Doctor Who: Season Six (2011) – Part 3


“Demons run when a good man goes to war”
A hora em que o Doctor vai subir mais alto do que nunca – de onde sua queda também será maior do que nunca. A trama complexa da sexta temporada é eletrizante. Eu acabo os episódios, continuamente, totalmente arrepiado! Novamente temos a sensação gostosa de Season Finales a todo o tempo, e todos os episódios parecem trabalhar, de uma forma ou de outra, para a incrível história completa que está se tentando contar. Ainda se ouve “Silence will fall”. Ainda tenta-se entender o Silêncio. A morte do Doctor no início da temporada é, enfim, revelada para ele, embora ele ainda não faça nada a esse respeito. O medo que prendeu o Doctor na Caixa de Pandórica na temporada passada ainda existe, e toda uma Guerra é construída em cima desse sentimento, enquanto Melody Pond é transformada em uma arma para matar o Doctor. Afinal de contas, ela, também, é uma filha da TARDIS. O que significa algo extremamente grande para ela! Com um roteiro impressionante que não se cansa de nos surpreender, Doctor Who continua caminhando em uma de suas melhores temporadas desde o retorno.
Em A Good Man Goes to War, nós temos a BATALHA DE DEMON’S RUN. Durante uma cena muito triste mas perfeitamente emotiva, Amy protege Melody Pond, sua filha que acaba de nascer, e diz que seu pai está vindo. Porque não importa onde ele esteja, ou quão longe, ele sempre virá. Ele parece jovem, mas viveu muito tempo. O Último Centurião. “He has a name, but the people of our world know him better… as the Last Centurion”. E falando nele, é lindíssima ver a cena em que Rory Williams tenta recrutar River Song, mas ela explica que aquele é um momento no qual ela não pode estar presente. Não naquele ponto de sua linha temporal. A emoção dela ao ver Rory é comovente! Mas ela explica porquê ela não pode estar lá, não dessa vez, mesmo que o Doctor sempre tenha estado nos lugares quando ela lhe pediu. “This is the Battle of Demon’s Run. The Doctor’s darkest hour. He’ll rise higher than ever before and then fall so much further. And… I can’t be with him ‘til the very end. […] ‘Cause this is it. This is the day he finds out who I am”.
Ah, e sobre essa River Song do futuro, que não é a River Song que veremos no episódio seguinte, ela conta sobre um de seus aniversários com o Doctor: “It’s my birthday. The Doctor took me ice skating on the River Thames in 1814. The last of the Great Frost Fairs. He got Stevie Wonder to sing for me under London Bridge”. E marotamente ela sugere um outro aniversário com mais de um Doctor. E o Doctor tenta recrutar pessoas que possam ajudá-lo (“They’ve taken Amy. And our baby. The Doctor’s getting some people together. We’re going after her, but he needs you too”), como a Madame Vastra, a Jenny e o Comandante Strax. Tudo para que eles possam invadir o Asteróide Demon’s Run, onde Amy está sendo mantida prisioneira e onde sua filha e de Rory foi roubada de seus braços. Onde o lugar é infestado de Monges Decapitados. “They believe the domain of faith is the heart and the domain of doubt is the head. They follow their hearts, that’s all”. Literalmente decapitados. O que proporciona uma das melhores cenas! Que é o Doctor emergindo de um capuz de monge.
Quer dizer, aquilo é triunfante.
E o Doctor está PARTICULARMENTE bonito!
<3
Foi um conjunto de cenas interessantíssimas. Foi lindo ver Rory Williams entrando para salvar Amy com Melody nos braços. A cena foi verdadeiramente emocionante, com os beijos, as lágrimas e os abraços. E o Doctor entrando na cena também foi lindo, um amigão. A química desses três é INEGÁVEL! E por que eles querem Melody Pond? Quem é ela? “Look closer. Human plus. Specifically human plus Time Lord”. Como os Senhores do Tempo se tornaram do jeito que são pela contínua exposição ao Vórtice Temporal, isso pode acontecer, pelo efeito de estar grávida na TARDIS. Mais especificamente: de ser concebida na TARDIS. “Rory wasn’t even there at the beginning. Then he was dead. Then he didn’t exist. Then he was plastic. Then I had to reboot the whole Universe – long story. So, technically, the first time they were on the TARDIS together in this version of reality was on their w… […] On their wedding night”. E se Melody Pond foi mesmo concebida na noite de núpcias de Rory e Amy, que eles passaram na TARDIS, então, por mais assustador que isso seja, Melody foi concebida no Vórtice Temporal.
Então é meio Time Lord.
Que pode ser transformada em uma arma.
