IT: A Coisa (It, 2017)


“You’ll float too!”
“It: A Coisa” é um filme de terror no estilo clássico! Baseado no livro homônimo de Stephen King, e sendo a segunda adaptação deste (a primeira é de 1990), o filme define o tom e o universo para a sequência, já confirmada conforme os créditos se iniciam… “It” era um dos filmes mais esperados do ano, e eu acho que não decepcionou. Com um elenco excelente, o filme consegue ser divertido, ao mesmo tempo em que pode ser totalmente MACABRO. Esse tipo de história com crianças no papel principal, como “Stranger Things” e “Super 8” (as duas produções em que mais pensei enquanto assistia ao filme), funciona bem, mas pode também nos apavorar. Gostei da espécie de terror trabalhado, e de como o filme trabalha com sustos e com o horror, ocasionalmente, mas, de um modo geral, nos deixa vidrados e apreensivos o tempo todo!
O filme começa quando Georgie sai para brincar na chuva com um barquinho de papel que seu irmão, Bill, fez para ele – e ele quer vê-lo flutuar. É aquela cena clássica que já vimos em trailers ou na primeira adaptação cinematográfica da obra, e termina com uma conversa de Georgie, à beira de um bueiro, com “a coisa”, nesse momento na forma de Pennywise, o Palhaço Dançante. A interpretação de Bill Skarsgard é brilhante e apavorante… quando ele fala, quando ele sorri… tudo aquilo já nos causa calafrios. E você fica esperando o momento do susto enquanto ele tenta Georgie a colocar o braço no bueiro para resgatar o seu barquinho de papel. E quando ele o faz, a Coisa o morde, arrancando grande parte do seu braço, e então você percebe o quanto o filme pode ser gráfico ao mostrar horrores como esse contra Georgie…
A noção dessa criatura indeterminada é muito bem concebida, palmas a Stephen King. De certo modo, pensei em “Prisioneiro de Azkaban”, quando nos deparamos com a definição de um “bicho-papão”, e Hermione nos conta que “ele assume a forma daquilo que a pessoa mais teme”. Tem tudo a ver com a criatura que Stephen King criou antes. Porque a “Coisa” não é apenas Pennywise, o Palhaço, mas aparece atacando em uma variedade de formas ao longo do filme, representando os medos de cada um… a “Coisa” pode ser uma criança sem cabeça, um quadro assustador, um leproso e um monte de outras coisas… e todas as formas são apavorantes, mas talvez Pennywise seja o mais macabro deles. Dá um arrepio ver aquele balão vermelho flutuando. Ah, porque a noção de “flutuar”, apresentada no início do filme, é importantíssima.
Nossos protagonistas são um grupo de crianças que se autointitula “Clube dos Perdedores”. Quer dizer, é assim mesmo que todos os veem… Bill é, quiçá, o líder do grupo, quem perdeu o irmão. Richie é um daqueles garotos fascinados por sexo e por dizer coisas obscenas, daqueles que só adoram falar mesmo. Stan é um judeu prestes a “se tornar homem”. E Eddie, um garoto preocupado demais com questões de higiene e que toma uma variedade de remédios por causa da mãe superprotetora. Esse é o Clube dos Perdedores original. Ben, um garoto gordinho novo na cidade, se junta ao Clube quando escapa de bullies bastante cruéis e é ajudado pelos meninos. Bev, a única garota do grupo, também se reúne nessa mesma situação, ajudando os meninos a cuidarem de Ben. E Mike é o último a se juntar ao Clube…
…que agora conta com 7 membros!
Gosto muito de como o filme trabalha, de forma paradoxal mesclando o forte e o leve, mesclando a violência, o horror e o susto, ao quase cômico. Porque essas crianças são adoráveis, divertidas, e bem-sucedidas em fazer-nos rir. Ao mesmo tempo, no entanto, elas são perseguidas pela “Coisa”, em suas várias formas, e temos cenas angustiantes como quando o banheiro de Bev é tomado por sangue, ou quando Bill vê Georgie no porão de casa, chamando-o para “flutuar” com ele. Os efeitos são fantásticos, os sustos são muito bem conduzidos e fecham cenas com maestria… mas você está sempre esperando algo “a mais”, o que te deixa em um estado de contínua angústia e apreensão. No entanto, em muitos momentos, me parece que os piores horrores vêm de seres humanos, não da “Coisa”, como na figura de Henry Bowers ou o pai nojento de Bev!
