This is Us 2x14 – Super Bowl Sunday


O dia em que Jack Pearson morreu.
Provavelmente o episódio mais esperado e mais DOLOROSO de “This is Us”. Comecei chorando, terminei chorando, e chorei por grande parte do que estava no meio. Jack Pearson é um personagem excepcional, e vê-lo morrer é doloroso demais. Mais uma vez, “This is Us” conduz brilhantemente uma narrativa forte e repleta de emoção que, além de toda a jornada que levou do incêndio até a morte de Jack no hospital, também traz uma gostosa surpresa que me lembrou um pouco o “Piloto”. Não sei se é algo em que a série pretende investir, mas ainda que não seja, foi um momento isolado muito bonito na história de “This is Us”, que vai ficar guardadinho no meu coração. Também está sendo muito bonito acompanhar essa nova relação surgindo entre Rebeca e Kevin, e aquele telefonema dos dois, com ele sentado “ao pé da árvore do pai”, também me arrancou muitas lágrimas.
Tudo começa com o fogo se alastrando pela casa, e é o Jack quem acorda e o percebe. Então ele acorda Rebeca e grita pelo corredor para saber se Randall e Kate estão acordados. A sequência de cenas é DESESPERADORA, com Jack sendo um paizão exemplar salvando o Randall e, depois, a Kate, com a ajuda de um colchão, e a garota estava desesperada demais, o que intensificou o momento. Depois, ele ajuda Randall, Kate e Rebeca a descerem pelo telhado, em segurança, e ele podia ter se salvado… mas ele olha para Kate que chama pelo seu cachorro Louie, e acaba voltando por ele. Longuíssimos segundos se passam com uma trilha dolorosa e gritos de dor, e nossas lágrimas brotam, e então vemos o Jack sair de dentro da casa, ainda vivo, e carregando consigo não apenas o cachorro de Kate, mas também uma série de coisas que ele salvou.
Coisas como álbum de fotos, a fita de Kate cantando, o colar da Rebeca. Mas não foi com alívio que eu recebi a cena. Foi com profunda admiração, sim, como sempre senti por Jack, mas não com alívio, porque eu sabia que estávamos vendo o episódio da morte de Jack, e que aquele alívio era temporário e em breve eu teria que sofrer novamente. Jack chega ao hospital aparentemente bem, embora esteja com queimaduras sérias nas mãos e tenha ingerido muita fumaça. Mas o fato de ele estar aparentemente bem é o que mais dói, porque eles pensam que “o pior já passou”. E isso é tão enganoso! Eles riem de piadas simples do médico, e a “despedida” curta e brincalhona de Jack e Rebeca quando ela sai para ligar para a família e pegar alguma coisa para comer torna tudo muito mais sério e, consequentemente, também muito mais doloroso.
No presente, cada um dos filhos lida com o dia do Super Bowl de um modo diferente. E, dessa vez, é o aniversário de 20 anos da morte do pai. KATE SOFRE. Ela coloca a fita que o pai gravou dela e salvou no incêndio, e assiste chorando (“Because it’s the day my father burned down and my father died”). Então a única coisa que ela tem do pai quase se perde quando a fita fica presa no aparelho, e Toby faz de tudo para recuperá-la, enquanto Kate explica o seu sofrimento: “He died because of me. Because in the scariest moment of our lives... he couldn't bear to disappoint me. So, if for once, once a year, I want to beat myself up for it, please just let me”. É uma cena muito triste e uma fala forte dela, enquanto vemos vários flashes dolorosos. Pelo menos Kate consegue salvar o vídeo dela e do pai, e a simbologia do momento é muito bonita.
KEVIN, por sua vez, EVITA os sentimentos do dia, como sempre.
E Rebeca tem um ritual peculiar:

“Well, every year, at some point, I go to the grocery store and I buy all the ingredients to make your dad's favorite lasagna. And then I come home and I make it, and I eat it, and I watch the game”

