Harry Potter and the Cursed Child, Part 2 – Act 4
“The Boy Who Lived. How many people have to die for
the Boy Who Lived?”
Acho que o Quarto e último Ato de Harry Potter and the Cused Child passa
mais depressa, e tem um tom muito mais emotivo que qualquer outra coisa. Nós
somos levados a reviver momentos marcantes da jornada de Harry e o roteiro
implora pelo nosso lado nostálgico para nos levar às lágrimas em momentos
comoventes. E terminamos a história mais ou menos como esperávamos. Eu gostaria
de ter podido acompanhar mais de Scorpius Malfoy, porque sou apaixonado por ele
(e me revolta que ele seja apaixonado por Rose Granger-Weasley), e eu sei que
as coisas vão ficar bem entre Harry e Albus. Esse último ato, além do básico,
conseguiu deixar a linha temporal tranquila, exatamente como estava quando
começou, com todo o transtorno sendo apenas uma maneira de intensificar as
relações dos personagens e fazer com que eles se conhecessem. É bom saber como
as coisas estão, como eles se relacionam e se comportam, e como as vidas das
próximas gerações continuam sempre sendo influenciadas, ainda que
indiretamente, pelas coisas grandiosas que aconteceram quando Lord Voldemort
tentou matar Harry Potter.
Mas acho que isso agora chegou ao fim,
definitivamente.
O último ato começa com Harry pedindo que Draco
Malfoy deixe que seus filhos façam o que precisa ser feito agora – não há o quê
fazer nem como saber onde eles estão, então eles são sua única esperança e
precisam de confiança. Enquanto isso, Scorpius Malfoy e Albus Potter estão em
30 de Outubro de 1981, onde precisam salvar o bebê Harry Potter do ataque de
Delphi, que tenta quebrar a Profecia Original que enfraqueceria Lord Voldemort
a ponto de ele perder sua forma física. É bom vê-los em Godric’s Hollow, mas a
tensão nos deixa apreensivos. “What do we do now? How do we
protect my dad?” As
resoluções vão se desenrolando de forma emocionante quando, por exemplo, Harry
Potter conversa com o Quadro de Dumbledore, um pai para ele, um péssimo pai,
mas um pai. As declarações de amor me arrancaram arrepios! Draco Malfoy também
tem uma cena EXCELENTE com Harry, e pela primeira vez, eles se olham como amigos. “Love blinds. We have both tried to
give our sons, not what they needed, but what we needed. We’ve been so busy
trying to rewrite our own pasts, we’be blighted their present”.
E a genialidade de Scorpius Malfoy e Albus Potter,
no passado sem saber o que fazer e desesperados para pedir ajuda, é magnífica!
O típico da viagem no tempo – e das dicas de J.K. Rowling que pensa em tudo.
Como o pomo engolido em Pedra Filosofal.
Quando Scorpius e Albus, em 1981, veem Lily com o pequeno Harry Potter no colo,
enrolado na mesma mantinha que Harry tentou dar de presente ao filho no
Primeiro Ato, as peças se encaixam. Eles decidem escrever na mantinha com um
material que reaja a outro, comum a todas as Poções do Amor, para que só se
torne visível quando Albus jogar a mantinha pelo quarto e ela colidir com a
Poção do Amor que Ron Weasley lhe deu – e
Albus sabe que o quarto está intocado, porque Gina não deixou que Harry
entrasse nele desde que ele foi embora. Então a mensagem ainda estaria lá e
não seria lida antes da hora. “Dad. Help.
Godric’s Hollow. 31/10/81”. E seria lida a tempo porque o Harry sempre
precisava de sua mantinha, a única coisa que tinha de sua mãe, na mesma data,
todos os anos.
Então ele pôde encontrá-la e ler o pedido de
socorro do filho!
No passado, em 1981, Godric’s Hollow, a turma toda
se reúne então. Ao lado de Scorpius e Albus, nós temos Harry, Ron, Hermione,
Gina e Draco. A dinâmica desse grande grupo é fantástica, com cenas maravilhosas
como o Draco dizendo “We can hug too if
you like…” para o filho, que foi fofo; Ron comparando Scorpius e Hermione
quando eles falam ao mesmo tempo: “Blimey!
There are two of them”; e uma possibilidade de amizade real entre Draco e
Hermione, depois de tantos anos: “Hermione
Granger, I’m being bossed around by Hermione Granger. (She turns towards
him. He smiles.) And I’m mildly enjoying it”. Mas nem só de cenas bonitinhas vivemos
nessa resolução final de Harry Potter and
the Cursed Child e temos um dos planos mais controversos e mais
assustadores de toda a saga: Harry Potter
se transformando em Lord Voldemort. E não é nem com Poção Polissuco, porque
eles não tem nada de Voldemort que possa ser usado na transformação, mas sim
com Transfiguração e a ajuda de todo mundo. É angustiante só pela descrição, e
por imaginarmos isso acontecendo. “The Transfiguration is slow and
monstrous. And the form of VOLDEMORT emerges from HARRY. And it’s horrendous”.
E então o Harry vira o Voldemort.
