O Diário da Princesa, Volume V – A Princesa de Rosa-Shocking
Às vésperas de completar 15
anos, Mia Thermopolis está absolutamente convencida de que a vida de princesa
não é nada fácil. Ela se vê envolvida na demissão injusta de um ajudante de
garçom, que acabou promovendo uma greve geral do setor de serviços de Nova
York. Além disso, sua mãe passa a maior parte do tempo queixando-se dos efeitos
da gravidez em sua bexiga, seu pai insiste em levá-la para a Genovia no verão,
e Grandmère… bem, sua avó é sempre sua avó! Mas o que realmente tira o sono da
princesa é ter de convencer seu namorado a levá-la à festa de formatura.
Em algum momento entre esse livro e o anterior, Mia
viu Moulin Rouge.
Mia Thermopolis está completando 15 anos, pronta
para sentir que se tornou uma mulher! E é claro que a sua vida não pode se
tornar mais simples uma vez que ela
tenha se tornado mulher, não é? Agora que Mia sabe que seu talento secreto que
a colocou em Superdotados e Talentosos é a ESCRITA, ela parece ter abraçado
esse sonho de se tornar uma escritora, começando como jornalista no jornal da
Albert Einstein High School. Tudo bem que ela ainda está destinada a escrever
sobre o cardápio da semana n’O Átomo,
mas já é alguma coisa. Não? E, de toda maneira, é uma das coisas mais
divertidas do mundo ler esse jornal ao estilo Meg Cabot, numa escola desvairada
repleta de figuras célebres que não são nada menos que hilárias.
Tudo começa quando Mia Thermopolis vai a um
restaurante comemorar o seu aniversário. Sabe o drama que precisa compor os
livros da série O Diário da Princesa?
Bem, dessa vez Michael Moscovitz não quer levar Mia à festa de formatura,
porque ele acha uma babaquice. Ainda
que seja o grande sonho da vida de Mia, e ela está vendo seu coração se
despedaçando quando o namorado não parece nada interessado em realizar esse
sonho… não que ele saiba da existência dele, mas enfim. Mia tem um jantar para
comemorar seus 15 anos, e Grandmère consegue um feito incrível: deixar Rommel
solto em um restaurante que nem aceitava cachorros, para que um auxiliar de
garçom, Jangbu, tropeçasse e derrubasse comida na princesa-viúva de Genovia.
Bem, o estrago estava feito…
“É isso aí:
o cachorro da minha avó toma Prozac”
Eu devo reconhecer que as coisas estavam fofas.
Michael sempre foi e continua sendo um namorado incrível – ele não sabia do desejo tão grande de Mia
Thermopolis de entrar no Baile de Formatura de braços dados com ele! E ele
estava incrivelmente fofo no aniversário da namorada… fora que toda a família
estava dando presentes e tudo estava num clima muito bom, Michael lhe mandou um
desenho lindo, lhe comprou muffins de manhã no dia do seu aniversário, almoçou
com ela, cantou uma música com sua banda e ainda deu um pingente de floco de
neve! Sério, quem iria reclamar? Bem, eu, caso ele não quisesse me levar à
formatura. E caso eu fosse passar alguns meses de férias em Genovia. Gente,
como eu pareço a Mia! Isso quer dizer que eu sou muito infantil para a minha
idade? De todo modo, sim, eu estaria agindo mais ou menos como a Mia estava.
Mesmo com o namorado perfeito.
E lindo. Michael!
Tudo bem se eu ecoar os sentimentos de Mia? Ah,
talvez fosse meu humor detestável na semana em que lia aquele livro, mas eu
fiquei realmente devastado com a festa de aniversário de Mia, igualmente triste
e acabado. Talvez porque eu também tenha os sonhos de Mia Thermopolis, seja
meio romântico… e eu adoro a maneira como, independente de tudo, ela se
preocupa tão mais com todo mundo ao
seu redor do que com ela mesma! Então o Michael me decepcionou profundamente
com a idéia contrária à formatura, e até com sua atitude em relação à Lilly e
Jangbu no armário no Sete Minutos no Paraíso. Embora minha razão dissesse que
ele estava certo, racionalmente falando, mas ainda assim. Minha atitude era
mais próxima à de Mia. Eu ficaria desesperado por fazer alguma coisa, porque eu me
importo com o Boris Pelkowski.
Embora ele tenha perdido um pouco da razão com
toda a história do globo.
A maneira como a tal demissão de Jangbu movimenta
esse livro é impressionante! Porque é isso que dá início a uma cadeia de
eventos, como a Lilly e a sua militância pelo emprego do rapaz, o que basicamente
transforma toda a cidade num caos. Completo. Lilly se vê vítima de seus desejos e agarra Jangbu bem na frente de Boris! Mia
briga sério com a melhor amiga, enquanto o pobre Boris Pelkowski, um pouco
problemático, quase se mata pela amada. Todos os setores de restaurantes e
hotéis começam a entrar em greve, e portanto a festa de formatura acaba
cancelada. Não só isso, mas Grandmère vai “morar” com Mia por tempo
indeterminado por não agüentar mais ficar no Plaza onde todos se recusam a
trabalhar. Boris começa a ficar com Tina Hakim Baba, o que é chocante, mas
bonitinho. E Lilly resolve que quer ele de volta.
Dá para culpar Mia por começar a surtar?
