Vale o Piloto? – Young Sheldon 1x01
“Are you crying or having an allergy attack?”
Que Piloto mais ADORÁVEL, e que graça e competência
é Iain Armitage. Estamos em um ambiente do passado, conhecendo a família e a
infância de Sheldon Cooper, enquanto Jim Parsons dá voz ao personagem como
narrador, num estilo meio “Todo Mundo
Odeia o Chris”. Eu gostei MUITO da série e vejo um imenso potencial, embora
eu a questione em relação a continuidade.
A série é recheada de deliciosas referências, como o Stephen Hawking, o
Professor Próton e trens, que tentam
garantir a conexão entre “Young Sheldon”
e “The Big Bang Theory”, mas eu não consigo
enxergar a caricaturada personagem de Mary, na série original, representada
nessa mãe cuidadosa e preocupada que vimos em “Young Sheldon”, e são esses tipos de detalhes que podem
comprometer o avanço da série… independente, eu acho que o potencial é IMENSO.
Porque “Young
Sheldon” tem o dom para o cômico e para o sério, alinhados de forma
competente. A estrela da série é Iain Armitage, naturalmente, que captou a
essência do “Sheldon”, mas conseguiu instituir um quê de fofura adorável nele…
a série brinca com elementos de “The Big
Bang Theory”, como os trens, já na introdução, mas não é apenas “um trem de
brinquedo”, é a maneira como Sheldon descobriu que podia demonstrar a Primeira
Lei de Newton, e ISSO é como o Sheldon se
diverte. Por isso, a sua família parece não o entender bem, especialmente
os irmãos. A irmã é atrevida e vive provocando (ameaçando lamber a sua escova
de dentes, por exemplo): “You’re gonna
get your ass kicked in High School”. E aquela primeira refeição da série
foi um verdadeiro caos. Afinal de
contas, Sheldon estava indo para o Ensino Médio.
E Georgie não estava nada feliz com isso.
Na verdade, há vários elementos naquela mesa de
jantar, como o fato de Sheldon Cooper usar luvas para a hora da oração,
recusando-se a tocar a mão do pai e do irmão, e a introdução de todo o “incômodo”
que Georgie sente porque seu irmão mais novo estará estudando na mesma série que ele. Diferente do que
sentimos pelo Sheldon adulto em muitos momentos, que é um pouquinho de raiva, eu gostei do pequeno Sheldon, e o achei
mal compreendido na maior parte do tempo. Ele não gosta de “se divertir” como
todos os outros garotos (“‘Go play’… if
only life were that simple!”), porque a diversão dele é outra, e é maldade
o Billy Sparks o provocando com a Matilda, por exemplo! Sua fascinação pelo
Professor Próton, por exemplo, é uma coisa peculiar com a qual poucas crianças
podem se relacionar… mas é o Sheldon! “It’s TV, we aren’t supposed to learn!”
Adorei os
pôsteres no quarto do Sheldon!
Na IGREJA temos uma das minhas cenas FAVORITAS do
episódio. Porque quando Mary procura alguém para ir à igreja com ela, e o pai e
o irmão escapam, Sheldon olha para ela e se voluntaria. Quando Missy lhe diz
que “ele não acredita em Deus”, ele responde: “No, but I believe in Mom”. E aquilo FOI TÃO FOFO! A sequência é
repleta de bons diálogos hilários, com falas como “Do you have evil thoughts?” “I’m having one right now”, “You can’t. they haven’t descended yet” e “Mom? When should I be
expecting my testicles?”, mas o que me fez gostar da cena foi quando uma
mulher vira para trás perguntando “qual é o problema” do Sheldon, e Mary o
defende com toda força e com todo o amor, e ele sabe disso, tanto que encosta a cabeça em seu ombro, de forma
carinhosa, sentindo-se protegido… é todo
um lado fofo da relação entre eles, desconhecido até então!
Entende o
que digo de “continuidade”?
