Doctor Who, 2011 Christmas Special – The Doctor, The Widow and the Wardrobe
“It’s Christmas Eve. No one should be alone at
Christmas”
O episódio de Natal de 2011 é um episódio encarado
pelos fãs de Doctor Who com bastante
resistência – parece que ninguém gosta
dele. Eu realmente fico dividido. Ele não tem todo o encanto e a magia de A Christmas Carol, definitivamente o
melhor especial de Natal de Doctor Who,
mas ele é melhor do que Voyage of the
Damned, por exemplo, lá de 2007. Então eu acho que devemos ponderar. Dessa
vez trazendo outras referências, Doctor
Who se volta à magia de As Crônicas
de Nárnia como inspiração para a nova história de Matt Smith. E como elas
são uma força inegável na fase de Matt Smith na série, as crianças aparecem com
toda a força, e eu adoro isso. A Família Arwell, que acaba de perder um membro,
está longe dos bombardeios da Guerra, e Madge Arwell ainda não sabe como lidar
com a morte do marido e como contar isso aos filhos, deixando para mais tarde,
para que não estrague o Natal. “Everytime you see them happy you
remember how sad they’re going to be. And it breaks your heart. Because what’s
the point in them being happy now if they’re going to be sad later. The answer
is, of course, because they are going to be sad later”.
Cyril Arwell é uma mistura de Edmund e Lucy
Pevensie. Ele é tanto a criança curiosa que encontra a passagem para outro
mundo (um planeta no futuro, nesse caso, cuja passagem está em uma enorme caixa
de Presente de Natal deixada pelo Doctor), e que anda e explora, quanto aquele
que se mete em confusões e precisa ser resgatado. O Doctor, dificilmente um
adulto responsável, é quase um dos irmãos – ao lado de Lily Arwell, ele entra
na passagem também, com 20 minutos de atraso, para resgatar a criança perdida.
E quase parece mesmo que estamos entrando em Nárnia pela primeira vez. Embora
tenhamos árvores de Natal naturais que são muito curiosas e um tanto macabras.
Mas a neve é característica, apaixonante. E toda a conexão, sugerida pelo
título, se dá desde o cenário construído lá no início, da guerra e dos
bombardeios que obrigam uma família a ir para um lugar diferente, distante da
guerra, onde possam ficar em segurança até toda a fantasia de uma passagem
secreta que os leve a um lugar extraordinário onde esse tipo de preocupação
possa ser deixado para trás. Embora, no caso de Doctor Who, ali novas preocupações surjam quase que
instantaneamente.
Como aconteceu com os Irmãs Pevensie em O Leão, a Feiticeira e o Guarda-Roupa.
Agora temos O
Doctor, a Viúva e o Guarda-Roupa.
The Doctor, the Widow and the
Wardrobe peca um
pouco no carisma. Eu acho que faltou algo para que tudo realmente nos
encantasse como esperávamos, e a magia do Natal ficou mais apagada. No entanto,
nós temos uma história curiosa e bem escrita, com os símbolos natalinos bem
representados na forma da Floresta de Árvores Androzani, que são espécies de
árvores de Natal. As “estátuas” de madeira me fazem pensar um pouco em O Senhor dos Anéis, enquanto a coroação
de Cyril me faz mesmo pensar em Nárnia.
E a ideia é bacana: uma floresta de
Árvores Androzani, a melhor fonte de energia que existe no ano de 5345, prestes
a ser “colhida”; ou seja, ela será inteiramente derretida por chuva ácida, com
os satélites em posição, e as crianças precisam ser salvas antes disso. No
entanto, as árvores estão vivas, evidentemente, e elas também são vítimas de
todo o processo, com medo da “chuva que queima” que se aproxima, e o Doctor não
vai simplesmente fugir daquele planeta e deixar que elas morram em dor.
Ele vai fazer o que for preciso.
Assim, as árvores projetam suas forças vitais,
suas almas, para estrelas brilhantes em seus topos, como verdadeiras árvores de
Natal, mais uma vez. E elas só precisam de alguém forte o suficiente para
levá-los embora e salvá-los. Não o Doctor, que reage à “coroa”/receptor como
quem toca o Um Anel, mas sim Madge.
Forte. Mãe. Foi muito bonita a maneira como ela salvou a Floresta Androzani,
viajando pelo Vórtice Temporal e sendo guiada de volta para casa pelo amor que
sente pelo marido. Enquanto as almas das árvores sobrevivem e ficam, felizes, a
brilhar entre as estrelas, Madge leva todos de volta para casa na manhã de
Natal, onde precisa, definitivamente, lidar com o fato de precisar contar às
crianças sobre a morte do pai. Ou
não. “He did it again, Madge. He followed
you home”. Foi uma proposta linda sobre como, na noite em que não
havia estrelas no céu, Madge se tornou a luz para que seu marido pudesse
segui-la de volta para casa, e assim ela o salvou. Foi um final emocionante, e
foi lindo como ela disse ao Doctor que ninguém
deve ficar sozinho no Natal, então ele deveria voltar para os seus amigos e
contá-los que ele não está morto.
Foi um final ADORÁVEL.
Eu sou apaixonado pela bonita relação que o Doctor
tem com Amy Pond e Rory Williams. Quando ele toca a campainha e escutamos a voz
dela do lado de dentro, ameaçando mais um coral com uma arma de água, eu já
comecei a me emocionar. É bom ver a reação dela. É lindíssima aquela coisa de
“eu não vou ser o primeiro a abraçar”. Eu ri dos dois, porque aquilo tudo é
EXATAMENTE a cara deles! Mas mesmo dois anos depois de ele ter supostamente
morrido no Lago Silêncio, o amor que o Doctor sente pelos Pond e que os Pond
sentem pelo Doctor é irrecusável. Foi uma cena emocionante e linda. O abraço do
Doctor e Amy Pond. A fofura do Rory. O lugar que sempre está reservado para o
Doctor! Ele não pôde evitar uma lágrima ao entrar na casa depois dos Pond,
fechando a porta atrás de si. E a novidade daquela sensação lhe proporcionou um
fofíssimo sorriso que nos marca eternamente. É bom ter o Doctor ao lado dos
Pond novamente, mesmo que seja só por mais algum tempo.
Para então termos Clara Oswald.
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