3% 1x03e04 – Corredor / Portão


“Dessa vez, eu não vou decepcionar a Causa”
Que episódios REVELADORES! Depois de uma dupla de provas mais intensas do que nunca, nós tivemos resultados surpreendentes que reduziram os candidatos a apenas 9% daqueles que iniciaram o Processo. E eu não esperava ver transformações desse nível, o que foi desesperador. Ah, e eu estou ADORANDO o Rafael, mais do que nunca e a cada episódio mais. Os episódios, especialmente o Capítulo 4, foram angustiantes e criaram um perfeito suspense arrepiante. Nos convidou a sentir tudo aquilo – colocou os nervos à flor da pele, sentimos o ódio e a raiva profunda e nos satisfizemos com coisas assombrosas. Percebemos, talvez só agora, que o Processo é algo SÉRIO. Os flashbacks desses dois episódios nos mostram mais informações de Joana, de Marco e de “Rafael” e nos proporciona a capacidade de pensar a respeito de algumas coisas que aconteceram, ou supostamente aconteceram. A psique dos candidatos é testada, as provas exigem um empenho psicológico maior do que qualquer prova física ou intelectual. Começa a tortura, o terror psicológico, e tudo parece muito maior do que já fora.
Primeiramente, no corredor.
PROVA 1: O CORREDOR.
Depois de Joana ter deixado muito claro, contra Rafael que “Eu tenho uma ótima pontaria, mas sou uma péssima pessoa. Toma cuidado”, eles foram colocados em um corredor durante uma prova de grupo – um túnel. Eles tinham 5 minutos para atravessar o túnel, todos juntos. E então um gás alucinógeno começa a brincar com a mente de cada um deles. Através de um excesso de falas e visões, os candidatos são atormentados por seus maiores medos, paranoias, culpas. Joana vê o garoto que matou acidentalmente. Michele vê Ezequiel provocando-a para que ela o mate. Ela fala do irmão. Ao longo de perturbadores 5 minutos, que mexeram de verdade com o psicológico de cada um, foi a Joana quem salvou a todos – dessa vez, se não fosse a Joana… mas passada a tensão do corredor, todos foram colocados para dormir juntos em um quarto, três beliches, Agatha em estado de choque. E depois de uma prova terrível para manter segredos, Michele beija Fernando, e aparentemente foi só para que não precisasse responder a perguntas.
Como sobre seu irmão.
Quando os seis foram colocados juntos em um quarto, minha impressão era de que tudo ainda era parte da prova, de alguma maneira. Gostei das interações, gostei deles conversando e falando não só sobre a prova, mas sobre suas impressões a respeito do Maralto. Suas projeções. Mas os efeitos tardios do gás alucinógeno continua intensamente impregnado nas mentes de cada um, com Joana sendo atacada por Agatha, e foi Rafael (eu já disse que eu AMO o Rafael?) quem a salvou. O episódio traz outras revelações. Ezequiel é visto com um garotinho nas instalações, Augusto, provavelmente seu filho – a cena da comida, das filmagens apagadas, os óculos. Eu queria ver mais dos dois, mas Aline está na cola de Ezequiel de forma perigosa, e ele precisa ser cauteloso. Com um doloroso abraço de despedida, o mandou embora, temporariamente. Também vimos Joana, depois do assassinato, pedir a ajuda de Valéria e conseguir um registro FALSO. Também sua união com Rafael parece se intensificar.
Então caminhamos…
PROVA 2: O PORTÃO.
Acho que lentamente o Rafael está se transformando e mostrando sua real faceta. Primeiro ele disse para a Joana: “Eu sei, eu sinto, que você é uma pessoa boa. Só você acha que não”, e eu inicialmente não acreditei na veracidade das palavras. Agora já não tenho mais certeza. Ela agradecendo antes de dormir também foi FOFÍSSIMO. E então, presos, eles estão pegos no meio de uma nova prova! E é Marco quem inicia o novo episódio, indo contra Rafael em um interessante “Cara, como sua família te aguentava?” e eu me surpreendo com a QUALIDADE do episódio que teve a audácia de construir toda uma história em 48 minutos, aproximadamente, e crescer exponencialmente em tão pouco tempo. Aconteceu MUITA coisa e as coisas se transformaram, mesmo ao longo do episódio. Passamos da profunda admiração para o desprezo completo em questão de minutos. O inverso também aconteceu, embora por Rafael eu não sentisse desprezo completo, nunca senti. Admiro sua sagacidade e sua capacidade de jogar, e acho que isso é interessantíssimo para tornar o Processo mais interessante.
Ainda mais agora.
