20 anos da ESTREIA de Chiquititas no Brasil!


Wow! Como o tempo voa!
“Tudo se transforma com magia / E vem a vontade de dançar / Com as caçarolas e as colheronas se formou / A banda musical / Tudo é uma festa de sons / Só tem que escutar com atenção / A porta faz blam / A chuva faz plim / O vento faz shh / Eu te amo” E assim por diante. Fala sério: VOCÊ CANTOU JUNTO, NÃO? Em 28 de Julho de 2017, há exatos 20 ANOS, entrávamos no Orfanato Raio de Luz pela primeira vez. E eu me lembro tão claramente da sensação de assistir a essa abertura… okay, talvez não da sensação de ver “no primeiro dia”, porque eu vi a novela inteira, mas era tão bom! As meninas correndo pela cidade de São Paulo decorada com technicolor, uma tecnologia mais ou menos nova na TV da época, com seus vestidinhos verdes, as meias brancas, e muita energia! A nossa abertura é contagiante, o que a faz tão bela!


Nossa novela estreou em 1997 com uma parceria do SBT com a Telefé, a responsável pela versão original de Chiquititas, na Argentina, que estreou em 1995 e, nessa época, estava perto de atingir o seu auge, considerada a quarta temporada… diferente da versão brasileira, com o fim da quarta temporada, a novela foi reestruturada para a quinta temporada, substituindo todos os personagens e dando um novo gás à trama, que durou mais três temporadas, até chegar ao fim em 2001… na mesma época em que a nossa Chiquititas também chegava ao fim, com a temporada do celeiro. A primeira das cinco temporadas da novela foi dividida em duas fases, uma de 90 capítulos e outra de 180 capítulos, que marcava a entrada de novos personagens e a troca de uniforme para o meu UNIFORME FAVORITO de todas as Chiquititas: a camisa xadrez e o vestidinho bege por cima.
Só dá uma olhada no topo da postagem!
Nostálgico, huh?
Mas estamos aqui para falar da ESTREIA! Reassisti ao primeiro capítulo, mais uma vez, e repito: É EMOÇÃO PURA! Como eu amo essas meninas, essa versão, esse orfanato, esses uniformes! E a profundidade não apenas emocional, mas SOCIAL que a versão de 1997 agrega à trama de Chiquititas! Sim, nós estamos no aniversário de 10 anos do Raio de Luz, e tem toda aquela leveza das meninas, inocentes, querendo “dar uma olhadinha na torta do Chico”, mas essa não é a única coisa que guia o primeiro capítulo… também temos uma Carolina forte, que luta por seus direitos, e que está enfrentando justamente um período difícil do país sob a ameaça de ser demitida e recontratada, perdendo, assim, todos os seus direitos. Desse modo, Chiquititas conseguia captar não apenas as audiências mais jovens, mas adultos interessados nessas discussões.
Atualmente, AMO AS DUAS FACETAS DA NOVELA!
Pelas meninas, é uma fofura… tudo o que elas querem é provar o bolo, e então, quando Mili tenta salvá-lo, ele vai ao chão, E É PURA CONFUSÃO. Refazer um bolo com seis meninas muito jovens é sinônimo de bagunça na cozinha… e então o bolo queima, eventualmente, porque Tati aumentou o fogo, achando que assim poderiam dormir mais cedo. Além de termos o delicioso clipe de “Até Dez”, que era o meu favorito na época (e já trazia Dani e Pata com os uniformes do Orfanato, embora as personagens não sejam propriamente apresentadas), temos a festa em que o Dr. José Ricardo quase vai embora, mas Carmem chama Chico para a “surpresa”, e o bolo queimado e ruim é um desastre que acaba com a demissão de Chico, porque nenhuma das meninas está com coragem para confessar a sua culpa.
E é aqui que temos falas dolorosas como “Quem se importa com o que a gente fala? Somos órfãs, entende?”, enquanto Mili tenta convencer as meninas de que precisam fazer alguma coisa, porque o Chico foi demitido por causa delas. Então ela vai até a sala da Dona Emília para confessar a culpa, e todas acabam a apoiando, E É LINDO. Também depois, quando falam diretamente com Chico, choram, e pedem perdão… mas Mili vai atrás do próprio Dr. José Ricardo, porque não pode aceitar isso dessa maneira. E é lá que ela encontra Júnior. O Júnior acaba de voltar do exterior, e ele não fala com o pai que, para ele, “morreu há 13 anos”. A relação de Júnior com o pai é extremamente conturbada, a ponto de ser inexistente, e é muito triste ver o estado dos laços dessa família… o Dr. José Ricardo chegou a ponto de desviar as cartas que o filho mandava para Valentina e Gabi!
Enquanto isso, temos toda a trama de Carol na fábrica, que acaba de ser vendida, e eu amo o que isso tudo significa. A trama de Carol é forte e valoriza a personagem como uma grande LUTADORA. Essa força da Carol que luta faz com que eu a admire muito mais. Ela é uma sindicalista, que luta por seus direitos, especialmente quando a nova dona da fábrica oferece uma proposta ridícula de que todos os funcionários peçam demissão para que sejam recontratados, dizendo que os “direitos” deles deviam ser discutidos com o antigo dono da fábrica, não com ela… e isso é tão revoltante, mas tão profundamente real. Eu gosto de como a Carol não está disposta a aceitar isso de braços cruzados, e de como isso vai envolvê-la, de algum modo, com Júnior, que acaba de receber uma proposta para ser parte da diretoria geral da fábrica.
Ouch.
A cena de Júnior reencontrando Gabi, no primeiro capítulo, é desesperadora. Forte e triste. E é lindo como Mili é um doce com ele, ao encontrá-lo chorando enquanto procura pelo Dr. José Ricardo. Ela nem chega a falar com o pai de Júnior, porque tem uma linda cena com Júnior, intercede pelo Chico a Carmem, e Júnior pede que, depois do dia terrível que ele teve, que a tia lhe dê pelo menos essa alegria. Então Carmem é forçada a voltar atrás na decisão de despedir o Chico, o que é mais do que justo! A cena de Júnior escondido atrás do jornal, como o “Sr. Almeida Campos”, e então aparecendo para o velho amigo é emocionante… chorei ao ver a relação desses dois, os abraços e o carinho. O capítulo termina, assim, com muitas propostas. Há muita coisa BOA a ser desenvolvida, e a carga emotivo é extremamente alta… nós amamos isso tudo.
Nós AMAMOS Chiquititas, e por muitos motivos. Revendo agora, eu reconheço um grande teor emocional que eu já carrego comigo. Uma paixão e uma nostalgia que me fazem sorrir de amor ao rever essas cenas… tudo tão familiar e tão aconchegante. Mas não é apenas isso! Chiquititas tem meninas carismáticas que ainda vão melhorar na atuação, que não está em seu melhor no primeiro capítulo, e um roteiro bom a ser desenvolvido, como toda essa história da Carol e da Letícia como funcionárias de uma fábrica cujos donos acabou de mudar. É uma boa trama, além de ser instigante. Quando Chiquititas estreou em 1997, era uma aposta do SBT, trabalhando com a Telefé, e o resultado não acho que era certo… mas eles acertaram em cheio! Durante cinco temporadas, foram um fenômeno estrondoso e marcaram toda uma geração!
A minha geração! OBRIGADO CHIQUITITAS!
Feliz aniversário… 20 aninhos!


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