As Visões da Raven – To See or Not to See


“Docinho, bons amigos não se afastam à toa!”
Os problemas que as visões da Raven causam são um assunto recorrente ao longo de toda a temporada. Às vezes é só de uma forma divertida. A Raven vê uma cena fora de contexto, imagina o restante e causa toda aquela confusão. Às vezes o negócio é mais sério. Como é o caso do bom episódio que termina a primeira temporada, com a participação de Vivian, a avó de Raven Baxter que não quer ser chamada de avó. “Eu escutei, hein? Não use essa linguagem aqui! É Vivian!” Aqui, Eddie e Chelsea estão incomodados porque eles vivem entrando em problemas ou situações vexatórias porque escutam a Raven e as suas visões, e decidem que eles não gostam disso. É uma dicotomia entre “Eu adoro que você seja vidente!” e “Odeio que ela seja vidente!” da maneira mais egoísta possível, porque eles “adoram” quando lhes é favorável e “odeiam” quando estão em algum problema ou humilhação por causa do que a Raven vê.
Quer dizer, ninguém disse que era fácil…
…mas às vezes parece que Chelsea e Eddie não sabem ser compreensíveis!
E o quanto isso tudo não é complicado para a própria Raven?! Ela nunca faz por mal quando alguma coisa dá errada. Ela só está tentando ser uma boa amiga, contente por uma vitória que vê, mesmo que ela não aconteça no momento em que as outras pessoas a esperam. A vida é assim mesmo, não é? E a Raven não pediu por esse dom, para começo de conversa! Assim, a primeira visão do episódio envolve o Eddie, e como ele consegue escalar o paredão apesar de todo o seu medo. Mas isso não acontece na aula e ele fica se sentindo humilhado na frente da escola toda, que fica tirando sarro dele! A segunda visão envolve a Chelsea, toda poderosa, andando como uma modelo no corredor entre os atletas, deixando-os de queixo caído. Mas o problema é que, mesmo que isso aconteça, ela tem um pouco de papel higiênico preso na parte de trás da saia e por isso todo mundo ri da cara dela e passa dias a zoando.
Mas convenhamos: essa escola tem um problema sério com bullying!
Porque a maneira como eles pegam no pé de Chelsea e Eddie é meio cruel! E mesmo que eu ache que eles têm seus motivos para ficarem chateados, o problema não é a Raven. Então é tão doloroso ver isso tudo acontecer, vê-los culpá-la e, principalmente, vê-la lamentar que tenha os seus poderes. “São essas visões que eu odeio!” Isso não é muito de quem a Raven é? Chelsea e Eddie sabem disso desde sempre (na série, pelo menos)! Em algum momento ela confronta os amigos, ela diz: “Chelsea, eu não tenho culpa! São essas estúpidas visões que eu tenho, elas perturbam todo mundo. Primeiro o Eddie e agora você!” E eu acho que ela devia guardar mais as coisas para si mesma, se eles estão se sentindo tão incomodados. É por isso que temos as minhas cenas favoritas no episódio, em questão de diversão. É meio estranho ver a Raven com sua expressão de “visão”, escutar a trilha sonora característica, e não ver o que ela está vendo! É assim que ela não conta, na audição da Chelsea, sobre os óculos dos jurados se quebrando e, na aula de música, da peruca do professor para o Eddie!
Okay, não era o que eles queriam?
Sei que me diverti muito nesses momentos!
Mas mesmo com a diversão, coisas muito sérias foram ditas. Quando Chelsea e Eddie estavam bravos, por exemplo, teve aquele lance do “Aí! Suas visões são um lixo! Por que você não pode ser mais…”, que a Raven completou com um doloroso “…normal?” Ali eu questiono o quão amigos eles são dela de verdade, mas não acho que seja essa a intenção. Até porque depois da conversa com a Vivian (também uma vidente!), a Raven vai ter a oportunidade de se acertar com os amigos e é muito fofo! No entanto, o que me marca na finalização da primeira temporada não é a diversão, mas a seriedade do programa. Por fim, o Eddie consegue, mesmo, escalar a parede. E a Raven e a Chelsea sobem lá para ajudá-lo a descer, com toda a fofura e cumplicidade que uma amizade exige. Ali eu sei que eles são amigos e que eles se amam. Porque são momentos bobos e de entrega como esses que nós guardamos para sempre como boas memórias. Como amigos, eles jamais vão se esquecer daquele momento, porque foi lindo. “Adoro vocês dois” “Awn, eu também te adoro” “E eu adoraria poder descer”.
“Eu tô sentindo um abraço em grupo a caminho!”

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