De todo modo, conhecemos melhor Marco – literalmente. Primeiramente através de flashbacks. Sua casa até que boa, sua comida, sua empregada que cuidava dele e o amava. A carta dos pais, os quadros dos Álvares supostamente aprovados no Processo que estavam espalhadas pela casa… não acredito, de fato, que algum Álvares esteja no Maralto. No presente, ao longo do Processo, depois de 6 horas de prova, é Marco quem entende o que fazer. “Chama todo mundo lá. Eu sei o que a gente tem que fazer pra sair daqui”. Aquele conjunto de 0 e 1 no quadro me lembrou demais um sistema binário, achei que teríamos algum tipo de mensagem a ser desvendada ou algo assim, mas acabamos lidando com 64 alavancas, 8 em cada um dos 8 quartos. Marco, um líder nato, assume a liderança, organiza tudo e eles conseguem: COMIDA e ÁGUA. Depois vem uma prova subjacente: como dividi-las? Quem come? Aquele que organizou? Aqueles que decoraram os números? Aqueles que puxaram as alavancas?
Michele sugere a ordem alfabética.
Parece justo, desde que todos trabalhem e todos comam, assim.
Não que seja esse o intuito do Processo ou dessa prova em específico. Depois de horas de prova, as coisas estão indo muito bem. É uma boa prova. Os números são decorados, as alavancas são puxadas, a comida chega. Todo mundo se une, todo mundo trabalha, vai até o fim, e a princípio todos mereciam ser aprovados. Mas então vem modificação. Puxar as alavancas deixa de resolver, um começa a se voltar contra o outro, e quando um número excessivo de pacotes de comida e água são mandados, o CAOS se instala. Dessa vez Michele assume a liderança, tenta dividir igualmente a água e a comida para todos, organizar tudo… mas qual é o intuito disso tudo? “A prova mudou. A gente tem que dar um jeito de sair daqui. Esse é o objetivo”. Marco se une a Rafael, mas sua transformação já se iniciou. Quando as coisas não dão certo na tentativa de abrir os portões à força, uma espécie de demônio se apossa de Marco e ele se torna quase irreconhecível, de forma tão dolorosa e nojenta que eu custei a acreditar.
Mas acreditei.
E desejei ardentemente que ele fosse eliminado.
A injustiça toma conta, Marco organiza uma violenta gangue que saqueia a comida dos demais, um verdadeiro surto designado pela situação. Rafael estava muito mais consciente, querendo que Marco pegasse leve, parasse com aquilo tudo, mas Marco continua uma injusta cruzada para roubar a comida e a água de todos – me encheu o coração, no entanto, ver a carinha de insatisfação do Rafael dizendo para os outros que tudo ia ficar bem. Ele poderia ter sido mais fofo? Em contrapartida, o Marco nos decepciona assustadoramente e passamos, depressa, a odiá-lo, a desprezá-lo, a sentir nojo de sua presença. “E a verdade se revela”, como diz Ezequiel. Marco se torna um criminoso, louco, autoritário, violento. Eu mal pude acreditar quando ele matou aquela garota depois de humilhá-la, roubar sua comida e fazê-la pedir desculpas. Foi um pouco traumatizante, confesso. Enquanto isso, Michele, Fernando e os demais começam a arrumar uma resistência, que eu mal podia esperar para ver funcionar de fato.
É nessas horas, infelizmente, que as pessoas se revelam. A violência é assustadora, e acho que ele funciona como um contraponto interessante a Rafael, cuja atitude é sensata e surpreendente, porque entendemos a diferença entre eles, e o “fazer o que for preciso” interpretado de formas diferentes. Entendemos Rafael, conseguimos apoiá-lo, de algum modo, mesmo quando ele rouba um cubo. Mas não há maneiras de defender ou compreender Marco. Ele saiu de controle. E Ezequiel explica para Joana que ela é a única que pode parar com isso, terminar a prova por todos. “Corre, Rafael, corre! Você já tá morto, filho da puta!” Foi uma agonia tremenda, fiquei com o coração na mão, arrepiado de tensão, enquanto Rafael corria e pedia ajuda à Resistência, por fim conseguindo que Michele o deixasse entrar, depois de dizer a ela alguma coisa. Instigante o suficiente, o episódio não para por aí e ainda nos dá algumas respostas maravilhosas.
E eu amo o Rafael mais que nunca.
Eu já disse isso?
Cenas de ação boas pra caramba, raiva no limite, um suspense ardente, é reconfortante ver Marco apanhando tanto, e é Joana quem coloca um fim na prova. As brigas cessam, os portões se abrem, uma galeria de mortos enchem os corredores. E Marco, com muito sangue escorrendo, ainda tenta se arrastar para a liberdade, mas Ezequiel fecha os portões em uma angustiante cena de puro horror que decepa suas pernas. Wow! Dali, entendemos algumas coisas, como o que salvou “Rafael”: Rafael é, na verdade, Tiago, um cara que já teve a chance de estar no Processo um ano antes, que não durou nada lá dentro e saiu logo de cara, e agora rouba a identidade do verdadeiro Rafael, que acaba de completar 20 anos e estava prestes a entrar para o Processo ele mesmo – uma nova chance, um novo registro. “Dessa vez, eu não vou decepcionar a Causa”. ISSO MESMO! Então, essa série só fica melhor a cada episódio mesmo.
Amando.
Agora que venha esse Jardim com os 9%!

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