American Horror Story: Cult 7x04 – 11/9
“If
you get the world scared enough, they will set the world on fire for us”
O EPISÓDIO QUE ESPERÁVAMOS! “Cult” é uma temporada diferente
de American Horror Story que está
dividindo opiniões. Ela não traz os elementos sobrenaturais que parecem tão
convencionais à série, mas está pautada em um horror através da realidade e
desse tal de “governo pelo medo”. Particularmente, eu estou gostando MUITO da
temporada. Talvez ainda não tanto quanto “Asylum”
ou “Roanoke”, mas é uma temporada
BOA. No entanto, devo admitir que gostei mais de ter um episódio centrado no
Evan Peters, embora o Kai seja desprezível (a atuação dele está perfeita!), do
que os episódios da Sarah Paulson, porque também não estava mais aguentando os
gritos ininterruptos de Ally. Essa foi uma nova visão da temporada, o outro
lado do Culto, e é bom entender mais ou
menos como Kai recruta as pessoas.
Voltamos à tensa noite de eleição. O começo do
episódio nos apresenta Beverly e Serena, sugerindo uma rivalidade entre elas
ainda não explicada, a princípio, e foca no dia de 09 de Novembro de 2016, o
dia da eleição de Donald Trump. É interessante ver os personagens que agora
conhecemos, antes de supostamente conhecê-los. Temos a Meadow votando na Oprah,
por exemplo, e a Ally votando em outra pessoa que não é a Hillary, sendo que
ela era a única que tinha alguma chance de derrotar Trump… Kai, por sua vez,
chega para votar com o seu cabelo azul, carregando um cara sangrando que quer
votar de qualquer maneira, e entra na cabine para votar em Trump. Assim que ele
sai, ele levanta um braço decepado e sangrando, e grita: “WELCOME TO TRUMP AMERICA!” Aquilo ali já me causou arrepios.
Então o episódio se torna sobre Harrison Wilton e
Kai. Kai vai atrás de Harrison no dia depois da eleição, na academia em que ele
trabalha, em busca de “treinamento”. Ele tenta se conectar com Harrison desde o
primeiro momento, e ele é um tanto quanto direto. Ele conversa com Harrison
sobre “o tipo de gay que ele é” (versátil, a cargo de curiosidade), e se diz,
ele mesmo, sem rótulos, em uma espécie de sedução interessante e provocativa, que nos deixa intrigados. O discurso de
Kai é manipulativo, feito para não ser entendido além de inferido, e Harrison
fica intrigado. Uma das coisas mais interessantes do episódio acontecem
quando Kai descobre o que Vinny, o chefe de Harrison, o faz fazer todos os
dias: limpar a sauna onde alguns caras se masturbam, e ele lhe dá esse trabalho porque ele é gay. “He makes you do that
because you’re gay? That’s humiliating!”
Ali, começamos a entender o jogo de Kai.
Como um meio efetivo e final de conquistar a confiança de Harrison,
depois de vermos uma smiley na sauna, Harrison escuta gemidos nos chuveiros, e
então vai verificar, e encontra Kai se masturbando, com a porta propositalmente
aberta, e eu não vou negar: aquilo foi
excitante. Ele ainda explica, olhando provocante para Harrison, sem parar
nem um segundo enquanto chega ao ápice:
“I'll clean that up myself”. Foi atrevido
e provocante, porque temos uma queda
por Evan Peters, e porque o sorriso de Harrison foi meio maroto e/ou
satisfeito… Depois dessa experiência com
Kai, Harrison volta para casa para descobrir, com Meadow, que eles vão ser
despejados, e têm apenas 3 dias para deixar a casa… a briga entre eles é
intensa e triste, e então ele vai em busca de Kai, com quem pode desabafar. E eu achei aquele desabafo bem íntimo.
“I'm done,
Kai. The bank foreclosed. I lost my house. Every cent I have is in that house. Building
equity... It's a lie. Now all my shit is packed in a U-Haul trailer. I don't
know what to do. I don't know where to go. I'm nothing. Nowhere”
Pergunto: foi Kai ou Harrison que matou a família
vizinha de Ally e Ivy?
Porque inicialmente achei que Kai fosse matar por
Harrison, estava completamente enganado sobre o propósito do episódio… o plano,
e muito bem feito, é despertar o ÓDIO dentro de Harrison, e fazer com que ELE
mesmo faça as coisas. Porque Kai incentiva Harrison a se posicionar contra
Vinny, uma vez na vida, e quando ele vai desafiá-lo, Kai está ali no seu ombro,
como aqueles demônios vermelhos que dão conselhos maus, e faz com que ele mate
Vinny. É uma cena fortíssima. E enquanto
Kai diz que “sente orgulho de chamá-lo de
amigo”, e Harrison surta porque “matou
um homem”, Kai mantém-se calmo e indiferente, encobre tudo, sabe o que está fazendo… e Meadow também
fica sabendo, ao abrir a porta do motel e encontrar o banheiro todo sujo de
sangue, enquanto Harrison serra a cabeça de Vinny fora, brutalmente.
