A Usurpadora – Paulina se envolve na Cerâmicas Bracho


“No hables como un cobarde, ¡tienes que luchar!”
Paulina chegou mesmo PARA FAZER A DIFERENÇA. Quanto mais eu assisto “A Usurpadora”, mais eu me apaixono por sua história e mais eu me apaixono pela protagonista criada por Inés Rodena. A verdade é que eu AMO as novelas cujas histórias originais foram escritas pela Inés Rodena, como é o caso da “Trilogia das Marias”, por exemplo. Mas no caso de “A Usurpadora”, nós temos um presente a mais que é toda a FORÇA da personagem de Paulina. Ela não é uma mocinha quieta, ou uma mocinha que fica sentada esperando que as coisas acontecem. Ela tem força, ela se impõe, ela faz as coisas à sua maneira. Com a força de Paola Bracho, mas segundo seus próprios ideais. E isso é corajoso e admirável. Ela faz isso ao enfrentar os amantes de Paola, ou ao enfrentar Gema e, brilhantemente, quando se envolve com a empresa dos Bracho.
A empresa está para ser fechada, e provavelmente Paola pouco se importaria com isso, mas Paulina não aceita a submissão e derrota do marido. Ela, intensamente, tenta convencê-lo de que existe outra maneira, e diz abertamente que ele “não pode ser um covarde”, e ela tem todo o apoio da Vovó Piedad. Carlos Daniel desistiu, quer fechar a fábrica, embora a avó não queira permitir – e possivelmente Piedad não teria a força o suficiente para barrá-lo sem o constante apoio de Paulina, a usurpadora. Carlos Daniel ainda está incerto… diz que “Paola” não é uma mulher disso (afinal, ela está preocupada com a situação), e que não é possível que ela “tenha amadurecido da noite para o dia”, e é um dos momentos em que ele a pega de surpresa, a beija, a coloca na cama… uma cena sensual em que é precisa muita força de vontade para não sucumbir.
Mas Paulina tem essa força. Ela está determinada a não se apaixonar por Carlos Daniel, embora o deseje ardentemente, e distrai a sua cabeça com assuntos como os problemas na fábrica. É a primeira vez que “Paola” mostra esse tipo de interesse – aparece na empresa, para “visitá-la”, e é quando ela tem uma das cenas mais fortes com Carlos Daniel. Ela é um tanto bruta, mas necessária. Afinal de contas, é ela quem o DESAFIA, quem lhe pergunta se ele já fez algo, quem lhe diz claramente que ele está fugindo de suas responsabilidades, que está sendo infantil e COVARDE. São coisas fortes a se dizer, mas é o “chacoalhão” de que ele precisa, quiçá, para fazer algo de fato, embora ele não goste disso, no início. Ele quer de volta a velha “Paola”, aquela que falava de coisas frívolas, mas ela é firme ao dizer que essa Paola não existe mais, ela mudou.
E ele vai precisar entender isso.
Até uma possível greve dos funcionários Paulina consegue deter. Pouco a pouco, as coisas incomodam a Carlos Daniel, ele é bem ignorante ao dizer a ela que “se ela está com medo da miséria, ele não vai pedir nenhum sentado a ela, e as portas estão abertas para o divórcio”, o que não tem nada a ver, na verdade. De todo modo, Paulina fala com Willy, para que vote ao lado da Vovó Piedad na reunião que decidirá o futuro da fábrica, e os votos se dividem. Estefanía, Carlos Daniel e Rodrigo votam a favor do fechamento da fábrica, mas como Vovó Piedad deu peso igual aos votos de TODA a família, Patrícia, Paola e Willy voam contra o fechamento, e a própria Piedad, que NUNCA quis que a fábrica fosse fechada, desempata. A fábrica segue firme, mesmo com todos os seus problemas. E o prazer da vitória é estampado na expressão de Paulina, mais inocente que Paola, mas igualmente forte.
Gosto muito da cena da greve. Há uma manifestação de funcionários, por causa das condições de trabalho, do não recebimento de seus salários, e Paulina vai pessoalmente conversar com eles, E É UM MÁXIMO. Ela fala com voz de liderança, com força e diz que a fábrica não vai fechar, mas para isso todos precisam colaborar. Ela também diz que quem não quiser mais trabalhar, tudo será feito de acordo com a lei, mas ela pede que eles retornem, que eles deem força a essa fábrica… ela é quase uma líder revolucionária, e a admiro por isso. Diferente de outros personagens como Rodrigo, que planeja expulsar “Paola” da fábrica porque “só está atrapalhando”, quando na verdade é ELA quem a está salvando. Como ela mesma diz: “Nessa fábrica há muito o que fazer, e pelo visto vocês não vão tentar. Então tenho que fazê-lo eu!” Carlos Daniel e Piedad, por outro lado, estão orgulhosos.
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