Criando o Mundo de Harry Potter, Parte 2: PERSONAGENS
“That’s not a kid. That’s a 13-year-old actor”
Como é gostoso pensar nos personagens de Harry Potter,
não é? A segunda parte do documentário “Criando
o Mundo de Harry Potter” nos leva a pensar justamente nisso, enquanto
acompanhamos as entradas e saídas de personagens marcantes que estiveram
presentes por um ou dois filmes, por exemplo, em uma grande sequência bem
estruturada de cenas marcantes de cada um deles, detalhes dos bastidores, e
entrevistas da época de gravação dos primeiros filmes alinhada a entrevistas
das últimas gravações, dos atores sobre seus personagens e os demais, sobre
experiências… essa segunda parte do documentário tem algo que me chama a
atenção particularmente, o que eu mais gosto nele: os atores lendo as passagens dos livros de J. K. Rowling em que seus
personagens aparecem pela primeira vez. Tão emocionante que chega a
arrepiar.
Assim como vocês bem sabem, eu AMO Harry Potter, e é bom ver todo esse processo
criativo se desenvolvendo, ver as decisões e saber como elas foram tomadas, ver
as trocas de direção e a maneira como isso influenciou no filme final que fomos
ver no cinema, anos atrás. Começamos falando de Harry Potter, que Daniel
Radcliffe lê como um herói vulnerável, de certa forma frágil, o que o torna
extremamente humano. Hermione Granger, a garotinha inteligente interpretada por
Emma Watson, que se torna uma mulher de verdade, muito mais complexa, com o
decorrer dos filmes. E Ron Weasley, interpretado por Rupert Grint. Os desafios
iniciais, como Chris Columbus diz agora e na Parte 1 do documentário, era
fazê-los atuar, era conseguir as reações esperadas, todos estavam deslumbrados com tudo! Mas a união que
se formou entre Dan, Emma e Rupert ajudou muito, claro…
“Nós realmente olhamos para a história e
para os personagens primeiro”, diz o produtor David Heyman, “Eles são o coração
e a alma do filme”. E é com o coração e a alma que você acompanhará incríveis
histórias inéditas sobre como os atores da série deram vida aos adorados
personagens de Harry Potter. Descubra quais partes dos livros de J. K. Rowling
ajudaram Daniel Radcliffe, Rupert Grint, Emma Watson e muitos outros atores a
construírem seu sperosnagens, pulando das páginas para a tela. Confira novos
testes de tela, incluindo os de Evanna Lynch e Jessie Cave atuando ao lado do
elenco fixo. Aprenda porque tantos nomes consagrados da dramaturgia inglesa
quiseram fazer parte do mundo de Harry Potter… e quais se tornaram mentores dos
jovens atores. Compartilhe a visão de cada diretor à medida que vê Daniel,
Rupert e Emma crescendo ao lado de Harry, Ron e Hermione. Esta nova jornada ao
mundo de Harry continua!
Essa parte do documentário é a que, talvez, mais
fale dos livros. Temos Warwick Davis dizendo que “Sempre se voltava aos livros, porque eles têm muitos detalhes que o
roteiro não tem”, por exemplo, e Hermione dizendo que é extremamente
purista em relação aos livros… o documentário segue certa ordem. Fala dos
Dursleys, então fala de Hagrid, do Olivaras, em meio a cenas de gravação que
são sem os filtros finais que vemos no filme, com outra posição de câmera, e
cenas que reconhecemos dos filmes que amamos. É TÃO BOM VER ISSO! Temos
Gilderoy Lockhart, e a dicotomia entre as famílias Malfoy e Weasley; a primeira
mais rígida e cheia de regras, a segunda mais “hippie” e unidos… o Mr. Filch,
interpretado por David Bradley, que agora assume outro papel importante na
minha vida: o de PRIMEIRO DOCTOR em Doctor
Who.
