Maria do Bairro – Maria descobre que Nandinho é seu filho!

“¡Yo soy la madre de Nandito!”

Quando os anos se passam em Maria do Bairro, chegamos a uma das melhores fases da novela, embora seja sempre muito angustiante, porque verdades ainda não são ditas, e nós ansiamos por ver algumas resoluções… mas é uma boa construção do suspense o de ver Maria e Nandinho tão próximos. Vê-la chegando ao hospital para ajudar Agripina nos deixa quase sem fôlego, bem como o momento em que Maria escuta toda a explicação da mulher sobre como Nandinho não é seu filho, e como ele lhe foi entregue no parque por uma mulher sem coração que não queria o bebê… é interessante conhecer Nandinho adolescente, interpretado por Osvaldo Benavides, porque ele será um dos personagens mais importantes da novela de agora em diante, ao lado de Maria, e eu vejo alguma semelhança em sua postura com a de Maria do Bairro aos 15 anos.

A passagem do tempo acontece quando Tita completa 14 anos, nos mostrando mais ou menos quando nos situamos, e Nandinho é um adolescente cabeludo que mora com Agripina. Maria está mais adulta, em suas roupas e em seu cabelo, Luis Fernando ganhou um bigode deplorável… assim como Maria Mercedes fazia lá no início da Trilogia das Marias, Nandinho é um vendedor de bilhetes de loteria na rua, e ele reencontra Maria ao vê-la e oferecer uns bilhetes. Maria olha para ele impactada, como se seu coração de mãe estivesse sentindo a proximidade com o filho, e é bem emocionante… tanto que ela vai lá e compra todos os bilhetes que ele tinha no momento! Maria, agora, ainda procura o seu filho dia após dia, enquanto Luis Fernando trabalha duro, e terminou sua faculdade de direito… finalmente é fiel à Maria, há 7 anos!

E Penelope resolve reaparecer. Mas não como amante, como chantagista.

Os encontros ocasionais de Maria e Nandinho na rua, como na porta do teatro, são bem impactantes, faz bem a ambos, especialmente a Maria, que ainda sofre pelo filho que deu no parque, chorando durante à noite, sempre sofrendo, sempre triste – mas a história caminha de fato quando Agripina é atropelada, e Nandinho sofre pela mãe. Ela realmente parece prestes a morrer, e seu caso delicado tem o agravante de precisar de uns remédios caros que o hospital não tem, e que Veracruz e Nandinho não têm condições de comprar. Mas eles são indispensáveis para o tratamento de Agripina! É uma realidade muito triste, essa de ter como salvar a própria mãe, mas não ter o dinheiro para fazê-lo! E quando Nando vê sua mãe desacordada, quase parecendo morta, ele sai do hospital desesperado, com a pouca e não suficiente ajuda financeira de uma enfermeira…

Ressoa em sua mente o que disse a enfermeira: “Consiga o dinheiro como puder, Nandinho! É disso de que depende a vida de sua mãe!” Assim, um amigo seu lhe convence a roubar, e nós não podemos nem julgar Nandinho nessas condições, porque tudo o que ele queria era salvar a mãe. E que casa o amigo de Nandinho arruma para ele assaltar? CLARO, A CASA DOS DE LA VEGA. É um momento angustiante, repleto de tensão. Nandinho na casa, Maria acordando e o encontrando, gritando “¡Un ladrón! ¡Un ladrón en la casa!” Quando Luis Fernando escuta a esposa gritando, ele vem com arma e tudo, contra um garoto inocente, coitado, dizendo que não vai fazer nada… quando Maria o reconhece como o vendedor de bilhetes de loteria, ela tenta impedir que Luis Fernando atire no garoto, e confesso que as cenas deram uma angústia.

