Carinha de Anjo (2017) – Dulce Maria se recusa a ver Cecília!
Sinceramente, parte desse roteiro me decepcionou
profundamente… eu não acho que a história tenha sido bem trabalhada. E não é
porque foi triste ou porque foi de partir o coração ver a Cecília, esperando no
hospital, sem que a Dulce a quisesse ver… sofrimentos
acontecem em Carinha de Anjo e, às vezes, acabam por ser as cenas de maior
impacto da novela. Já chorei e já amei muito esses plots. Eu só acho que essa questão toda de “a Dulce Maria não quer
ver a Cecília” é algo sério e que podia, sim, ser convincente e real, mas que foi muito mal trabalhado. Jogado
de qualquer jeito pelo roteiro, o negócio durou, basicamente, um capítulo, e
não foi feito da maneira correta… me
parece que foi a Tia Perucas quem fez tudo errado na maneira como abordou o
assunto com a Dulce. Talvez até o Gustavo tivesse feito melhor!
Depois do acidente que mandou Dulce Maria para o
hospital (oh menininha que gosta de hospital, acho que é nisso que dá ter um
médico como personagem regular em uma novela do SBT!), os exames da garota
deram okay, mas ela ainda não consegue
mexer as pernas. Parece que tudo é um caso emocional, e as pessoas estão
com dificuldade para entender o que isso quer dizer… fala-se em “choque” e
sobre como “ela ficou assim pelo acidente”, quando o acidente é um mero detalhe
de todo esse mosaico: Dulce Maria está arrasada por toda a situação com
Cecília, e isso é evidente em vários momentos de sua fala… não que a Cecília
deva se sentir culpada, como acaba acontecendo, mas o sofrimento da Dulce Maria é bem específico. Desse modo, ela
terá que passar, de agora em diante, por um tratamento psicológico.
No meio disso tudo, conhecemos a Cecília como uma mulher, sem o seu hábito. Tivemos o
momento em que ela tirou o véu, ainda na semana passada, mas ela sai de casa
com o hábito para ir embora. Quando
ela descobre sobre o acidente de Dulce, no entanto, ela volta correndo para
Doce Horizonte, e quando ela chega no hospital, é a primeira vez que a vemos
como ela é agora, não mais uma noviça. E ELA É LINDA. Com cabelos escuros caindo-lhe
nos ombros e uma roupa bonita, Cecília está quase
irreconhecível. Acho que foi abrupto ela já estar mostrando os braços e
tudo, tendo em vista a dificuldade que teve para tirar o hábito em si, mas
Cecília está deslumbrante… e o Gustavo também nota isso, e seus olhos dizem o
quanto ela está linda, mais do que a sua boca. É eletrizante, mas o momento do “primeiro encontro” é anuviado pela
situação toda da Dulce.
É Estefânia quem entra para falar com Dulce antes
que a Cecília possa entrar, e talvez se
ela tivesse entrado de uma vez, a coisa não tivesse sido tão séria. Em se
tratando de criança (eu sei, é assim que faço com a minha afilhada, por
exemplo!), quanto menos estardalhaço NÓS fazemos, menos eles notam. Se eles
caírem, por exemplo, vão se assustar e chorar muito mais se nós nos assustarmos do que se ficarmos
fingindo que nada aconteceu. É exatamente o que a Tia Perucas NÃO faz. Ele
finge que tudo é grandioso, um estardalhaço todo exagerado que estraga toda a
experiência… não é que ver a “Irmã” Cecília sem o hábito não fosse ser
chocante, ou que não devesse ser explicado, mas devia ser breve. Ao ver
Cecília, falar com ela, ganhar um abraço e um beijo, Dulce Maria notaria que tudo ainda podia ser a mesma coisa.
Mas o trabalho foi mal feito.
A Dulce AMA a Cecília: fato. Quando ela pede que a
Tia Perucas “não a enrole” e pergunta se a moça ainda é a mesma “Irmãzinha
Cecília de sempre”, a Tia Perucas não devia ter hesitado, não devia ter feito
aquela expressão… sim, ela ainda é a mesma Cecília de sempre, só com uma roupa diferente. Era isso o
que ela devia ter feito. Mas com esse trabalho terrível, Dulce se voltou contra
a Cecília: “Eu chamei a Irmãzinha
Cecília. Essa aí deixou de ser irmãzinha e me abandonou”. Assim, Dulce
escolheu não ver a Cecília, e aquilo
foi doloroso. Segundo ela, ela “virou uma mulher feminina como outra qualquer”.
É triste e é um sofrimento? Sim. Mas a teimosia de Dulce, a meu ver, foi sutilmente instigada. Acho que é
coisa de família. Segundo a Tia Perucas, na cabecinha de Dulce, “sem o hábito,
não existe irmãzinha Cecília”.
Me senti mal, MUITO MAL, por Cecília chorando, por
Cecília dizendo que ela é a mesma de sempre, que seu sentimento pela Dulce é o mesmo. Gustavo é o último que
fica no quarto, tentando falar com Dulce… a
Cecília a ama e quer vê-la! Mas ela é teimosa, faz birra, e sinceramente não
vou me adentrar a fundo nisso… não acho que foi bem trabalhado embora a dor de
se sentir abandonada da Dulce seja, sim, REAL. Quem foi mais sábia, claro, foi
a Teresa, dizendo que embora a Cecília não seja mais uma noviça, ela continua
sendo a mesma pessoa e o seu amor por Dulce continua existindo. Por outro lado,
também vou dizer que esse chororô da Cecília também está me incomodando, porque
vem durando MUITO TEMPO. É uma decisão difícil? É. É desconfortável? É. Ela está
perdida? Está. Mas ela não tomou essa
decisão para ser infeliz.
E no que depender dos apaixonados ao seu redor…
quer dizer, já parece se formar uma “guerra” entre o Gustavo e o Dr. André, e
eu não gosto muito da autoridade com que o Gustavo fala, como se ele escolhesse
por Cecília (ele vai levá-la embora, e não o André), e nem ele nem ela pudessem
dizer nada… achei meio prepotente demais, mas tem a ver com o personagem, e ele
estava caidinho de ciúmes, verdade. Ele aproveitou a carona para falar sobre
como ela era especial e tudo o mais, e embora o clima estivesse ali, ainda não é hora para isso. minha cena favorita dessa
sexta foi a Cecília abrindo a porta de casa e recebendo a Irmã Fabiana, que
fica toda surpresa ao ver a Cecília com roupas “normais”, ao conhecer a nova
versão da amiga… não vejo a hora de
Cecília poder retornar ao colégio como professora, para tudo ficar bem.
Pelo menos espero que fique!
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