Turma da Mônica Jovem (1ª Fase, Edição Nº 16) – Monstros do ID, Parte 2
Comentei na postagem a respeito da última edição,
mas preciso reforçar: é sempre
desconcertante ver cores na Turma da Mônica Jovem. Especialmente porque as
cores em Monstros do ID se resumem a
vermelho e azul, e possuem seus significados… não são cores “naturais”, são
cores que indicam que algo está errado.
Como o Cebola que começa andando pelas ruas, conversando com Denise em tons de
azul, e você sente a fria crueldade manipulativa do personagem conforme ele
conversa com as garotas, falando sobre o que a Mônica (ou melhor, Akanin, seu
Monstro do ID) fez, bancando a vítima sedutora. É assim que ele manipula o
início do caos no Bairro do Limoeiro, beijando uma garota atrás da outra no
mesmo papinho “sofrido”. Primeiro a Denise, depois a Carmem, a Marina, a Aninha
e, por fim, a Maria Cascuda. Cruel e inteligente. Fazendo com que todas SE
APAIXONEM por ele!
O jogo do Soranin de Cebola é diferente do Akanin
da Mônica. Assim como se podia notar no fim da edição passada, quando todo o
jogo ainda estava por começar – enquanto o Akanin, vermelho, de Mônica reflete
o seu lado mandão e egoísta através de uma fisionomia meio monstruosa, o
Soranin, azul, de Cebola reflete o seu lado sedutor e envolvente. E agora
chegou a hora de Cebola enfrentar “o seu monstro”, assim como era a hora de
Mônica na edição passada. O Akanin está quase que totalmente sob controle, mas
ainda lhe dói muito pensar em todas as coisas que fez, todas as pessoas que ama
e que magoou, porque o Akanin é parte dela. O Professor Licurgo, ainda
desempenhando um papel importantíssimo na saga, leva a turminha para uma
sorveteria na Terra dos Monstros do ID, onde
ele quer ensinar mais algumas coisas.
E o Cebola começa a imaginar como seria o SEU
Monstro andando por aí…
Não que ele
precisasse “imaginar” muito.
“Aqueles monstros caçoando de Akanin! Eles sabem! O
mesmo vai acontecer com eles! Embora esteja conhecendo seu monstro de um jeito
esquisito… a Mônica está passando por algo que todos enfrentam ao crescer.
Porque o destino final de todo Monstro ID… é ser subjugado!”
Dito isso, Licurgo introduz o principal mistério
da edição: qual é o seu segredo. E,
“curiosamente”, conhecemos o Doutor Bikkuri, “o mais poderoso Monstro ID jamais
criado”. Uhm. Eu gosto desse papo super filosófico que trata de temas
importantes e complexos transcritos de uma forma mais simples… basicamente,
segundo a TMJ, o ID é a vontade mais básica do ser humano, e eles são muito
mais fortes em crianças pequenas, que ainda não aprenderam a respeito de
limites ou de certo e errado, e por isso fazem absolutamente tudo o que têm
vontade de fazer… são totalmente egoístas, por exemplo, por isso Nimbus, ao
lado de Ângelo, fica totalmente desconcertado ao conhecer o tal Doutor Bikkuri,
e ver o comando que ele tem sobre um outro monstro do ID… afinal de contas, um monstro do ID não deveria ser capaz de controlar
outro!
Mas vamos falar de Soranin, a ESTRELA da edição!
Ele aparece pela primeira vez em sua forma original depois da página 50, com a
voz que compartilha com o Cebola, e eu devo dizer: que visual lindíssimo! Traços bonitos, esguios, corpo definido,
sorriso sedutor e penas sob os braços, formando uma espécie de asa… essa é a faceta mais cruel e egoísta do
Cebola, e faz todo o sentido! Diferente do monstro da Mônica, mais
impetuoso, o monstro do Cebola é calculista, e vive da mentira e dissimulação.
E se na edição passada tivemos um monstro gigante destruindo a cidade, agora
temos um exército de pessoas/robôs em mala colante, a versão inversa de
qualquer episódio de Power Rangers…
e, para completar, Mônica faz um pacto com seu Monstro ID, com o ID Card, e ele
se transforma numa roupa muito bacana que dá “super-poderes” à Mônica.
Resumidamente: “It’s
morphin’ time!”
E sobre o tema, nada melhor que a fala do Cascão
para a Magali:
“Tô aqui pensando… se a Mônica é o Ranger Vermelho…
qual de nós dois vai ser o Ranger Amarelo?”, o que é uma pergunta muito
digna e vai me deixar pensando por um tempo!
Mas embora a Mônica esteja ali, “resolvendo tudo
sozinha”, como sempre, Licurgo adverte o Cebolinha de que as coisas não serão
assim tão simples… afinal de contas, Soranin não se deixaria vencer apenas pela
força. Ele é astuto. E, além do mais,
apenas o próprio Cebola pode dominar o seu Monstro ID, não é? Por isso ele vai,
para um inteligente jogo de palavras e confiança no qual ele se livra das
mentiras e aprisiona o seu Monstro ID em um ID Card: “O ID representa nossos impulsos e desejos mais primitivos. As melhores
armas conta ele são a razão e a inteligência!” E então, assim como a
Mônica, ele pode usar o seu ID Card para “uma roupa de super-herói”, ou de
Power Ranger… e refletindo a imagem bonita que Soranin tinha, é um uniforme e tanto. Um pouco
desconcertante em relação a cor, nós reconhecemos isso, mas temos o Cascão,
novamente, para comentar:
“Azul? Ele é o Ranger Azul?! Isso não faz sentido
nenhum! Era pra ser o Verde! Ele sempre se vestia de verde, oras!”
Bem, então basicamente esse é o roteiro mais bem
escrito que já vimos de Power Rangers
até aqui. Quer dizer, a série teve algumas ótimas temporadas como Força do Tempo, mas não sei se, em algum
momento, uma “história de origem” foi assim tão boa quanto o surgimento desses
“Rangers” Vermelho e Azul que aparecem da união de Mônica com Akanin e do
Cebola com Soranin. A ideia dos Monstros do ID, partes subjugadas de nossas
personalidades, rendeu boas histórias e algumas explicações maravilhosas que
nos fazem entender um pouquinho mais do universo psíquico. É tudo uma fantasia,
escrito em forma de mangá e ficção, e vocês sabem que, a partir do momento em
que é recontada, uma história ou uma teoria deixa de ser exatamente a mesma.
Mas a parte instrucional está presente, e eu acho que isso torna Monstros do ID a MELHOR SAGA da TMJ até
agora!
Falta apenas
um capítulo!
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