Kai usa a raiva das pessoas como gatilho para torná-los
membros do culto. Dezembro de 2016, Beverly. A repórter está fazendo uma
matéria em um aterro onde um corpo foi encontrado, mas eles procuram a cabeça
para poder identificá-lo… devo dizer que é intrigante
a maneira como ela dá a notícia, porque é um assassinato brutal, e ela está visivelmente rindo. Acho que o Kai nota
isso, porque quando foca no “It’s great
to be back, Bob”, ele se pergunta: onde
você esteve, então? E vai para a internet, onde encontra uma série de
provocações contra Beverly com um discurso de Trump, e é algo baixo e
humilhante, que ela não aguenta por muito tempo. Eventualmente, ela agride um
skatista com o próprio microfone, e é algo impactante… e então se torna
divertido. Porque aquilo se transforma em um rap, desses que se fazem para o
YouTube, E EU RI DEMAIS!
Isso é tão
Brasil.
Depois do ocorrido, Beverly foi “voluntariamente” internada
por 30 dias para tratamento psiquiátrico, e Serena Belinda a substituiu, de
alguma maneira… daí vem a rivalidade que notamos no início do episódio. Serena
é uma garota nojenta e metida, que “distrai” a população com coisas fúteis
enquanto Beverly vê suas notícias REAIS se transformando em mínimos
comentários, cada vez menores. São dois
opostos de uma mesma profissão. Sem contar que Serena é super honesta a
respeito de seu não problema em “chupar o que seja” para chegar aonde quer…
Beverly tem um ódio profundo dessa garota e dessa atitude, e Kai a encontra com
uma faca, rasgando os pneus de seu carro… e
é ele quem fala para ela sobre a proposta de usar a faca para rasgar não os
pneus do carro dela, mas sua própria garganta.
E também fala sobre “militarizar o medo”.
“The world
has become tiny, which means the fear in a small town in Michigan can infect
the country, the world in a few days. Now, fear, fear isn't like a virus. When
fear finds more hosts, it gets stronger, scarier. The tiny fear in one woman
turns into a beast that swallows the world by the time it spreads across the
country. Great men and women have been weaponizing fear forever, but what all
those men had... was a great messenger. Someone with a pulpit and a microphone.
Someone to give that fear a name. Believe me, Beverly Hope. If you get the
world scared enough, they will set the world on fire for us”
Então Kai fala de como “precisa” de Beverly e a
recruta, e Serena já é assassinada (felizmente!) em seu primeiro episódio. Ela e
o câmera são atacados por palhaços no meio do dia, e o Culto cresce…
descobrimos, inclusive, que o desenho das máscaras de palhaço são de Meadow! Com
Beverly devidamente recrutada, o roteiro nos leva novamente para 7 de Novembro,
a Ivy e Ally, e uma revelação importante: IVY JÁ CONHECIA WINTER. Tudo começou
quando Ally se nega a votar, “porque não tem chances de o Trump ganhar”, e Ivy
vai sozinha a um evento em que é assediada por um apoiador de Trump que pega em
suas partes íntimas, o mesmo cara do boné
vermelho do primeiro episódio. Mesmo que Ivy diga umas coisas antes do
assédio, ela é incapaz de fazê-lo depois, e é Winter quem a defende então… e
elas até saem para comer juntas!
Sinto cheiro
de hipocrisia.
Acredito que seja Winter recrutando Ivy, como Kai
recrutou Harrison e Beverly.
Winter e Ivy armam uma emboscada para Gary, o
babaca que apoia Trump e assediou Ivy, em seu próprio mercado, e o prendem com
fita adesiva e com uma algema, para que ele não possa votar… e então você percebe a história do episódio
se fechando em um círculo perfeito. Ele quer votar de qualquer maneira, ele
“precisa” votar no Trump, e Kai o encontra depois que faz Winter contar o que fez. Ao chegar lá, Kai lhe entrega
uma faca de açougueiro e o provoca, o incita, ele é bom nisso. Assim, ao estilo “Jogos Mortais”, Gary corta o seu próprio braço fora, só para que
possa ir votar no Trump, e Kai fica ali, parado olhando, “se ele não se importa”. Que cena ANGUSTIANTE. Se já foi
angustiante vê-lo sem braço lá no início do episódio, depois da votação,
imaginem o que não foi ver essa cena final… mas
o Evan Peters estava espetacular.
Foi o
episódio DELE.
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