Altered Carbon 1x05 – The Wrong Man
“Nothing
can stay hidden forever”
Depois que
Takeshi Kovacs descobriu a identidade de sua capa, ele quer respostas. Assim, voltamos um pouco na história de Ryker,
o homem que usava aquele corpo antes dele, e percebemos como toda a trama
parece bem conectada, desde a morte de Mary Lou Henchy até a prisão de Ryker e
essa obsessão que Kristin Ortega parece ter por Kovacs. Na metade da temporada,
e temos alguns avanços significativos na trama, embora eu ainda ache que
estamos sendo enganados. Tudo começa
com Ryker em um interrogatório, querendo saber sobre a morte de Mary Lou, a
mulher de vestido branco na água (“Did
she fall? Jumped? Or was she fucking pushed?”), e eu acho que ele fica
muito bonito naquela intensidade
toda… para ele, o cartucho neo-c de Mary Lou foi falsificado, embora Kristin mesmo não acredite em toda essa coisa
de conspiração.
“There’s no conspiracy, just a dead friend. And you and me”
Conseguimos acompanhar
a trama, mas para mim esse pareceu o episódio mais confuso, talvez. Como as histórias se conectam, estamos vendo
desenvolvimentos quase paralelos, como o lance dos gêmeos e a morte de Dimi I,
pelo qual Ryker foi incriminado, ao lado daquela proposta de Miriam para que
Kovacs abandone o caso sobre a morte de Laurens Bancroft, garantindo que ele não
vai cumprir o que prometeu e lhe dar a liberdade pela qual ele tanto anseia. É bastante
suspeito, mas eu não vou negar que o discurso de Miriam até que fez sentido,
mas sua proposta de orgia com seus clones talvez não fosse exatamente o que
Kovacs tem em mente – mas ele está cada vez mais certo de que “A conspiração do Ryker e o assassinato de
Bancroft estão conectados”, e sabemos que isso tende a enriquecer a trama. “Altered Carbon” sempre nos
conquistando.
Em uma das
cenas mais fortes do episódio, Kovacs vai até Bancroft no meio do povo e o
confronta: “Você me colocou nessa capa
para punir Ortega”. Mas, a meu ver, o grande foco da cena, embora toda
acompanhada por uma conversa não muito amigável dos dois, não foi nessas
informações, mas no quão doentio e NOJENTO é ver Laurens Bancroft no meio do
povo, pobre e contaminado, fazendo-se passar por num deus, exatamente como um
político que aparece nas favelas em épocas de eleição. É como diz Kovacs: “This isn’t sacrifice, it’s theater”. Se
ele realmente se importasse, poderia resolver o priblema deles, mas ele quer
fazer cena, ser adorado, e é uma atitude desprezível. “Só outra demonstração de poder”, nas palavras de Kovacs. A encenação
toda, culminando na morte de Bancroft, é baixa e vazia tendo em vista que ele nunca morre de fato.
Nosso asco por
ele cresce a cada momento.
De certa
maneira, o episódio está focado na aproximação de Takeshi e Kristin. Há aquele
momento em que Abbould vai até ele como um pai protetor, para que ele não magoe
Kristin, e ainda temos aquela cena hilária da mãe de Kristin o recebendo na
casa com tiros. Juntos, investigando a morte de Laurens Bancroft, Kovacs e
Ortega chegam à Arena de Combate, em um momento rápido e chocante, quando Tak
vê uma cópia de sua antiga capa disponível para ser usada ou para ser assistida
lutar e morrer. É doentio e
desconcertante, mas ele não tem tempo para absorver toda a informação
agora: estão ali para investigar a morte
de Bancroft. Assim, eles chegam a uma fita em que Bancroft espanca seu
filho Isaac quase que até a morte, dizendo que “Ele não é ele, e nunca será”. Parece que estamos chegando bem
perto de alguma resposta.
Gosto da
reflexão a respeito de “rostos”. Em algum momento, antes dos cartuchos, um
rosto representava a pessoa. Agora,
poderia ser qualquer um lá dentro. Assim, lembramos de Naomi, a filha de
Miriam que usava o seu corpo na festa do terceiro episódio, e percebemos que
Isaac está fazendo o mesmo: usando ilegalmente uma cópia do corpo do pai,
disposto a matá-lo, talvez, para assumir o seu lugar, sem que ninguém saiba que
Laurens Bancroft foi morto. Me perguntei por muito tempo se essa era realmente
a solução do caso e se chegamos ao fim, e acredito piamente que não. Tudo faz
muito sentido, e Kovacs parece convicto de que atingiram a resposta, mas como
ainda estamos no meio da temporada, me parece um pouco cedo e abrupto para que
tudo tenha realmente chegado a um fim. Os
próximos episódios respondem essa dúvida.
Por ora,
Kristin e Tak se aproximam em uma cena quente,
em que ela cuida dele, e ele o faz explicar as cicatrizes de Ryker. É excitante, e quando ele segura sua mão,
ela diz que isso foi um erro. Tudo é muito doloroso, mas também muito confuso,
porque é o corpo de Ryker, mas é Kovacs dentro dele. Mesmo assim, Kristin o
beija, e eles transam, uma cena bela e sensual. Intensa. Há muito ainda a ser explorado, como a dolorosa prisão
injusta de Ryker e a morte de Mary Lou, e eles querem saber para quem Dimi II
trabalha, por que ele incriminou Ryker… mas, nesse momento, eles estão ocupados
demais com outra coisa: O QUE FOI AQUELA CENA DO ELEVADOR? Totalmente traumatizante,
com violência explícita fortíssima, a cena nos choca em um final eletrizante de
episódio. Parece que Kristin Ortega não tem muito tempo, não depois disso tudo,
mas Takeshi Kovacs a protege, como Abbould lhe pediu, e isso é muito bonito.
As coisas estão mudando.
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