Harry Potter and the Cursed Child – REVIEW GERAL
Acabei de ler Harry
Potter and the Cursed Child e coloco tudo em ordem na minha cabeça na
tentativa de escrever um texto geral sobre tudo o que eu senti. É muita coisa e
eu vou tentar ser o mais sucinto possível. Escrevi um total de 7 textos
enquanto lia o livro, você pode ler aqui no blog, está separado por Atos. Cada
ato me emocionou de uma maneira e me estimulou de uma maneira. Tudo é muito
intenso e muito rápido, e nós gostaríamos de poder ficar aqui e ler muito mais.
De uma forma geral, eu ADOREI, mas eu vou ficar sentindo saudades novamente. E
eu não acho, particularmente, que o final tenha sido o melhor final possível.
Foi previsível e simples – mas o encaminhamento todo da peça como um todo é
brilhante. Tem uma questão toda de viagem no tempo e muita coisa que me excita.
E, mesmo sem a viagem no tempo, o passado é uma coisa verdadeiramente
assustadora que fica tentando encontrar maneiras de voltar e nos atormentar.
Harry Potter passa por isso o tempo todo. Albus Severus Potter, pior ainda,
também passa por isso enfrentando um passado que nunca viveu.
Mas que seu pai viveu.
Parte da história é sobre o relacionamento de pai
e filho, entre Harry Potter e Albus Severus Potter. Ninguém disse que seria
fácil, e acho que ninguém esperava que fosse. Quer dizer, ser filho de Harry Potter. É uma
responsabilidade muito grande. Quando Albus Potter vai para Hogwarts, ele tem
medo de ser selecionado para a Sonserina, mas é justamente o que acaba
acontecendo. Ser um Potter na Sonserina já o torna diferente de todos os
demais. E, à parte de Scorpius Malfoy, seu único amigo, as crianças em Hogwarts
se mostram verdadeiros monstros preparados para serem pessoas terríveis que
fazem com que ele sofre em uma intensa comparação a seu pai. Eles querem
compará-los o tempo todo, o que é angustiante e revoltante, e eles querem
garantir que ele se sinta rebaixado porque não atinge as expectativas que se
colocam sobre ele por causa do legado deixado por Harry, e ainda os nomes que
carrega. “They were great men, with huge flaws, and you
know what – those flaws almost made them greater”. Assim, Albus Potter envelhece como uma
criança parcialmente amargurada e com uma relação muito complicada com o pai.
Afinal de contas, ele lhe proporciona a pior
infância que ele imagina.
E nem é bem culpa dele.
Ish.
Eu continuo acreditando que Harry Potter and the Cursed Child é a ideia da relação entre esses
vários personagens. Eu acho que a intenção dos escritores é, justamente,
estimular os leitores (e espectadores) a pensar sobre isso. Eu adoro toda a
questão da viagem no tempo, mas eu não vejo isso como a potência de Cursed Child. Acho que ele é muito mais
introspectivo e muito mais pautado na emoção. São cenas fortíssimas cheias de
falas carregadas de significado que ficarão para sempre marcadas. Temos toda a
magia, temos toda a aventura meio exagerada, com certeza tivemos efeitos
belíssimos para assistir no teatro. Mas acho que o que me marca definitivamente
são os personagens e as maneiras como eles interagem entre si. Especialmente
Albus Potter e seu pai. James e Lily, os outros filhos, são menosprezados e
pouco aparecem. Rose Granger-Weasley, que pelas fotos de divulgação eu imaginei
que apareceria muito mais, também é uma personagem secundária e com poucos
motivos para que gostemos dela. Mas Albus Potter e Harry Potter protagonizam
cenas de arrepiar. Tristes e, posteriormente, emocionantes.
Bem como Scorpius Malfoy.
EU SOU VERDADEIRAMENTE APAIXONADO POR SCORPIUS
MALFOY.
Acho que Scorpius Malfoy é um personagem
extremamente bem-escrito. Todo articulado, ele é o tipo de personagem por quem eu
me apaixono depressa. Ele tem uma complexidade profunda e uma natureza
inteligente. Todo nerd, com pensamento rápido e nada popular, ele é filho de
Draco Malfoy, mas boatos circulam na escola de que ele seja filho do próprio
Lord Voldemort. E lidar com isso para ele pode ser ainda mais difícil do que é
para Albus lidar com o fato de ser filho de Harry Potter. Mas ambos se embasam
em suas intensas amizades para se tornarem mais fortes, e é emocionante.
