Sense8 2x03 – Obligate Mutualisms
“Jailbreak, baby!”
QUE VERDADEIRA OBRA DE ARTE! E não, eu não estou
falando da pintura de Rembrandt, e sim do episódio mesmo, que foi de um primor
APAIXONANTE e eletrizante. Com os seus diálogos inteligentes e tocantes,
informações a respeito dos “homo
sensorium” que nos levam a uma ampliação da mitologia e da ficção
científica de Sense8 e aquelas
sequências angustiantes como a do enforcamento… o episódio era sobre LIBERDADE,
e isso nos rendeu as melhores cenas possíveis, com as edições brilhantes que caracterizam a série. A cada
episódio eu me apaixono mais por Sense8,
e me preparo para sentir a tremenda falta que ela vai fazer quando chegar ao
fim, embora eu ainda tenha até 2018 para esperar, ainda que por um especial de
duas horas. O episódio começa focando em Will, passa por Sun e, por fim, foca
na trama dos homo sensorium com umas
informações interessantes.
É um episódio e tanto!
Comecemos por Will, então… eu devo dizer, eu
primeiro lugar: que ele é ATRAENTE demais
quando fica assim, perigoso e convencido. Ele venceu a guerra contra
Whispers, pelo menos por enquanto, e ele está alternando entre comemorar com o
seu clã e falar com Whispers, ou então estar com Nomi em busca de informações e
conseguindo trazer o homo sapiens do
lado de fora para dentro da sala, com informações o suficiente para colocá-lo
no controle da situação e fazer com que Whispers seja carregado para fora dali…
é uma guerra que Will e seu clã estão vencendo, e quando ele cai para trás no
sofá, e os outros 7 sensates se reúnem ao seu redor… QUE CENA. Fim, por enquanto Whispers partiu… isso quer dizer que Will está libre, pela primeira vez em tanto tempo.
É assim que o tema da liberdade é introduzido no episódio.
Temos a deliciosa liberdade representada de forma
tocante em uma cena em que Riley leva Will para fora, para ver o sol pela
primeira vez em tanto tempo, e os outros 6 estão ali com ele, e todos caminham
ao sol, livres, por Amsterdã. A união deles, sentindo o vento, o sol e a brisa,
à beira do rio… totalmente libertos. De
olhos fechados, JUNTOS, se abraçando, repletos de amor para compartilhar. Outros
personagens têm isso em contraponto à sua liberdade podada. É o caso de Lito,
por exemplo, vendo a carreira ameaçar ruir quando a proposta do seu novo
projeto é retirada, por causa de puro preconceito, e Sun, que continua presa. Ver
Sun deitada ao chão, sorrindo, CANTANDO… feliz
é algo que me comove intensamente. E então partimos para a grande sequência
dela, aquela que esperávamos ansiosamente!
“Nomi… help
me”
A cena é meticulosamente construída, e um deleite
aos olhos e todos os sentidos. Sun está sendo levada por “guardas”, e Will diz que
eles não são daquela prisão. Nomi
avisa Amanita: “She thinks they’re gonna
kill her” “The hell they are!” COMO NÃO AMAR? Chega a arrepiar, e
então tudo se mistura, naquela edição incrível de cenas, que junta e substitui
os atores… é genial! Sun luta, entre ela e entre Wolfgang… quando os tasers começam, Sun cai ao chão, Nomi
também, Capheus sente tudo dirigindo o ônibus, enquanto na cadeia alternamos
entre Sun e Wolfie. É um interessante paralelo entre Sun sofrendo fisicamente,
e todos sofrendo sensitivamente, estando ali ou estando em seus corpos físicos.
Sun ainda tenta lutar uma outra vez, mas então um novo taser a desabilita totalmente, e
ela começa a ser enforcada…
Que AGONIA de cena!
Todos sendo enforcados simultaneamente… Sun. Riley.
Kala. Wolfie. Nomi. Capheus. Todos pendurados, morrendo enforcados na cadeia e
morrendo fora dali, com pessoas se amontoando ao redor de seus corpos sem
entender o que está acontecendo, em profunda agonia. Um silêncio prolongado… poderia ser o fim, se não fosse a velhinha
**** que aparece para salvar Sun e, consequentemente, todos os oito. Ela diz que não ia deixar isso acontecer.
Mas ainda há o que ser feito. Riley diz a Will: “Help her”, e então eles lutam, até que Sun tenha nocauteado todos
e possam escapar… é um dos momentos mais MEMORÁVEIS de Sense8, certamente, quando todos se reúnem ao redor de Sun, JUNTOS,
e Will lhe abre as algemas, Capheus pega as chaves com os guardas, e Lito (era
super a cara dele dizer isso mesmo) anuncia:
“JAILBREAK,
BABY!”
A fuga… finalmente a fuga. É PERFEITO. Um ônibus (“Are you sure you can drive a bus?” “Can I drive a bus?”), e eu amo Sun no voltante com os demais
amontoados ao seu redor, sempre presents, sempre juntos… Capheus dirigindo,
Lito tomando a dianteira quando precisam interpretar
no portão para passar pelos guardas, livremente… e então o ônibus passa. Mas, claro, não é tão simples. Amei a cena
de Riley perguntando se era só isso, e Will e Wolfie andando na frente dela,
dizendo que eles ainda virão atrás dela, e eles precisam continuar. Se livrar
do ônibus, trocar de roupas… e é tão bom
ter alguém como o Wolfie no clã, alguém que sabe como roubar um carro.
[Detalhe para o toque especial da Sun respondendo como aprendeu a roubar
carros: “Other lives”, e o brilhante
comentário “When I’m nervous, I talk to
myself”]
Por enquanto, só
se esconder.
