Desventuras em Série 1x04 – A Sala dos Répteis: Volume 2


“Ladies and gentlemen: the murder weapon”
Esse é um dos meus episódios favoritos em Desventuras em Série – acontece que eu gosto bastante de A Sala dos Répteis, e eu acho que é uma judiação que Violet, Klaus e Sunny Baudelaire tenham que sofrer tanto vendo a morte de um tutor tão querido que é, com toda a certeza, o melhor que eles tiveram na saga toda. Assim, o episódio começa quando os irmãos sabem que há alguma coisa errada, e descem as escadas em seus pijamas para a Sala dos Répteis, para encontrar o corpo frio e pálido do Tio Monty sentado em uma poltrona. É angustiante, potencialmente traumatizante. É muito triste ver a reação dos Baudelaire, ver a tristeza e o sofrimento saindo em lágrimas, no caso de Violet, ou em uma expressão de agonia e raiva de Klaus. É uma cena forte e, novamente, as crianças interpretaram incrivelmente bem…
Stephano, em seguida, aparece, com Sunny presa dentro de uma mala, e coloca os Irmãos no carro para fugir com eles para o Peru, mas o acidente que acontece com a chegada do Sr. Poe resolve algumas coisas, mais ou menos. Temos, extremamente SIMILAR ao livro, uma sequência rica de detalhes que conta com as crianças contando a verdade ao Sr. Poe, dizendo que aquele homem é o Conde Olaf e que ele matou o Tio Monty, mas é claro que o Sr. Poe não acredita em nada. E, bem, não tem nenhuma tatuagem no tornozelo. Mas pelo menos toda a confusão impede que “Stephano” fuja com os Baudelaire para o Peru, e entram todos em casa, esperar um médico que virá examinar o que aconteceu com o Dr. Montgomery Montgomery. “I don’t care if you have an audition for Equus. Come now!” Ver Equus com o capanga do Olaf que não parece nem homem nem mulher esclareceria muita coisa.
Enfim.
A Enfermeira Lucafont, que dessa vez é Aquele Que Não Parece Nem Homem Nem Mulher. Dói ver as crianças conversarem com o Sr. Poe e dizerem tão pesarosas que o Tio Monty era mais do que um ótimo tutor, era o tutor ideal, muito amável e carinhoso… e então “Stephano” e a “Enfermeira Lucafont” acusam a Víbora Incrivelmente Mortífera de ser a causa da morte do Tio Monty, e ela não está mais em sua gaiola… embora eles ainda tenham que provar a inocência da Víbora Incrivelmente Mortífera, um animal perfeitamente dócil, o Klaus consegue, rapidamente, entender que a “Enfermeira Lucafont” é um dos capangas do Conde Olaf disfarçado, mas o tom caricaturado da série (como dos livros) não permite que mais ninguém que não os três Baudelaire entendam isso ou acreditem nisso… não há um adulto inteligente nesse negócio.
Tapado ao extremo, o Sr. Poe não nota ABSOLUTAMENTE NADA nem quando todos os capangas do Conde Olaf adentram a casa fantasiados, e é revoltante. [Pausa para o solene e triste momento em câmera lenta de Violet, Klaus e Sunny subindo as escadas e olhando para o corpo do Tio Monty sendo levado embora] Enquanto uma “conversa de adultos” (cof, cof) se desenrola na Sala dos Répteis, as crianças começam a organizar ALGO DE ÚTIL. Adorei a sequência de Klaus Baudelaire pendurado na janela, adorei a maneira como entrou escondido na Sala dos Répteis para achar alguma prova, como os mistérios da trama foram valorizados com o labirinto no jardim, em forma do Olho de VFD, o bilhete do cinema do Tio Monty, mandando que ele os levasse ao Peru, a estátua da mulher com a luneta, a foto do Tio Monty com a luneta!
Tudo.
