Sítio do Picapau Amarelo – Versão 2001 a 2007 (Rede Globo)
“Marmelada
de banana, bananada de goiaba, goiabada de marmelo…”
O “Sítio do
Picapau Amarelo” entre 2001 e 2007 é, muitas vezes, chamado de “2ª Versão”,
devido ao sucesso estrondoso da versão feita pela Globo entre os anos de 1977 e
1986. No entanto, ela não é apenas a segunda
adaptação do clássico de Monteiro Lobato, mas a quarta, tendo em vista que a
primeira foi feita pela TV Tupi, entre 1952 e 1963, e a segunda pela Rede
Bandeirantes em 1967, fora os filmes.
É, sim a segunda versão exibida pela Rede Globo. Nessa versão que marcou uma
geração (a minha), a Emília foi interpretada pela Isabelle Drummond ao longo de
seis anos, e nos apaixonamos pelas histórias e pelas cores, e por toda essa
nova roupagem do Sítio, em um programa sempre em transição e lutando com baixas
de audiência ao longo dos anos, até que seja oficialmente cancelado em Dezembro
de 2007, mesmo que o plano inicial fosse de 10 anos.
A estreia aconteceu no dia 12 de Outubro de 2001,
uma sexta-feira eternizada na memória das crianças da época, um ano em que o
“Dia das Crianças” foi marcado apenas pelo “Sítio
do Picapau Amarelo”, e qualquer presente quase que parecia irrelevante. E, bastante fiel aos livros
de Monteiro Lobato, chegávamos novamente ao Sítio de Dona Benta, onde seus
netos, Pedrinho e Narizinho, aprontavam as mais altas travessuras brincando com
lendas do folclore brasileiro, histórias clássicas como “Chapeuzinho Vermelho” e “Rapunzel”,
ao lado de uma boneca de pano falante, a Emília, e um sabugo de milho
intelectual, o Visconde de Sabugosa. Tudo é mágico e apaixonante no Sítio.
Colorido, eu adoro ver a inocência infantil, a pureza da diversão e, a qualquer
momento, ver “Sítio” é retornar à
minha infância e a outra versão de mim.
Tenho uma história bacana com o “Sítio do Picapau Amarelo”. Fui
apaixonado acho que desde sempre. Meu pai foi quem me trouxe “Reinações de Narizinho” da biblioteca
pela primeira vez. Depois disso li todos os livros, escrevi resumos e os
encadernei como mini-livros que eu pudesse guardar para mim. Até que comprei a
coleção antiga, em uma versão que amo, em um sebo da cidade, juntando moedas e
ganhando um desconto porque a Dona Marli achou fofo que eu era tão pequeno e
tão apaixonado por aqueles livros… então
os trouxe para casa, e eu era a criança mais feliz do mundo. Na televisão,
eu assisti muito mais até 2005, e fazia anotações diárias em um caderno, para
depois “escrever” a história no computador e guardar para a eternidade… na época eu não imaginava que a internet
chegaria ao que é hoje e eu poderia reassistir assim!
FELIZMENTE O
YOUTUBE EXISTE!
A primeira temporada do programa, entre 2001 e
2002, contou, principalmente, com histórias contadas em uma semana, com 5
episódios. As exceções ficam para “Reino
das Águas Claras”, com 6 episódios, por ter estreado na sexta-feira, “Reforma da Natureza”, “O Picapau Amarelo” e “Histórias Diversas”, em 10 episódios, e
“Os XII Trabalhos de Hércules”, com
incríveis (para a época) 20 episódios, tendo em vista o tamanho do livro,
também dividido em duas partes… ainda temos uma ou outra história que foge dos
5 capítulos convencionais do primeiro ano, mas são poucas. Nesse ano, a
preocupação do programa era adaptar os livros de Monteiro Lobato, e eles os
adaptaram todos, de forma muito interessante… para os apaixonados pelos livros,
foi muito interessante entrar no Sítio da TV com essas boas adaptações.
Já a segunda temporada, bem mais curta e exibida
em 2002, contou com histórias que não eram baseadas nos livros de Monteiro
Lobato, e podiam ser bem mais longas, como “O
Menino Bruxo”, que introduziu o tema dos “bruxos”, mantido na série, ainda,
em “A Convenção das Bruxas” e “Bruxa Mãe… Bruxa Filha”, e a temporada
totalizou, apenas, seis histórias diferentes, em 84 capítulos que conseguiram
manter bem a audiência do primeiro ano. Poucas mudanças foram feitas do
primeiro para o segundo ano, e Lara Rodrigues e César Cardadeiro ainda eram os
mesmos Narizinho e Pedrinho que tinham começado o programa em 2001… o que
aconteceu, lentamente, foi a introdução de novos personagens ao universo do
Sítio do Picapau Amarelo…
As coisas começaram a mudar na terceira temporada,
de 2003 e começo de 2004. Aqui, o Sítio sofreu algumas reformulações pela
primeira vez. As roupas do Pedrinho e da Narizinho foram mudadas para parecerem
mais de “sítio” mesmo, enquanto Dhu Moraes, que interpretava a Tia Nastácia,
ganhou enchimento. Outra mudança notável foi no visual da Cuca, que continuou
magra, mas agora com um vestido amarelo e um cabelo loiro desgrenhado e,
particularmente, esse é meu visual FAVORITO da Cuca nessa versão! Em 2003, com
169 capítulos, 11 histórias foram exibidas, com duração entre 6 episódios (no
caso de “Juca Pirama” e “Rapunzel”) e 27 episódios (no caso de “O Circo”), história que foi reprisada
no ano seguinte. Uma das histórias mais notáveis desse ano foi “Os Bandeirantes”, e eu gosto bastante
de “A Lenda do Rei Arthur”.
