Sherlock 3x01 – The Empty Hearse
“Oh, please! Killing me… that’s so two years ago”
Sherlock Holmes está de volta. Quase dois anos
depois que vimos sua morte, resultado do embate final contra Moriarty, Sherlock
Holmes está preparado para retornar a Londres, com uma ajudinha de seu irmão
Mycroft e especialmente porque a cidade está sob a ameaça iminente de um
atentado terrorista. Mas mesmo sabendo, o tempo todo, que Sherlock não estava
morto, nós queríamos nossas explicações convincentes de como isso tudo
acontece. Você verá, ao longo do episódio, algumas possibilidades, várias delas
bem divertidas ou surreais. É assim que temos aquela teoria maluca da garota
que acha que era tudo uma armação de Sherlock COM Moriarty, e os dois estavam
lá no terraço rindo do John e acabaram se beijando no fim das contas. Gostei
dessa parte, mas não da teoria em si. Também não gostei tanto da primeira
teoria apresentada, com toda a questão da máscara, porque aquilo me pareceu
levado ao extremo demais, forçado demais. De todo modo, Sherlock estava de
volta, preparadíssimo para explicar para as pessoas como foi que tudo
aconteceu, e precisava de seu amigo ao seu lado de volta.
Amigo que estava tentando seguir com a sua vida,
finalmente.
Foi doloroso para o John Watson, eu reconheço isso
e o entendo completamente. Como se despedir de um amigo como Sherlock Holmes?
Era evidente que ambos se amavam incondicionalmente, e a amizade belíssima
exigiu um último milagre, um último milagre pelo qual John Watson esperou
ansiosamente. Mas como não veio, Watson tentou seguir em frente, pedindo Mary
em casamento e finalmente retornando à Baker Street, 221B, tardiamente, porque
a Sra. Hudson merecia uma visita mais cedo. Eu não sei do que eu gostei mais,
se foi dela brigando com ele porque queria um telefonema, ou então ela toda
fofa falando do casamento dele e comentando: “So soon after Sherlock! What’s his name?”, o que ele teve que
responder com um “It’s a woman”, o
que foi recebido com admiração e surpresa por ela. Pode ela ser tão fofa,
gente? Ou então o lance todo do bigodinho! Quer dizer, nós sabemos que o John
Watson mais tradicional é sempre visto com esse bigodinho, mas não combinava
com a proposta da série de Sherlock
conforme apresentada pela BBC, estava estranho de mais!
De todo modo, o bigodinho tinha que sair. A Sra.
Hudson não gostava dele. Deixava-o velho. A Mary também não gostava, embora não
comentasse. E o Sherlock, por fim, foi quem precisou comentar, ao ver a foto
que o Mycroft lhe mostrou: “Oh no. Well we’ll have to get rido f that. He looks ancient. I can’t be seen
wandering around with an old man”. E ele fez questão de apontar isso a Watson assim que o viu, com
uns tons de brincadeira que é muito do Sherlock, como se não soubesse a
gravidade da situação e o quanto o John Watson estava com raiva dele e ainda
não sabia lidar com o fato de estar tão furioso. Não era a hora para ficar
fazendo piadinhas sobre o seu bigode e ficar perguntando se ele planejava
deixar aquilo para sempre. Era sério?
Bem, de todo modo, Sherlock Holmes o fez, porque é o Sherlock e o que nós
podemos esperar dele?! Quer dizer, ele já tentou toda aquela coisa de surpreender
o John porque ele achou que ele adoraria
esse tipo de surpresa. “I think I’ll surprise John. He’ll be
delighted”. Sinceramente, eu não sei de onde ele tira essas ideias!
Mas verdade seja dita: por ele, Watson tirou o bigodinho sim!
“I don’t shave for Sherlock Holmes!”
Ainda que ele esteja disposto a dizer o contrário.
