Sherlock 4x01 – The Six Thatchers


“Death waits for us all in Samarra. But can Samarra be avoided?”
Fazendo-nos refletir intensamente sobre a fatídica história do Mercador em Samarra, Sherlock está de volta para um início bombástico da sua quarta temporada – acho que é de se esperar que uma série de apenas 3 episódios por temporada já comece com tudo, mas foi um pouco surpreendente perceber o QUANTO de coisa aconteceu. É bacana ver episódios de 90 minutos que você ainda não sabe aonde vão chegar. Você pensa em uma coisa, e as coisas se transformam, se ampliam. Eu estava bem interessado no caso de Charlie Welsborough lá no começo do episódio, mas quem diria que ele seria reduzido a um trecho mísero do episódio quando entendêssemos a que ele veio? A própria introdução de toda a coisa das Seis Thatchers e a Pérola Negra dos Bórgias era apenas instigação, para o que de fato viria… e veio. Mais sobre o passado de Mary Watson. E já adianto: É SURPREENDENTE.
Sherlock foi trazido de volta para ajudar a lidar com o problema que é Moriarty e suas mensagens de MISS ME? tomando conta de Londres. Ainda não sabemos do que se trata – nem Sherlock ainda sabe do que se trata. Algo como “Posthumous revenge. No, better than that: posthumous game”. De todo modo, há apenas uma coisa a se fazer: esperar que Moriarty faça sua próxima jogada, e resolver casos enquanto isso. “I always know when the game is on, you know why? Because I love it”. Ah, não só resolver casos… porque enquanto lidamos com um Sherlock OBCECADO pelo seu celular, que não larga DE JEITO NENHUM, também vemos o nascimento da filhinha de John e Mary, cujo comentário sobre o nome ainda rende uma última tentativa de Sherlock: “You know what I think”, respondida em uníssono por John e Mary: “It’s not a girl’s name”. Enfim, assim chega ROSAMUND MARY. Adorei o Sherlock, Rosie e o chocalho.
Primeiro caso importante do episódio vem na forma de Charlie Welsborough e é eletrizante. Começa com um telefonema de Charlie que, supostamente, está no Tibet, então a imagem congela e fica só o áudio, mas a voz de Charlie está estranha (diz ele que deve ser a altitude), e então ele pede que o pai tire uma foto do Power Ranger Azul grudado em seu carro… depois o telefone fica mudo. Tempo depois, um motorista bêbado bate no carro de Charlie, causa uma explosão, e então o corpo de quem é identificado todo queimado dentro do carro? DE CHARLIE WELSBOROUGH. Ainda, segundo o relatório, Charlie estava morto HÁ UMA SEMANA. Eu achei perfeitamente eletrizante, instigante. Eu queria ver como Sherlock ia explicar aquilo tudo, e o lance dos dois tipos diferentes de vinil não me foi dica o suficiente para eu pudesse entender o caso sozinho.
Como o Sherlock gostaria.
De todo modo, é uma explicação maravilhosa, e me fez gritar o quanto eu AMO SHERLOCK. Senti falta dessa série e de coisas como essa. Acontece que o garoto Charlie ESTAVA mesmo no carro desde o telefonema com o pai, disfarçado, e o negócio do Power Ranger era apenas uma maneira de fazê-lo se aproximar do veículo – mas algo deu errado, ele passou mal e morreu. Seu corpo só foi descoberto por causa do acidente que fez com que o carro pegasse fogo. É macabro e triste, mas faz todo o sentido. Sherlock matou isso de cara, e não estava mais preocupado com isso. Estava preocupado com Margaret Thatcher. Ou melhor, o seu busto quebrado. É quase cômica a maneira como o Sherlock muda depressa de um caso para o próximo, com um sentimento de missão cumprida bem rápido. Acontece que tudo lhe chama a atenção, como a sensação de que HÁ ALGO NOVO NA ÁREA.
“Are you having a premonition, brother of mine?”