Nando precisa implorar, precisa dizer que é a primeira vez que rouba, e que só estava fazendo isso porque sua mãe está morrendo, e ele precisa de dinheiro para comprar os remédios que podem salvá-la. É um momento desesperador. Maria segura Nandinho, Fernando e Victoria tentam acalmar Luis Fernando, mas este é impetuoso, forte e cruel – assim, ele não atira, felizmente, mas o leva até a delegacia, deixando-o preso… Maria, por outro lado, disposta a acreditar no rapaz, vai até o hospital perguntar por Agripina Pérez, e então a enfermeira diz que sim, ela está lá. “¡Era verdad! ¡Era verdad!” A enfermeira confirma TUDO o que Nandinho disse na casa. Agripina está prestes a morrer, e o filho dela saiu dali para comprar o remédio de que a mãe precisava, mas não retornou há uns dois dias ou algo assim…

Maria, como uma alma boa, um anjo na vida dessa mulher, assim como ela o foi quando Maria precisou, diz que vai dar todo o dinheiro de que eles precisam para salvá-la, e a enfermeira agradece a Deus por Maria ter aparecido na vida de Agripina, enquanto Maria se lamenta pelo o que houve na casa: “Não era um ladrão! Era um garoto desesperado! E pensar que Luis Fernando estava prestes a matá-lo…” Sinceramente, tudo o que penso é que Luis Fernando É UM MONSTRO. Infelizmente. Argumentos para defender meu ponto de vista podem ser encontrados, também, quando Maria vai conversar com ele para que ele retire a acusação contra Nando, e ele continua irredutível… mesmo depois de saber de toda a verdade que Maria do Bairro descobriu ao ir até o hospital “investigar” a história que o menino contou quando foi pego.

Então chega o momento…

MARIA ENCONTRA AGRIPINA!

Nenhuma das duas se reconhece, a princípio. Agripina agradece, diz que ela é uma santa, e ambas conversam sobre Nandinho, em um momento emocionante. “¡Un santo, uma alma de Diós y trabajador!”, Agripina diz, e quando ela fala sobre como Nando ajuda em casa e trabalha agora que ela não pode mais (“¡Yo vendía dulces!”), algo se acende em Maria do Bairro. Já começa o reconhecimento e o choque de Maria. Então Agripina lhe confessa (embora eu não entenda porque ela faria isso tão rápido): “Nando… Nando no es mi hijo”. Então, naturalmente, Maria junta tudo, o que sabe e o q eu sente, e entende que Nando pode ser seu filho. “Lo me regalo”, Agripina conta sobre a mulher que lhe deixou Nando, e ainda diz que “foi num parque”. Tudo se encaixa, Maria perde a compostura, entra em desespero, desmaia no meio do hospital.

É demais para ela. Emocionante.

Mas dóis ver Agripina descrever a “mulher” como uma “mãe má”, por ter abandonado o filho, e é triste ver Maria chorando em puro desespero. Inocente de tudo e sem saber que a “mulher” é Maria, Agripina pede que ela deixe Nando vir vê-la, ainda que só um pouquinho, e pede que ela o avise de que ela está melhor. Maria segura suas mãos e diz que elas têm muito o que conversar, mas não agora, só quando ela melhorar… o carinho com que Maria trata Agripina é quase que um agradecimento por ser tão boa com um pobre menino abandonado, por ter cuidado de Nandinho, e tão bem, em todos esses anos. Uma mãe agradecendo a outra. Maria chega em casa contentíssima, contando tudo para Fernando e Victoria: “¡Ahora tengo una razón para vivir! Encontré por fin a mi hijo. ¡Dios perdonó mi pecado!” O único problema é que Nandinho continua preso…

Ironicamente, seu próprio pai é formado em direito, mas não vai salvá-lo.

Tudo o que Maria quer é contar a Nandinho que é sua MÃE, mas Fernando lhe aconselha a não fazê-lo, e ele tem razão. Porque ele podia não gostar, ficar com ódio dela, inclusive – primeiro ela tem que conquistá-lo, ganhar seu carinho, pouco a pouco. Ajudar a salvar Agripina e tirá-lo da cadeia já é um bom começo. E eles conseguem convencer Luis Fernando a retirar a queixa e, portanto, tirar Nandinho da cadeia, e a felicidade de Maria é imensa quando ele está prestes a sair, pensando em tudo o que poderá fazer por seu filho…

“Estoy tan feliz. ¡Dios! ¡Cuántas cosas voy a hacer de ahora adelante por mi hijo! Todo lo que no pude en todos estos años en que estuvo separada de él. Él podrá estudiar, lo alimentaré bien, se volverá un muchacho fuerte, culto. ¡Nadi elo vá reconocer!”

