Chico Bento Moço, Edição #20 – Um Caipira na Corte do Rei Artur
“Magia é
apenas a ciência que ainda não conhecemos!”
AH, COMO EU AMO AS HISTÓRIAS DO REI ARTUR! Eu
gosto bastante dessa edição. Confesso
que eu estava dividido antes de lê-la. Achei que pudesse não gostar, porque
estava sentindo falta das histórias na UFA, mas também não sabia como não gostar, do jeito que amo o Universo
do Rei Artur… e acontece que foi incrível.
No entanto, acho que ela seria uma história que funcionaria melhor com mais tempo, talvez dividida em duas
ou três edições, mas “Chico Bento Moço”
chegou numa época em que a Panini já tinha decidido não fazer histórias
serializadas porque “vendiam menos”. Infelizmente, acredito que a revista perde muito com essa decisão. É uma boa
história, mas brutalmente acelerada para que possa chegar ao fim… adoraria ver
mais do Chico adulto, por exemplo, com seu cavanhaque, sua esposa Alisande e
seus dois filhos…
Enfim.
Tudo começa com o Chico Bento “abaixo da média” na
UFA, talvez por ser um caipira, por nunca ter se adaptado de verdade às novas
tecnologias e tudo o mais. Assim, em um dia de estudos, ele pega no sono
embaixo de uma árvore, e acorda NA CORTE DO REI ARTUR. Ali, ele é encontrado
por Sir Kay, com quem ele tem essa maravilhoso primeiro diálogo: “Quem vem lá, eu não sei, mas o meu nome é
Chico Bento, moço!” “Chico-Bento-Moço? Não é um nome destas terras!” “Não falei
Chico-Bento-Moço! Falei Chico Bento, moço!”
Adoro essas piadinhas, e acho que foi o mais próximo que a revista chegou, até
o momento, de “quebra de quarta parede”, o que é BEM recorrente na “Turma da Mônica Jovem”. Levado até a
Corte, conhecemos um Rei Artur que ainda não acredita na Távola Redonda, e que
é aconselhado por um Merlin mau.
Mas o Chico é astuto, e se sai bem. Como um
feiticeiro, por causa de toda uma história inventada pelo Sir Kay, Chico é
condenado à morte na fogueira, no dia 21 de Junho de 528, o dia que o Zé Lelé
leu no livro que era o dia de um eclipse solar – isso, talvez, só ajude um pouco a nos dizer que isso foi um “sonho”.
De todo modo, o Chico é esperto e eu adoro essa versão dele! Ele se
auto-proclama feiticeiro, para se salvar, e diz que se eles não o tirarem da
fogueira, ele vai APAGAR O SOL. E então o eclipse o ajuda e, naturalmente, É UM
CAOS. Alisande o ajuda, Rei Artur condena Merlin às masmorras, e o Chico se
torna o novo conselheiro real de Camelot. E então ele começa a fazer uma série
de “milagres” que muda totalmente a vida de todas as pessoas em CAmelot, e ele se torna, claro, uma sensação no lugar.
Ele implanta a Rotação de Culturas. Ele apresenta
a batata e o nabo como comestíveis. Ele cria a vacina contra a varíola. Ele
“inventa” o vidro. Então meses se passam. Um ano quase. E Chico “conversa” com
o pai, a mãe e a Rosinha, do lugar onde chegou, e diz que espera que eles o
entendam e o perdoem, mas ele não pode ir
embora. No nosso mundo, ele era só um estudante abaixo da média, um
caipira, e ali, o pouco que ele sabia era mais que toda aquela gente, e ele
estava fazendo a diferença, tornando
a vida delas muito melhor. Ele chorou, foi doloroso, mas foi bonito. Ali,
quando ele decide PASSAR A SUA VIDA em Camelot, ele e Alisande se beijam, e eu
acho que foi muito interessante… talvez a edição, se dividida em duas partes,
poderia ter se encerrado ali, porque foi um momento controverso para os mais
puristas de Chico e Rosinha.
Não é meu caso. O Chico estava vivendo sua vida.
Anos se passaram. Eles se casaram, o Chico ganhou um
cavanhaque que o deixou seriamente mais velho, mas ainda com um corpão
admirável, e Chico e Alisande até TIVERAM FILHOS. Cotinha e Tonico, em
homenagem aos pais do Chico! As coisas realmente mudaram em Camelot, ele
inventou a escola para os camponeses, e sua vida ali chegou ao fim quando
Merlin escapou da prisão, sequestrou seus filhos, e o Chico fez de tudo, por
AMOR, para salvar a sua família… Alisande, Tonico e Cotinha. E de modo
dramático, forte e bonito, que me lembrou a morte de Sherlock Holmes, “E esse foi o fim de minha vida em Camelot!”,
quando Chico e Merlin brigam e caem de um desfiladeiro, onde desaparecem para
sempre. Então Chico volta à sua
realidade, depois desses anos todos, de volta ao momento em que partiu daqui.
De volta de seu sonho, ou de sua inexplicável
aventura.
Algo nos diz
que ele realmente esteve lá. Gosto de acreditar que sim!
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