Sherlock SABE que tem alguma coisa – pode ser Moriarty, pode não ser, mas o fato é: “The game is on”. O episódio é construído em cima de suspense, e as coisas começam a crescer a partir da resolução do caso de Charlie e o mistério dos bustos de Thatcher destruídos. Dois mais bustos aparecem quebrados, dessa vez com um assassinato no caso. Bem, e como Sherlock sabe quem e onde será a próxima vítima… lá está ele. Eu devo dizer que eu ADOREI a sequência toda, porque o Sherlock lutando contra Ajay foi excitante, em mais de um sentido (o Sherlock fica particularmente lindo quando está lutando com aquela propriedade toda!) e a cena da piscina foi angustiante a ponto de me fazer perder o fôlego. Mas o mistério se amplia. Não há Moriarty como chefe. Não há Pérola dos Bórgias dentro do busto, como Sherlock acreditou que fosse o caso…
No lugar, tinha um pen-drive como o de Mary.
“I’m the man who’s gonna kill your friend”
Ali é que entendemos, de fato, o propósito do episódio e o tamanho do problema – acontece que estamos lidando com uma faceta do misterioso passado de Mary Watson. Ajay, uma das pessoas no acrônimo A.G.R.A., acredita que foi traído por Mary e agora busca VINGANÇA. Claro que Sherlock CONVOCA Mary, ele precisa saber o que está acontecendo: “Because I’ll know the truth when I hear it”. E Mary não consegue entender a ideia que Ajay quer matá-la, se eles eram uma família, mas Sherlock garante que pode mantê-la em segurança, e que vai fazê-lo. Mas ela não permite… dopa Sherlock, deixa uma carta de despedida para John e VAI EMBORA. Começa sua jornada para fazer as coisas do seu jeito, afastar o alvo deles e manter Rosie em segurança. Não que Sherlock e John não consigam localizá-la em qualquer lugar que ela esteja. E, assim, estão TODOS juntos uma vez mais.
“You’re R. Rosamund?”
“Rosamund Mary”
Enquanto o passado de Mary começa a ser explorado, acompanhamos também a maneira como o casamento dela e de John está com dificuldades – com tanta mentira, com o estresse recém-adquirido de uma filha… e John me decepciona um pouco com aquele caso com a mulher do ônibus. Ele nunca chegou a encontrá-la de fato, mas ainda assim é decepcionante que ele tenha trocado mensagens com ela e, mais do que isso, trocado mensagens enquanto Mary estava acordada no meio da madrugada cuidando da filha DELES. Foi um momento de fraqueza, e John não fez o pior que poderia ter feito, claro, mas ainda assim foi um pouco incômodo vê-lo fazer aquilo. Mas quem diria que aquilo, afinal de contas, acabaria sendo uma coisa tão sem importância no panorama geral do episódio ou frente ao que estava para acontecer.
Com a Sra. Norbury em uma eletrizante cena no aquário, o episódio é finalizado de forma complexa e inteligente, mas mais instigante que qualquer outra coisa. E TRISTE. Vivian Norbury, a velha do início do episódio, uma daquelas que “sabe de tudo”, foi quem traiu AGRA, e parece que a história de Mary fecha um ciclo – literalmente. Porque quando Vivian surpreende a todos com um tiro, Mary pula na frente de Sherlock para defendê-lo e acaba baleada – foi um pouco desconcertante ver a cena, confesso. Porque eu não esperava que ela fizesse algo como isso, não agora que ela tinha acabado de dar à luz uma filha linda. ELA É MÃE AGORA! Mas sim, Mary realmente fez isso, Mary realmente pulou na frente da bala da Sra. Norbury para salvar a vida de Sherlock Holmes, e por mais lindo que isso possa ser, foi muito mais triste do que lindo, e aquilo me angustiou profundamente.
Mary se foi.
Eu custei a acreditar – achei que seria um cliffhanger e que veríamos o resultado na próxima semana, mas Mary tem uma belíssima e angustiante despedida. Ela diz a Sherlock que gosta muito dele, pede perdão por ter atirado nele uma vez, e diz que agora eles estão quites. Comovido e com lágrimas nos olhos, Sherlock se despede dela. Com John, Mary comenta: “Being Mary Watson was the only life worth living”. E então se vai, de verdade. John não é visto chorando, mas é visto FURIOSO, culpando Sherlock, e então algo se quebra entre eles e eles se afastam – embora tenha sido ELA quem pulou na frente da bala. De todo modo, com um sugestivo MISS ME?, Mary deixa um recado em vídeo para Sherlock, sabendo que está morta e pedindo que ele faça uma última coisa por ela, uma nova missão e um novo caso, seu último pedido:
“Save John Watson. Save him, Sherlock. Save him”
Difícil. Lindo, mas difícil.

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