American Horror Story: Cult 7x01 – Election Night


8 de Novembro de 2016. Eleição do Trump.
Eu confesso que esse tema me assusta… me assusta porque eu fico pensando no próprio Brasil e temo as eleições do próximo ano – temos um possível candidato muito próximo do Trump, provavelmente pior. Gostei da proposta da nova temporada de American Horror Story. Ela inova, e é o que a série precisa. Das cinco primeiras temporadas, Asylum é a melhor em disparado. No sexto ano, com Roanoke, a série INOVOU e foi surpreendentemente excelente. É o que precisamos continuar fazendo para segurar a série no ar e com qualidade. Cult tratará de dois temas principais em paralelo: a eleição de Donald Trump e as fobias de Ally. A grande proposta inovadora do sétimo ano é ambientar a série na realidade e, por ora, ignorar o sobrenatural que acompanha a série há temporadas. Há motivos o suficiente para temermos a realidade.
Assim, teremos um ano mais embasado em realidade, e ao lado do horror proporcionada por mortes como a primeira do episódio, com o Palhaço Twisty de Freak Show retornando, teremos muito suspense e o horror nas próprias ideologias e ações que são consequências dessas. Sinceramente, achei a introdução FASCINANTE. As cenas reais de campanha de Donald Trump e Hillary Clinton evidenciam a diferença abismal entre os candidatos, e o episódio começa avaliando as reações de dois personagens: Kai, que apoia Trump; e Ally, que apoia Hillary. A reação dela é compreensiva e um tanto assustadora, e eu acho que deve ter um assunto que mexeu muito com o povo norte-americano, mais do que com o resto do mundo: afinal de contas, o resultado da eleição lá acontece de forma diferente…
E isso é bem revoltante.
Com essa introdução, eu SABIA que o episódio ia ser bom – e a abertura só me deu mais material para acreditar nisso. Gostei do pavor da máscara do Trump e do balão vermelho de “It”, do Stephen King, introduzindo o pavoroso tema dos palhaços… a abertura tem sangue, sexo e horror, tudo o que American Horror Story representa. A cena de Twisty atacando um casal prestes a transar no parque, 50 anos depois de ter matado um outro casal ali, termina de forma brutal e com o horror da mandíbula destruída do personagem, enquanto o pequeno Oz            lê uma história em quadrinhos macabra do Twisty. Então tudo se conecta quando Ally vê o gibi e sua coulrofobia reaparece em um real ataque de pânico. Ally tem milhões de fobias, e elas foram trazidas novamente à tona com a eleição de Trump. E aquilo tudo pareceu tão incrivelmente real.
O personagem de Evan Peters está presente para ser o OPOSTO de Ally e para representar tudo aquilo que Trump acredita e defende – achou o personagem de Peters desprezível? O que isso quer dizer, então? “Above all, humans love fear” / “There is nothing more dangerous in this world than a humiliated man”. Uma das cenas mais fortes e inteligentes (em questão de roteiro) foi quando Kai enfrenta os estrangeiros, cantando “la cucaracha” e dizendo coisas grosseiras para expulsá-los do lugar, fazendo xixi em uma camisinha e jogando neles, para provocá-los até ser espancado. Ele estava sendo filmado, provavelmente propositalmente, para que o vídeo possa ser editado e distorcido. Vide a campanha de Trump mostrada no início do episódio, em que ele fala sobre “as fronteiras do sul”, e então você percebe sobre o que American Horror Story está falando.
Parte do principal horror do episódio esteve focado nas fobias de Ally, depois que a eleição de Trump a deixou novamente paranoica e quase em surto – vide a cena do mercado, em que ela vê palhaços transando e a atacando, mas não parece que nada daquilo é real. Ela se sente perseguida, ela vê Twisty dentro do carro no estacionamento antes de batê-lo em um poste… mas ninguém vê nada mais. Note que o surto do mercado foi desencadeado depois que o caixa defendeu Trump e colocou um chapéu em seu apoio na cabeça! E isso está afetando toda a vida de Ally, tanto a sua esposa, Ivy, quanto o seu filho, o pequeno Ozzy, e quando ela contrata uma nova babá para ficar com ele enquanto ela pode sair para jantar com a esposa, as coisas só tendem a piorar, porque não foi uma escolha lá muito acertada para babá.
Afinal de contas, as cenas são, novamente, FORTES. Gostei do paralelo entre a entrevista de Winter com Ivy e Ally, parecendo tão responsável e calma, e a cena com Kai, de mindinhos juntos, em que ele faz umas perguntas doentias que a levam a lágrimas de pavor. Sozinha em casa com Oz, Winter ainda atormenta o garoto, perguntando quem é sua mãe de verdade, perguntando sobre o seu pai, e quando ele faz um desenho (ele já é problemático) do Twisty matando um cara, ela pergunta: “Já viu um cadáver de verdade?”, e o coloca para assistir vídeos de mortes reais na Dark Web, o que é doentio. Mesmo que ele não queira assistir, ela o convence, para “vacinar o cérebro”. Quando o garoto olha pela janela e vê um caminhão de sorvete parar na rua, e dele sair palhaços mascarados como os que a mãe viu no mercado, eu sabia que era problema.
“They’re dead. It was the clowns!”
Gostei do final do episódio. É quando Ally e Ivy chegam em casa e a rua está interditada por causa de mortes na vizinhança, e Colton Haynes é o detetive responsável pelo caso (ele não devia estar com o cabelo platinado para ser um detetive mais convincente!). O mais interessante da sequência é o tom de horror misturado ao mistério, porque o detetive trata o caso como homicídio e suicídio, e todas as cenas que vimos dos “palhaços” foi do ponto de vista do Oz – tanto saindo do caminhão quanto matando os vizinhos. Desse modo, pode ser tudo impressionável. Uma influência da fobia da mãe com a revista de Twisty que ele lê… eu acho que o garoto está com os mesmos problemas da mãe, e isso deve render um bom roteiro… por enquanto, estou CURIOSO para saber até onde a temporada nos leva. Vai ser inovador…
…e espero que BOM!

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Comentários

  1. Sarah foi legal! mas minha temporada favorita foi com Connie Briton no elenco, ela é uma atriz preciosa que geralmente triunfa nos seus filmes. Recém a vi em Professor Marston e as Mulheres Maravilha, inclusive a passarão em TV, sendo sincera eu acho que a sua atuação é extraordinário, em minha opinião é a atriz mais completa da sua geração, mas infelizmente não é reconhecida como se deve.

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