todos. E Tays Villaca, a incrível Dionne, com uma voz maravilhosa anunciando a Era de Aquário. Fiquei especialmente apaixonado pela sua simpatia ao conversar conosco após a apresentação.
Boa sorte, e que vocês possam ir para Toledo!
E apresentar esse musical muitas e muitas vezes ainda.
Não tenho uma lista completa do elenco, mas todos estavam DE PARABÉNS. Sou apaixonado por HAIR desde que o assisti pela primeira vez. Com uma mensagem belíssima, o musical trabalha temas extremamente atuais. Se passando na década de 1960, temos uma tribo de hippies em Nova York que lutam contra a matança na Guerra do Vietnã. E é incrível como ainda soa pertinente e atual. Vários temas são trazidos à tona, nos divertimos muito no começo, nos emocionamos muito na segunda metade e choramos com o final, mas o que vale é a mensagem, e a mensagem é belíssima. Paz e amor. A ideia de ser livre, de ser o que você é e fazer o que quiser, desde que não faça mal a ninguém. O mundo seria um lugar muito melhor se nós vivêssemos mais sob os princípios pregados no musical, porque o amor reinaria com mais afinco e não teríamos que sofrer com tantas mortes e destruições desnecessárias. Mas eu tenho a esperança de que a mensagem pregada por HAIR possa sempre se espalhar mais e mais.
Mais uma vez, parabéns ao elenco!
Esperando novos musicais em Cascavel, quem sabe?
Por que não O Despertar da Primavera?!

Para mais postagens de Hair, clique aqui.


Comentários