“Enquanto isso” [e eu devo comentar que Lemony Snicket, no livro, comenta a necessidade do uso do chavão “enquanto isso”, mas isso na série ficou AINDA MELHOR porque foi adaptado para a mídia visual através de uma rebobinação divertidíssima que nos levou a Violet, no quarto], Violet e Sunny entram em sua própria missão: desmascarar Stephano. Juntas, Violet e Sunny conseguem abrir a maleta de “Stephano” que deve ter algumas provas… E EU ADORO VER A VIOLET PRENDENDO O CABELO. Você sabe que quando ela prende o cabelo alguma coisa boa está para acontecer. Então tudo se desenrola como deveria. Sunny é vista brincando com a Víbora Incrivelmente Mortífera (e o Sr. Poe dá o seu espetáculo hilário), mostrando sua docilidade, enquanto Klaus prova a mesma com as anotações do Tio Monty, Stephano se entrega, sem querer, e Violet chega com as provas da mala.
Wow.
Primeiramente, o Conde Olaf começa a falar de cobras e se diz um grande especialista nelas, revelando sua primeira mentira. Então Violet completa a missão (iniciada por Sunny e Klaus, que demonstraram a docilidade da Víbora Incrivelmente Mortífera) mostrando o que encontrou na mala de Stephano. “Ladies and gentlemen: the murder weapon”. Um pouco mais complexa que na descrição do livro, é MARAVILHOSO como Violet faz uma explicação completa e ainda monta o mecanismo usado por “Stephano” para matar o Tio Monty, com o veneno da Mamba do Mal (que “Stephano” tenta dizer que a própria Mamba do Mal roubou e usou para matar o Tio Monty – WTF?), e o Sr. Poe, finalmente entendendo a gravidade da situação, esfrega o lenço no tornozelo cheio de maquiagem de “Stephano” revelando a tatuagem e sua identidade secreta: CONDE OLAF.
Os répteis da sala ainda ajudam a afugentar o Conde Olaf e seus cúmplices! <3
Um pouco de DELICIOSA NOVIDADE está na sequência final do episódio, nos últimos 10 minutos, quando o Conde Olaf corre para o labirinto do jardim para fugir e as crianças entram nele atrás dele, mas o perdem quando o perverso vilão entra por um alçapão. De todo modo, algumas informações ainda são repassadas. Klaus fala sobre a mensagem do cinema e a luneta, e Jacquelyn retorna fantasiada de estátua para falar com os Órfãos Baudelaire, mandá-los para a casa da Tia Josephine e promete recuperar a luneta que Klaus resgatou do incêndio de sua casa, que Conde Olaf acabou de roubar. Foi diferente, mas no fundo deu tudo na mesma e ficou fantástico. Nos deixou mais apreensivos, envolvidos, instigados. Legal pensar nos pais dos Baudelaire (que vemos no Peru!) recomendando Jacquelyn para o Sr. Poe, e como tudo isso é parte de uma trama maior.
Vemos o SS Prospero rapidamente, porque o Conde Olaf tenta, do mesmo modo, fugir para o Peru a bordo dele, e é um navio LINDÍSSIMO, parecido com o Titanic, que me faz querer elogiar novamente a ÓTIMA fotografia dessa série espetacular. Mas Jacquelyn consegue chegar no navio logo atrás do Conde Olaf para confrontá-lo e, por fim, ele acaba escapando, como é de costume. Isso garante que ele ainda estará por perto a tempo de retornar para O Lago das Sanguessugas, o que não poderia acontecer se ele de fato fosse para o Peru. Mas, pelo menos, Jacquelyn conseguiu manter parte de sua promessa. Se não a parte de prender o Conde Olaf, pelo menos a parte de recuperar a luneta que ele roubou de Klaus Baudelaire e que já é um símbolo tão grande dessa série incrível. Estou adorando o que estão fazendo, e me apaixonando cada vez mais pelo universo criado por Lemony Snicket.
Ou descrito por ele.
Sei lá.