O episódio é REPLETO de eventos, e em algum
momento eu estava assombrado com o quanto estava acontecendo… conhecemos,
também Lila, a primeira sensate de um
clã ainda desconhecido. É totalmente desconcertante
e provocante. Primeiro ela aparece
fisicamente, depois ela aparece só para Wolfie, totalmente sensual e tentadora,
e toca em Wolfie, por cima da calça em partes que já vimos (e revimos e
revimos), e eu devo confessar que eu ADOREI ver o Wolfie com tanto tesão… não tinha como ficar, com a
maneira como ele estava sendo provocado… e assim como Will beijando “o ar” na
primeira temporada, era hilário vê-lo fazendo aquelas caras e aquelas posições
quando estávamos vendo SÓ ELE… de todo
modo, continuava sendo provocante. E é toda uma nova experiência sexual que
vamos explorar agora…
Fora do clã, mas ainda sensate.
“Have you
played outside your cluster? Am I your first?” “How can I feel you touching me if
I'm not touching myself?” “When you jerk off, do you think about your hand or
do you think about something else? I am something else”
É uma
explicação maravilhosa. Sinceramente, embora eu ame tudo em Sense8, sua parte humana, sua parte de
ficção científica, eu não nego que adoro a sua parte sexual também. E é uma proposta nova e interessante, ousada e
bonita de se assistir… como Wolfie e Lila se provocam e, mais do que isso, se
tocam durante uma refeição normal, precisando dissimular a experiência, manter
a expressão séria, falar como se nada estivesse acontecendo… quando, na
verdade, muita coisa está acontecendo.
Pela explicação de Lila, estamos presenciando quase uma evolução na
masturbação… ele toca seus seios. Ela, em seu colo, abre a blusa dele,
provocantemente, tocando o peito (que é lindo, por sinal)… é toda uma
experiência sensual que adoramos
presenciar e que termina depressa, nos deixando sem fôlego.
Tem tudo a
ver com o nosso Wolfie!
Outra cena, completamente diferente, muito mais
intimista e sensual, que me encantou foi a de Lito e Hernando… primeiramente eu
estava incomodado com a necessidade de procurar uma nova casa, e triste por
coisas que estavam fora do que eles podiam pagar, com toda a nova situação que
se estabelece… até que eles encontrem um apartamento de que gostam, e Lito e
Hernando têm uma conversa madura e bonita na sacada. E, como AMAMOS a Dani,
amei quando ela chega, toda animada, falando sobre a banheira que é enorme, na
qual “cabe os três”… nós amamos Lito,
Hernando e Dani juntos, essa é a verdade! Foi uma cena fofa quando eles
decidem morar juntos, dividir a despesa, e a felicidade estava estampada no
sorriso de cada um quando as mãos deles se uniram, em um gesto de cumplicidade
muito bonito!
Então o clímax… E QUE CLÍMAX. São tantas
informações que ainda não sabemos como organizá-las na cabeça. São coisas importantes
que ainda voltarão à série. Will e Riley estão em uma estação, para um encontro
marcado com Jonas… eu NÃO CONFIO no Jonas (estamos juntos, Sun!), mas foi um
relato emocionante sobre como ele viu o pai na estação, sua primeira
experiência sensate, e então a morte
dele, com todos os seus filhos ao seu redor na cama de hospital, todos os 80. Homens Homo Sensorium também podem dar a luz.
E além de ser LINDO, também é alarmante para a mitologia crescente que se arma:
o número de homo sensorium no mundo
cresce diariamente, eles estão espalhados por aí, milhares deles, ou dezenas de
milhares… por isso os homo sapiens estão
com medo. Nem TODO MUNDO pode nascer como sensate, depende de um determinado traço genético…
Mas ainda assim!
“This is one of the things that
terrifies them the most about us. Potential population growth”
Gostei de conhecer um pouco da história deles, de
quando Jonas e Angélica se conheceram, de quando ela deu a luz pela primeira
vez, o seu primeiro clã, e como isso a deixou FELIZ. A leveza com que andava… e
ainda devemos conhecer essas pessoas de seu primeiro clã, esses personagens que
estão sendo apresentados agora, também filhos de Nazaré Tedesco. Pelo menos
alguns… como Todd, a expressão de que nem todo mundo fica feliz em nascer como
um sensate, um que quer ser normal. Ou
Raoul, um repórter mexicano que Lito chegou a conhecer, com quem teve uma
conexão interessante… e isso tudo está
conectado com o fato de Angélica ter começado a trabalhar com Whispers, mas
ainda temos muito o que explorar, e pouco a confiar em Jonas. Mas os sensates
estão determinados a seguir na GUERRA.
A cena final traz um encontro de Will com Croome,
da PBO, em um museu de arte, observando uma obra de Rembrandt. É uma cena
cheia, intensa. Fala sobre os propósitos originais da PBO, sobre a necessidade
que o homo sapiens e o homo sensorium têm, um do outro, para
que possam sobreviver, e essa cumplicidade foi corrompida pelo MEDO desde o 11
de Setembro… medo de terroristas, medo de espiões… homo sensorium é um perigo natural a segredos. Mas Croome,
SUPOSTAMENTE, quer que a PBO volte a um tempo mais “saudável” na relação entre
as duas espécies… mas o episódio não nos dá tempo de digerir isso tudo, porque
nos IMPACTA com um ataque que mata Croome brutalmente, através de uma mulher
que se revela, na verdade, Whispers: “Hello,
Will”. Não acho que ela possa ser do clã de Whispers, não sei como ocorreu…
Mas a verdade é que foi FORTE.
Já quero mais. Mais. Mais. Mais.
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