Parte do episódio envolve a ESCOLA. “Professor Proton wears a bowtie!” Gosto da seriedade que o roteiro pode assumir, quando George esconde a
gravata do filho, por exemplo, dizendo a Mary: “Mary, the boy is nine years old and going to high school… isn’t that weird
enough?” Foi algo duro de
se dizer, e eu acredito que George e Mary representam duas formas distintas de lidar com o Sheldon. Inicialmente, achei
que o pai não sabia direito o que fazer, ou como fazê-lo, até a cena final. Mary
parece uma mãezona, e mesmo assim ela não deixa de ser engraçada, por ser uma
série de comédia, com aquele comentário brilhante no carro: “Lord, look after my son, don’t let him get
stuffed in a gym bag”. E, da sua maneira, Mary consegue que Sheldon tire a
gravata-borboleta (embora estivesse fofa) para entrar na escola.
E a escola parece mesmo perigosa.
Wow!
Afinal de contas, a escola é sempre meio assustadora. Imagina um garoto de 9
anos entrando no Ensino Médio, todo certinho daquele jeito, no meio desses
adolescentes. “Hey, mom, look, that girl
is pregnant!” Eu realmente fiquei impressionado
com a quantidade de vezes que me
emocionei durante o episódio. O Sheldon era um fofo e a Mary era uma ótima
mãe – a emoção (e preocupação) dela ao deixar o filho sozinho na escola é
tocante: “Are you crying or having an
allergy attack?” Mas, naturalmente, conhecendo o Sheldon, não dava para
esperar que tudo fosse ir bem. Até estava
indo bem, até ele começar a fazer uns comentários sobre as regras de vestimenta
e comentar sobre o bigode da professora… por fim, três professores acabaram na
diretoria reclamando dele, com os pais de Sheldon presentes, e é uma situação complicada.
Dizer, como disseram, que “ele não pertence àquela
escola” é maldade, e novamente eu admirei Mary por toda a sua determinação,
dizendo à escola que eles vão ter que dar
um jeito, porque eles não têm dinheiro para pagar uma escola particular ao
Sheldon, e nem condições de ensiná-lo em casa, devido ao seu alto QI, então ele PRECISA frequentar aquela escola. Enquanto
isso, ele tem uma cena lindinha com uma professora de música que encontra
tocando violino, e então senta-se ao piano para reproduzir a sonata que nunca
escutou, em um instrumento que nunca tocou. Ele
realmente tem um talento nato. É uma cena muito fofa, e a professora é,
possivelmente, a única que o trata bem, sentando-se ao lado dele, ouvindo-o
detectar cada nota que ela tocava, sem pestanejar… e diz que ele devia se pensar em se dedicar à música.
“No, thank you. Musicians take drugs”
ÓTIMO.
Tão
Sheldon…
“Young
Sheldon” não é a série de comédia mais engraçada
que eu assisti nos últimos anos, mas tem carisma e tem fofura… ela nos encanta. Dá vontade de voltar e
ver mais, ver como tudo pode ser desenvolvido! E eu adoro a força que ela tem
na capacidade de explorar um lado mais sério ao qual “The Big Bang Theory” jamais se dedicou. Cito como exemplo a cena
de Georgie jogando futebol, sendo chamado de “o irmão burro”, descontando sua
raiva no campo ao bater em um garoto. É só uma introdução, e uma boa trama, a
respeito das repercussões na casa de ter o Sheldon como irmão. Me doeu muito quando ele disse “Right, ever since he can talk I quit having
any choices”. Ele se sente inferiorizado, vivendo na sombra do “irmão
gênio”, e foi uma cena bonita, emocionante e triste no vestiário, quando ele
conversa com o pai e diz que “não quer mais jogar”.
Gostei tanto
do Georgie.
A finalização do episódio traz aquela conhecida
cena do trailer, em que o pai, à sua
própria maneira, conversa com o Sheldon e o aconselha a como “sobreviver à
escola”, e por uns minutos, os dois se conectam de verdade, quando o pai
confessa suas frustrações, e Sheldon o entende melhor… como resultado, Sheldon
escolhe segurar a mão do pai, sem luvas, durante a oração antes da refeição, e é um momento emocionante. Amei a mão consolando
a mão do pai, o sorriso do pequeno Sheldon, mas embora eu AME o Pequeno
Sheldon, eu o amo independente do
Sheldon de Jim Parsons. Ele é um fofo e um amor, e a tendência da série é humanizá-lo cada vez mais, o que é um problema em termos de continuidade,
porque isso só vai distanciá-lo mais do Sheldon Cooper original que conhecemos
na primeira temporada de “The Big Bang
Theory”!
De todo modo, o Piloto É UM MÁXIMO! <3
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