Vale o Piloto? – Time After Time 1x01
“Imagine
the stories you could write if your life were full of adventure”
AH, EU NÃO ESTOU SABENDO LIDAR! QUE AMOR DE SÉRIE! Bem, eu já tinha
motivos para adorar a produção desde sempre, desde que ela foi anunciada…
acontece que além de adorar o tema, eu acho que a ideia de Time After Time (cujo filme foi traduzido no Brasil como Um Século em 43 Minutos, de 1979, cuja review você pode ler aqui) é
simplesmente genial. Eles trazem H. G. Wells, um dos pais da ficção científica,
como o personagem principal da história. Aqui, além de escritor, Herbert Wells
criou MESMO uma Máquina do Tempo, como em um de seus livros mais famosos, e
essa máquina do tempo foi usada por Jack o Estripador para fugir para o futuro…
assim, H. G. Wells precisa segui-lo para
entregá-lo para a polícia. Acontece que a premissa, na minha opinião, já é
fascinante. E mesmo com a abundância de séries de viagem no tempo nessa
temporada, essa pode facilmente ser a MELHOR.
Espero que seja mesmo.
Mais do que isso: com um roteiro impressionante,
curioso e inteligente, a série já tinha meio caminho andado. Precisávamos,
também, de um elenco que pudesse pegar esse material e fazer jus a ele – e temos o elenco perfeito. Carismático e
com muita química, a série é uma delícia! UMA DELÍCIA. Vou escrever separadamente
sobre os dois episódios que foram ao ar no domingo, dia 05 de Março, porque
tenho muito a dizer. Inicialmente, temos basicamente a história do filme
recontada, com pequeníssimas alterações. Temos Jack o Estrpiador matando sua
primeira vítima em 1893, na fascinante Londres vitoriana do Século XIX, e toda
a ternura de um fofo H. G. Wells absolutamente romântico, e não apenas em
relação ao amor, mas em relação a tudo. Sua
utopia é fascinante. Fora sua caracterização brilhante, com a roupinha, o
bigode, o modo de se portar…
…e o sotaque. AH, COMO EU ADORO AQUELE SOTAQUE.
A introdução de Time After Time é inteligente. Traz toda a questão do livro de H.
G. Wells que ainda está sendo escrito. A
Máquina do Tempo. O livro para o qual, ele construiu uma máquina do tempo de verdade para termos de pesquisa. A
relação de Herbert e John, também, já é bastante intensa desde o passado, como
quando o médico confronta o escritor/inventor sobre a máquina do tempo: “Imagine who you could be if you didn't live
in fear. Or more importantly, imagine the stories you
could write if your life were full of adventure. You might finally get
that novel published”. A trama começa de verdade quando, da última morte do
Estripador, a polícia passa de porta em porta buscando o culpado, e encontra
muita coisa suspeita na mala de John Stevenson. Quando H. G. Wells olha para o
porão, mais vazio do que deveria estar, ele entende tudo: Jack o Estripador escapou no tempo.
Quando a Máquina do Tempo retorna para 1893,
vazia, porque Wells é quem tem a chave dela, ele não hesita em “viver uma
aventura”: ele embarca na máquina para o mesmo destino programado, 3 de Abril
de 2017. E ali eu me lembrei o quanto isso é
uma das minhas histórias de viagem no tempo FAVORITAS. A máquina
funcionando, a chegada no meio de um Museu em Nova York e de uma exposição
sobre ele mesmo no futuro! H. G. WELLS: A MAN AHEAD OF HIS TIME. A voz do homem
que anuncia que essa “Máquina do Tempo” estava no porão do escritor e deve ter
sido a inspiração para o seu primeiro romance… depois o segurança o arrasta
porque ele sai de dentro da máquina… e eu
adoro ver a expressão de H. G. Wells de puro fascínio e choque ao ser carregado
pelo museu, mas se dando conta de que aquela foto ali é dele…
Que aquela
EXPOSIÇÃO TODA ali é sobre ele!
Devo dizer: a série se sustenta, dali em diante,
grande parte por conta de Freddie Stroma e sua ótima química com Génesis
Rodríguez, que interpreta Jane Walker. O roteiro continua fascinante, mas nós
precisávamos, também, de nomes fortes e carismáticos, e é exatamente o que
temos. Freddie Stroma, assim que chega ao futuro, concede a seu H. G. Wells um
tom puríssimo de inocência e beleza… você se apaixona por sua doçura, ternura,
fascínio. E a cada cena ele ganha mais um pouquinho de nossos corações. Freddie
Stroma nos conquista depressa com seus sorrisos, com sua inocência, e com seus
comentários como “Of course! Things have changed a great deal since 1893! I can no longer make social
and cultural assumptions. My apologies”. Mas você ainda vai me
escutar dizendo muito isso, especialmente na review do restante do Piloto.
