Doctor Who, 2008 Christmas Special – The Next Doctor
“I’m the Doctor. Simply the Doctor. The one, the only
and the best”
Com uma deliciosa participação de David Morrissey,
temos uma dúvida levantada: e se o
companion do Doctor fosse extremamente parecido com ele mesmo? Bem, eu
acredito que o personagem de Jackson Lake tinha TUDO para ser um excelente companion. Continuo batendo na tecla da
necessidade de mais companions
masculinos em Doctor Who, e David
Morrissey parecia se encaixar perfeitamente no papel. Em algum momento do
episódio, o próprio Tenth Doctor estava se passando de companion do outro “Doctor”, o que foi bem legal para justificar
seu monte de perguntas! O episódio tem um ritmo delicioso e uma história
intrigante. Bem depressa você vai entendendo o que está acontecendo, fazendo as
claras suposições que só podem estar certas, mas o episódio não deixa de ser
encantador. Foi uma ideia incrível a de apresentar, antes da partida de um
Doctor, um Doctor futuro. O próximo ou sabe-se lá quando que ele apareceria.
Não é muito bom em termos de roteiro, queimar uma regeneração do Doctor com
alguém que dificilmente retornará em outro momento, mas não deixa de ser uma
proposta incrível!
Por isso eles justificam toda a história de um
jeito ou de outro.
E eu ADOREI.
O episódio começa extremamente intrigante, e
recheado daquelas interpretações incríveis (engraçadas e fofas) de David
Tennant, cheia de “What?”s e outras
coisas. Afinal de contas, nós temos Rosita, uma suposta companion do Doctor chamando loucamente por ele. E quando ele
aparece para ajudá-la, mesmo que ainda confuso com a situação, ela simplesmente
continua gritando. “Não. Sou eu, eu estou bem aqui, na sua
frente”. Até que um outro Doctor apareça. O Doctor. Só Doctor. Com chave de fenda sônica. Uma TARDIS. Um Senhor
do Tempo. Bem, dá para entender a confusão do Tenth Doctor. As caras dele,
as perguntas, são todas EXCELENTES. E eu ri muito nessa introdução genial do
episódio! Até com o “Allons-y!”
duplicado e os olhinhos desconfiados dos dois. E, de todo modo, eu ADOREI ver
como companion, na abertura da série,
um nome masculino. Acompanhando David Tennant, temos David Morrissey. Jackson
Lake. Inicialmente um suposto Doctor. Bem, esse é o Natal de 1851, que não é
assim um ano tão entediante quanto o Doctor diz que seria lá no começo do
episódio.
“Don’t you
recognize me?”
É bacana como o Doctor parece aceitar bem e
depressa o fato de termos outro Doctor. Quer dizer, o Doctor já se encontrou
com outras versões dele, o que quer dizer que ele sempre olha seu próprio
futuro – então não era assim tão estranho.
Não tinha que ser. O estranho é que esse “Doctor” que o Tenth encontra não se
lembra dele, e ele só pode ser uma regeneração futura! O roteiro parecia bem
mais complexo e intricado no começo, mas as justificativas estavam todas lá e
eram MUITO BOAS. O Tenth queria ser lembrado, e estava preocupado com essa
versão sua do futuro que não tinha memórias de seus outros rostos.
Aparentemente esse “Doctor” do futuro não conseguia mais lembrar-se de quem é,
não desde o ataque dos Cybermen. O Tenth tentou. Juro que ele tentou, usando
referências como o “Don’t blink!”
(ah, eu amo os Weeping Angels!), mas não deu certo. Mas sabe o que eu achei,
acompanhando o episódio? Que David Morrissey é um ator que poderia ser usado em
Doctor Who! Ele seria um bom Doctor,
simpatizei com ele. E como Jackson Lake, ele seria um ótimo companion. É isso.
“You ask a lot of questions”
“I’m your companion!”
Mas o Tenth Doctor vai desvendando, lentamente, o
mistério sobre como Jackson Lake não pode ser o Doctor. Embora eles tenham uma
conversa e a dinâmica deles seja um máximo, o Tenth vai se dando conta de como
ele não é o Doctor, só acredita que é. A chave de fenda dele, por exemplo, não é sônica. É uma chave de fenda normal. O relógio que ele carregava como parte de
seu figurino meio Série Clássica também era meramente decorativo e não continha
nada como a essência de um Time Lord, como vimos em Human Nature e no final da terceira temporada. E, por fim, a TARDIS.
