Divórcio (2017)
Até que o
amor exploda.
Uma deliciosa comédia brasileira com Murilo
Benício e Camila Morgado nos papéis principais. Sinceramente, eu acho que
Murilo Benício é ÓTIMO para comédias – ele não é necessariamente um ator
excepcional (embora em “O Clone” ele
estivesse, sim, muito bem), para personagens sérios ou dramáticos, mas em
comédias ele se sai incrivelmente bem. Veja seu trabalho como Arthur em “Pé na Jaca”! Um dos melhores de sua
carreira! Aqui, como Júlio, Murilo Benício pode entregar toda essa comédia
fantástica que ele tem e nos divertir de
verdade. O filme é muito bom, embora com um final previsível, mas isso não importa. O que importa são as
DELICIOSAS risadas ao longo do filme. Ah, e uma pena que tenhamos Paula
Fernandes cantando “Evidências” como
música-tema do filme, porque ela deve ser a ÚNICA pessoa no mundo que deixa
essa música ruim.
Sério, porque “Evidências”
é MARAVILHOSA.
Mas não posso dizer o mesmo da Paula Fernandes…
Enfim. O filme, como o título sugere, fala de um
casamento em colapso. No entanto, começamos lá em 1997, quando Júlio roubou
Noeli de um casamento arranjado no interior de São Paulo, e juntos eles
construíram uma vidinha boa juntos, repleto de felicidades e muito sucesso com
o JUNO, um molho de tomate que vira sucesso no país e os torna bastante ricos.
Minha primeira impressão foi a de comentar sobre como eles eram muito mais
felizes e unidos quando mais pobres do que quando ficaram ricos, mas esse não
era o único problema do casamento que, também, não tinha problemas realmente intransponíveis, mas alguns
ajustes que precisavam ser feitos. Ela se incomodava com coisas como “o cocô do
Júlio que não afunda, fica lá boiando, como se fosse isopor, e sempre volta”,
ou com a risada dele (ótima!), e ele diz coisas como “Minha mulher é tudo para mim. Se eu me separasse hoje, eu não sei o
que faria… primeiro” e tal.
Mas, no fundo, ELES SE AMAM.
O casamento começa a colapsar de vez depois de um
evento divertidíssimo em São Paulo! Eles
moram em Ribeirão Preto, e tem um sotaque divertido (que, por sinal, é um pouco
mais forte que o meu, mas talvez próximo), o que já é metade da comédia do
filme! Lá, ele faz aquele discurso do trailer sobre “alguém importante para
ele e que sempre está com ele em todos os momentos de sua vida”, Deus, e ela
fica chateada… ele nem é religioso!
Mas esse não é o problema. É que ela coloca uma música que ele pede para trocar
(afinal, ele que quis ir de carro, então aguenta) e então ele pega um atalho
por uma estrada de chão (ela não quis trocar a música, então aguenta, também!),
e o carro enguiça no meio. Melhor: ACABA A GASOLINA. Eu já comecei a rir tanto…
e o que veio dali não poderia ser mais
DIVERTIDO. Tudo, tudo naquela cena funcionou bem!
Funcionou ela falando que não ia colocar o seu
sapato de 7 mil reais na lama (“7 mil
reais?” “Você quer discutir isso agora?” “Não!”, mas o modo de Júlio falar “Não!” que é o mais divertido de tudo!),
ele indo sozinho para casa para depois voltar para buscá-la, enquanto ela fica
sozinha, brigando com uma coruja e com uma onça. Naturalmente, ele pega no sono
ao colocar a filha pra dormir, esquece da esposa, e amanhece no dia seguinte
ainda sem se lembrar… “Silvana, meu Deus!
Você esqueceu o pão sem glúten!” E Noeli aparece toda descabelada, com a
roupa rasgada, o sapato na mão, e uma história divertidíssima para contar sobre
como teve que correr em zigue-zague da onça, subir em árvores e um monte de
coisas assim. Naquele momento, eu já estava MORRENDO DE RIR. Então, ela o
expulsou de casa, fez suas malas e jogou-as pela janela.
Dali em diante, é uma série de mal entendidos
divertidos. Ela não tira a aliança. Ele derruba a dele no banho e perde ela no
ralo. Ele vai levar flores na casa dela para pedir desculpas. Ela o atropela.
Ela o vê sem aliança. UM MONTE DE CONFUSÕES DIVERTIDAS. Então as coisas vão
ficando mais divertidas e exageradas, e eles parecem estar em um campo de guerra. Ainda mais quando os advogados entram no
meio do jogo – acho que a MELHOR e MAIS ENGRAÇADA parte do filme foi quando ela
chegou à audiência com o juiz, vestida com uma roupinha velha, dizendo que a
mãe que emprestou, fingindo que está chorando, com um terço na mão… é tão
debochado, é tão dissimulado, e as reações de Júlio são tão perfeitas! A melhor sequência do filme, sem dúvida!
As coisas vão REALMENTE ficando bastante sérias com o tempo.
ELE VAI ATÉ PRESO!
Mas acho que uma das melhores sequências é quando
um ataca o que o outro mais preza. Ela vai atrás do carro dele, e o enche de
tiros, até que atira no tanque de combustível e ele explode, o que parece bem
cruel. Em vingança, ele vai até a casa, junta os sapatos dela, coloca-os todos
em um carrinho de mão, e coloca fogo… para você ver o nível de exagero a que
chegamos, e isso é tão ENGRAÇADO! Ah, eu também gostei do quanto ela foi inteligente
quando precisou ser… quer dizer, ele “roubou” a JUNO dela, trocou a imagem da
mulher na lata do molho de tomate, começou a vender as ações da empresa, e o
que ela fez? Divulgou o segredo da receita PARA TODO MUNDO NA INTERNET. Bem,
quando a coisa ficou séria, nenhum dos dois estava para brincadeira. Eles
sabiam o que estavam fazendo, e como
fazê-lo da melhor maneira!
Mesmo assim, nós sabemos que eles se amam. Esquecê-la naquela noite foi sério, mas além disso,
dali em diante foi um mal-entendido atrás do outro virando uma imensa bola de
neve e uma guerra sem fim. No fundo, um se importa com o outro. Por isso,
quando ele foge da cadeia e ela está indo viajar com um sertanejo que sempre
foi apaixonado por ela, ele vai de carro até ela, para impedi-la de ir embora,
assim como fez em 1997, resgatando-a de um casamento arranjado. Ele faz o
mesmo, mais uma vez. E enquanto ela, ameaçadora, atira em volta dele, atira
perto de seu pé, ele corajosamente se aproxima, pedindo desculpas, falando do
quanto a ama e, eventualmente, eles se beijam, por causa de uma antiga aliança
que foi encontrada e trouxe de volta tantas memórias do amor tão verdadeiro que
eles compartilham. Foi bonito, e o filme termina com o beijo do casal.
E muitas
risadas gostosas.
Totalmente recomendado!
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DIVÓRIO prova que o cinema nacional está cada vez melhor, bastava só um crédito para ele. Quero mais filmes como este. ameeeeeeei.
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