Scorpius Malfoy é o melhor amigo que qualquer um poderia ter. Ativo, divertido
e pra frente, ele é uma gostosa junção de Hermione Granger e Ron Weasley. O que
esperava que Rose fosse. INCRÍVEL VER ISSO VINDO DE UM MALFOY! Não nego que
tenha sido surpreendente, mas justamente por isso foi extremamente maravilhoso.
E tudo o que aconteceu desmistificou,
definitivamente, a casa da Sonserina.
Mas não posso falar de Harry Potter and the Cursed Child e ignorar toda a questão das
viagens no tempo. É extrapolado profundamente o lance básico da viagem no tempo
anunciado em Harry Potter and the
Prisoner of Azkaban. É maior aqui, ainda que as leis não permitam que as
viagens sejam muito longe. O perigo é grande demais. Mas muito parecido com o
seu pai, Albus Potter lidera uma gangue que, com Poção Polissuco, invade o
Ministério da Magia e rouba, da sala de Hermione Granger-Weasley (a Ministra da
Magia), um Vira-Tempo poderoso. Então a jornada toda se inicia enquanto eles
tentam salvar Cedrico Diggory. Questionamos quais foram as intenções reais que
levaram Albus Potter a se aventurar nisso tudo, e não sabemos ao certo. Talvez
ele estivesse realmente tentando salvar Cedrico porque era injusto que ele
tivesse morrido. Talvez ele só estivesse tentando, de alguma maneira, provocar
o seu pai ou chamar a sua atenção. Ou ainda, talvez ele estivesse tentando ir
atrás da aventura e do perigo para provar ao seu pai que podia, sim, ser tão
bom quanto ele.
Ainda que fosse inconsciente.
Mas enquanto Albus buscou o perigo, Harry o teve
jogado sobre si.
As mudanças no tempo são parecidas com Efeito Borboleta e nos fazem pensar
sobre como cada detalhe pode criar repercussões gigantescas. Tudo muda
drasticamente e nós temos uma intensa criação de paradoxos que não são levadas
em consideração em vista da diversão que proporcionam. Voltando à primeira
prova para impedir Cedrico de ganhar, a História se altera começando pelo Baile
de Inverno, depois Hermione e Ron nunca se casam, e, em uma grande sequência de
eventos (adoro as ondas na água!), Albus acaba na Grifinória (ew!). Para tentar
reverter isso definitivamente, Scorpius e Albus retornam à segunda prova e
então humilham Cedrico de uma forma que ele sobreviva, mas se torne Comensal da
Morte, matando Neville e impedindo Harry de ganhar a Batalha de Hogwarts.
Portanto, estão todos vivendo em um Mundo comandado por Voldemort, enquanto uma
reduzida Armada de Dumbledore (Hermione, Ron e Snape) tentam lutar contra ele.
Por fim, a história precisa voltar a seu eixo, mas então Delphi, filha de
Voldemort, rouba o Vira-Tempo e resolve garantir que seu pai não perca seus
poderes.
Em 1981.
Impedindo que ele tente matar Harry Potter, ainda
bebê.
Wow.
Tudo acontece de forma muito dinâmica, e é
eletrizante ler, deve ter sido ainda mais eletrizante assistir. Mas eu insisto
no quanto as relações são importantes (acho que, EM PRIMEIRO LUGAR, a amizade
belíssima e comovente de Albus e Scorpius, e EM SEGUNDO LUGAR, a relação de pai
e filho de Albus e Harry) porque acho que toda a jornada pelo tempo não leva a
lugar algum. É uma maneira interessante de continuamente retornar a lugares
nostálgicos. O Torneio Tribruxo. Godric’s Hollow. Hagrid resgatando o pequeno
Harry Potter. Mas tudo volta ao normal e fica exatamente como deveria ser, e no
fim o que fica é como conhecemos esses personagens. Conhecemos a versão adulta
de pessoas que conhecíamos (e mudamos definitivamente pensamentos a respeito de
Draco e Harry, por exemplo) e a nova geração em Hogwarts, especialmente com
Albus Potter e Scorpius Malfoy. E sabemos, definitivamente, que eles são
excelentes personagens que adoraríamos continuar acompanhando.
Eu leria um livro de “Albus Potter e…” com prazer.
Mas eu leria um “Scorpius Malfoy e…” EM ÊXTASE!
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