Primeiro capítulo de “Maria do Bairro” (14 de Agosto de 1995)
AH! “Y a mucha honra, ¡María la del Barrio soy!”
Sim, estou GRITANDO esse fenomenal começo de
abertura! Que saudade, que nostalgia e que delícia estar de volta a MARIA DO BAIRRO. Em 14 de Agosto de
1995, estreava o último capítulo da chamada “Trilogia das Marias”, antecedida
por María Mercedes e Marimar, todas estreladas por Thalía no
papel principal. Agora, Thalía é a Maria do Bairro, uma garota simples que
acaba de completar 15 anos de idade e perder a madrinha, que sonha em se casar
com um homem rico, de preferência aquele rapaz bonito que encontrou na igreja
um dia desses e com quem sonha desde então, inclusive como seu príncipe em uma
Quinceañera que não acontecerá… é empolgante. Maria do Bairro te envolve já desde o começo, e a sua estreia é
marcada por bastante sofrimento, mas um amor instantâneo por Maria, que nos faz
querer saber o que vai acontecer com ela…
E nos faz querer protegê-la…
Começamos a novela conhecendo nossos personagens.
A Madrinha Casilda está toda nervosa em dar um dia especial para a sua
“afilhada do coração”, por seus 15 anos… há mais ou menos 5 anos, Maria perdeu
a mãe e veio morar no bairro com a madrinha, quando ainda era muito
pequenininha. A Maria, conhecemos sonhando com Luís Fernando sem nem conhecer o
seu nome, em um baile de debutante, e é despertada pela madrinha, o que a deixa
um pouco “revoltada”, clamando que “Os
ricos têm de tudo, e nós pobres não temos nada!”, o que lhe garante uma
bronca que a chama de herege, porque ela se pergunta ao que pode agradecer a
Deus, se eles não têm nada… mas,
independente disso, Maria do Bairro é ADORÁVEL, e é uma construção interessante
da personagem. Completando 15 anos agora, ela é uma garota, criança…
Por isso, conhecemos uma menina saltitante,
razoavelmente feliz, um pouco interesseira porque quer “namorar um riquinho”,
mas no todo muito ingênua. Depoimentos como suas lamentações de que “os pobres
não têm nada” não são realmente
condenáveis porque ela nem sabe direito o que está dizendo… simplesmente, com sua alma de criança ainda,
coloca tudo para fora o que sente e o pensa. Maria é bastante espontânea,
um tanto quanto espalhafatosa… Luís Fernando, por outro lado, conhecemos em
Paris, um GATO, mas um homem meio desprezível… ele está todo amargurado por
causa de uma decepção amorosa, e insiste em afirmações como “Quando aparecer outra mulher em minha vida,
não será para amá-la, será para brincar com ela!” e “Coitada da primeira que cair nas minhas mãos. Vai se dar muito mal!
Pobre dela!” Ele está triste, bravo, desiludido… mas vê-lo se afundando em
álcool é um pouco desesperador.
E ele planeja vingança, contra QUALQUER mulher que
aparecer em seu caminho!
Toda a condição na qual Maria mora com sua
madrinha no bairro é mesmo muito triste. Ela tem todo o amor da madrinha, mas
poucas condições higiênicas, um barraquinho velho e perigoso… é de partir o coração. Por isso ela quer
trabalhar como empregada na casa de uma família rica, e talvez ela possa
namorar um dos filhos de algum ricaço, apesar de que “Rico não se apaixona mesmo por pobre”, segundo o que ela mesma
diz. Mas mais do que “interesseira” (porque eu não acho que ela diga nada do
que diz por mal, diferente da Soraya), eu a acho muito sonhadora: “Eu vi ele rezando. Huh, gente, era lindo.
Muito lindo! Eu lembro do rosto dele direitinho, madrinha. Ele nem chegou a
olhar pro meu rosto. Nunca nem reparou em mim. Ah! Nunca, madrinha!” E,
sonhando com Luís Fernando sem saber seu nome, ela pede: “Ai, virgenzinha, faz o milagre do moço da igreja gostar de mim? Ele é
o príncipe dos meus sonhos!”
E eu acho que isso é fofo. É fofo porque é
infantilóide, sonhador.
Maria ainda vai sofrer, amadurecer e mudar tanto
ao longo da trama!
Os De la Vega nos são apresentados em uma casa
grande, imponente, fazendo uma refeição juntos. Fernando. Vitória. Soraya.
Vanessa. E eles conversam sobre Luís Fernando e seu temperamento duvidoso,
sobre o qual as opiniões divergem. Fernando, o pai, afirma que “Luís Fernando voltará a ser feliz no dia
que não odiar mais as mulheres!”, enquanto Vitória, a mãe, tenta fazer um
acordo com Soraya para que ela faça seu filho feliz novamente, e então eles
poderão se casar… vide, AÍ está um
interesse. Maria, por outro lado, mantém o seu jeito alegre e expansivo,
totalmente espontânea, dizendo o que lhe vêm à mente sem pensar nisso. Ela
estava LINDA na igreja, com o vestidinho amarelo, um casaco, e uma coroa negra
sobre o cabelão maravilhoso: “Olha só o
vestido que eu pus, ele não é lindinho? Eu encontrei no fundo de uma lata de
lixo!”
E aquilo me PARTIU O CORAÇÃO!