Realmente é algo incrivelmente triste, como Kevin diz (“I mean, that is intensely sad, mom”), mas é a sua forma de se lembrar do Jack e sentir-se próxima dele nesse dia especial, em que ele sempre lhe manda algum tipo de sinal, um motivo para rir. E eu acho isso muito bonito! Nesse ano, no entanto, Kevin não consegue seguir o seu plano de “ser o único da família que não fica intensamente triste”, e acaba indo conversar com o pai de coração aberto, dizendo coisas lindíssimas, sobre como teve um ano difícil, sobre como ele estaria desapontado com ele, e sobre como ele pretende mudar, pelo pai: “I’m gonna make you proud of me”. Toda a construção da cena foi incrivelmente bela, mas a sua finalização foi ainda mais bonita, com a ligação dele e da mãe, e aquele pequeno momento em que ele a faz rir e ela comenta: “Do you see what I mean? This year... This year, he sent me you”.
Chorei.
Por fim, RANDALL CELEBRA POR ELE. Ele também tem seu sofrimento intense pela morte do pai, mas como era o dia favorito de Jack, ele o celebra por ele. Muito diferente dos demais, ele organiza uma festa para as filhas e um monte de crianças, enquanto a Beth volta a falar sobre “fostering”, e um desastre acontece quando o lagarto de sua filha morre. O mais triste foi ver o discurso de Randall: “For many of us, he was the first lizard we ever knew. And we didn't know that we'd never see him again. Um... When you lose someone... when you lose someone suddenly, and unexpectedly, it hurts... differently”. A expressão de dor e pesar em seu rosto, mais os flashes de momentos dele com o Jack mostravam que ele não estava falando do lagarto. Estava, finalmente, expressando o seu sentimento real naquele dia doloroso. Beth salva o dia e Tess corre para o quarto.
A cena de Randall e Tess foi uma cena LINDÍSSIMA e uma das maiores surpresas da série. Me arrepiou. Ela diz para ele como se sente, como teme que “ele esteja sempre buscando uma nova vida”, e ele é um fofo, um grande PAI. Então as cenas se organizam da forma mais bela possível. Ele diz que “ela sempre será sua NUMBER ONE”, e diz ela morará com ele até ter 25 anos, e mesmo depois, “eles jantarão juntos uma vez por semana, num restaurante próximo ao seu escritório”. Ela conclui dizendo que gosta de ser uma família adotiva. Então vemos o garoto que vimos ao longo do episódio, Jordan, e fomos enganados: ele não é o menino que vai vir morar com Randall e Beth, e a grande surpresa: a mulher, a assistente social que conversava com Jordan, é TESS no futuro! Aquilo foi tão lindo e fechou tão brilhantemente a história. A maneira como a sua infância influenciou na sua profissão, a maneira como Randall aparece, mais velho, para jantar com ela, conforme prometera.
Uma cena lindíssima.
Ah, e parece que Deja está de volta!
Mas o grande destaque do episódio foi A DOLOROSA MORTE DE JACK PEARSON. Sabíamos há muito tempo que isso estava para acontecer, e isso não tornou nem um pouco mais fácil de assistir à cena. Tudo acontece depressa, enquanto Rebeca está no telefone falando com os filhos, ou então pegando uma barrinha de chocolate para comer, e o médico aparece com aquele pesar. Com calma, ele explica o que aconteceu, e conclui claramente: “Mrs. Pearson, your husband has died”. A primeira coisa que Rebeca faz é morder a barra de chocolate em sua mão, em total descrença. Ela não queria acreditar, assim como nós também não queríamos. E isso torna tudo ainda mais traumatizante! “Are you out of your mind?”, ela pergunta ao médico, e vai para o quarto do marido, conversando com ele, até que se depare com Jack morto sobre a cama.
É uma edição perfeita de cenas, embora seja de devastar nosso coração. Longos segundos focados no rosto de Rebecca, na sua dor, na verdade afundando sobre si. Cenas em flashes de Jack vivo. Aquilo dói demais. Mas Rebeca se mantém forte para falar com os filhos: “We're not gonna do that right now, Miguel. No, because I have to go in and I have to talk to my kids and I have to ruin the rest of their life. So I’m gonna be strong for them”. É uma força admirável que uma mãe tira não sei de onde. Ela estava devastada, mas ela se manteve forte para contar a Kate e Randall, e eu chorei tanto, mesmo sem ouvi-los, porque a trilha e as lágrimas fizeram todo o trabalho. É desesperador. Por fim, vemos Kate indo atrás de Kevin para dar-lhe a notícia, e Rebeca sozinha no carro em frente à casa toda queimada, chorando, gritando, batendo no volante…
Meu coração não está bem.

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