A resposta é não.
A participação de Grandmère deve ser ressaltada
nesse livro, porque foi um tanto diferente do livro passado, pelo menos na
maneira como eu encarei tudo. Mesmo com todos os feitos dela, e a sua recusa em
admitir que estava errada desde o começo, e a culpa de todo esse caos gerado
pela greve em Manhattan é culpa dela, ela acaba sendo uma boa avó. [Fora a cena
dela ajudando Helen Thermopolis no final, LINDA, e reconhecendo para o taxista que ela é a culpada de tudo aquilo –
como eu me diverti e a amei!] De sua maneira distorcida, ela pode amar Mia.
Afinal, ela encomenda o vestido perfeito para a festa de formatura, e consegue
um novo lugar para que a festa aconteça, com ou sem greve. Só falta Mia
conseguir que Michael Moscovitz decida, por fim, levá-la ao baile. Mas
Grandmère parece bastante certa de que isso ia acontecer, mais cedo ou mais
tarde.
O que acontece, mas Mia foi bem espertinha. Ponto
pra ela!
Toda a empolgação da festa de formatura são
expressados em capítulos curtos intensos, repletos da emoção de Mia por estar
realizando o seu sonho… é muito bonito. E eu adorei Grandmère por ter escolhido
e conseguido esse lugar para a festa! TERRAÇO DE OBSERVAÇÃO DO EMPIRE STATE
BUILDING. E pensar que eu já estive ali, então pude mais facilmente imaginar a
festa naquele lugar, entendendo as referências, sonhando… e estava tudo muito
bom, muito lindo, até que o telefone começa a tocar. Eu devia esperar que a mãe
de Mia fosse entrar em trabalho de parto justamente nessa noite, durante a
festa de formatura da filha… afinal, tudo estava indo muito bem! Mas ainda
assim, não diminuiu em nada o encanto da noite, além de acrescentar um
nascimento importante e cenas muito bonitas. Chegamos ao meio exato da saga de
Mia Thermopolis. Ansioso por continuar o restante dos diários…
Tina e Boris? EU APROVO.
VAMOS ÀS REFERÊNCIAS: bem, porque eu sempre
adoro essas partes! Bem no começo do livro, Mia faz uma lista de filmes que
mostram a importância do Baile de Formatura, dentre eles Footloose: “Não dá para
esquecer Kevin Bacon no papel imortal de Ren, convencendo os garotos da cidade
onde é proibido dançar a alugar um lugar fora dos limites urbanos para que eles
possam afirmar sua independência ao ritmo de Kenny Loggins”; e De Volta Para o Futuro: “Se Michael J. Fox não conseguir juntar os
pais até a festa de formatura, pode ser que ele nem venha a NASCER!!!!!!!!!
Provando a importância da formatura não só para o ponto de vista social, mas
também BIOLÓGICO!” Okay, preciso dizer o quanto eu fiquei animado em ler
sobre BTTF?
Footloose
volta mais tarde na sua festa de 15 anos, quando ela fala que gostaria que
todos começassem a dançar do nada, como no filme, ao comentar o fato de todos
estarem dançando a Macarena. QUE CENA! Como fazer Michael
querer ir à festa? Ela não consegue imaginar nada, “a não ser que a festa de formatura fosse uma mistura de baile Guerra
nas Estrelas, Jornada nas Estrelas, Senhor dos Anéis e convenção de computador”. Acho que a primeira citação A HARRY
POTTER. Na época de lançamento de Câmara
Secreta, ela comenta como a diretora Gupta poderia cancelar as provas de
fim de ano, como no filme, mas ela não deu atenção porque “ninguém morreu, nem apareceu uma cobra gigante para perseguir a gente
por aí, nem nada do tipo”.
Triste.
Lembra de como, no livro anterior, Mia disse que
não queria ver Moulin Rouge, porque
ouviu dizer que alguém morria no final? Bem, nesse livro ela incluiu o filme
numa lista sua de dicas valiosas que aprendeu sobre escrita com os filmes: “Quando estiver escrevendo uma peça, não se
apaixone pela atriz principal. Especialmente se ela estiver doente. Também não
beba nada verde oferecido por um anão”. Um pouquinho mais de Homem-Aranha e Smallville, uma citação ao “love
and be loved in return”, uma das frases mais belas ditas por Ewan McGregor
em Moulin Rouge, e novamente Senhor dos Anéis. E ainda Isaac Asimov…
sério, tem como não adorar a prosa de Meg Cabot quando ela recolhe todo esse
tipo de referência e nos deixa babando?
A resposta é não.
ÓTIMO LIVRO, esperando que as coisas agora mudem,
já que o ano acabou. Mia terá um novo ano pela frente, e todos sabem como
começar um novo ano letivo pode mudar uma pessoa. Fora que Michael Moscovitz
não estará ali o tempo todo perto dela, já que ele está indo para a faculdade.
Acho que agora, passando da metade da série, é o momento de transformações,
esperando o crescimento da narrativa. E Michael destruiu naquele final,
invalidando o “contrato” de Mia que o pai estava usando para obrigá-la a passar
três meses inteiros em Genovia durante o verão, porque nenhum documento
assinado por alguém menor de 16 anos tem qualquer valor legal! Sério, é um
namorado perfeito! Vamos ver como o relacionamento sobrevive à distância.
Mesmo que pequena.
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