Gosto particularmente de uma história que já foi
mencionada em antigos extras dos DVDs (eu tenho a versão simples, dupla,
definitiva e Blu-Ray de cada filme!), sobre como Jason Isaacs, o Lúcio Malfoy,
e Daniel Radcliffe improvisaram uma cena MEMORÁVEL do fim de A Câmara Secreta. Afinal, as estrelas
dos filmes SÃO as crianças, e os adultos estão ali para “dar suporte”. Eu acho
adorável como falam das crianças crescendo, aprendendo,
e então Jason Isaacs acha que Malfoy não sairia da sala do Dumbledore, no fim
do segundo filme, sem dizer nada, então improvisa aquela coisa de “Esperamos que o Sr. Potter sempre esteja
aqui para salvar o dia”, e Daniel Radcliffe prontamente dá um passo para a
frente com o perfeito “Don’t worry. I
will be”, que é até hoje uma das MELHORES CENAS de toda a franquia! E foi
improvisado, veio do Dan!
“That’s not
a kid. That’s a 13-year-old actor”
Dumbledore é um caso importantíssimo. Richard
Harris foi o primeiro a assumir o papel, trabalhando no tom do personagem, na
maneira como ele falava… e então ele
faleceu depois de terminar a filmagem de A Câmara Secreta. Foi um desafio e
tanto para Michael Gambon entrar em O
Prisioneiro de Azkaban, mas fazendo a sua interpretação do Dumbledore, não
apenas como um substituto… uma versão adorável e, por vezes, questionável, mas
não entraremos nisso… foi de partir o coração ver os bastidores de Relíquias da Morte em que Daniel
Radcliffe e Emma Watson falavam sobre a morte de Richard Harris, e Dan era
muito mais próximo dele que Emma, pela quantidade de cenas que compartilharam,
e ele diz que, talvez, tenha sido a sua primeira experiência com a morte, e
aquilo é bem tocante e doloroso.
Mas vamos falar de coisas alegres… quando Alfonso
Cuarón assume Harry Potter e
revoluciona o universo. Novas ideias, novas visões, novos desafios, como o Lumos Maxima do início de Prisioneiro de Azkaban, uma cena simples
e maravilhosa, que dita a mudança no tom do filme. Os atores eram Harry, Ron e
Hermione há mais tempo do que Alfonso Cuarón era diretor de Harry Potter, e eles eram atores
profissionais na época, por isso muito mais participativos, questionadores e
repletos de ideias… e de boas ideias.
Foi assim que Cuarón aproveitou-se disso para dar-lhes liberdade de brincar com
o uniforme, por exemplo, fazer com que parecesse orgânico, natural, que parecessem adolescentes de verdade… e aquela ÓTIMA
história da redação sobre os seus personagens que ele pediu ao trio principal.
Emma entregou umas 30 páginas. Dan entregou 1. Rupert não entregou nenhuma,
porque se esqueceu.
Ele disse
que o Ron jamais entregaria aquela redação.
ISSO É TÃO CONDIZENTE COM SEUS PERSONAGENS!
Em Prisioneiro
conhecemos Sirius Black, primeiramente um “grande vilão”, perigoso, que se
torna o oposto disso no decorrer do filme: um cara bom e uma figura paterna
para Harry Potter. Ao contrário de Remus Lupin, alguém bom em quem se confia,
amável, que se torna alarmantemente perigoso, um “monstro”. É uma ideia bacana
na qual nunca pensei. Também temos a Professora Trelawney, e aqui eu quero
ressaltar como eu acho bonita a relação dos atores mais experientes com os
jovens, e a maneira como os jovens OS ADMIRAM. A relação de Dan com Gary
Oldman, por exemplo, parece ter sido linda. Primeiro ele tinha medo de atuar
com ele, por todo o nome que tinha, depois eles eram amigos, e a admiração de
Dan por Gary significa muito! E Emma Watson admira Emma Thompson profundamente,
e diz que queria ser como ela se
continuasse a atuar depois de Harry Potter.
Entre Prisioneiro
e Cálice o tempo de espera foi maior,
por isso, aparentemente, pareciam estar retornando para mais um ano em Hogwarts
quando voltaram para as gravações. E eles estavam lindos! O Daniel estava
ficando muito LINDO (deixando de ser fofo para ficar lindo), e o cabelo dele é de causar inveja nesse filme… o novo
diretor, Mike Newell, é completamente diferente, um louco, que fala alto, dá
uns gritos e rola no chão com um dos gêmeos para explicar o que quer da cena da
briga depois de eles tentarem colocar o nome no Cálice de Fogo. O quarto filme
trouxe a ideia de que tudo era muito maior, e eles explorariam fora dos
domínios de Hogwarts pela primeira vez. Também trouxe os Campeões do Torneio
Tribruxo, os novos personagens Fleur, Krum e Cedrico Diggory. Trouxe Olho-Tonto
Moody como Professor de Defesa Contra as Artes das Trevas, e O BAILE DE
INVERNO.