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Comentários

  1. Oi, Jefferson! Meus comentários não se resumem à Carinha. Olha eu aqui! Como eu amo os livros de Desventuras em Série! Lembro que na época eu queria convencer todos os meus amigos e colegas de que era melhor que Harry Potter até - ou eles não davam bola ou eles achavam o livro nerd demais, como todos os neologismos e apologia à leitura, haha. Mas não conta pra ninguém: eu acho muito melhor mesmo, embora HP tenha um espaço considerável no meu coração de jovem leitor. Aliás, o universo criado pelo Lemony é incrível! Já leu "Só perguntas erradas"?. Incrível!

    Mas vamos lá nós então sobre o episódio em si. Na minha opinião essa é uma das melhores dobradinhas da série (acho que gosto ainda mais da Serraria, mas como não sei se você chegou lá, vou me limitar a comentar a Sala). Muito do fato de ser um dios melhores capítulos da série se deve ao Neil. Ele está impecável como Stephano, que é de longe O MELHOR DISFARCE até agora. O cinismo e a vilania me fizeram ao mesmo tempo ter raiva, mas dar muita risada, de modo que eu sempre me lamentava (pois é) quando o Olaf saia de cena. Contudo, o episódio também conseguiu equilibrar muito bem a tragédia e a comicidade - assim como os livros no geral, cuja narrativa sempre prometera uma desgraça que, de fato, nunca chegava a acontecer, e o que ficava era o ridículo da situação toda. Tava quase tudo muito perfeito, sobretudo nessa segunda parte. Confesso, porém, que o final foi um pouco arrastado, e por várias vezes eu fiz que ia me levantar achando que o episódio chegou ao fim. Eu adorei todo aquele desfecho "extra", mas acho que poderia ser melhor incorporado ao episódio.

    Mas que venham os próximos!

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    Respostas
    1. Eu ADORO Desventuras em Série, nesses 10 anos de leitura. Não o coloco acima de Harry Potter (mas daí sou eu, né?), mas eu adoro demais! É inteligente, envolvente, tem muita metáfora e metalinguagem... de todo modo, só li o primeiro "Só Perguntas Erradas" ainda, não li os demais =/

      Nem sei porque gosto tanto de Sala dos Répteis. Amo, mas não é meu livro preferido. Adoro a Serraria Baixo-Astral, por exemplo, e DEMAIS a Cidade Sinistra dos Corvos... enfim. Mas o Neil está mesmo fazendo um trabalho incrível e foi bom dar vida a um Stephano que era tão o Conde Olaf e, ao mesmo tempo, tão não o Conde Olaf, que era a impressão que ele tinha que passar. Muito bom. [E aqui eu posso ser linchado, mas eu acho que o Neil está fazendo um trabalho bem melhor que o de Jim Carrey, cuja interpretação do Olaf eu nunca gostei muito, mas eu sei que uma GALERA - tipo MUITA GENTE - vai discordar]

      Não tinha pensado sobre o que disse, e realmente o "desfecho extra", como você chamou, poderia estar mais incorporado ao episódio, passar mais depressa, afinal durou 10 minutos do episódio - e como eu comentei ali na postagem, chegou um momento que eu não sabia mais o que poderia acontecer por mais 10 minutos! Em "Mau Começo" essa trama "extra" ficou mais incorporada.

      Vou postando o restante dos episódios aos poucos, vamos comentar! :D
      Até mais!

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    2. Eu concordo muito sobre o Neil - mas não posso mentir que era apaixonado pelo Barney, então isso pode ter influenciado positivamente. E eu acho que estou sozinho nessa "briga" entre HP e DES mesmo, haha. Mas que mal existe em termos muitas e boas opções de leituras e paixões literárias, né?

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    3. Eu também sou apaixonado pelo Neil em geral. Não só em HIMYM, mas nos musicais que fez da Broadway, por exemplo, então eu também posso estar "comprometido" para dizer uma coisa dessas... enfim. Sobre "boas opções de leituras e paixões literárias", isso é o que não falta, não é? Amo HP, amo DES e um monte de outras sagas, como a própria Artemis Fowl, que nomeou o blog lá em 2010... :D

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