É contagiante ver o sentimento e o amor de Maria, sua felicidade tão verdadeira e pura. Cheia de esperança, de alegria e de determinação, e ela mesma passa a entender os conselhos de Fernando: ela poderá dizer a verdade quando ele a amar, quando tiver carinho e gratidão e não mais poderá odiá-la pelo o que fez. A alegria que Maria erradia dali em diante é bonita de se assistir. Ela fica leve, linda, quase como a Maria do Bairro que conhecemos aos 15 anos! Nandinho, por outro lado, volta para casa feliz, e fala com Agripina sobre como Maria é uma mulher boa, e entende que “A pobre mulher perdeu um filho e por isso gosta tanto de mim!” Eu gosto de como Nandinho já tem uma admiração justificada por Maria, dizendo que “nunca viu uma mulher tão boa quanto essa”. Mas toda a alegria parece contada, se levarmos em consideração as opiniões de Lupe.

Mas é bom vê-la feliz. Maria está de volta com os cabelos soltos. Abraça Luis Fernando, Tita fica super contente porque sua mãe está feliz, diferente da tristeza que sempre tivera enquanto ela era pequena. Mas Maria se esquece novamente da família por ficar apenas em função de Nandinho, na expectativa de “recuperar o tempo perdido”. Ela vai encontrar um apartamento em que ele possa morar com Agripina, e ajuda Nandinho a mudar sua aparência. Agora ele surge de cabelinho cortado, terno e gravata, absolutamente fofo, mas muito diferente. E ela diz que vai contratar uma professora que possa ensiná-lo de tudo, a mesma professora que ensinou a ela quando ela chegou à casa dos De la Vega, acentuando as semelhanças de Nandinho com a Maria do Bairro aos 15 anos. E eu gosto dessa conexão dos dois.

Uma cena emocionante é quando Nandinho mostra a Maria suas coisas de bebê. Fotos do batizado. A primeira roupa que lhe puseram quando ele nasceu (a mesma nas quais ela o entregou para Agripina no parque), e tudo é arrepiante. Maria chora, claro, e ela diz que aquilo a faz lembrar de seu filho, enquanto Nando continua mostrando, com a felicidade e inocência de um garoto de 15 anos. Tudo foi guardado com muito amor e carinho, Agripina é uma ótima mãe que ama Nandinho mais que tudo. E ele a ama de volta. Nesse momento, Maria pede que ele também a ame, pelo menos um pouquinho, e ele diz que ela é sempre tão boa com ele, que é claro que já ama um pouco. Emocionada, Maria lhe beija o rosto, o primeiro beijo de uma mãe em seu filho, e aquilo foi comovente. E quando ela o leva até o apartamento que alugou, então…

Wow.

Depois ela vai ao hospital, falar com Agripina, que lhe pede que ela se afaste de Nandinho, porque não consegue entender por que ela é tão boa com ele, afinal de contas ela nem o conhece direito, e tudo o que ela acha é que Maria está apaixonada por Nandinho, mas Nandinho é apenas uma criança! Preocupação de mãe… e Maria explica, então:

“Lo tengo amor, Agripina. Amor de madre. Yo soy la loca que un día regaló Nandito. ¡Yo soy la madre de Nandito!”

É UMA CENA E TANTO!

A conversa das mães, o momento de toda a verdade dita às claras. Maria explica tudo, diz que é a mãe de Nandinho e, chorando, Agripina lhe pergunta se ela vai levá-lo dela, e ela diz que não, que é seu filho, há 15 anos, tudo o que ela quer é que ele possa amá-la TAMBÉM. Assim, ela pede a ajuda de Agripina para isso, e Nandinho ganha duas mães que vão amá-lo igualmente e cuidar dele, e Agripina, boa como é, diz que vai ajudar e que Nandinho, um verdadeiro anjo, vai aprender a amá-la muito… “Tenho que lutar pelo carinho do meu filho. Tenho que ganhá-lo dia a dia”, diz Maria. E Agripina conversa com Nando, diz que ele deve tratar Maria bem, e ele diz que ela é uma santa, e tão bonita, e que quando a olha, já sente um carinho tão grande. É emocionante! Assim como quando Maria leva Agripina, finalmente, a sua nova casa…

Há muita felicidade, emoção e embaraço.

María, la Santa del Barrio.

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