Na verdade, Maria
do Bairro, por enquanto, não foca nessa condição de sofrimento e pobreza da
Maria, não coloca aquelas músicas dramáticas nem nada assim. Maria diz isso
tudo alegremente, sorrindo, pulando, como uma inocente garota de 15 anos. Mas o
que ela está dizendo é sério, e me comove verdadeiramente. A alegria dela por
um vestido que encontrou na lata de lixo, tão bonito, quase novo, que alguém
simplesmente jogou fora… como isso a fez
FELIZ! É tão bonito! E como ela agradece ao padre, também, que lhe dá uns
troquinhos de presente, para que ela possa comprar em doces: “O senhor é a primeira pessoa que me dá um
presente!” É fofo. Sua falta de filtro se manifesta nos bons e maus
momentos, como quando ela fica brava porque Fernando De la Vega chega para
falar com o padre e passa na sua frente, sendo
que ela estava ali antes…
Como não amar? ELA TINHA RAZÃO!
Por mais que
nossos pais não nos deixem dizer esse tipo de coisa.
Ela dá, na verdade, uma boa lição de moral,
dizendo que aquela é a CASA DE DEUS, e as pessoas não devem ser tratadas de
forma diferente lá dentro, e temos uma nova fase da discussão sobre ricos e pobres, e enquanto a Madrinha tenta explicar que aquele senhor está
sofrendo, ela diz que tudo bem, ele é cheio de problemas, mas “nós, pobres,
choramos mais que eles”. Enquanto isso, Fernando conversa com o padre, e quando
ele se prepara para partir, diz que agora ele pode atender aquela moça, uma
figura, com um meio sorriso que nos mostra que ele gostou dela. Isso ainda antes do Padre contar sua história, sobre a
morte de sua mãe, e sobre as condições nas quais ela vive agora… “Maria… Maria do Bairro, como a chamamos
aqui”. E ele concorda exatamente como ela disse: “Nós ricos também choramos, mas… os pobres choram mais”.
Rapidamente as coisas se transformam, e é essa a
função da estreia. Maria sai da igreja, com seu vestidinho amarelo que é uma
graça, feliz, leve… ela brinca com sua “coroa”, gira… e tudo está bem até que
Casilda passe mal e caia nos seus braços, enquanto Maria, desesperada, grita
por ajuda. É um sofrimento ver a madrinha morrer, falando cada vez mais fraca,
pedindo ao padre que cuide de Maria, que encontre uma casa na qual ela possa
morar e trabalhar, enquanto Maria, sofrendo e chorando, segura a sua mão e
implora: “Não me deixe sozinha, não! Hoje
estou completando meus 15 anos!” Me parte o coração ver a madrinha morrendo
enquanto, com todo o sofrimento necessário, Maria grita “Madrenita!” do fundo do coração. Pensar que ela já tem uma
história e uma vida tão tristes, e no seu aniversário de 15 anos, a madrinha
morre…
Após a morte da madrinha, vemos Maria caminhando
sozinha pelo bairro, já vestida de preto, com a coroa na cabeça, na imagem mais
memorável da personagem. É triste vê-la chorar, lamentar a morte da madrinha,
enquanto junta lixo. Enquanto isso, o padre conversa com Fernando mais uma vez,
conta o que houve, fala de sua promessa, e diz que está preocupado com Maria,
que quer um lugar para ela trabalhar – Fernando, tocado pela situação, decide
ajudar, mas não trazendo-a para casa como empregada. O que ele quer agora é
cuidar da garota e tirá-la da situação de miséria na qual se encontra. Afinal,
como ele diz “Maria la del Barrio me
simpatizó mucho”. E ISSO ME ARREPIA! Então ele vai buscá-la, assombrado ao
olhar ao redor e ver as condições de sua moradia… e então a vida de Maria se transforma, ela é levada para a casa dos De
la Vega, e tudo dali em diante será diferente…
Mas isso
fica para a próxima postagem!
Quanto sofrimento para uma pobre garota de 15 anos! Lendo o texto, praticamente todas as imagens deste primeiro capítulo me vieram a mente. E é delicioso relembrar tudo outra vez... Inclusive eu lembrei da linda ex-namorada de Luis Fernando, por quem ele ainda sofre nesse início de novela por conta de sua decepção amorosa. Ela era linda, não? O cabelo então, nem se fala kkkkkk... Mas o foco é realmente a maneira não tão ingênua que Maria leva a vida, ela não é nada boba, quer logo é se casar com um ricaço... embora as histórias principais da "Trilogia das Marias" sejam semelhantes, eu vejo muito como Thalía soube diferenciá-las, criando um perfil singular para cada uma delas. Maria do Bairro, por exemplo, é bem diferente de Marimar, principalmente em sua fase pobre, quando Marimar era demasiadamente ingênua e bobinha... enquanto a do Bairro já pensava um pouquinho mais alto, e enquanto a Mercedes era batalhadora e praticamente uma mãe de família para os seus irmãos. Enfim, o primeiro capítulo de Maria do Bairro é realmente cativante, e eu adoro como tudo se desenrola agilmente, visto que Maria já está com os De la Vega. Amando a minha mais nova fotonovela, viu, amor? Eu só acho que a clássica coroa dela devia ser vendida no Mercado Livre... eu ia querer comprar uma kkkkkkk
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