Humans 2x04e05 – Episodes 4 & 5
“I remember feeling nothing. I feel something now”
A temporada de Humans
me surpreendeu maravilhosamente nesse último episódio. Acostumamo-nos a esperar
sempre uma qualidade elevada da trama bem construída de Humans, e a sempre lamentar que a temporada seja tão curta, porque
agora já estamos tão próximos do fim. Pelo menos as coisas estão começando a se
delinear e a mostrar a quê vieram, de fato. Por exemplo, a Niska fez um
depoimento revelador com o “Now we know
for certain humans will never accept conscious synthetics as their equals”
e entender o que eram os SERAFINS, dos quais vínhamos ouvindo falar há alguns
episódios foi embasbacante. Se essa palavra existisse. De todo modo,
preocupamo-nos com o futuro de Sophie enquanto vemos a emergência de um mundo
no qual os Synths são conscientes, e se assemelham cada vez mais a humanos,
embora sejam possivelmente melhores do que eles. Seria, na minha opinião, o
começo da Revolução Sintética, mas eu não acho que a veremos se desenrolar, de
fato, ainda nessa temporada. Por isso, os 8 episódios da terceira temporada de Humans prometem e eu já queria para
ontem.
A família Hawkins está lidando com um problema bem
sério com Sophie – um psiquiatra foi bem sucinto em seu diagnóstico: “Basically, the patient identifies as a
synthetic”. Um distúrbio sério e real nesse mundo alterno criado para Humans. É difícil Julia e Joe
conseguirem mantê-la “longe de synths” para seu bem se eles têm o Odi em casa,
por exemplo. E percebemos Sophie cada vez mais se “transformando”. Na maneira
como ela diz “Fine, thank you” em uma
voz robótica, como se senta ereta com as mãos sobre os joelhos… e eu acho que é
um desespero assustador para Joe e Julia, como pais. Por que o que fazer? Uma tentativa rápida de Joe foi levar os
filhos para um passeio a um lugar completamente livre de sintéticos – o que
para eles parece um absurdo. E a proximidade de Toby com Rennie, a garota da
escola que se identifica como synth, é perigosa para Sophie. Ela está
encontrando os seus, perguntando sobre os olhos… como eles fazem com que os seus olhos fiquem como os de sintéticos?
Parece-me que a trama de Rennie com Toby ainda
esconde muita coisa, e eu estou gostando de acompanhá-la. Primeiro ela vai até
a casa dele, naquela cena desesperadora em que um synth aparece exigindo que
Julia abandone o caso de Niska, e é Odi quem defende a família em um momento
lindo. Depois, Toby vai à casa de Rennie e as coisas ficam sérias. Ali, ela
quase parece uma humana escondida. Ela tem doce para esconder, ela chama o pai
de “pai” ao invés de “usuário primário”, em um escorregão. O upgrade para +18
pareceu a Toby a oportunidade de conversar com ela, ver ela de verdade, mas ela quis beijá-lo e
então tudo se desfez. No entanto, é uma cena IMPORTANTÍSSIMA, porque depois que
Rennie expulsa Toby de casa, ela chora como uma adolescente normal e come doces
para esquecer a dor. E assim ela a ignora. Ela desliga todo esse sofrimento,
esconde-o e assume novamente uma identidade sintética. É um problema psicológico
sério da juventude dessa sociedade, uma maneira “mais fácil” de lidar com a
dor.
Mas a dor infligida por quem?
Pais ausentes, no caso de Rennie?!
Estou bastante feliz em ver o Odi ganhando
consciência. Ele é uma fofura de synth, definitivamente, e agradecemos Mattie
profundamente por mantê-lo aqui e dar a ele essa nova profundidade. Quando ele
saiu e foi até a casa de George, ele disse uma das coisas mais dolorosas: “I remember his death. I remember feeling
nothing. I feel something now”. E é um pouco angustiante pensar no quanto
isso tudo é NOVO para ele, e ele não sabe lidar com isso. Odi é uma fofura, e
ele foi amado por toda a vida por George, então não acho que ele seja um perigo
à sociedade, mas é triste quando Matts diz pra ele que agora ele quer coisas, pode escolher, mas ele não
sabe o que fazer com sua recém-adquirida consciência. Ela não percebe o quão
doloroso e assustador fazer isso para TODOS os synths do mundo todo? Afinal,
Mattie chegou a um cógio novo, “amadurecido”, capaz de tornar todos os synths
do mundo conscientes.
Imediatamente.
Caos e Revolução Synth, certamente.
Trama de Mia/Anita ganha um desenvolvimento
controverso ao longo de dois episódios. Primeiramente, ela estava com Ed, e eu
acreditei que eles pudessem ter algum futuro. Cheguei a achá-los fofos. Eles
transaram. Mas é claro que aquele “amigo” de Ed seria a voz irritante de uma
sociedade preconceituosa ainda resistente a mudanças – então independente de Ed
estar SIM sentindo algo por Mia, confiar nesse sentimento, e ela ser uma fofura
com sua mãe, quando Mia é desligada no fim do quarto episódio eu fiquei tenso.
E com razão. O quinto episódio trouxe um Ed influenciado por um babaca, que
prendeu Mia, que tentou vendê-la. Pelo menos foi uma satisfação MUITO grande
vê-la sabendo lidar com a situação da forma mais inteligente possível. Se
reprogramou para ser Anita, cuja consciência Mia estava completamente reclusa,
imperceptível. E assim não pôde ser vendida. Mas ficou abandonada e eu só
espero que o Leo a encontre. Ou o Max, agora que eles estão separados, não é?
Max resgatando Synths recém-despertados, como a
Flash.
Leo investigando a Qualia, com Esther. [E que cena
diferente de sexo deles dois, huh?]
Niska quase conseguiu provar que tinha consciência
como os humanos, com a chegada de Astrid, mas ela “estragou” tudo ao se rebelar
no fim do quinto episódio – mas com razão. Ela só estava tentando provar como
os humanos jamais estariam prontos para aceitar sintéticos como seus iguais.
Enquanto isso, pessoas como Athena ainda lutam para descobrir sobre a anomalia
dos synths, mal acreditando na veracidade de sua consciência pura, mas Athena
está mais preocupada com uma transferência de consciência, especialmente com a
morte de Ginny – e agora ela contou a V o que todos já tínhamos desconfiado:
que V (de Virginia, assim como em Ginny) é a consciência salva em máquinas de
sua filha em coma. “I think I always
knew”. O que nos instiga agora são os SERAFINS. O quarto episódio nos
mostrou que eles não são synths conscientes. O quinto SURPREENDEU: SERAFINS SÃO
SINTÉTICOS CRIANÇAS! Dúvidas emergem de todo lado. Como? Por quê? Pete encontra
um synth criança no parque, e é eletrizante. Athena encontra na Qualia um monte
de synths infantis. E AGORA?!
O QUE ISSO SIGNIFICA?!
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