Harry Potter e as Relíquias da Morte: Parte 2 (Harry Potter and the Deathly Hallows: Part 2, 2011)
“After all this time?” “ALWAYS”
É crueldade que uma das primeiras coisas que
vejamos quando entramos no último
filme da franquia Harry Potter, seja
a lápide de Dobby onde se lê “Aqui jaz
Dobby, um Elfo Livre”. Estamos no Chalé das Conchas, nos despedindo da
franquia, e tudo está ficando alarmante agora. O último dos filmes nos leva de
volta a Hogwarts, dessa vez para uma destruição completa, e o tom se torna mais
épico do que nunca – batalhas, ações, mortes importantes… e um desfecho maravilhoso. Eu não acho que seja o filme mais sombrio da franquia, confesso, mas
certamente é aquele em que os sentimentos estão à flor da pele! Tudo é tão
intenso, ágil e envolvente… desde o
começo, com as varinhas, as Relíquias da Morte, a Espada de Gryffindor, e a
excelente invasão ao Banco de Gringotts, cena que estampa a capa da edição
britânica do livro.
Harry Potter
e as Relíquias da Morte: Parte 2 foi lançado em 2011, poucos meses depois
da Parte 1, e é a segunda parte da
adaptação do livro homônimo de J. K. Rowling, publicado em 2007. Além de
“assaltarem” o Gringotts e usar Maldições Imperdoáveis, o nosso trio se prepara
para a grande Batalha de Hogwarts, e nós nos preparamos para a dolorosa
despedida, que já foi anunciada através de trailers e de cenas chocantes como o
Campo de Quadribol em chamas, que é algo que ainda me arrepia toda vez que
vejo… o Castelo todo é destruído, na verdade, enquanto eles organizam uma
resistência belíssima, mas o Campo de Quadribol em chamas ainda me traumatiza…
outrora um lugar colorido, de tanta leveza, agora apenas mais um símbolo da
destruição causada por Lord Voldemort e seus Comensais da Morte.
A história é ágil e nos leva depressa de volta à
Hogwarts… e agradecemos, pois sentimos falta da escola desde que a deixamos em Enigma do Príncipe. Depois de fugirem
magistralmente de Gringotts, montados em um dragão cego que nunca foi livre,
Harry, Ron e Hermione caem em um lago, onde Harry tem visões de Voldemort, e o
menino avisa que ele está “ferido”, “debilitado”, e isso o faz parecer ainda mais perigoso. Ali, Harry vê que
uma das Horcruxes está em Hogwarts, e eles precisam entrar no Castelo novamente
e, para isso, vão até Hogsmeade, perseguidos e escondidos o tempo todo, onde
encontram Aberforth Dumbledore, irmão de Albus, que nos provoca com a história
não contada sobre Ariana, que ainda veremos detalhadamente em Animais Fantásticos e Onde Habitam. E
ali, por uma passagem nova, os três voltam a Hogwarts, acompanhando Neville
Longbottom.
Que, por sinal, é como um “líder” agora. ORGULHO
DO NEVILLE!
Uma coisa leva a outra nesse último filme, e tudo
parece acontecer depressa, sempre nos envolvendo e nos angustiando, criando um
perfeito e envolvente suspense. A
cena em que Severo Snape interroga os alunos sobre Harry Potter, se alguém o
viu ou sabe de seu paradeiro, e então Harry sai do meio da multidão de
estudantes, diz que “ele tem um probleminha de segurança”, e que “é um problema
grande”, apresentando toda a Ordem da Fênix para LUTAR. Que cena ÉPICA! E então
começamos uma busca pelas últimas Horcruxes. Uma delas está no Castelo e tem a
ver com Rowena Ravenclaw: como temos Luna para nos ajudar, trata-se do Diadema
Perdido de Ravenclaw, e apenas uma pessoa pode saber onde ele está: a filha de
Rowena – quer dizer, no filme, né, porque no livro o Harry já o tinha visto em Enigma do Príncipe, quando escondeu o
livro do Príncipe Mestiço na Sala Precisa!
O filme é eletrizante
na busca e destruição das Horcruxes! Ron e Hermione estão com a Taça de
Hufflepuff que encontraram no Cofre de Bellatrix em Gringotts, mas precisam de
uma maneira de destruí-la, por isso vão até a Câmara Secreta (como é bom e
nostálgico vê-la novamente!), onde não apenas destroem a Taça com um dente de
basilisco no lugar onde Harry e Gina quase morreram pela memória de Tom Riddle,
aos 16 anos, como também, depois de um pseudo-ataque, eles se beijam ali mesmo…
O PRIMEIRO (e lindo) BEIJO DO CASAL! Enquanto isso, Harry encontra o Diadema de
Ravenclaw na Sala Precisa, que está sendo consumida pelo Fogo Maldito dos
amiguinhos de Draco Malfoy… ali, em uma destruição bela de mais uma Horcrux e
uma demonstração de boa índole, Harry Potter escolhe salvar a vida de Draco.
Eles não virarão melhores amigos nem nada, depois
disso…
…mas o Draco já tinha feito o mesmo, de alguma
maneira.
