O Mágico de Oz (The Wizard of Oz, 1939)
“We’re off to see the wizard… the Wonderful Wizard of
Oz”
O Mágico de
Oz é uma das minhas histórias favoritas de todos os tempos! Foi publicada
por L. Frank Baum em 1900, e eu acho que, até hoje, ela fala com seus leitores
e significa muito para todos que ainda a acompanham! Eternizada como um
clássico, a história é inteligente e repleta de bonitas mensagens, e o filme de
1939, com Judy Garland no papel principal, é uma reprodução fiel e apaixonante
da história que tanto amamos… consegui vê-lo no cinema, na última terça-feira,
graças ao “Clássicos Cinemark”, e QUE EMOÇÃO! O cinema estava até bem cheio, e
o filme, lançado há quase 80 anos, continua ENCANTANDO gerações! Atuações lindíssimas,
músicas envolventes e marcantes, uma tecnologia avançada para a época, e a já
mencionada apaixonante história… O Mágico
de Oz é um clássico que jamais nos cansaremos de ver!
Diferente do livro, que sugere mais do que impõe,
o filme não deixa muitas dúvidas acerca de aquilo tudo ser ou não ser um sonho
ou coisa da cabeça de Dorothy. Mas, como bem diz Dumbledore, “É claro que está acontecendo em sua cabeça.
Mas por que isso significaria que não é real?” Eu acho que o filme é
brilhantemente bem feito e transpõe a história que eu amo de forma mágica
(trocadilho não intencional). O filme começa com Dorothy no Kansas, em uma
versão “preto e branco” (que é mais sépia, na verdade) para representar o que
Baum chama de “cinzento”. O lugar é aparentemente sem graça, sério demais para uma criança, e Dorothy pensa em fugir…
mas ela não pensa em fugir por isso, pensa em fugir porque a malvada Elmira
Gulch quer levar o seu cachorrinho, o Totó, embora, porque a mordeu…
Mas a mordeu
porque ela é malvada!
Antes de conseguir reencontrar os tios depois de
voltar embora, no entanto, Dorothy é surpreendida por um ciclone que leva a casa pelos ares. Bem, a transição
é maravilhosa! Dorothy está sozinha, e tem a tela da janela batendo em sua
cabeça e a fazendo desmaiar antes que toda a parte mais mágica se inicie… antes
que a casa saia do chão, e antes que ela veja Elmira Gulch se transformar na
Bruxa Má do Oeste. Eu gosto MUITO de como cada um dos personagens importantes
de Oz (o Espantalho, o Homem de Lata, o Leão Covarde e o Mágico de Oz, além da
Bruxa Má do Oeste) têm seus equivalentes no que seria “o mundo real”. Ou melhor,
o Kansas. Com a transição bem realizada, Dorothy abre a porta de sua casa para
um mundo NOVO… “over the rainbow”,
como ela cantou na belíssima e clássica canção. Colorido. Bonito. Arrebatador.
O filme é surpreendente para 1939, não é? Nós o
assistimos com satisfação e acreditando em tudo… eu acho que é um sucesso
tremendo como eles conseguem colocar na tela tudo o que eu imagino e tudo o que
eu amo no livro de Baum. As cores vivas do lugar, a fofura (um pouco
assustadora) dos Munchkins, que cantam para ela por tê-los libertado da Bruxa
Má do Leste, e Glinda, que indica a Dorothy o caminho pela Estrada dos Tijolos
Amarelos até a Cidade das Esmeraldas, onde o Mágico de Oz, talvez, poderá ajudá-la
a retornar ao Kansas. Antes de partir, Dorothy ganha os sapatinhos vermelhos
que pertenceram à Bruxa Má do Leste e um beijo de Glinda que a protegerá no
caminho que ainda a reserva inúmeras surpresas, como companheiros de viagem que
se tornarão seus melhores amigos em tão pouco tempo!
No caminho de Dorothy, o Espantalho é o primeiro
que ela encontra. O filme, colorido e belo, é repleto de simbologias, e isso me
fascina. Uma deliciosa fábula, com toda a magia que nos encanta, ainda esconde
uma infinidade de mensagens bacanas. O Espantalho, por exemplo, é um homem sem
Cérebro, e acha que ele poderia fazer muitas coisas se tivesse um (“If I Only Had a Brain”) – e Dorothy lhe
pergunta como ele pode falar se não tem cérebro, mas como ele diz, “muita gente sem cérebro é bem faladeira”.
Mas embora ele diga que não tem cérebro e que não pode pensar, perceba como o
Espantalho é o mais inteligente do grupo, sempre pensando em planos que possam ajudá-los,
como quando eles precisam entrar escondidos no castelo da Bruxa Má do Oeste,
por exemplo… e isso PRECISA ser levado em
consideração!
