Premonição 2 (Final Destination 2, 2003)
“Only a new life can defeat death”
Premonição 2
não é o meu filme favorito da franquia porque eu amo o último, mas QUE FILME
BOM! seguindo diretamente o caminho
do primeiro Premonição, essa primeira
sequência é muito mais complexa e intricada – era algo que não podia acontecer
já de cara, afinal os rumos da franquia precisavam ser bem definidos, mas uma
vez que isso acontece, eles puderam
extrapolar e tornar tudo muito mais elaborado para conectar ambos os filmes.
Premonição 2 consegue continuar
brincando com o suspense de forma impressionante, como podemos ver na angustiante
morte de Evan Lewis, composta por longos minutos de imaginação de possíveis cenários
para um milhão de mortes, até que ela se concretize com uma escada que perfura
sua cabeça pelo olho, seguindo os sinais como aquela macabra bonequinha sem
olho no chão de seu apartamento.
Wow.
Sinceramente, eu acho que Premonição 2 tem um dos MELHORES ACIDENTES principais de toda a
franquia! O acidente acontece na Rota 23, e é antecedido por uma série de
sinais, desde os mais “simples”, como aquela mulher com o saco de latinhas na
janela do carro, até os mais evidentes, como o rádio anunciando o aniversário
de 1 ano do acidente do Voo 180 e, quando Kimberly muda de estação, “Highway to Hell”… nunca um bom
presságio! Então também temos um motorista bêbado, um menininho esquisito que
fica batendo dois carrinhos de brinquedo e, eventualmente, o caminhão de toras de madeira! QUE ACIDENTE
INCRÍVEL. Ele foi muito mais específico, mostrou morte a morte, por tora de madeira,
como Thomas Burke, ou pela moto, como Eugene Dix, mostrando exatamente a ordem em que as pessoas morrem na
premonição.
Nós sabemos que isso é importante!
Mas o filme nos sabota e trabalha de modo inverso.
Kimberly está muito
mal quando retorna e acaba impedindo que ela, seus amigos e mais algumas
pessoas morram no acidente, que vemos acontecendo na realidade logo em seguida…
diferente de Alex, no primeiro filme, ela é interrogada, mas não dá para acreditar muito que “a culpa é dela”, então ela
fica livre. A grande diferença desse filme para o primeiro é o legado deixado
por aquele – a história de Alex Browning é FAMOSA, as pessoas já ouviram falar
nela nesse último ano, e de como todos aqueles que ele salvou morreram em
seguida em acidentes bizarros… ele
mesmo morreu com uma tijolada, depois de 3 meses sem nem sair de casa! E Kimberly sabe que o que ela teve foi
exatamente a mesma coisa. Portanto, eles estão mais avisados. Clear Rivers,
a única sobrevivente do Voo 180 até então, está
internada em um hospital psiquiátrico.
A primeira morte é, possivelmente, a MELHOR no
filme todo, porque a construção da tensão é LONGA, repleta de detalhes… então
os sinais são jogados na cara dos sobreviventes, como a matéria no jornal que
fala do acidente na rodovia e, logo em seguida, da bizarra morte de Evan Lewis…
quer dizer, como negar? Kimberly vai
falar com Clear, que fala da Lista da Morte (dessa vez indo na ordem inversa) e
dos sinais que são facilmente observáveis… é uma ótima cena. Como metade do caminho
das informações já foi percorrido no primeiro filme, aqui as coisas crescem, e recebemos a informação: “Only a new life can defeat death”. Assim,
eles começam uma intensa busca por Isabella, a mulher grávida que viram na Rota
23, na esperança de que uma nova vida possa confundir
a Morte, afinal é uma nova alma que não estava nos planos originais da Morte.
