Vale o Piloto? – 13 Reasons Why 1x01 – Fita 1, Lado A
“If
you're listening to this tape... you're one of the reasons why”
JÁ ESTOU APAIXONADO! Assim como o livro de Jay
Asher me prendeu desde o começo, quando o li uns anos atrás, a série conseguiu
fazer o mesmo com um Piloto incrível que estabelece bem toda a premissa da
série, e já faz com que gostemos tanto de Clay Jensen que queremos cuidá-lo e protegê-lo
de todo o sofrimento que essas fitas infligem… ainda estamos no começo. Ainda temos muito que ouvir. Muito que
descobrir. Clay Jensen encontra uma caixa de sapatos com 7 fitas com os
lados numerados de 1 a 13 na porta de casa quando chega da escola. Ali está a
voz de Hannah Baker e os motivos que a levaram a tirar sua própria vida. Se ele
recebeu a caixa, é porque ele é um dos 13 porquês. Em algum momento seu nome
aparecerá. Sua missão? Escutar todas as fitas e passar adiante, para o nome que
vier logo após o dele.
E destruir a sua vida.
Hannah avisa:
“Hey, it's
Hannah. Hannah Baker. Don't adjust your... whatever device you're hearing this
on. It's me, live and in stereo. No return engagements, no encore, and this
time, absolutely no requests. Get a snack. Settle in. Because I'm about to tell
you the story of my life. More specifically, why my life ended. And if you're
listening to this tape... you're one of the reasons why. I'm not saying which
tape brings you into the story. But fear not, if you received this lovely little
box, your name will pop up. I promise”
Forte e intenso desde o começo, a série tem um
ritmo MARAVILHOSO. Não sabia como eles fariam, e me apaixonei de cara. Já antes
de as fitas surgirem. Me encantei com a maneira como Justin Foley enfrentou
Clay Jensen na frente do armário todo enfeitado de Hannah no começo, dizendo
que ele não era tão inocente, independente do que ela dissesse. Seus olhos
vermelhos. A vida destruída. Gostei de como a série alternou entre o presente, após
a morte de Hannah Baker, e flashbacks
predominantemente centrados em Clay ao lado de Hannah, onde a paleta de cores
era totalmente substituída por cores mais quentes – o que é uma jogada genial
da fotografia. Causa impacto. Os personagens estão ali. Tyler tirando fotos no
banheiro. Courtney abraçando Clay. E Clay Jensen sofrendo por uma garota que,
supostamente, mal conhecia.
Mas eles trabalharam juntos no cinema. Eles se
conheciam.
ELES ERAM FOFÍSSIMOS JUNTOS. Clay Jensen é uma
coisa fofíssima.
A vida de Clay, já triste por causa da morte de
Hannah Baker, muda drasticamente quando ele chega em casa e encontra as fitas. Tem
um mapa da cidade que acompanha a encomenda. As fitas têm capas, desenhadas por
ela mesma. A fita número 1, no primeiro lado, traz a inscrição “1”… é ali que
ele deve começar. E a expressão de Clay quando ele ouve a voz de Hannah! E é um presente podermos vê-la gravando-as,
com as demais fitas ao lado, ainda virgens. O susto de Clay ao ser
surpreendido pela mãe é genuíno, compreensível. Sua busca por uma maneira mais
íntima de escutar aquilo sem ser incomodado. Assim ele vai até a casa do Tony,
de bicicleta, pega o toca-fitas sem pedir, e volta embora escutando, chorando,
respondendo, transtornado, cada vez mais angustiado. Resultado natural? UM
ACIDENTE QUE O DEIXA COM A TESTA SANGRANDO.
Parece combinar com os conteúdos da fita que ele
está começando a ouvir.
Há regras:
“Anyway,
the rules here are pretty simple. There are only two. Rule number one: you
listen. Number two: you pass it on. Hopefully, neither one will be easy. It's
not supposed to be easy, or I would have emailed you an MP3. When you're done listening
to all 13 sides, because there are 13 sides to every story... rewind the tapes,
put them back in the box, and pass them on to the next person”
Clay se pergunta por que ele está nessas fitas. E quem quer que venha antes dele já
escutou tudo, já sabe onde ele está, onde ele se encaixa, e qual sua
participação no suicídio de Hannah Baker. Parece assustador. Deveras perturbante.
