Harry Potter e as Relíquias da Morte: Parte 1 (Harry Potter and the Deathly Hallows: Part 1, 2010)
“You may be the Chosen One, mate, but this is a whole
lot bigger than that”
Estamos chegando ao final da franquia de Harry Potter, e as emoções agora estão
MAIS FORTES do que nunca! A cena de introdução do longa já nos mostra isso
muito bem, de forma melancólica – Hermione está saindo para caçar Horcruxes,
apagando-se da memória dos pais… e Harry está se despedindo dos tios, do primo,
da casa vazia e de toda uma vida que está ficando para trás. A casa vazia, o
antigo quarto de Harry, e o quartinho embaixo da escada… aquilo parece uma
dolorosa despedida da FRANQUIA em si, e a cena nunca falha em me comover. É
assistindo a Harry Potter e as Relíquias
da Morte: Parte 1 que eu mais tenho vontade de voltar e recomeçar a minha
maratona, porque eu sinto que está chegando ao fim. E, para ajudar, nós temos
um filme bem diferente do modelo com o qual estávamos acostumados… se os jovens
estão saindo para caçar Horcruxes…
…não temos mais Hogwarts!
Harry Potter
e as Relíquias da Morte: Parte 1 foi lançado em 2010, e é a primeira parte
da adaptação do livro homônimo de J. K. Rowling, publicado em 2007. Aqui,
Harry, Ron e Hermione estão mais SOZINHOS do que nunca, como várias cenas
expressam, e estão andando em buscas sem fim atrás de Horcruxes e meios de
destruí-las, sem muito sucesso… acampamento precário atrás de acampamento
precário, solidão, ao menos eles têm um ao outro. Mas o filme tira os personagens
de Hogwarts, sempre tão cheio e movimentado, e os deixa isolados em vários
lugares, seja no Largo Grimmauld, 12, seja em Godric’s Hollow. E com a
influência constante do Medalhão de Slytherin, a única Horcrux que eles têm, e
não conseguem destruir, eles estão com os nervos à flor da pele, em meio a tudo
o que está acontecendo.
E tudo é muito forte.
O filme começa bem, quase divertido, depois da
introdução melancólica. Apresenta a ideia dos “7 Potters”, através da Poção
Polissuco, mas a cena leve e divertida se converte em um momento emocionante,
quando Hagrid diz que é justo que seja ele a levá-lo embora da casa dos
Dursley, enfim, e é profundamente TRISTE quando Edwiges se sacrifica pelo dono.
A cena é repleta de ação e angústia, perseguições de Comensais da Morte, e o
próprio Lord Voldemort atacando Harry, e as consequências são graves… Jorge
perde uma orelha. Moody é o primeiro a morrer. Com ninguém confiando em ninguém
quando chegam à Toca, finalmente, e o Harry correndo para abraçar Ron e Hermione,
nós temos a clara definição de o que será esse filme: mais carregado, mais triste. Não é brincadeira mais. As coisas são
sérias e pessoas vão morrer.
Não bastasse termos que nos despedir da franquia!
Em algum momento, Harry tenta ir embora sozinho,
caçar as Horcruxes ele mesmo, mas Ron lhe diz que eles não sobreviveriam um dia
sem a Hermione, e dá uma baita lição quando Harry diz que “não vai deixar que
ninguém mais morra por ele”, dizendo que isso “não é sobre ele, nunca foi, é
muito maior do que isso”. Aquela fala ME ARREPIA. Então Harry fica uns dias n’A
Toca, esperando o casamento de Gui e Fleur, uma cerimônia da qual todos
precisavam, com tudo o que estava acontecendo… uma cerimônia antes da qual o
Ministro da Magia aparece para ler o misterioso testamento de Albus Dumbledore
e entregar ao trio o que ele deixou a cada um: a Hermione, uma cópia de “Os Contos de Beedle, o Bardo”; a Ron, o
seu desiluminador; e a Harry, o pomo-de-ouro de seu PRIMEIRO jogo de Quadribol,
além da Espada de Gryffindor.
Essa última, no entanto, não lhe pode ser
entregue.