Em 2004, com a estreia da quarta temporada, o “Sítio do Picapau Amarelo” conheceu a
primeira GRANDE mudança, já que foi mexido no elenco protagonista. Lara
Rodrigues e César Cardadeiro deixam os seus papéis de Narizinho e Pedrinho e
são substituídos, respectivamente, por Caroline Molinari e João Vitor da Silva.
Os dois fizeram um ÓTIMO trabalho como os novos netos de Dona Benta, e eram
fofíssimos por serem tão pequenos… era uma mudança que o “Sítio” de 1997-1986 enfrentou várias vezes, quando os atores
ficavam velhos demais para o papel… nesse ano, com 180 capítulos divididos em 6
histórias, nós temos uma das minhas histórias favoritas na história do Sítio: “A Dama dos Pés de Cabra”. Ah, e também
uma das mais longas, que é “O Pequeno
Samurai”, com seus 47 capítulos e a impressão de que não acabaria nunca…
Uma nova mudança avassaladora aconteceu em 2005,
quando o “Sítio do Picapau Amarelo”
entrou em um formato de NOVELA. Nicette Bruno foi substituída no papel de Dona
Benta por Suely Franco, e ao lado de Caroline Molinari e João Vitor da Silva,
Narizinho e Pedrinho, também entra no elenco Henrique Ramiro, como o João da
Luz, e Karen Marinho, como Cléo. Ambos protagonizam uma história a la “Malhação”, intitulada “O Preço do Verdadeiro Amor”, com 194
capítulos repletos de amor, intriga, fantasia e tudo o mais… é minha temporada
FAVORITA. Eu sou apaixonado por essa versão do Sítio, e me lembro claramente da
excitação com que assistia a cada capítulo, eufórico e ansioso por mais. Amo o
fato de Isabelle Drummond ganhar novos vestidos como Emília, além de uma nova
boneca, a Patty Pop, interpretada por Thávine Ferrari.
Em 2006, a sexta temporada do programa manteve o
formato de novela, com 185 capítulos, mas o Sítio sofreu nova reformulação. O
título agora era “Entre o Amor e a
Promessa”, e os protagonistas adultos eram Caetano O’Maihlan, como Chico
Maciel e Fany Georguleas, como a Princesa Thirza. O programa ganhou novos
Pedrinho e Narizinho, interpretados agora por Rodolfo Valente e Amanda Diniz, e
sofreu uma drástica reformulação em sua fotografia… não é minha temporada
favorita do “Sítio do Picapau Amarelo”,
mas eu acho que é a que tem o visual MAIS BONITO. Tudo se tornou muito mais
rústico, lembrando um sítio mais antigo, e essas mudanças puderam ser
observados nos figurinos dos personagens, no visual dos cenários e na própria
paleta de cores que foi usada por toda a temporada.
É um trabalho incrível, visualmente.
Por fim, a última temporada do Novo Sítio foi ao
ar em 2007, e ela deixa o formato novela para retornar ao formato “histórias”,
com 165 capítulos divididos em 6 histórias. No entanto, TUDO foi mudado para
essa versão. O elenco foi INTEIRAMENTE substituído, e até Dhu Moraes, a Tia
Nastácia, e Isabelle Drummond, a Emília, que estiveram no programa desde 2001,
são substituídas. Agora, Narizinho é interpretada por Raquel Queiroz, e o
Pedrinho por Vitor Mayer, e a Emília por Tatyane Goulart. Foi com impacto e
certa rejeição que a nova versão foi recebida – a geração que só viu a versão
de 2001 estava habituado a Isabelle Drummond no papel da boneca falante, e
embora estivéssemos habituados à troca de atores para Pedrinho e Narizinho, a
nove versão da Emília não se parecia, tampouco, visualmente com a boneca que
estávamos acostumados.
Por esse e por vários motivos, a série foi enfim
cancelada.
Depois do último episódio, em 07 de Dezembro de
2007, não tivemos mais “Sítio do Picapau
Amarelo” na Rede Globo, e eu realmente acredito que já esteja na hora de
uma terceira versão… seria tudo novo agora, e eles poderiam começar do zero, e
eu ADORARIA entrar novamente nesse mundo mágico, sendo ou não a versão que eu
via quando criança. O “Sítio do Picapau
Amarelo” é mágico, e a partir de agora vamos começar a viajar por essas
histórias ao longo dos 7 anos em que o programa esteve no ar. Começo a comentar
a Primeira Temporada (2001/2002) ainda nessa semana, e serão alguns anos até
que eu chegue à Sétima Temporada, mas certamente será uma jornada e tanto…
aquelas anotações e fotos que salvei da época, como comentei mais cedo, serão
realmente úteis para os textos que virão… quem
diria?
Bem-vindo,
novamente, ao SÍTIO DO PICAPAU AMARELO!
Sensacional
ResponderExcluirNÃO SÓ A ISABELLE DRUMMOND E A DHU MORAES QUE FORAM SUBSTITUÍDAS , COMO TAMBÉM O JOÃO ACAIBE E IZACK DAHORA , QUE INTERPRETAVAM TIO BARNABÉ E SACI PERERÊ TAMBÉM FORAM SUBSTITUÍDOS
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