O segundo companheiro de Dorothy é o Homem de
Lata, um lenhador de lata que ficou enferrujado no último ano por causa de uma
chuva que pegou enquanto trabalhava… de coração puro, Dorothy e o Espantalho o
ajudam a desenferrujar com uma lata de óleo, e ele sai por aí dançando, falando
das coisas que poderia fazer e sentir se
tivesse um coração (“If I Only Had a
Heart”). Sim, porque o Homem de Lata não tem um coração, por isso ele se
diz insensível e tudo o mais… na verdade, ele é, possivelmente, o mais emotivo
do grupo, conforme podemos observar. No livro, ele chora ao pisar em uma
formiguinha, dizendo-se estabanado e sem sentimentos por não ter coração. No filme,
ele é visto chorando em mais de um momento, expressando o quanto, sim, ele tem sentimentos, e um “coração” muito
bom, na verdade.
Por fim, conhecemos o Leão Covarde, que aparece
todo durão, ameaçando o Espantalho e o Homem de Lata, e depois o Totó… mas
Dorothy não permite que ele faça isso com o Totó, por isso lhe dá um tabefe na
cara que o deixa chorando que nem um gatinho… E É HILÁRIO. O Leão, covarde, é
provavelmente o mais engraçado dos
companheiros de Dorothy, e ele mesmo diz que não tem coragem – não consegue dormir, e não pode nem contar
carneirinhos para ajudar, porque tem medo deles! Rio muito com ele, e o
tempo todo… como anda com medo, como segura o rabo, e como faz uma permanente
para poder ver o Mágico! E ele fala de todas as coisas que pudesse fazer se
tivesse coragem (“If I Only Had the Nerve”),
mas a verdade é que ele se arrisca pelos amigos, mesmo morrendo de medo, e isso é que é coragem!
São com esses elementos principais que o filme
trabalha… nós temos a encantadora (e verde) Cidade das Esmeraldas, o misterioso
e imponente Mágico de Oz, e uma missão de trazer a vassoura da Bruxa Má do
Oeste para que ele possa conceder-lhes os desejos pedidos. A jornada dos
companheiros os leva até o Castelo da Bruxa, então, e Dorothy é feita
prisioneira, enquanto os outros, liderados pelo cérebro do Espantalho e a
coragem do Leão (coisas que ambos julgam não ter), entram no castelo e
encontram Dorothy com a ajuda de Totó! É uma sequência marcante quando a Bruxa
Má do Oeste ameaça queimar o Espantalho e, jogando um balde de água para
salvá-lo, Dorothy acaba acertando a Bruxa, que derrete… assim, missão cumprida, e eles retornam para a Cidade das Esmeraldas
com a vassoura da Bruxa, para desmascarar o Mágico.
Um dos melhores momentos da história, do livro e
do filme, a meu ver. Porque o Mágico é apenas um homem comum, e tudo o que cada
um dos quatro viajantes buscam já estava com eles o tempo todo… o Espantalho
tem cérebro, o Homem de Lata tem coração e o Leão tem coragem… mas eles querem algo que lhes mostre isso. Algo
como um diploma de universidade, ou um relógio em forma de coração, ou uma “condecoração”.
Tendo recebido isso, eles se sentem inteligentes, sentimentais e corajosos… mas o grande trunfo de O Mágico de Oz é, o
tempo todo, mostrar sutilmente que cada um deles buscava algo que já possuíam!
Não precisamos ter algo que nos diga que “somos” algo para que, realmente, “sejamos”
algo. Isso pode estar conosco o tempo todo… como é o caso de Dorothy, que não consegue
ir embora com o Mágico, cujo balão sai sem ela, que corre atrás de Totó…
Mas a resposta para ela? Estava o tempo todo em
seus pés.
Bater os calcanhares três vezes e dizer: “There’s no place like home”.
O
famoso “THERE’S NO PLACE LIKE HOME”. Eu
acho isso particularmente LINDO. Porque Dorothy podia, sim, ter ido embora a
qualquer momento, mas talvez ela não conseguisse antes… é como a Glinda disse e
deu a entender o resto: ela precisava
passar por aquilo tudo, fazer aquela jornada pela “Estrada dos Tijolos Amarelos”,
só então poderia voltar embora. Porque ali ela APRENDEU e CRESCEU. Dorothy
viu que, apesar de tudo ser tão colorido e tão bonito, o tempo todo ela estava
preocupada com a sua Tia Em e com o Tio Henry, e ela queria voltar para o
cinzento Kansas, onde era a sua casa, onde estava a sua família… isso é uma
coisa linda. Assim, se despedindo de cada um de seus amigos, Dorothy bate o
calcanhar três vezes, diz que “Não há
lugar como a nossa casa” e volta, muito mais madura e com muito mais amor
para compartilhar.
E cada um de seus amigos e companheiros estão lá.
Hunk, Hickory e Zeke… e eu acho que isso é absolutamente FOFO!
Eu AMO O
Mágico de Oz. Totalmente. História genial e produção esmera(l)da!
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