O casamento, infelizmente, é interrompido por um
Patrono que anuncia “The Ministry has
fallen. The Minister of Magic is dead. They’re coming”, e então A Toca é
brutalmente atacada, e Harry, Ron e Hermione juntam suas mãos e aparatam para
longe dali, começando a jornada solitária na madrugada do aniversário de Harry,
quando ele completa 17 anos, atinge a maioridade bruxa e, ao invés de um bolo,
ganha uma perseguição em uma lanchonete, resultando em um momento sem qualquer
trilha sonora que anuncia “We’re alone”,
quando eles chegam à antiga casa de Sirius Black e sede da Ordem da Fênix. A
passagem, rápida, pelo Largo Grimmauld, 12, os ajuda a entender quem é R.A.B.,
que estava com a Horcrux verdadeiro de O
Enigma do Príncipe (irmão de Sirius!), e nos traz de volta Dobby. O
ADORÁVEL DOBBY!
Como eu amo aquele elfo!
Sabendo, através de Dobby, Monstro e Mundungus
Fletcher, que o verdadeiro Medalhão de Slytherin ainda não foi destruído e está
com Dolores Umbridge, o trio só pode fazer uma coisa: INVADIR O MINISTÉRIO DA
MAGIA! E que sequência apaixonante! Com a Poção Polissuco, os três conseguem
entrar numa versão do Ministério tomada pelos Comensais da Morte, com
julgamento terríveis de nascidos-trouxas, acusados de atrocidades, enquanto são
ameaçados por tenebrosos dementadores… tudo é um intenso absurdo! Mas nenhum
deles, ainda, pode fazer muita coisa a respeito disso, por isso eles focam em
encontrar o Medalhão (embora Harry veja fichas arrepiantes de meio-sangues que
precisam ser “eliminados”), e o conseguem, pendurado no pescoço da própria
Dolores Umbridge, quando o Harry pode falar, novamente, um gostoso “You’re lying, Dolores. And one mustn’t tell
lies”.
Reconfortante.
Mas a escapada do Ministério é angustiante.
Tão angustiante que acaba com a Hermione tendo que
levar Harry e Ron para o meio de uma floresta, ao invés de para o Largo
Grimmauld, e o Ron acaba estrunchado, com o braço quebrado, sangrando muito… é
um desespero que só! E então começamos a longa jornada através de acampamentos,
enquanto Ron melhora, antes de poder aparatar novamente, e eles tentam sem
sucesso destruir a Horcrux encontrada… eu chamo a atenção para o modo como Ron
diz que “Dumbledore os mandou atrás das Horcruxes, mas não disse como destruí-las”,
enfatizando como isso o incomoda, mas e
se Dumbledore FALOU como destruí-las? Ele não deixou a Espada de Gryffindor
a Harry Potter por acaso! De todo modo, eles não sabem disso, e se alternam
para usar a Horcrux de Voldemort, que interfere diretamente no sistema nervoso
já abalado de todos eles…
Então as coisas se tornam INTENSAS.
Com o Ron escutando o rádio diariamente, na
expectativa de “não ouvir notícias ruins”, enquanto eles caminham rumo a
qualquer lugar, mas sem poder ficar parados, por causa dos sequestradores, um
dia em que ele passa quase inteiro com o Medalhão de Slytherin no pescoço
resulta em fatos catastróficos. Nervoso, angustiado, preocupado com a família,
com ciúmes de Hermione e ainda com os sentimentos intensificados pela Horcrux,
Ron fica excessivamente BRAVO e nós temos a PIOR briga entre Ron e Harry, sendo
o ápice aquele grito de “No, you don’t
know how it feels! Your parents are dead. You have no family!”, que ainda
hoje me angustia e me faz sofrer… lembro-me do choque de ter lido as palavras
em 2007. E o choque maior é perceber o quanto, na maioria das coisas que o Ron
disse, ele tinha razão… o problema era como ele estava nervoso com tudo. E, então, Ron vai embora no meio do acesso de
ira.
Ouvir o som da desaparatação do Ron ainda me faz
chorar!
A partir dali, se eles estavam absurdamente
SOZINHOS, eles ficam ainda mais. Harry e Hermione estão, ambos, destruídos.
Hermione está chorando o tempo todo. Eles não estão avançando em nada. Uma cena
que me toca profundamente é quando Harry liga o rádio, coloca uma música, tira
o Medalhão do pescoço de Hermione, e a convida a dançar. Um rápido momento de
“felicidade”, um lapso reconfortante, uma expressão do quanto a amizade deles é
bonita. Sem dizer nada, eles garantem um ao outro que estão ali caso o outro
precise. E é evidente o quanto eles precisam! Sozinhos, eles passam o Natal em
Godric’s Hollow, onde Harry revisita a casa onde seus pais foram assassinados,
visita o túmulo deles, Hermione conjura uma coroa de flores… um momento lindo e
triste, com o frio e a neve expressando bem o sentimento.