Gosto muito de como Voldemort escolheu as suas
Horcruxes, e a busca faz muito mais sentido desse modo. J. K. Rowling criou
toda uma significância para cada objeto. O anel de Servolo. O diário de sua
época em Hogwarts. O Medalhão de Slytherin. O Diadema de Ravenclaw. A Taça de
Hufflepuff. Algo que pertenceu a cada um dos fundadores de Hogwarts, menos
Godric Gryffindor, porque Voldemort não quis uma parte de sua alma em algo que
pertencesse a Gryffindor – embora o destino seja UM MÁXIMO, e fez com que uma
Horcrux involuntária estivesse, sim, em algo da Grifinória. De todo modo,
quando essa última Horcrux é destruída, tanto Voldemort quanto Harry sentem o impacto,
e Harry sabe que a última Horcrux está em Nagini, e Voldemort fará de tudo para defendê-la agora… antes, no
entanto, ele precisa resolver uma coisa:
MATAR SEVERO SNAPE.
Voldemort acredita que Severo Snape seja a pessoa
a quem a Varinha das Varinhas é fiel e, por isso, o mata brutalmente… uma das mortes mais tristes da franquia.
A cena equivalente ao capítulo “A
História do Príncipe” ainda é a minha favorita no filme todo, quando Harry
recolhe as lágrimas de Snape, em seu leito de morte, e as joga na Penseira,
para entender algumas coisas… entender como Snape conheceu sua mãe antes de
Hogwarts, como se apaixonou por ela e sofreu por ela estar com James, e como
implorou ao Dumbledore que ele a protegesse de Voldemort. Mas ela morreu. Ver Snape abraçado ao corpo inerte de Lily, dizendo
que a amava, com seu Patrono ainda sendo uma Corça, como o Patrono dela… tocante. E descobrimos que, desde A Pedra Filosofal, Snape SEMPRE protegeu
Harry, mas nunca quis que ninguém
soubesse. É profundamente LINDO e triste… como Snape sofre no meio disso
tudo!
E, agora, é hora de Harry se entregar, porque
Dumbledore “o criou como um porco para o abate”. Uma parte da alma de Voldemort
se desprendeu de seu corpo e se segurou à única coisa viva no quarto, na noite
em que os Potter foram assassinados: o pequeno Harry. A partir de então, Harry
sempre teve algo de Voldemort com ele, por isso as semelhanças, por isso a
habilidade para falar com cobras… e agora ele precisava morrer e cumprir o seu
destino. E Voldemort precisava matá-lo. Por isso, Harry se entrega à morte na
Floresta, em uma cena tristíssima, depois de conversar e ganhar força daqueles
que o deixaram, como os pais, Sirius e Lupin, todos trazidos de volta,
brevemente, pela Pedra da Ressureição, a segunda Relíquia da Morte, escondida
dentro do Pomo de Ouro que Harry pegou em seu primeiro jogo em Hogwarts, lá na Pedra Filosofal.
“The Boy Who Lived… come to die!”
A cena de Harry e Dumbledore, depois de sua
“morte”, é uma das mais comoventes e das mais poéticas de toda a franquia!
Estamos em uma versão vazia, limpa e iluminada de King’s Cross – uma estação de trem, onde Harry pode ir
tanto para um lado quanto para o outro. Essa é sua viagem. A parte de
Voldemort que vivia nele está ali, para morrer, e ele tem uma escolha… como
sempre, Dumbledore diz coisas belíssimas (e enigmáticas, na maior parte do
caso), mas temos duas frases que me marcam profundamente: primeiro, a clássica “Do not pity the dead, Harry. Pity the living.
And, above all, all those who live without love” e, depois, quando Harry
pergunta se “aquilo tudo é real” ou se “está só acontecendo na sua cabeça”, e
ele responde com um maravilhoso “Of
course it’s happening inside your head, Harry, why should that mean it’s not
real?”
Frase que eu LEVO PRA VIDA!
[Minha epígrafe na dissertação de mestrado e
tudo!]
Então nós temos o grande clímax do filme, o
momento em que, do retorno de Harry Potter, a Batalha de Hogwarts chega ao fim…
temos Neville Longbottom sendo corajoso e tirando a Espada de Gryffindor de
dentro do Chapéu Seletor, com a qual mata Nagini ele mesmo, e Harry e Voldemort
duelando, com a morte do Lorde das Trevas acontecendo porque a Varinha das
Varinhas não era leal a ele. Acontece
que, o tempo todo, a Varinha nunca foi leal a Snape, também, mas sim ao Draco
Malfoy, aquele que desarmou o Dumbledore na Torre de Astronomia… por isso, com
a varinha respondendo ao Draco, e sendo o Harry quem o desarmou, no último
filme, a Varinha das Varinhas responde ao próprio Harry e, portanto, se recusa
a matá-lo… uma finalização e tanto, do
jeito que queríamos ver! Infelizmente, eu ainda gostaria de ver, no filme,
o corpo de Voldemort, ao invés de ele
se desfacelando todo, mas…
Super emotivo, o filme termina em um epílogo, 19
anos depois (seria agora, 2017), quando estamos na Estação de King’s Cross, e
uma nova geração de alunos está indo para Hogwarts, pela Plataforma 9 ¾. Albus
Severus Potter está indo para o seu PRIMEIRO ANO na Escola de Magia e Bruxaria,
e ele teme que o Chapéu Seletor lhe mande para a Sonserina, e Harry tem um
momento terno com o filho, no qual diz que, se isso acontecer, não tem
problema, afinal de contas, ele recebeu o nome de dois diretores de Hogwarts,
um deles o homem mais corajoso que já conheceu… e ele era da Sonserina. Mas, se isso é realmente importante, o Chapéu Seletor leva sua escolha em
consideração. Um final lindo, com Harry, Ron, Hermione, Gina e até o Draco
(!) se despedindo dos filhos que embarcam no trem cheio de histórias… um recomeço,
a história continua…
Afinal…
“Hogwarts will always be there to welcome you home”
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