Porque eu tenho um novo crush, e é o H. G. Wells
de Freddie Stroma.
Em uma palavra, ele é APAIXONANTE.
Temos, aqui, após a chegada de H. G. Wells a 2017,
um dos momentos mais importantes da série, porque precisamos situar um
personagem de 1893 em um mundo totalmente novo, e sua personalidade diz muito
sobre como ele deve reagir em relação a, basicamente, TUDO. Ele está encantado.
Fascinado. Mas perdido. Seus olhinhos brilhantes, seu sorriso inicialmente sem
jeito, a carinha dele… tudo é fofo,
inocente. Como ele se levantando toda vez que Jane se levanta. Jane Walker
é a curadora do museu, responsável pela exposição de H. G. Wells, e exige saber quem ele é. Mas ela não é
durona ou brava, nem nada assim – ela
está muito mais intrigada. E é exatamente o que ela diz: o outro podia até ser mais bonito (não tenho
certeza), mas esse aqui é muito mais fofo. “I like this one. He’s cute”, nas palavras dela mesma.
A cena do museu, o primeiro momento de Wells e
Jane JUNTOS, é adorável e muito parecida com a do filme que eu AMO. Ela se
pergunta quem ele é, e em momento nenhum, em toda sua fofura e inocência, H. G.
Wells “deixa o seu papel”. Porque ele está preocupado em encontrar John, acima
de tudo, e eu gosto de como ele age… e eu acho que já ali, em algum momento,
parte dela acreditou nele (“He really
does look like him”). Mas para falar de Wells, QUE AMOR A CENA DELE
DEIXANDO O MUSEU. Ele olha para tudo com uma fascinação apaixonante. Os drones.
Os hoverboards. O fone de ouvido. O pau de selfie. As danças. O estilo das
pessoas. Os prédios… tudo é tão
maravilhoso para ele! Olhe para ele atravessando a rua… como no filme de 1979! E a cena da Times
Square? EU, que sou desse século, fico daquele jeito naquele lugar!
Imagina alguém saído do Século XIX!
E que adora o futuro e essas coisas todas!
Temos dois princípios opositores na série. O
contraponto a toda a inocência e fascinação de H. G. Wells, temos John
Stevenson, que é super inteligente, malandro – acabou de chegar em 2017 e já
sabe negociar, já sabe mentir sobre ter perdido tudo e ter lhe sobrado apenas
“esse figurino ridículo”. Inteligentíssimo, o que o torna instantaneamente um
personagem quase tão interessante quanto Wells. Eu não digo que tão interessante
quanto porque eu tenho um amor por H. G. Wells! Você se apaixona por Wells
muito além de sua aparência (embora Freddie Stroma, o ator, seja sim uma
GRAÇA!), e eu acho que o Piloto é um sucesso em construir esse sentimento,
porque a cada momento nós nos encantamos pela maneira de agir e de falar de
Wells. Suas convicções. Vide a cena dele chorando ao ver na televisão as
notícias de tanta morte, violência, arma…
É DE PARTIR O CORAÇÃO VÊ-LO CHORAR EM TÃO PROFUNDO
DESESPERO.
Ele acreditava
tanto que o futuro seria diferente.
Assim, enquanto Jane Walker está no museu
embasbacada com quão molhada a Máquina do Tempo está, e Vanessa Anders aparece
para exigir que os caras que saíram dela sejam encontrados, temos uma das cenas
mais icônicas do filme. No filme, isso acontece no quarto de hotel. Na série,
no bar – e ambas são igualmente chocantes. Depois de ver as notícias sobre como
o futuro NÃO É nada como ele quis que fosse, Wells e John se enfrentam, e ele
quer levar o fugitivo de volta para Londres em 1893, mas John Stevenson diz que
ele não vai embora, que ele pertence
àquele lugar. Aquela
afirmativa de “In our time, I was a
freak. Today, I’m an amateur” é chocante. Foi chocante quando eu vi
o filme pela primeira vez, continua chocante até hoje! E quando nós achamos que
John vai matar Wells pela chave da Máquina, ele consegue escapar…
…e acaba atropelado por um táxi.
Mas vamos ser justos: ser atropelado por um táxi salvou a sua vida.
No hospital, H. G. Wells só tem um contato para
quem eles podem ligar: o cartão de
visitas de Jane Walker, e assim o caminho deles se cruza novamente. “A big yellow motorcar ran me down”.
Quando ela pergunta novamente quem ele é, ele começa uma nova história (“Okay… my name is Sigmund…” “Don’t say Freud”),
e então “assume” ser apenas um ator, que vai interpretar H. G. Wells em uma
produção pequena sobre a sua vida… e eu
posso dizer que ele estava adorável fazendo isso? Assim como não
resistimos, Jane não resiste a sua fofura, ao seu estilo de cachorrinho perdido
e por isso ela o leva até sua casa porque ele aparentemente não tem mesmo para
onde ir – “Oh no, I’m not getting into
that”. Enquanto John liga para todos os hospitais possíveis em busca de uma
informação de Wells, ele tem a melhor cena possível com Jane.