A cidade de Derry, segundo as pesquisas de Ben, parece ter sido atormentada por essa presença há muito tempo, desde 1908, mais ou menos. A cada 27 anos, alguma coisa acontece, e é nesse momento em que o filme se encontra, em 1989, quando a “Coisa” precisa se alimentar. Movendo-se pelos esgotos e morando no fundo de um poço, as crianças invadem a casa onde a “Coisa” supostamente mora em uma sequência eletrizante em que, um a um, eles são capturados e atormentados, mas conseguem ferir a criatura quando trabalham juntos. Depois disso, o Clube dos Perdedores se separa, para se reunir algum tempo depois, quando as coisas ficam sérias novamente. Porque Henry Bowers assassina o próprio pai, e Bev também mata o seu pai, em legítima defesa, batendo em sua cabeça com um vaso quando ele tentava abusar dela.
Mas ela se vira, e a “Coisa” a pega.
Assim, Bill reúne todo o Clube dos Perdedores para salvar a amiga… E QUE CENA. O clímax é angustiante e muito bem produzido… temos a sequência do poço, em que Mike luta contra Henry Bowers, e temos aquela conversa emocionante e triste de Bill com “Georgie”, que é de partir o coração e nos deixar apreensivos, porque sabíamos que não era o George de verdade. Os segundos que se passam depois que Bill atira na figura do irmão nos angustia, mantendo-nos suspensos na tensão, mas então “Georgie” se transforma em Pennywise, e eles precisam, todos juntos, enfrentá-lo uma vez mais… e com muita coragem e garra, eles realmente o enfrentam, e conseguem vencê-lo… porque agora eles não têm mais medo, e parece que a “Coisa” não pode se alimentar de uma vítima que não tenha medo dela. Pelo menos foi o que salvou Bev…
Com a “Coisa” derrotada, pelo menos por enquanto, o Clube dos Perdedores se reúne e se despede, de algum modo… mas com um juramento de sangue, atestando que, caso a Coisa retorne daqui a 27 anos, eles também retornarão, para lutá-la uma vez mais. Estávamos curiosos para saber quem Bev escolheria no fim do filme, entre Ben, que escreveu-lhe o poema e a acordou do transe, ou Bill, que é evidentemente apaixonado por ela, mas deveríamos estar mais preocupados com isso: o fato de que a “Coisa” ainda retornaria. Como o filme termina com o logo de “IT” atrás de um “Chapter One”, temos a confirmação de que ainda teremos um “Chapter Two”, passado 27 anos depois, em 2016, quando as crianças terão cerca de 40 anos… mas eu me pergunto se a subtração do elemento infantil de “It” vai continuar permitindo que a obra funcione tão bem!
Teremos que conferir para saber!


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Comentários

  1. Mais do que um simples filme de terror, It: A Coisa é uma história sobre amadurecimento, luto, medos e amizade. O gênero de terror nunca foi um dos meus preferidos, porém devo reconhecer que It A Coisa, foi uma surpresa pra mim, já que apesar dos seus dilemas é uma historia de horror que segue a nova escola, utilizando elementos clássicos. Com protagonistas sólidos e um roteiro diferente. Depois de vê-la você ficara com algo de medo, poderão sentir que alguém os segue ou que algo vai aparecer.

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    1. Realmente, é um filme muito bom, e um terror excelente! Tanto no clássico do terror como nessa "profundidade" dos personagens e da trama, que às vezes não vemos em filmes do gênero! Estou ansioso para a sequência, animado com as novidades! :)

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