Quando a segunda vítima é levada, Tim Carpenter, e
ele é só um garoto de 15 anos, os sobreviventes começam a se mobilizar. Clear deixa
o hospital psiquiátrico para ajudar Kimberly, e o plano é se manter juntos e
protegidos até que o bebê de Isabella nasça… e alguns insistem em não acreditar, pelo menos até presenciarem
a brutal morte de Nora Carpenter, que tem a cabeça decapitada em um elevador,
uma das cenas mais fortes de Premonição 2! E eu adoro como a Morte é
macabra (!) e gosta de “brincar” com suas vítimas… Eugene quer, por exemplo,
acreditar que ele mantém o controle sobre tudo isso, mas não. Ele tenta se matar, por exemplo, e uma bala totalmente
carregada falha seis vezes quando ele tenta atirar contra a própria cabeça…
ainda não chegou a sua vez, a Morte tem uma Lista e não vai fugir dela!
Uma das minhas cenas FAVORITAS, e que fazem com
que tudo fique imensamente mais admirável, é a sequência no carro em que
ouvimos quatro histórias de “sobrevivência”, e nos damos conta de como o
primeiro e o segundo filme estão mais conectados do que esperávamos… a Lista da
Morte de Premonição 2 ainda é a MESMA
LISTA de Premonição, afinal os
sobreviventes do Voo 180 atrapalharam
muito mais do que se esperava… Eugene, por exemplo, foi salvo da morte ao
ir substituir “uma professora”, que era Valerie Lewton. Rory Peters foi salvo
da morte ao não ir a um teatro porque “viu uma placa atingir um garoto em Paris”.
Uhm! E Kimberly, que não estava presente no momento em que originalmente
deveria morrer, porque ficou lendo uma matéria sobre um suicídio estranho e
ficou se perguntando “como alguém se enforca na banheira”.
ISSO É GENIAL DEMAIS!
Então, a saída daquelas pessoas do Voo 180 em Premonição mexem com a Lista da Morte de
uma forma muito mais extensa, afinal as repercussões se perpetuam, e agora a
Morte está tentando corrigir esses erros, por isso vem de trás para a frente. Mais
do que isso, o acidente na Rota 23 era uma maneira de “arrumar” isso tudo,
matando todos de uma vez. E eles sofrem um acidente, justamente no Km 180! Próxima
morte é de Kat Jennings, com o airbag
e um cano, depois Rory Peters, cortado em fatias por uma cerca de arame
farpado, enquanto a Morte acelera e o bebê de Isabella está prestes a nascer…
tudo é perfeitamente angustiante, e nós estávamos com a esperança de que o bebê
fosse “a nova vida” que podia confundir a morte, mas o bebê também está quase morrendo enforcado pelo cordão umbilical!
Então o bebê nasce, parece que a vida está se espalhando…
Eugene é salvo.
Por alguns
segundos.
Assim como “Inception”,
eles brincaram conosco e nos enganaram direitinho. Isabella não devia morrer,
originalmente, no acidente da Rota 23, e por isso o bebê não é “uma nova vida”.
A Lista segue. Uma explosão no hospital leva, simultaneamente, Eugene e Clear
Rivers, fechando o ciclo do primeiro filme, finalmente. Sobram apenas Kimberly
e Thomas, e ela junta duas visões que teve ao longo do filme, do furgão branco
e da médica, para formular um novo plano: morrer.
Se ela morrer e for “ressuscitada”, essa “nova vida” poderá enganar a morte, e
eles estarão à salvo… supostamente. Eu
gosto dessas novidades, gosto de como é mais complexo, e eu gosto da pontinha
de esperança vaga que o filme dá… parece que Thomas e Kimberly poderiam ter se salvado, de fato, mas a
morte de Brian Gibbons, com a explosão da churrasqueira (aquilo é perfeitamente
irônico!) nos coloca de volta no jogo da
Morte.
E é ELETRIZANTE!
Ele foi
salvo do acidente no Km. 180, não na Rodovia 23…
Parece que
os efeitos perseguirão a Morte eternamente, não?
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