Sherlock Holmes precisa retornar com certa
teatralidade, não esperávamos o contrário dele. Não com o que já conhecemos do
personagem incrível nessas duas temporadas. Por isso, teve todo o lance do
garçom francês que foi até bem divertido, se não estivesse interrompendo um
momento muito fofo e muito importante para o Watson. E, por fim, o Sherlock
destruiu tudo. Porque embora ele estivesse achando que estava fazendo uma
grande surpresa e arrasando, a expressão de John Watson ao vê-lo era evidente: descrença. Quase raiva. E eu o entendo
perfeitamente. Ele não está bravo porque o Sherlock está vivo ou porque
apareceu naquele momento, porque ele queria o amigo vivo e é evidente que ele o
ama. Não é esse o problema. O problema é
que Sherlock deixou que ele acreditasse, por DOIS ANOS, que estava morto,
deixou que ele ficasse de luto, que ele sofresse a perda. Enquanto outras
pessoas estavam sabendo que Sherlock tinha fingido aquilo tudo. Eu entendo o
rancor, o ressentimento.
Não que eu ache bom, mas eu entendo.
“So just your brother, Molly Hooper
and a hundred tramps”
Bem, o Watson precisava descontar sua imensa
frustração de alguma maneira, não precisava? Quem pode julgá-lo? Por isso, eu
AMEI a maneira como eles fizeram toda a construção do momento, como o Sherlock
estava ali, irredutível, como ele achava que ia ser recebido de uma maneira e
não o foi, enquanto zoava o bigodinho feio do John! Mas o John, depois de cada
fala, depois de cada momento muito
Sherlock, atacava o Sherlock de forma merecida. A primeira das vezes, com
aquela trilha sonora latina… EU ME DIVERTI MUITO! Por fim, o Sherlock acabou
com sangue no nariz e sem a ajuda de John Watson, embora Mary ainda afirmasse
que gostava dele. Por outras pessoas, como o Greg, o Sherlock foi recebido bem
melhor, com um delicioso “Oh, you
bastard!” e um abraço e, depois, pela Sra. Hudson. Quer dizer, a Sra.
Hudson foi verdadeiramente UM MÁXIMO! Lavando louças, tranquilamente, ela
escuta os barulhos na porta, sai cautelosamente com a panela na mão, vê a
sombra de Sherlock e então o vê… o grito dela de puro desespero foi um dos
momentos mais divertidos do episódio!
Logo a imprensa toda está sabendo que o detetive
do chapéu está de volta.
AMO AS HASHTAGS!
Separados, nós tivemos ÓTIMOS momentos de Sherlock
Holmes e John Watson. Sem o seu melhor amigo ao lado, Sherlock chama Molly
Hooper para substituir o John, e então eles começam a trabalhar em casos
juntos. A inteligente alternância de cenas entre Sherlock e John é genial em
momentos como o Sherlock respondendo a Sra. Hudson sobre o que Watson disse a
ele, começando com um “F…” e
terminando com um “Cough!” no
consultório de John Watson. Os mais bizarros casos. Nos dois lugares. Foi
SENSACIONAL. E destaque para aquele momento bizarro em que Watson ataca um
velhinho em seu consultório, rindo da cara dele, partindo para cima e tentando
arrancar a barba dele porque acha que é o Sherlock tentando atormentá-lo ou
algo assim. Isso só prova o quanto ele
mesmo está transtornado com isso tudo! Mas aquele velhinho fazendo os
comentários sobre aqueles DVDs bem que foi meio estranho mesmo! Ri muito. E o
Sherlock também enfrenta a ausência do amigo de forma nada saudável, meio
perturbado com os comentários fantasmas que John Watson faria caso ele
estivesse ali.
Enquanto investiga o caso de um esqueleto falso.
Uma distração colocada em seu caminho.
A intenção das cenas, a meu ver, é evidenciar como
nem Sherlock Holmes nem John Watson funcionam bem sozinhos. Eles precisam estar
juntos, como uma dupla! Então mesmo que o Watson estivesse sentido (“One word, Sherlock! That is all I would
have needed. One word to let me know that you were alive”), algo
precisa acontecer para provar o quanto eles precisam estar juntos. Então John
Watson é sequestrado. E nós temos uma sequência angustiante de uma verdadeira
corrida contra o tempo. Eu gosto de Mary por receber uma mensagem, saber
instantaneamente que é um código, e por isso correr até Sherlock. Juntos, os
dois sobem em uma moto, calculando trajetórias e previsões de tempo enquanto as
mensagens continuam chegando, ininterruptamente, e John Watson é colocado sob
uma pilha de coisas que farão parte de uma imensa fogueira. E mesmo que você
saiba que tem que dar tempo, você teme que não dê. E então você vê o fogo
começar a arder e Sherlock chegando desesperado para salvar o amigo.