Melody Pond vai ser criada como uma futura arma contra o Doctor. Para destruí-lo. Para matá-lo. E a Melody nos braços de Amy Pond se desmantela, outra réplica de carne enganando o Doctor uma segunda vez. O final foi eletrizante. Bombástico. Nós sabíamos que o presente de Lorna para Amy, com o nome de Melody Pond na Língua da Floresta significava algo importante. Melody Pond à River Song. A transição é genial. Ouvir River falando no final choca e arrepia. A emoção é palpável. “It’s your daughter’s name in the language of the Forest. […] Except they don’t have a word for pond. Because the only water in the forest is the river. The Doctor will find your daughter. And he will care for her, whatever it takes. And I know that. It’s me. I’m Melody. I’m your daughter”. E a escrita no presente: RIVER. SONG. O que faz todo o sentido, ABSURDAMENTE. Como a série entrou em pausa depois desse episódio, nós podemos mesmo dizer que ele tinha um motivo específico para se parecer tanto com um maravilhoso Season Finale.
Mas estava excelente!
Voltamos com Let’s Kill Hitler, que nos engana no primeiro momento. Você acha que não vai ter relação a trama central, embora não tenha como não ter – é o retorno. Depois de meses, Amy e Rory convocam o Doctor de um jeito divertido, com escritas nas plantações. É engraçadíssimo o Doctor chegando com o jornal: “Seriously?” “You never answer your phone”, e então conhecemos Mels. DESVAIRADA e DIVERTIDÍSSIMA. O carro, a arma e o “Vamos matar o Hitler!” A sequência que a apresenta definitivamente através do tempo é sensacional. Amy Pond e Mels, amigas desde a infância. Mels sempre diz coisas espertinhas e malcriadas para os professores sobre o Doctor, acabando na direção, e Amy sempre esperando do lado de fora. Rory sempre esquecido, coitado. Da direção à cadeia, mesma cena. E Rory e Amy no quarto que foi uma das cenas mais FOFAS do casal, quando ela se deu conta de que ele era apaixonado por ela. A moeda caindo. Foi fofo ela dizendo que achava que ele era gay, e eu ri. Mas ele estava tão absurdamente bonito naquela cena. Não sei explicar o porquê, mas parecia mais bonito que o normal.
Mas sou suspeito, afinal eu amo o Rory.
De verdade.
BERLIM, 1938. É onde tudo começa, de fato, a acontecer e sai do controle. Com um pouquinho de Meet Dave, nós conhecemos aqueles que viajam pelo tempo e espaço, caçando criminosos, enquanto Adolf Hitler é acidentalmente salvo pela chegada da TARDIS. E, no meio de toda a confusão, a rápida participação de “Mels” chega ao fim. “Mels. Short for” “Melody”. Ela se regenera. Como se regenerou mais cedo na temporada, ainda criança. E então ela se torna um rosto conhecido: RIVER SONG. Quer dizer, ali está, na amiga de infância de Amy Pond, a sua própria filha, Melody Pond. Agora River Song, embora ainda não saiba disso. Eu não posso deixa de pensar que Melody se regenerando em River seja uma tentativa do roteiro de testar a possibilidade de um Doctor mulher. E é uma regeneração ELETRIZANTE. E divertida. Parecia mesmo uma das regenerações do Doctor, com o atendo de que uma mulher se regenerando correria para a balança para saber seu peso e pensaria no tipo de roupas que poderia usar com seu novo corpo. Acho que isso é verídico, na maioria dos casos. Reação do Doctor, Amy e Rory vendo tudo aquilo se desenrolar na frente deles? MARAVILHOSA! “Does anybody else find this day just a bit difficult?” Não podia mesmo ser uma ocasião muito simples, ainda mais para Amy Pond e Rory Williams, OS PAIS DAQUELA QUE ACABA DE SE REGENERAR NA SUA FRENTE!
“I named my daughter after her”
“You named your daughter after your daughter”
E então o Doctor, definitivamente, descobre quem é River Song: aquela que está ali para tirar sua vida. “It’s her alright. Melody Pond. The woman who kills the Doctor”. O que ela vai eventualmente conseguir. E enquanto River tenta matá-lo, nós temos um conjunto de cenas bem divertidas. “Killing you is gonna take all day? […] I was born to kill the Doctor”. Até que ela consiga. Então a diversão toda acaba. É angustiante ver o Doctor à beira da morte, envenenado. Mexe com nossos sentimentos de forma inesperada termos alguns retornos, ainda que só rápidos e visuais. O Doctor pedindo que a interface de voz não seja ele mesmo. “Give me someone I like”. E então é Rose Tyler. Culpa. Martha Jones. Culpado também. Donna Noble. Mais culpa ainda. “There must be someone left in the universe I haven’t screwed up yet”. E então surge Amelia Pond. 7 anos de idade. “I’m not Amelia Pond, I’m a voice interface”. E o que lhe dá forças para continuar… “Fish fingers and custard”. SEMPRE. Porque ele ainda vai lutar por sua vida.
“Sorry. Did you say she killed the Doctor? The Doctor? Doctor Who?”
