Nick & Norah: Uma Noite de Amor e Música (David Levithan e Rachel Cohn)
Dois jovens. Um encontro. E uma
noite divertida e interminável, embalada por histórias, horas sem dormir,
romance e MUITA MÚSICA.
Uma leitura que flui – sobre o que é conhecer alguém
em uma noite!
Não que eu realmente entenda o que é isso, mas
ainda assim, de alguma maneira parece que David Levithan e Rachel Cohn sabiam o
que estavam fazendo ao conversar conosco. Não. Eu nunca fiquei por aí em
baladas, eu jamais virei a noite na
rua, e eu nunca conheci e/ou me apaixonei por alguém em uma noite vivendo uma
aventura como Nick e Norah viveram… não que eu não fosse ter gostado de um dia
fazer isso, mas acho que agora
esse momento já passou. E não era meu estilo mesmo. Mas ainda assim, a história de dois jovens que fazem justamente isso – ficar em festas, virar a noite na rua, conhecer e se apaixonar por alguém em uma noite – parece tão real, e tão fácil de se conectar! Porque, assim como em todos os livros de David Levithan, eu posso me sentir ali dentro, me sentir parte da história.
esse momento já passou. E não era meu estilo mesmo. Mas ainda assim, a história de dois jovens que fazem justamente isso – ficar em festas, virar a noite na rua, conhecer e se apaixonar por alguém em uma noite – parece tão real, e tão fácil de se conectar! Porque, assim como em todos os livros de David Levithan, eu posso me sentir ali dentro, me sentir parte da história.
“Não vai
procurar merda alguma – diz Norah, afastando o braço e entrelaçando no de
Caroline. O que nos deixa naquela pose estranha de vamos ver o mágico de Oz, com Tris nos impedindo como a Bruxa Má do
Oeste”.
O livro é bem diferente de muita coisa que eu já
li do autor, mas ao mesmo tempo tem a sua marca estampada – acho que aqui ele
não tem a profundidade reflexiva que ele atinge com livros como Dois Garotos se Beijando ou até mesmo Todo Dia, mas também não é um livro como
Naomi & Ely, também escrito em
parceria com Rachel Cohn. Se naquele livro o subtexto era gigantesco, e a
história girava muito em torno não apenas dos dois “protagonistas”, esse é um
livro de NICK e de NORAH. São eles. É feito por eles, sobre eles, e para eles.
É uma belíssima declaração de amor de um para o outro, de uma história que não
segue os moldes mais tradicionais e melosos do romance, porque ambos os
personagens são, basicamente, f*didos emocionalmente falando ou algo assim. E eles
constroem a mais perfeita playlist.
Infinita.
“Isto. É
isto que os Beatles entendem. […] Nas outras bandas, é sobre sexo. Ou dor. Ou
uma fantasia qualquer. Mas os Beatles, eles sabiam o que estavam fazendo. Sabe
por que os Beatles ficaram tão importantes? […] I Wanna Hold Your Hand. O primeiro single. É brilhante, porra.
Talvez a música mais brilhante que já foi composta no mundo. Porque eles
sacaram. É o que todo mundo quer. Não sexo quente o dia todo, sete dias na
semana. nem um casamento que dure cem anos. Nem um Porsche, um boquete ou um
barraco de um milhão de dólares. Não. Eles querem segurar a sua mão. Eles têm
um sentimento que não conseguem esconder. Cada canção de amor de sucesso dos últimos cinqüenta anos pode remeter
a I Wanna Hold Your Hand. E cada
história de amor de sucesso tem esses momentos insuportáveis e intoleráveis de
mãos dadas. Acredite em mim. Eu pensei muito nisso”.
Ao começo da trama, Nick, o único hétero em uma
banda de punk rock gay (ou você acha que David Levithan deixaria de lado seus
adoráveis personagens gays?), está completamente arrasado após o término com
Tris, uma ex-namorada péssima e cruel. E quando ele a vê no bar, já com um novo
namorado apenas duas semanas depois que eles terminaram, ele percebe que ele
tem que fazer alguma coisa. Então ele conversa com uma total estranha, Norah, e
pede que ela se passe por sua namorada por 5 minutos. E ela aceita. Claro que,
quando vemos as coisas do ponto de vista de Norah, nós percebemos que, para
ela, se mostrar bem-sucedida frente à Tris também é algo que lhe agrada.
Porque, como bem sabemos, o mundo é muito menor do que as pessoas gostam de
acreditar. Ou gostariam que ele fosse.
E os 5 minutos se estendem…
Aquele foi o começo da história de Nick e Norah, a
primeira motivação para que eles de fato se conhecessem… e então as coisas
funcionam lindamente. Durante toda uma noite de inúmeras horas sem dormir, os
dois vagam pela cidade, de bar em bar, lanchonetes, desencontros… é bom ver o
quanto cada um é completamente quebrado,
mas ambos buscam reunir os seus pedaços para descobrir que o outro pode ser
maravilhoso – e que eles podem estar ganhando uma chance inigualável de criar
algo novo e grandioso. E eles abraçam isso, e rejeitam isso. Eles apresentam
uma química fascinante, um romance gostoso e convincente. Nick é incrivelmente
mais romântico e sentimental que Norah – Norah não aprendeu a agir dessa
maneira. E então as coisas desandam como deveriam desandar em algum trecho do
livro.
Mas isso só estava ali porque nós precisávamos ter
aquelas que foram as melhores cenas. Nick deixou Norah com a sua jaqueta de
Salvatore quando tudo deu errado naquele show do Where’s Fluffy. E depois, quando Nick liga para o próprio celular
de um telefone público, e deixa aquele recado para “ele mesmo”, sem precisar se
identificar… bem, eu SURTEI. Porque foi basicamente a coisa mais fofa e mais
adorável que eu já li! Eu queria fechar o livro e correr até onde o Nick
estava, abraçá-lo e tudo o mais – afinal tinha como não se apaixonar pelo Nick?
Sei lá, talvez até sim, mas eu não sei como era e nem quero saber! Nick era
adorável, e eu entendo porque a Norah viu tanto potencial nele! Quando eles se
reencontram, se acertam, e passam o restante da “noite” juntos… bem, foi
adorável! Foi uma noite, mas foi uma noite intensa.
Romântica. Agitada. Feliz.
E que belo erotismo criado por Rachel e David no
Marriott Marquis, huh?!
O final é adorável e completo. Completo porque ali
estava tudo o que nós precisávamos ter. Essa era a proposta do livro. Não sei
se esse vai ser um longo relacionamento com final feliz, não sei como as coisas
serão dali pra frente para Nick e Norah, mas quer saber? Essa era a história de
uma noite, de duas pessoas que se conheceram por acaso e viram à frente um
relacionamento em potencial e tomaram a chance que a vida lhes deu. Isso é o
que fazemos, nas nossas próprias versões de “playlists infinitas” – não sei o quanto vai dar certo, mas o que
importa é que aquela noite, aqueles momentos importantes deram certo, e
encheram o futuro de possibilidades, possibilidades essas que você só vai saber
até onde vai a partir do momento em que você efetivamente tomar essa estrada,
aceitar os riscos.
E pular.
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