E então o que tanto esperávamos…
O que o suspense tinha preparado para aquele
momento…
LORD VOLDEMORT!
Muito se falou sobre Lord Voldemort até então na
franquia, mas ele não tinha uma imagem de verdade… eu devo dizer que Ralph
Fiennes lendo o retorno de Voldemort em Cálice
de Fogo, nas palavras de Rowling, ME ARREPIOU! “Voldemort had risen again”. Os efeitos do momento também são
geniais, mas não é hora de falar disso… houve muitas discussões a respeito de
seu visual, que tinha que ter um rosto mais esquisito que um rosto humano
qualquer, e então veio os desenhos do nariz achatado, lembrando as feições de
uma cobra, e aquilo ficou apavorante.
Adorei a alegoria que Timothy Spall sobre como ele se movia como um dançarino
quando ressurgiu, brincando com a leveza, e com certa sensualidade. A sequência
toda do cemitério é, ainda, uma das mais bem feitas e apavorantes da franquia.
Sombria ao extremo, ainda me causa
calafrios.
E eu a amo, de uma maneira paradoxal.
Por fim, em A
Ordem da Fênix, David Yates assumiu a direção, ficando até o fim da
franquia, e ele interpretou a motivação emocional do segundo filme como o
direito que todos temos de sermos complexos. Os personagens estão crescendo,
amadurecendo… é aqui, também, que surge Luna Lovegood, interpretada pela
adorável Evanna Lynch, uma GRANDE FÃ de Harry
Potter, que fez com que a sua escalação fizesse toda a diferença. Vemos entrevistas da Evanna e ela é tão a Luna. Adoro sua voz, seu modo de
falar, a maneira como falou, no seu teste, que se eles não a chamassem, “tudo
bem, eles só tinham outra visão da Luna”, e então ela já foi chamada para fazer
um teste com o Dan, e foi escolhida como a Luna porque, segundo comentários, “The others can play Luna. Evanna Lycng is
Luna”. E, sinceramente, me parece BEM VERDADE.
Tivemos vários outros personagens que passaram
pelos filmes seguintes. Bellatrix, com toda a vontade de Helena Bonham Carter
de ajudar no figurino. Tonks. Umbridge e aquele comentário de Imelda Staunton
sobre como ela é descrita no livro como “muito feia e com cara de sapo”, e as
pessoas diziam que ela “seria perfeita para o papel”. “Thanks?” Tivemos, mais tarde, Slughorn, e Lilá Brown, que teve um
dos melhores testes possíveis, podendo improvisar ao lado de Rupert Grint e
meio que se jogar para cima dele… quem
não queria? Gina. Severo Snape, interpretado brilhantemente por Alan
Rickman, que tinha uma seriedade e uma propriedade sobre o personagem, capaz de
fazer pausas entre as palavras, que criavam um suspense e uma intensa
expectativa… Draco Malfoy, que teve o destaque merecido em Enigma do Príncipe, o filme dele e sobre ele, quando Draco ficou
mais complexo e cheio de conflitos.
Gosto de como seu personagem cresce, sumido nos
últimos filmes.
A época de gravação dessa parte do documentário “Criando o Mundo de Harry Potter” era
durante a gravação de As Relíquias da
Morte, por isso por enquanto ainda não entramos muito nos filmes, até
então, não lançados. Encerramos com a morte de Dumbledore e aquela belíssima
cena das varinhas erguidas para apagar a Marca Negra sobre o Castelo de
Hogwarts, e um comentário sobre o AMOR. Harry
Potter é sobre isso, acima de tudo. Rupert, Emma e Daniel ficaram amigos,
assim como seus personagens, porque passaram por muita coisa juntos, ao longo
de muitos anos, então o laço entre eles é real e é intenso… e isso passa ao público e ajuda a tornar
Harry Potter esse fenômeno que é. Eu acho que a franquia é muito sobre
isso, sobre o amor, sobre amizade e sobre a vida, por isso AMAMOS isso tudo e
jamais os deixaremos de lado!
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