E as regras não podem ser descumpridas. Há
um plano reserva para o caso de isso acontecer. O primeiro “X” vermelho no
mapa leva Clay Jensen até a primeira casa de Hannah Baker quando ela se mudou
para a cidade, onde deu uma festa à qual ele compareceu. E isso o leva, também,
ao sujeito da primeira fita: JUSTIN
FOLEY. É um pouco angustiante como Hannah Baker passa, então, a
conversar diretamente com Justin Foley, assim como ela fará com cada um dos
nomes presentes nas fitas subsequentes, e Clay revisita memórias que se tornam,
a cada momento, mais dolorosas.
Vemos tudo em flashbacks
entremeados pela dor e reações de Clay Jensen, com fones de ouvido. Houve uma
festa. Justin sorriu para Hannah. E foi ali naquele sorriso que ela se
apaixonou, e ali naquele sorriso que os problemas começaram. É interessante
notar que Hannah Baker parecia, até então, bem alegre em seus flashbacks. Uma garota “normal”. Ela o
enganou para entrar no ônibus e dar-lhe o seu telefone, fugiu dali depois,
porque ela não pegava o ônibus. Trocou mensagens com Justin e disse para a mãe
que estava fazendo tarefas. A mãe dela chegou a atender o telefone e falar com
Justin. E através de um “problema dos trens”, eles marcaram um encontro no
parque, o que leva Clay Jensen ao segundo ponto marcado no mapa. E é ali que as
coisas estão prestes a piorar significativamente. A vida de Hannah muda ali.
Porque Justin e Hannah se beijaram naquele parque.
Se beijaram. Só isso.
“And that's
all that happened. We kissed. Why? Did you hear something else? Nope. We just
kissed. Sorry to disappoint you, but I guess now we're even. Sort of”
Hannah Baker beijou Justin Foley. Mas não é isso
que Clay e toda a escolar sabem. Ao fechar os olhos, Clay consegue ver toda uma
outra cena imaginada através das histórias. Mas não. “Nós só nos beijamos”, garante Hannah. E nós acreditamos nela – porque ela não teria mais motivos para
mentir. Os boatos machucam, arrasam Hannah… e é angustiante ver acontecer. Ver
Justin Foley sentindo-se um máximo, mentindo, exibindo uma foto que Bryce
espalha para a escola toda. Quando a foto começa a circular pela escola, quando
os celulares de todos começam a apitar, e todos olham para as telas e para
Hannah, ela sabe que é dela, e sua expressão de angústia e dor são REAIS. A dor
é palpável. As lágrimas vêm. Tudo começou ali. Quando mentiras sobre Hannah
Baker começaram a circular pela escola, e nem Clay acreditou nela…
Aquele
“You know, sometimes it’s better to wait!”
doeu mais que TUDO.
“Pardon me. But you really hurt my
feelings”
Estamos só começando. O primeiro dos 13 Porquês. Mas
a história criada por Jay Asher é pertinente e dolorosa. Serve para muitas
coisas. Serve para mostrar para as pessoas como suas atitudes interferem nas
vidas das pessoas ao seu redor, como algo que Justin e Bryce fizeram magoou
tanto Hannah que, em última instância, ao lado de tantas outras coisas, a levou
a tirar a própria vida. O quanto podemos
machucar as pessoas ao nosso redor, às vezes sem nem saber? Outra coisa,
mas essa discussão fica mais forte futuramente: O quanto NÃO fazemos pelas pessoas, quando temos o poder de fazê-lo?
Hannah Baker estava lá, e ninguém OLHOU para ela. Por que não falamos mais
sobre suicídio? Por que é um tabu tão grande? Tanto o livro quanto a série
servem, também, para isso: para nos fazer OLHAR mais para as pessoas ao nosso
redor.
É assustador quantas vezes não o fazemos.
Final SENSACIONAL. A escola vazia. Clay vendo
Hannah. A multidão. Fim do Lado 1.
“Turn the tape over for more”
Para ler a review
do livro de Jay Asher, clique
aqui.
Essa série - é até estranho chamar de série - porque pra mim pareceu um filme! Até que, assisti num dia só, não conseguia mais parar...queria saber dos outros motivos, ouvir os outros motivos.
ResponderExcluirAcho que o que ajudou, gostarmos de Clay, foi o ator. Dylan é fantástico e cativante ♥
Também gostei bastante de como a série foi feita. Alternando entre o presente mais escuro e sem cor, e o passado colorido e "cheio" de vida! Grande sacada deles ;)
êta série boa! bora pro próximo lado da fita!