A Usurpadora – A prisão ou a suplantação?
“Hola,
Paola. Soy tu doble”
A primeira
reação de Paulina às malucas propostas de Paola Bracho foi de recusa. Ela não queria ser parte disso. Mas é interessante como as
circunstâncias mudam depressa, em uma onda de tristeza e desilusão. Primeiro,
Paula está cada vez mais perto da morte, e os remédios que podem acalmar as
suas dores são muito caros. Para
completar, Oswaldo foi embora e Paulina está sozinha para lidar com isso tudo.
Por isso, em um momento de desespero, Paulina liga para Paola para pedir
dinheiro emprestado, e quando Paola Bracho pergunta “a que custo”, ela diz que “o que ela quiser”. Então, ela pega seus
1.400 pesos, assina um perigoso contrato, e se vê sem alternativa a não ser
entrar nos jogos de Paola… “Que Deus lhe
pague”, ela diz e, rindo, Paola responde: “Não, Deus não! Você. Essa noite, no clube, se fazendo passar por mim”.
E ela não pode dizer não.
Naturalmente,
Paulina ainda não sabe se conseguirá ir adiante… não tem a coragem necessária. Por isso, nessa primeira noite, ela
não vai ao clube, diz que está doente, e Paola aparece na sua casa (!) para
arrastá-la até lá. Paola é descarada, e é interessante o momento em que ela
aparece na pobre casa de Paulina, porque ela conhece Paula (“Me llamo Paola”), e a mãe fica em
choque, mas não consegue dizer nada… talvez por ter visto Paola ou só porque já
queria mesmo contar a “verdade” para Paulina antes de sua morte, Paula faz de tudo
para escrever uma carta na qual lhe diga a verdade, na qual lhe diga que ela
tem uma irmã gêmea, que deve ser essa tal de Paola… mas a carta ainda está fadada a ser perdida, porque nem tudo pode ser,
assim, tão simples. Então, Paola leva Paulina com ela à força, e a faz se
passar por ela naquela noite.
O PLANO É UM
SUCESSO.
É verdade que
dá para notar a diferença, graças à interpretação brilhante de Gabriela Spanic,
mas a semelhança física (claro) é inegável. A voz de Paulina é diferente, a
maneira como se porta mais tímida, também, mas visualmente ela É PAOLA BRACHO.
Paola, por sua vez, aparece como “Paulina”, em seu uniforme de empregada, mas
com um batom forte demais e muito poder para ser Paulina. Paola considera que a tentativa de suplantação foi UM
SUCESSO, e então ela só precisa encontrar uma maneira de convencer Paulina a
seguir com o seu plano e ficar um ano em seu lugar, na casa dos Bracho. Paulina
é parcialmente empurrada a isso pelo fato de a sua mãe vir a falecer, e o cara
da tenda contar a verdade sobre a “viagem” de Oswald, seu noivo, mas nada disso
é suficiente para que Paulina abra mão do que chama de sua “honra” e aceite a
proposta.
Por isso, Paola Bracho tem que pegar pesado.
Afinal de contas, Alesandro acabou de oferecer-lhe uma viagem pelo mundo, e a troca precisa ser concretizada. Para
isso, Paola arma para Paulina, colocando uma caríssima pulseira em sua bolsa e,
dissimulada, faz toda uma encenação sobre como “perdeu sua pulseira”,
conduzindo uma busca que acaba na bolsa de Paulina… acredito que naquela fração de segundo, quando a pulseira foi
encontrada e Paulina olhou para Paola, ela SABIA. De todo modo, Paulina
recebe ordem de prisão, mas Paola se faz de “boazinha”, diz que não vai prestar
queixa, e que quer falar com ela a sós… então, ela é bem direta: “¿La cárcer o la suplantación?” Ou ela
vai presa, ou ela aceita se passar por Paola durante um ano, e Paulina aceita a sua proposta. Agora, ela só
precisa aprender como “ser Paola Bracho”.
Wow.
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