A dinâmica e a química de Jane e Wells é
INSTANTÂNEA e INEGÁVEL!
<3
Eles conversam sobre casamento, sobre ser solteira
ou ter filhos, ela fala do Tinder, e a cara de paisagem dele é impagável!
Também adoro como ele a defende quando ela fala sobre o que já falaram sobre
ela no aplicativo, e eu acho que ele é um amor fazendo isso. Assim como no
resto da noite. Eu adoro o H. G. Wells de bigodinho e costeleta, com aquele
penteado e aquele figurino do Século XIX… mas
também estava curioso pela transformação e para ver se ele seria capaz de
manter sua fofura – mas eu digo: parte da fofura está no seu sotaque, outra
parte nas expressões faciais, nos sorrisos ternos, então a resposta é SIM.
Momentos memoráveis são Wells lambendo o desodorante, ou se assustando com o
barulho ao ligar o barbeador, e o grito que a Jane escuta! [Detalhe para ela
entrando no banheiro de supetão para ajudar, encontrando ele sem toalha e sem
nada!]
É Jane quem tira todo o bigode de H. G. Wells, e
ele continua adorável porque o que conquista é seu jeitinho de falar, seus
olhinhos brilhantes e aquele “I find you
fascinating, Ms. Walker” é lindo. Com camiseta e jeans, H. G. Wells passa
bem por um homem de 2017. A manhã seguinte (e a despedida à noite, com o
hilário “It’s a Christmas gift from my
dad. I’m from Texas. Sleep tight”) é um máximo, com ele ligando todo e
qualquer aparelho apertando botões desconhecidos desenfreadamente, e então ao lado
da fofura e inocência dele com um celular, por exemplo, surge a primeira vítima
de Jack o Estripador em 2017, uma garota em uma boate chamada UTOPIA
(maldade!), e então H. G. Wells perde um pouco o controle, porque ele tem que fazer alguma coisa. Ele tem que encontrar John e
levá-lo de volta para 1893!
“And tell
them what? That the Ripper has escaped 1893 in my time machine and travelled to
New York City? […] I lied. I'm not an actor. Just, please, look at this key. Surely
as a museum curator, you can see that this is a relic. […] You asked me how I
was able to get into the machine. Because it was in my basement in 12
Mornington Lane in London, where I live”
H. G. Wells estava mais intenso que nunca, e ele
sugeriu que podia provar para Jane que estava dizendo a verdade (“Jane… what if I can prove to you that I’m
telling the truth?”), então ela aceitou… ele pede que ela deixe ele entrar
no museu, na Máquina do Tempo, e juntos eles programam a máquina para três dias
no futuro, 7 de Abril de 2017, e então ela
não pode mais negar. REALMENTE funciona. É uma sequência linda,
emocionante. São apenas 3 dias no futuro, mas o que importa é a verdade. O que
importa é que ele é H. G. Wells e agora ela sabe disso e não duvida mais… ele pode falar sobre como é surpreendente
estar aqui, ou como ela é extraordinária! A emoção de AMBOS é palpável,
adoro quando eles falam dos livros dele… e toda a emoção BOA se esvai quando
ela se depara com um jornal do futuro e a manchete diz:
RIPPER
STRIKES AGAIN. THIRD VICTIM
E a terceira vítima É ELA. De volta ao presente,
eles precisam dar um jeito de salvar a vida de Jane Walker. Para isso, primeiro
eles precisam salvar a segunda vítima, Kerry Ann Riley, cuja morte acontece em
1 hora. A cena do terraço da boate nos deixa apreensivos, e é ali que John
escolhe sua próxima vítima: Jane. E
Wells precisa apontar uma arma para John para conseguir salvar a vida da
garota, mas aquilo é surpreendente e desesperador, e é ÓBVIO que, com toda sua
personalidade e seu sonho com um futuro melhor, sua utopia, H. G. Wells não teria coragem de matar John… e me angustia vê-lo chorar. Assim, a
cena termina com H. G. Wells levando uma facada e John sendo capaz de escapar,
mas pelo menos uma vida pôde ser salva. O
que não quer dizer, necessariamente, que o futuro todo mudou. Afinal de
contas, John entra na casa de Jane e a sequestra.
Como me
arrepia ver Wells escutar o grito, ver a mensagem, e não encontrar Jane!
Assim, entra Vanessa na história! Oficialmente…
“But you
will. I'm Vanessa. I'm your great-great-granddaughter”
Agora, basta salvar Jane antes que John a mate…
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