E então ele salva John Watson.
E, por isso, eles podem voltar a trabalhar juntos.
TÃO BOM VÊ-LOS TRABALHANDO JUNTOS DE NOVO.
A trama do atentado terrorista a Londres é
retomada para John Watson e Sherlock Holmes possam trabalhar nele em parceria.
Um dos “ratos” de Sherlock, um marcados cuja atividade suspeita deve ser tomada
como um indício de algo, é visto nas câmeras entrando em um vagão de metrô em
St. James’s Park, mas ele não está lá em Westminster. Portanto, o que aconteceu?
Toda a construção é excelente sobre como o homem não desapareceu, mas sim todo
o vagão. As cenas de John e Sherlock descendo à estação “fantasma” sob o
Palácio de Westminster, uma que nunca teve sua abertura para a superfície
construída e nunca apareceu em mapas porque foi descartada foram excelentes!
Bem como a caminhada pelo trilho até o vagão abandonado que não está lotado de
bombas, propriamente ditas, mas é uma bomba gigante prestes a explodir. É
desesperador ver a maneira como Sherlock consegue visualizar a situação e
perceber o quanto de destruição aquilo significaria para a cidade. E então eles
precisam, de um jeito ou de outro, impedir que aquela bomba exploda, para eles
e milhares de pessoas possam viver.
Mas Sherlock diz que não sabe como fazer isso.
Até que a bomba supostamente explode.
Nesse ponto do episódio, temos uma pausa para um
momento específico, diferente. Uma nova explicação de como Sherlock Holmes
sobreviveu pulando do terraço daquele prédio. Com ele mesmo explicando em
vídeo. “It’s a trick. It’s just a magic
trick”. Angustiante ouvir essa ligação ainda agora. Tudo aqui é mais
estruturado de forma crível, embora seja tudo tão elaborado que o torna
improvável. Mas crível. Sherlock fala novamente dos treze cenários possíveis a
se desenrolarem no terraço quando ele e Moriarty subiram até lá. E então ele
mandou a mensagem para Mycroft falando que LAZARUS precisaria entrar em
execução. Tudo era uma intrincada manipulação, desde o fato de Moriarty ser
solto e achar que estava no comando ao começar a acabar com a reputação de
Sherlock. Para que sua rede pudesse ser desmantelada. E desde o telefonema a
John até a hora do pulo, tudo foi milimetricamente calculado de forma inteligente
para que nenhuma falha acontecesse. Sherlock pulou, mas foi salvo por airbags escondidos da visão de John
Watson porque ele pediu que ele ficasse parado exatamente onde estava. Até a
bicicleta, esperando ele passar para atropelá-lo, era parte integrante do
plano, atrasando John mais uns segundos para que Sherlock pudesse assumir seu
lugar no chão…
Como
diria o Doctor, “It’s not impossible. Just
highly improbable”.
Também disponível no Guia do Mochileiro das Galáxias.
Mas pode não ser verdade. Eu gosto de como Sherlock deixa algumas coisas no ar
desse modo, sempre há um mistério no qual pensar. Verdade ou não, eu achei
muito mais plausível do que a história inicial da máscara. Ah, e a bomba sob o
Palácio de Westminster? O Sherlock já tinha desarmado ela, mas precisava fazer
uma ceninha contra o John e ouvir coisas como “You are the best and the wisest man that I have ever known. And yes, of
course I forgive you”. Achei um pouquinho de crueldade ele rindo do John no
final. E quase achei que ele fosse apanhar de novo. Era merecido. Não quer
dizer que ele não ame o Sherlock e não tenha sido sério o que ele disse (que
foi bem bonito por sinal!), mas aquela risada cruel do Sherlock bem que merecia
mais uns tabefes. Por fim, Moriarty não faz mais parte da série, mas nós temos
mais um mistério a resolver, a respeito de quem sequestrou John e o colocou
naquela fogueira, a mesma pessoa que está misteriosamente assistindo ao vídeo
de Sherlock salvando o amigo repetidamente.
Sobre o final: SHERLOCK
ASSUMIU OFICIALMENTE O CHAPEUZINHO! \o/
MUITO LINDO <3
“Anyway. Time to go and be Sherlock Holmes”.
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