This is Us 1x09 – The Trip


“Are you willing to lift him into greater heights, even if it hurts?”
Episódio lindíssimo, mas igualmente desesperador. Acredito que esse tenha sido o episódio mais sofrido para se assistir em This is Us, e olha que eles sempre nos comovem. Mas se em outros episódios nós fomos tocados pelo drama e pela beleza, acho que hoje, mais que nunca, fomos tocados pela tristeza, pesar, melancolia. Parecia que a trilha sonora era toda feita de vidros se partindo. E machucou. Ainda assim a série continua ser bela, poética, e trazer momentos tão bonitos que são carinhosamente guardados para sempre em nossos corações. Seguindo os desesperadores eventos do Dia de Ação de Graças, quando a verdade sobre Rebecca conhecer William desde sempre, ao longo desses 36 anos, veio à tona, Kate é quem tenta amenizar as coisas tirando um tempo só para eles. E, no início do episódio, eu estava esperando algo muito bonito e muito aconchegante, momentos de conexão e beleza dos três irmãos, The Big Three. Eu não tinha noção do quanto eu estava errado, mas eu percebi isso logo que chegamos à cabana que Rebecca decidiu vender.
Algo em que Kate não consegue acreditar.
Afinal de contas, tem tanta história deles ali!
Randall apresenta uma atitude duvidosa, cheia de raiva e rancor, e eu confesso que eu me irritei profundamente com um personagem que eu costumava amar. Ainda que eu o entenda, eu sofro muito mais por Rebecca, que decididamente o ama, do que por ele. E quando ele diz coisas como “But you know what, maybe it was not real anyway, like the rest of my childhood” o meu coração se parte. A amargura marca os discursos de Randall, e eu achei completamente revoltante quando a Kate tentou juntar aqueles três, tentou trazer boas memórias e, consequentemente, bons sentimentos, mostrando um álbum de fotos, mas Randall foi irredutível em sua atitude mesquinha que fazia comentários como “You see right there? That’s mom lying to me about not being able to find my birth father” e estragava tudo. Não que Kevin não tenha estragado tudo também, da sua própria maneira. Quer dizer, ele convida Olivia e outras pessoas para virem ficar na caba com eles, e isso é ridículo, porque não era essa a proposta da viagem sugerida por Kate. E eu lamentei profundamente. Nada mais pode ser dito…
Além de “This was supposed to be our day”
Verdade.
Enquanto as coisas ameaçam ruir perigosamente no presente, o passado tem suas próprias implicações, mas são todas muito mais emotivas e bacanas que no presente, ainda que se conectem. Em primeiro lugar, Randall está buscando seus pais biológicos, perguntando, por exemplo, quem pode enrolar a língua no mercado: “If I can find people who can turn their tongues, they can be my birth parents” – é doloroso ouvi-lo dizer isso. E isso desencadeia toda uma situação complicada. Rebecca e Jack não sabem o que fazer, e a conversa intensa dos dois mostra que eles precisam de ajuda. Aquela amiga que eles conheceram na piscina episódios atrás sugere que Randall precisa de um homem negro que lhe sirva de modelo, que lhe mostre quem ele pode ser no futuro. E isso é forte. Então Jack o leva para uma aula de karatê que será fruto de lindíssimas cenas, enquanto Rebecca vai atrás de William uma vez mais. É complicado, é bastante complicado porque o William está bem, 5 anos sem beber, e a animação em conhecer seu filho assusta Rebecca a ponto de ela fugir, porque não pode levar isso adiante no fim das contas.
E eu a entendo.
Porque as falas deixam tudo muito claro. Ela tem medo de perder o filho. “I cannot lose my son. I can’t”. Não tem como não amar o Jack, porque ele está determinado a ajudar Randall nessa fase de sua vida, talvez a entendê-lo melhor, e ele é um pai ADMIRÁVEL. Sempre foi. A sua atitude também é compreensível, e ele está disposto, enquanto é frustrante encontrar tanta resistência de Rebeca. “Why are you against even trying, huh?” Mas aquela cena do karate… QUE CENA LINDÍSSIMA! Que discurso maravilhoso. E Jack se exercitando carregando o Randall me encheu de emoção. Não tem mais nada a ser dito a não ser o que está na carta que Rebecca mandou para William com a foto dele: “He has an extraordinary father who gives him everything he needs. […]I hope you take comfort in knowing just how loved Randall is”. Talvez ela esteja fazendo isso mais por Jack do que por ela mesma, mas isso é LINDÍSSIMO. Porque a dedicação de Jack e o amor que ele tem por essa família são incomensuráveis e merecem ser reconhecidos. Jack é um máximo, um excelente pai e prova isso mais e mais a cada dia.
Até no presente.
Quer dizer, Jack já está morto no presente, mas quando Randall entra em contado com um chá de cogumelo (acho que foi isso), ele começa a ver o pai. E é quase engraçado, mas acima de tudo é tocante. Porque as cenas são fortes e muitas verdades são ditas, desabafos se realizam. Jack fala para Randall que ele deve agradecer por tudo o que eles lhe deram, pela família que ele ganhou, o amor que eles sentem por ele. Randall diz que se sempre se sentiu excluído, como se eles não o quisessem, como se ele fosse apenas o substituto do bebê morto, mas Jack garante, lindamente: “The moment I saw you, I knew you were my boy. You weren’t a choice, Randall. You were a fact”. Depois vem a cena da família no passado, vem o Randall confrontando a mãe com a lista de coisas pelas quais ele a odeia, e em uma cena poética e tocante, Jack pede que Randall olhe com mais atenção, então vemos Rebecca aprisionada, sofrendo, sempre fazendo de tudo para mantê-los bem segurança e felizes… Rebecca também ama essa família e se dedica a ela como ninguém. Eu espero que Randall tenha entendido toda a mensagem.
O final nos faz pensar que sim.
Não para AGORA, mas quem sabe até o Natal…
No restante do episódio, tivemos outras coisas meio revoltantes acontecendo. Kate defende Kevin contra Olivia desde o “Hold on, you brought your ex to our family cabin?”, que não podia ser mais verdadeiro, e Olivia, uma personagem da qual nunca gostamos de fato, se prova cada vez mais desprezível. Foi ridículo ao extremo levar um ex-namorado para a casa deles, ainda deixar que ele faça comentários sobre seu beijo e rir disso, ainda dar comida em sua boca e se aconchegar nele no sofá… RIDÍCULO! E eu não quero usar um palavrão aqui para descrevê-la, mas vocês entendem a ideia. Olivia é absurdamente deplorável. Ainda bem que o Kevin deu um chega nisso e a colocou pra fora dizendo, calmamente, algumas coisas dolorosas que eu só espero que a façam sofrer. Por outro lado, Kate ainda sofre por causa de Toby, mas o que ele disse ao telefone (“Are we still broken up? […] Sorry, I cannot be this person for you, Kate. I’m sorry, goodbye”) foi bem verdade, e eu sofri em vê-lo triste, barbudo, sofrendo. Ambos estão.
Acho que começou a época de MAIS sofrimento em This is Us!

Para mais postagens de This is Us, clique aqui.


Comentários