“Merry Christmas, Hermione”
“Merry Christmas, Harry”
A visita acaba em um ataque brutal, mas enfim…
Um dos momentos mais impactantes e BONITOS do
filme é quando Harry é guiado no meio da floresta gélida por um Patrono em
forma de Corça, que lhe indica a Espada de Gryffindor no fundo do lago
congelado… quando ele tenta pegá-la (a cena é angustiante, tanto pelo frio
quanto pelo Medalhão tentando enforcar o Harry!) e quase morre, uma figura
misteriosa o salva e recupera a Espada… RON WEASLEY! É simplesmente TÃO BOM
tê-lo de volta! E a cena em que ele destrói a Horcrux, que o provoca e o
atormenta com cenas falsas e um monte de afirmações chocantes, é uma das minhas
FAVORITAS no filme todo! A representação do mal, do Voldemort, aquela gosma
escura, as visões… e então Ron consegue destruir, com o Harry gritando para que
ele o faça… que sequência impressionante, e Daniel Radcliffe e Rupert Grint
estavam MUITO ENTREGUES!
Sempre me arrepia!
A recepção de Hermione a Ron também é impagável…
quanto amor e braveza! <3
Eu gosto de como o filme trabalha cheio de dicas…
o símbolo das Relíquias da Morte aparecendo o tempo todo. Os flashes do passado de Grindelwald! Com
uma Horcruxes destruída, mais três ainda pela frente, e sem dica alguma, eles
decidem ir até a casa de Xenofílio Lovegood para entender o símbolo que ele
carregava no pescoço, que aparece no livro que Dumbledore deixou para Hermione
em um túmulo em Godric’s Hollow… e então, através do INCRÍVEL Conto dos Três Irmãos (eu AMO AQUELE
CONTO!), Lovegood explica as três Relíquias da Morte: A Varinha de Sabugueiro
(na tradução brasileira chamada de Varinha das Varinhas), a Pedra da
Ressurreição e a Capa da Invisibilidade… supostamente, alguém em posse das três
Relíquias da Morte se tornaria o “senhor da Morte”, mas Harry Sabe que
Voldemort está atrás de apenas uma:
A VARINHA DE SABUGUEIRO.
Esse desenvolvimento fica reservado para o último
filme da franquia. Dali, Xenofílio os entrega aos Comensais da Morte, na
esperança de salvar sua filha Luna, que foi levada por eles e está mantida
prisioneira na Mansão dos Malfoy… a sequência final é chocante e alarmante. Nós
temos a Bellatrix torturando a Hermione, que é uma coisa terrível de se
assistir, e o Dobby, a coisa mais fofa do mundo, aparece para salvá-los,
dizendo coisas fofas como “Dobby has come
to rescue Harry Potter of course” e “Dobby
has no master. Dobby is a free elf. And Dobby has come to save
Harry Potter and his friends”, em sua vozinha esganiçada que tanto AMAMOS. E, em um dos
momentos mais tristes e mais injustos da franquia, Bellatrix consegue jogar uma
adaga que aparata junto com Dobby e os jovens… matando-o. E como aquilo dói quando eu assisto!
“Such a
beautiful place… to be with friends. Dobby is happy to be with his friends… Harry Potter”
Como vocês sabem, eu AMO O DOBBY! Duas mortes me
arrebentaram em Relíquias da Morte, e
a primeira delas foi a de Dobby. Assim, o filme aposta em uma finalização
emotiva, com Harry, Ron, Hermione e Luna enterrando Dobby, sem magia, enquanto
as dicas ficaram no ar, com a Bellatrix Lestrange surtando quando viu a Espada
de Gryffindor, por exemplo, perguntando “o que mais tinha sido tirado do seu
cofre em Gringotts”. Também vemos Lord Voldemort desenterrando Dumbledore para
pegar sua varinha, a Varinha das Varinhas! Assim, agora a despedida está mais
perto do que nunca, e nos preparamos para a Grande Batalha de Hogwarts, que é basicamente
o centro de Relíquias da Morte: Parte 2
de um modo geral. E eu amo esse filme, muito bem construído, completamente
diferente, e cheio de momentos memoráveis!
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