Cinquenta Tons de Liberdade (Fifty Shades Freed, 2018)
“Don’t miss the climax!”
A famigerada
trilogia baseada nos livros de E. L. James chega ao fim no que deve ser o mais
fraco dos três filmes. Não li os livros, tampouco pretendo lê-los um dia, mas
sempre fui ao cinema conferir o motivo de tanta euforia, e desde “Cinquenta
Tons de Cinza”, em 2015, eu não consigo
entendê-lo. Sim, o protagonista, Christian Grey, é um sadomasoquista que quase também é ninfomaníaco, mas a sua
história quando conhece Anastasia é tão batida e cheia de clichês que não passa
de previsível. Não há nada de novo,
no fundo. E com “Cinquenta Tons de
Liberdade” eu acrescento: é forçada.
Tudo parece jogado no filme de qualquer maneira como uma série de histórias
desconexas, e eu mal posso me lembrar de onde viemos para entender onde
chegamos quando chegarmos lá, e a impressão é de que tudo não serviu para nada. Quando a sessão terminou, eu ri.
Foi tudo o que consegui.
Uma das
grandes FALHAS do filme é a falta de audácia (!) nas suas cenas de sexo, porque
convenhamos: muitos estão ali por causa
do sexo. Histórias de amor (pelas quais eu sou apaixonado, porque sou bem romântico!)
existem em abundância e em melhor qualidade no cinema. O diferencial de “Cinquenta
Tons” devia ser a ousadia nas cenas de teor sexual, e pouco se vê. Temos a
impressão de que vimos várias “cenas de sexo” nesse terceiro filme, quando na
verdade vimos pequenas provocações que duram segundos e nunca são concluídas de
forma satisfatória. Tudo é uma grande provocação,
e a única cena que realmente me
excitou foi a da cozinha, quando Anastasia passa sorvete pelo corpo de
Christian Grey e o lambe para tirá-lo, culminando em um sexo oral… ali sim foi provocante e bonito de se
assistir, mas não tivemos muito mais que isso.
Também pudera,
o corpo de Jamie Dornan <3
Uma peculiaridade
do filme é quando Christian provoca Anastasia sexualmente, e não faz nada. Tudo
isso acontece porque ele foi viajar sozinho, por ela ter se recusado a ir com
ele, e então ela “não o obedeceu”: prometeu que voltaria direto para casa, com
o segurança, depois do trabalho, e saiu para beber com a sua amiga, de quem sente saudade. Como uma forma de
puni-la e expressar o quão frustrado ele ficou por “ela não ter feito o que
prometeu”, ele a leva até o quarto vermelho e faz o mesmo. A algema e a
provoca, insistentemente, e então não segue
adiante. Eu acho que tendo em vista a relação entre Anastasia Steele e
Christian Grey, foi uma forma precisa (não necessariamente correta) de mostrar
a ela o que ele queria dizer. Como ele se
sentiu. De todo modo, essa é uma peculiaridade porque não me lembro de
Christian rejeitando sexo antes.
Como quando ela vai até ele no chuveiro e
ele a detém.
Enfim, o filme
começa na lua de mel de Ana e Christian, e eu ainda não consigo tirar da minha
mente a impressão de que Ana foi comprada,
independente do que digam ao contrário. Por isso, não vou entrar em detalhes. De
todo modo, eles se divertem nas férias, mas precisam retornar para a realidade,
onde Ana insiste em seguir trabalhando e Christian Grey faz de tudo para protegê-la
de Hyde, o perseguidor do filme passado. Em algumas das melhores cenas do
filme, Ana tenta se empoderar, dando umas boas lições de moral em Gia e
dirigindo o carro super chique do marido como
uma piloto de fuga, mas ela acaba sendo a mocinha indefesa que precisa de
ajuda por um bom tempo… além de tudo, a submissão ao marido não se resume ao quesito
sexual, e isso é um tanto quanto revoltante, embora ela esteja pouco a pouco conseguindo as coisas à sua maneira.
E,
infelizmente, isso é outro grande problema do filme. É bom para Anastasia que
ela esteja se impondo, porque isso favorece a construção de uma relação mais
saudável para ela, mas não tem nada a ver
com Christian Grey. Assim, a cada cena ele é mais descaracterizado, na
busca da construção de um conto de fadas que, na verdade, não existe. O ápice acontece quando eles começam a falar de filhos
e, subitamente, Ana descobre que está grávida. A primeira reação dele é de
ficar bravo e sumir. Ele não estava certo em “trocá-la” por Elena, mas tampouco
ele precisava aceitar algo que não estava
nos seus planos com o maior sorriso do mundo de uma hora para outra. Ele acolheria
esse filho eventualmente, não custava nada ela deixar que ele se habituasse à
ideia primeiro ao longo de uma noite ou algo assim. Mas as garotas atrás de mim na sessão não concordavam.
Enfim. I don’t care.
De todo modo,
a construção é totalmente previsível. Hyde sequestra a irmã de Christian e pede
resgate a Ana, e que ela não conte nada ao marido, e então ela faz tudo o que o
sequestrador pede, inconsequente, e quase perde o filho com um chute na
barriga… se há algo surpreendente nisso tudo é o fato que Ana sabe usar uma
arma! Ah, e Christian e Hyde cresceram no mesmo abrigo. Passado o susto,
Christian se preocupa e decide que “quer ter esse filho com ela”, o que é tão forçado
que, sinceramente, muito me incomodou.
Sem contar que, como eu disse, descaracteriza o personagem e não tem nada a ver
com o que deveria ser o Christian
Grey. O filme termina com a proposta de uma família feliz ou algo assim e, particularmente,
a coisa que eu mais gostei no filme (além de uma ou outra cena de sexo) foi
ouvir a Ellie Goulding cantando “Love Me
Like You Do” no final. Mas a sensação de que faltava mais coisas perdura até agora, e por isso acho que o filme
foi fraquíssimo.
Descaracterizado,
forçado e não ousado o suficiente.
Deixou a desejar.
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Incrível! O ator Jamie Dornan se compromete muito com o personagem. O elenco deste filme é ótimo, eu amo os melhores filmes de drama onde Jamie Dornan aparece, o ultimo que eu vi foi Meu Jantar Com Hervé, adorei! De todos os filmes que estrearam, este foi o meu preferido, eu recomendo, é uma historia boa que nos mantêm presos no sofá. É espetacular. Pessoalmente eu acho que é um filme que nos prende, tenho certeza que vai gostar, é uma boa história. Definitivamente recomendado.
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