Mas a cena é eletrizante. Quando Harry/Voldemort
interage com Delphi tentando convencê-la de que é seu pai, nós ficamos
arrepiados! Mas passa depressa, e ele vai voltando a ser o Harry Potter de
sempre. É bonito ver o Albus vindo ao seu resgate. É terrível vê-la usar o
Avada Kedavra, porque você teme que um dos dois possa ser acertado. E então
todos vêm ajudar o Harry, em uma última e bonita amizade de amor e amizade. “I’ve never fought alone, you see. And I never will”. E quando o Voldemort, de
verdade, chega, ele caminha pelo teatro levando a morte consigo – preparando-se para a clássica cena em que
matará James e Lily Potter. Nós presenciamos o ataque sem vê-lo, e é
igualmente doloroso. Ouvimos os gritos, vemos os clarões verdes dos feitiços.
Dói ver Harry sofrer ao presenciar aquilo, sentir a força do momento. Mas é
lindo Albus segurando sua mão. Gina a outra. Ambos o amparando. E então tudo
termina. Hagrid está ali para buscar o pequeno Harry Potter e levá-lo embora,
para morar entre os trouxas.
Foi lindíssima a cena final de Harry Potter e
Albus Severus Potter na colina onde Cedrico Diggory está enterrado – quer
dizer, mais ou menos o que esperávamos, mas ainda calmo, ainda sutilmente
levando a uma solução. Harry e Albus precisam se conhecer, precisam se abrir,
porque eles certamente se amam. E eles dão os seus primeiros passos, o que é
revigorante. Harry promete ser um melhor pai. Albus promete ser um melhor
filho. “That thing I said to you – it was unforgivable, and I can’t ask you to
forget it but I can hope we move past it. I’m going to try to be a better dad
for you, Albus”. Finalmente
Harry se abre, é honesto com seu filho
como Gina pediu que ele fosse durante a peça inteira! “[…] the thing that
scares me most, Albus Severus Potter, is being a dad to you”. E é belíssimo. Respiramos
aliviados porque nós sabemos que o Harry é uma pessoa boa, com todos seus
defeitos e seus sofrimentos. Albus é um filho ótimo e uma pessoa repleta de
potencial, que só quer ser ele mesmo, e por isso mesmo tem o poder de ser
surpreendente. Um Potter Sonserino. Com um belíssimo futuro pela frente…
“I think it’s going to be a nice
day”
“So do I”
Estes textos foram maravilhosos... kkk
ResponderExcluirÉ bom ler algo sobre o livro com uma visão bem mais otimista, ao contrário de vários comentários na internet de 'fãs' dizendo que foi um desastre total.
Acredito que seja um bom livro, se isolarmos ele dos outros sete.
Agora se for pra comparar...
A começar pela viagem no tempo (o que adoro), mas não faz sentido se todos os Vira-Tempos foram destruídos em a Ordem da Fênix.
Não consigo, ainda, absorver que Delphi seja filha de Voldemort. Riddle (das palavras de Dumbledore) chegou ao limite da maldade humana, simplesmente não o vejo sendo pai, ou tendo uma relação sexual com alguém. Por mais que Belatriz o idolatrasse, não acredito que o sentimento fosse recíproco. E também não vejo espaço na trama dos sete livros de Harry Potter para que algo assim acontecesse... Houve de fato, tempo o suficiente para Belatriz passar por uma gestação e dar a luz à esta 'criança amaldiçoada' minha gente?!?!
Conclui-se em alguns sites que a 'criança amaldiçoada' seja a Delphi. Mas pensando no trauma que é ser Scorpius ou Albus, é bom repensar na real identidade deste ser. kkk
Enfim, a desconstrução de alguns personagens... como Harry, sendo um pai terrível e aquele desabafo com o quadro de Dumbledore - desnecessário - fico mais confortável em pensar que tudo o que precisava ser dito entre os dois já foi escrito no capítulo King's Cross de Harry Potter e as Relíquias da Morte.
Concluindo, amei a relação do Albus com Scorpius... Amei a ironia que é, odiar o Harry e admirar tanto o Draco. Hahaha
Eu realmente concordo com você. Eu sou otimista sim, e eu digo que eu adorei. Não é a mesma coisa dos outros 7 Harry Potters, não é mesmo, mas ainda assim é muito gostoso. Eu li com paixão. É bom estar de volta. E temos que pensar que é outra mídia, certo? Ainda que tenha LIDO e fosse impresso, é uma história escrita para o teatro, e eu imagino o quão lindo não ficou de se ver no teatro! Além de que essa coisa de viagem no tempo e voltar a momentos tão importantes como o Torneio Tribruxo é um tributo incrível à série como um todo! Nos permite revisitar eventos, e eu acho que talvez essa tenha sido a intenção. Eu adorei! :P
ExcluirRealmente, trocar a admiração de Harry pelo Draco é ótimo. Mas Albus e Scorpius, NÃO TEM MELHOR no livro. Aqueles dois foram realmente o que mais me impressionou, eles são fantásticos e têm uma belíssima relação. E eu adoro o Scorpius haha
Muito obrigado pelo comentário! Bom receber um feedback!
E falando na identidade da Criança Amaldiçoada, você leu esse texto aqui? http://paradatemporal.blogspot.com.br/2016/08/harry-potter-and-cursed-child-quem-e.html
Até mais :D