Assim como o Tenth, eu ficaria curiosíssimo para conhecer a “TARDIS” de outro
Doctor – mas era um balão. Muito
bonito e curiosa a ideia, mas não era realmente uma TARDIS, right? Ainda assim, é bacana ouvir de
Rosita (e o Tenth também achou bonito escutar aquilo tudo) o tamanho da coragem
do “Doctor” e como ele salvou sua vida. A questão remanescente era exatamente: como e por que Jackson Lake achava que era o
Doctor?
“I was holding that device the night
I lost my mind. The night I regenerated”
Tudo é muito bem explicado a partir dos Cybermen.
Depois que Jackson Lake usa alguns dispositivos para destruir Cybermen que
estavam atacando a casa, ele entra em choque, cheio de lágrimas e desespero. E
o outro “Doctor” se revela Jackson Lake. Ele é um humano traumatizado, com toda
a bravura que vimos, que ao ter acesso a um selo de informação sobre o Doctor,
passou a acreditar que era ele, fugindo de seu passado porque não conseguia
olhá-lo. O Doctor foi super cuidadoso na conversa com ele, em uma cena
lindíssima, extremamente terno ao explicar o que estava acontecendo. “Time and space. The perfect escape. Do you ever wonder what you’re
escaping from?” Era
preferível acreditar que era o Doctor do que enfrentar o trauma de ter perdido
a mulher, assassinada pelos Cybermen. Então vimos rapidamente todos os outros
rostos do Doctor. E foi de arrepiar, como sempre! Dali, depois de uma cena
super emotiva, eu achei que o roteiro falharia ao pegar Rosita como companion do verdadeiro Doctor e
abandonar Jackson Lake, o companion
ideal no episódio. Mas ele aparece, todo poderoso, “armado”, pronto para
destruir Cybermen.
E surge a Cyber-King.
Vejo que o tempo de David Tennant no papel de
Doctor tentou trazer algumas inovações aos clássicos conhecidos – tivemos um
Dalek Humano que não deu muito certo e ficou mesmo meio estranho demais, mas
agora temos uma nova proposta de Cybermen que realmente me interessou. Cybermen
tentam inibir emoções, trabalhar com a razão, e são vistos como falhas no
sistema quando apresentam essas coisas. Mercy Hartigan se torna a Cyber-King,
um novo Cyberman onde há emoção – e ela
foge do padrão por isso. Me pergunto o quão mais perigosa ela não se torna
por isso! Podendo converter milhões, o Cyber-King ataca a cidade como um
perfeito vilão de Power Rangers, destruindo tudo pelo caminho. Mas o Doctor é
melhor em sua TARDIS-balão (“It’s the
TARDIS. She’s flying”) destruindo o monstro que os heróis coloridos. Não
houve mais destruição por causa dele.
Bem, aquele Arco Dimensional mandando o Cyber-King para o Vortex foi GENIAL. E
extremamente útil para garantir a segurança de todos abaixo.
Então voltamos para o Doctor solitário que
conhecemos.
O Doctor é um alien brincalhão que já sofreu
demais, e David Tennant tem uma carinha de cachorro triste que nos destrói.
Aquela rápida cena dele sozinho no balão enquanto todos aplaudiam aqui de baixo
foi linda! Achei lindo o Jackson Lake todo agradecido em relação a ele, com o
filho nos braços! E quando Jackson o convida para um jantar de Natal, só isso,
eu quis que o Doctor ficasse, achei que ele devia. E me doeu vê-lo recusar. Mas
como ele leva o Jackson até a verdadeira TARDIS (desconcertante, certamente, e
Jackson não precisa de mais do que ver o seu interior, infelizmente), as coisas
mudam. É triste ver o Doctor explicar por que está sozinho. “They leave. Because they should. Or they find someone else. And some of
them – some of them forget me. I suppose in the end… they break my heart”. Vê-lo admitir que ver as companions partirem parte seu coração.
Aqueles olhinhos tristes de cachorrinho pidão. Mas Jackson Lake faz uma última
coisa para que o amemos: ele convence o Doctor de que ele precisa ficar para
jantar. E é lindo.
Emocionante. “Merry Christmas indeed,
Doctor”.
“Jackson, if anyone had to be The Doctor I’m glad it
was you”
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