Logan (2017)

“Nature made me a freak. Man made me a weapon. And God made it last too long”

Depois de 17 anos interpretando o personagem do Wolverine, ao longo de 9 filmes da franquia dos X-Men, Hugh Jackman decidiu deixar o personagem, e para isso temos uma despedida digna e, na falta de uma palavra melhor, f*da. QUE FILME FOI ESSE?! Devo confessar que embora goste muito dos X-Men, os filmes solos do Wolverine nunca foram meu forte, mas Logan, o mais novo filme do personagem, é uma verdadeira obra-prima na qual a Fox CAPRICHOU! Com muita ação extremamente bem coreografada e muita violência explícita (é angustiante em alguns momentos, mas os fãs queriam ver isso!), nós temos um filme forte e com personalidade, e que não se sustenta apenas por sua ação e terror gráfico, mas pelo conteúdo de um roteiro bem escrito e muito bem interpretado por um elenco maravilhoso que nos deixa querendo mais.

O filme começa nos apresentando Logan muito mais velho do que jamais o vimos. Em 2029, ele é um motorista de Uber bêbado, que mantém o professor Charles Xavier preso por causa de suas perigosas convulsões, para ele e para todo mundo próximo a ele – também pudera, são mais de 90 anos, não é culpa dele não poder controlar de fato seus poderes. E enquanto Logan tenta se manter distante de tudo e pensa em morrer em paz, com uma única bala de adamantium, que supostamente pode matá-lo por ser a mesma substância de suas garras, que agora o envenenam, ele vê se aproximar dele Gabriella, implorando sua ajuda para que ele salve Laura, ajude ambas a chegarem do outro lado da fronteira onde estarão em segurança. E embora Logan não acredite em nada disso, e pouco se importe, Charles Xavier insiste que existe uma nova mutante.

Mesmo que novos mutantes não tenham nascido nos últimos 25 anos!

Acho que o filme é recheado de EXCELENTES momentos, e é impressionante como as cenas de ação estão eletrizantes e envolventes, e como uma coisa leva a outra de forma tão clara e maravilhosa… eu acho, sinceramente, que Charles Xavier é uma das MELHORES coisas desse filme, super velhinho, mas ainda adorável, tomando os remédios obedientemente, e mostrando a língua para o Wolverine quando ele pede para ver se ele realmente engoliu os comprimidos… e vale um Oscar aquelas tentativas de Charles de conversar em espanhol com Laura, com coisas como “That’s okay. It’s just the chuchu”. E eu adoro a apresentação de Laura, toda impetuosa, salvando Logan ao derrubar um cara com um arremesso de cano, e pegando sua bolsa de forma tão intensa. A expressão dela é perfeita! E quando ela começa a lutar então?

OS FÃS VÃO À LOUCURA!

E quando as garras saem não apenas das mãos, MAS DOS PÉS?! <3

Me afeiçoei demais a tudo, e muito depressa. Eu sofri com o sonho de Charles e Logan de comprar aquele barco, o Sunseeker, e ir morar na praia, e com como tudo mudou tão drasticamente quando Laura se tornou responsabilidade de Logan e ele precisou lutar com ela e por ela. E precisou assumir o papel de pai, que de uma forma ou de outra é, ensinando coisas em cenas hilárias como aquela em que ela queria quebrar um cavalinho de brinquedo em uma loja de conveniência… menina complicada, difícil lidar. Acontece que em um vídeo deixado por Gabriella, entendemos que uma corporação estava fabricando mutantes para serem usados como soldados, o problema é que, como crianças humanas, eles têm SENTIMENTOS, e quando se recusaram a lutar, eles precisaram encontrar uma alternativa: um novo projeto, mais mecânico, que não tenha a variável da “humanidade”.

Então todas as crianças precisavam ser mortas.

Gabriella e outros cientistas do projeto, que se afeiçoaram às crianças, ajudaram o máximo delas a escaparem, e agora Logan precisa completar a jornada e levar Laura até o Éden, onde estará junto dos seus e em segurança. Para isso, temos toda uma jornada que coloca o trio formado por Logan, Xavier e Laura no caminho de uma família muito simpática, onde as coisas saem de controle, e o Professor Charles Xavier fala de todo o seu coração antes de ser assassinado por X-24, o novo projeto da corporação: uma cópia mecânica do próprio Wolverine. A luta de Wolverine contra X-24, ele mesmo em uma versão aparentemente mais jovem, foi ELETRIZANTE. Fortíssima, repleta de cortes, de ataques e de sangue, temos uma das melhores sequências do filme, que infelizmente culmina na tristíssima despedida do Professor Xavier.

E eu sofri em ter que dizer adeus.

E a Laura também sofreu.

Nos afeiçoamos a Laura aos poucos. Ela é bastante decidida, meio mal-educada, nervosinha… mas no fundo é adorável. Vejo os momentos dela e de Charles com muita ternura, às vezes ela até o abraça e isso é incrível… matá-lo incitou muito mais raiva da parte dela, e uma exigência de que Logan terminasse a jornada dela rumo a seus amigos, quando ela fala pela primeira vez, na sua maior parte do tempo em espanhol, com uma voz bem aguda. Por fim, REALMENTE chegamos ao Éden, cuja existência Logan chegou a duvidar, chegou a acreditar que fosse uma bobagem que Gabriella retirou de uma história em quadrinhos dos X-Men, mas ali está. E É UM DOS MEUS MOMENTOS FAVORITOS DO FILME. Ver o Éden, comandado por Rictor, com um monte de outras crianças poderosas e sorridentes que se salvaram. Crianças que sofreram, mas que são visivelmente repletas de ESPERANÇA.

Elas até cortam a barba do Logan para ficar igual ao gibi!

Na manhã seguinte Logan é deixado sozinho enquanto as crianças partiram todas em direção ao Éden, e tudo ficaria bem se a Transigen não estivesse se preparando para capturá-los todos. E enquanto as crianças fogem, Logan toma todo o soro que o deixa mais forte de uma vez, para uma última batalha intensa, uma última sequência de agilidade, poder e violência, para defender Laura e seus amigos. E QUE CENA! Tudo é fenomenal. Morte a morte, momento a momento. Ver Laura lutando, uma mistura de Wolverine e Mística em batalha (ela é FENOMENAL!), ver o próprio Wolverine lutando, e ver as crianças usando os seus poderes, descobrindo que temos algumas preciosidades muito bacanas ali no meio, que adoraríamos ver mais detalhadamente. E, por fim, temos Wolverine contra o X-24 uma última vez, e é Laura quem consegue salvar o pai.

NUMA CENA LINDÍSSIMA.

E triste. Porque como o último filme de Hugh Jackman no personagem, finalmente vemos o Wolverine morrer. O personagem imortal encontra o seu fim, depois de toda a fraqueza que veio cultivando – mas ele finalmente conseguiu aquilo que queria, que no momento era morrer. E morreu sabendo que Laura, sua FILHA, e seus amigos, estavam a salvo, a caminho do Canadá. Foi um final lindíssimo e profundamente tocante, que nos comoveu e levou muita gente às lágrimas. Despedir-nos do Wolverine e ver o sofrimento e tristeza de Laura, tão real e tão triste, embora tenhamos acabado de conhecê-la, foi de partir o coração. Mas foi uma despedida digna, com direito a Laura citando um filme famoso e mudando a cruz de seu túmulo para virar um X. Definitivamente sentiremos sua falta, Wolverine! Quanto a Laura, ainda espero vê-la novamente…

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