A Torre Negra (The Dark Tower, 2017)
“I'm sworn to defend the Tower. I'll stop at nothing
to defend it”
Em primeiro lugar, eu quero dizer que eu SEMPRE
quis ler “A Torre Negra”. A saga de 7
livros, ao lado de “Novembro de 63”,
são os livros de Stephen King que mais me interessam, embora eu presuma que praticamente
todos os livros do autor sejam muito bons. Dito isso, eu também confesso que nunca li a saga. E mesmo assim fui conferir
o filme estrelado por Idris Elba, Matthew McConaughey e Tom Taylor no cinema e,
como LEIGO, eu devo dizer que eu gostei muito
do filme. Acredito que ele não esteja representando bem nem 5% dos livros nem
nada disso, mas como experiência cinematográfica independente, ele pode ser
muito bom! Tem boas atuações, bons efeitos e visuais impressionantes… eu me
afeiçoei a Jake Chambers e ao Pistoleiro Roland Deschain, e sinceramente estou
ansioso para ver mais dos dois na possível série de 2018!
“A Torre
Negra” trata de assuntos de universos paralelos de um modo bem
interessante, e a verdade é que eu sou apaixonado pelo tema. No centro de todo
o espaço e tempo se encontra a Torre Negra, protegendo os mundos de monstros
que um feiticeiro, chamado de “Homem de Preto” quer liberar, destruindo a Torre. O filme já começa
com a proposta de que “a mente de uma criança pode, supostamente, destruir a
Torre”, e eu confesso que senti que havia mais simbologia nesse conceito do que
fui capaz de apreender… talvez lendo os livros. Desse modo, enquanto o Homem de
Preto tenta destruir a Torre Negra, que protege os mundos e libertar o caos, as
reverberações podem ser sentidas ecoando em todos os mundos, como forma de “terremotos”,
por exemplo, quando se trata da Terra, o mundo-chave.
Nesse contexto, conhecemos Jake Chambers, um
garoto que mora em Nova York e tem visões dessa trama toda, de uma Torre Negra
que protege os mundos, de um Homem de Preto que quer destruí-la, e de um
Pistoleiro que é o único capaz de detê-lo. Seus sonhos e visões convertem-se em
desenhos ora macabros, ora reveladores, e ele
é tratado como um garoto problemático. Eu gosto da temática da
esquizofrenia, o que me fez pensar um pouco na leitura de “O Orfanato da Srta. Peregrine para Crianças Peculiares” (leitura, não
o filme, por favor), e eu me pergunto novamente quantas pessoas que julgamos “loucas”
no nosso mundo só podem, na verdade, ver um pouco mais que nós… Jake Chambers
via além, mas como as pessoas não tinham o dom dele de ver essas mesmas coisas,
simplesmente julgavam que ele era esquizofrênico.
Mas não.
Gostei do personagem de Jake quase que
imediatamente. A atuação de Tom Taylor era ótima! O personagem é inteligente e,
além de tudo, corajoso. Ele se impõe quando zoam os seus desenhos na escola,
por exemplo, e quando a mãe e o padrasto querem mandá-lo para “um acampamento
de terapia” no fim de semana, ele mantém-se firme contra aqueles que sabe que
estão ali para capturá-lo, para ser usado pelo Homem de Preto para a destruição
da Torre. Pessoas com peles falsas. Para
mim, aquele foi um de seus melhores momentos no filme, e eu adoro como ele
escapa inteligentemente, despistando seus perseguidores, e chegando a uma casa
abandonada em Nova York que esconde um portal para a Terra Média, onde ele
finalmente conhece Roland Deschain, o Pistoleiro de seus sonhos… então a aventura começa.
Há muito o que se ler nas entrelinhas, e eu fico
curioso para ver como Stephen King brincou com todos esses elementos. A Terra
Média parece uma versão futurística e destruída da Terra, conforme foi
apresentada no filme, com um antigo parque temático abandonado, por exemplo. A
relação quase de pai e filho que nasce entre Jake e Roland é muito
interessante, enquanto eles tentam chegar ao lugar dos sonhos de Jake, onde o
Homem de Preto está usando crianças para ataques contínuos à Torre Negra. E com
todo o poder de visão que Jake tem, que eles chamam de “Toque”, o Homem de
Preto se dá conta de que ele, sozinho, pode ter o poder suficiente para
destruir a Torre… mas tanto poder e determinação tornam Jake um personagem
forte e resistente, e isso é o que eu achei mais belo em sua composição.
Porque eventualmente ele retorna à Terra, com o
Pistoleiro, para descobrir que a mãe foi brutalmente assassinada pelo Homem de
Preto… a maneira como ele se deixa levar no colo por Roland, e chora e o
abraça, foi de partir o coração. Bem como quando Roland lhe ensina o Credo dos
Pistoleiros. E na Terra, em busca do Homem de Preto, é que as coisas ficam mais
fortes, quando Jake é capturado e o Pistoleiro não pode deixar que o Homem de
Preto vença essa batalha… amei o clímax do filme, que contou com Jake Chambers
liberando todo o seu poder resistindo à máquina do Homem de Preto, e sendo
capaz de, por telepatia, guiar Roland até ele e dar-lhe a força de que ele
precisava para enfrentar o vilão naquela cena eletrizante de ação que culmina
em duas balas se chocando, uma delas atingindo o Homem de Preto por fim… então
Jake é liberado e pode correr para os braços do Pistoleiro, depois de tudo.
A Torre Negra está a salvo novamente.
Infelizmente, parece que todo o poder que o Homem
de Preto tinha, e era bem grandioso e doentio, é menosprezado quando ele morre
de forma, aparentemente, tão simples. Mas eles queriam enfatizar o poder de
Jake e a sua conexão com Roland, e isso foi muito bem representado… agora, os
dois vagam pela Terra quase como pai e filho, e quando Roland precisa retornar
à Terra Média, ele convida Jake Chambers para ir com ele… afinal de contas, ele não tem mais nada no mundo-chave. O filme
termina com um take que nos mostra a
transição dos mundos, sugerida, e Jake e Roland já não estão mais do lado de
cá… fico feliz em saber que há planos de nos contar mais sobre eles e sobre
como Walter Padick se tornou o Homem de Preto em uma série para o próximo ano… espero que esse projeto possa realmente
seguir adiante!
“I do not aim with my hand. He who aims with his hand has forgotten the
face of his father. I aim with my eye. I do not shoot with my hand. He who
shoots with his hand has forgotten the face of his father. I shoot with my
mind. I do not kill with my gun. He who kills with his gun has forgotten the
face of his father. I kill with
my heart”
Recebeu muitas criticas, pessoalmente eu acho que é um filme que nos prende. A torre negra se tornou em uma das minhas histórias preferidas desde que li o livro, quando soube que seria adaptado a um filme, fiquei na dúvida se eu a desfrutaria tanto como na versão impressa. Li que filme A torre negra foi dirigido por Nikolaj Arcel e fiquei muito satisfeita com o seu trabalho, além de que o elenco foi de primeira. De verdade, adorei que tenham feito este filme. Adorei as criticas do filme, obrigada por compartilhar.
ResponderExcluirEu ainda não li os livros, então o meu comentário foi realmente focado apenas no que consegui descobrir ao assistir o filme, mas eu realmente gostei... com certeza os livros de Stephen King são muito mais profundos e envolventes, mas o filme funciona bem sim! Muito obrigado você por ler e comentar, ficamos muito felizes quando nossas "críticas" chegam a leitores que gostam de compartilhar opiniões! :P
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