Acredito que a tensão é um dos principais ingredientes desse episódio (e basicamente da temporada toda!), como a proposta de retirar os criminosos perto do fim de suas linhas temporais e torturá-los. E quem quer o Doctor morto? O SILÊNCIO. “The Silence. […] The Silence is not a species. It is a religious order or movement. Their core belief is that Silence will fall when the question is asked. […] The first question. The oldest question in the Universe. Hidden in plain sight. […] Unknown”. E você sabe qual é a pergunta. Você tem que saber. Doctor Who? E enquanto morre, o Doctor repetidamente chama por River Song, aquela que Melody Pond, recém-regenerada, virá a ser, mas ainda não é. E é esse momento, repleto de emoção e muita tensão, que começa a moldar sua personalidade, começa a transformá-la naquela River Song que conhecemos e que amamos. “The Doctor says I’m the child of the TARDIS. What does he mean?” A filha da TARDIS. Aquela que salvou Amy Pond e Rory Williams. Aquela que recebeu o recado do Doctor, morrendo pela segunda vez na temporada, e que deveria entregar a River Song. Aquela que entendeu, com a ajuda de Amy, que River Song era ela mesma. Os seus olhos comovidos são de arrepiar.
Cenas fortíssimas, acredito.
E então ela o salva…
River Song, depois de matar o Doctor, o salva.
Uma finalização perfeitamente linda para quase tudo o que acompanhamos até então. Ela salva o Doctor com a sua própria energia de regeneração, entregando todas suas regenerações futuras para salvar aquele que vale a pena. “Hello, sweetie” pela primeira vez. Foi lindo. Emocionante. E o Doctor a deixa para trás com um presente: o diário com a capa da TARDIS, novinho, com um laço vermelho. E o nosso coração mal aguenta! E descobrindo de sua morte no início da temporada, o Doctor ainda escolhe não fazer nada a respeito. Por enquanto. E, nesse tempo, River Song está na Universidade de Luna, em 5123, resolvendo estudar Arqueologia. Ainda não é, mas poderia ter sido uma finalização incrível para a personagem. Mas ela sempre pode voltar e sempre pode ser bem-vinda. Como no Especial de Natal do ano passado em que ela viu Peter Capaldi pela primeira vez, e foi um momento REPLETO de muita emoção.
"Rule 1: The Doctor lies”
Por fim, temos Night Terrors, que é um episódio visivelmente mais calmo, com menos coisas acontecendo. Quer dizer, é um excelente episódio de Doctor Who e tem uma carga de suspense pesadíssima, mas não é um episódio complexo ou que interfira demais na trama principal. O Doctor recebe um recado: “Please, save me from the monsters!” Aparentemente o pedido de uma criança assustada, tão forte que pode chegar até eles na TARDIS. Então o Doctor precisa ajudá-la. Mais uma vez, ressalto como é bonita a força que as crianças adquiriram em Doctor Who durante a fase protagonizada por Matt Smith. E é assim que ele pode dizer coisas fofas e com pouco sentido como “When I was your age – about, oo, a thousand years ago – I loved a good bedtime story. The Three Little Sontarans. The Emperor Dalek’s New Clothes. Snow White and Seven Keys to Doomsday, eh? All the classics”. São coisas que só o Matt Smith pode dizer.
Não vejo David Tennant dizendo isso.
Por isso adoramos cada Doctor por suas particularidades.
Lidamos, ao longo do episódio, com os medos de George, um garotinho cheio de medos e manias, que esconde tudo que lhe assusta dentro de um armário. “No, no, no, you don’t wanna do that. […] Because George’s monsters are real”. Brinquedos que o assustam. Barulhos que o assustam. É lá que Amy e Rory acabam, logo no início do episódio. Em um lugar onde uma panela feita de madeira é pintada para parecer cobre. Onde não há luz, mas há um lampião estranho. Um grande olho de vidro. Portas sem maçanetas. Risadas de crianças macabras. Uma boneca. Eu adoro o suspense e os sustos em episódios sombrios como esse! “We’re dead, aren’t we? […] The lift fell and we’re dead. […] We’re dead. Again”. Adoro o mistério. Adoro a maneira macabre como as coisas acontecem, como Amy sendo pega por um dos bonecos e se transformando num deles, enquanto o Rory é obrigado a fugir. Aquela cena me deu uns calafrios, não posso negar isso. Adoramos Doctor Who por tanta coisa, e esses mistérios e suspenses são parte disso.
A finalização é incrível, mas assustadoramente rápida. Quando o Doctor percebe o que está de estranho nas fotos de George, o pai do menino compreende: “Claire can’t have kids!” Então quem, de fato, é George? Um Tenza. Um alienígena que só quer encontrar um lugar onde pode ficar e onde pode ser amado. Protegido. É angustiante quando o Doctor e o pai são levados para dentro da assustadora casa de bonecas, mas isso lhe dá as respostas sobre como George é o único que pode salvá-los, superando seus próprios medos. “His psyche, a repositor for all his fears. But what is he?” É um final muito bonitinho e uma boa história. Independente, aparentemente. Mas não parece que estamos muito acostumados com esse tipo de episódio depois dos surpreendentes dois últimos episódios, onde as coisas explodem em uma complexidade infinita. Mas são episódios como esse que nos mostram que Doctor Who não necessariamente precisa de muita coisa e muito alarde para ser excelente. E isso só faz com que eu ame mais e mais a série. A cada episódio que assisto.

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